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Os conservantes alimentares fazem-nos mal? — Eleanor Nelsen

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    A comida não dura muito tempo.
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    Em poucos dias, por vezes horas,
    o pão fica com bolor,
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    as fatias de maçã ficam castanhas,
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    e as bactérias multiplicam-se na maionese.
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    Mas encontramos todos estes alimentos
    nas prateleiras da mercearia
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    — esperemos que em bom estado —
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    graças aos conservantes.
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    O que são exatamente os conservantes?
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    Como é que ajudam a manter
    comestíveis os alimentos?
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    E será que são seguros?
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    Há dois fatores principais
    que deterioram os alimentos:
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    os micróbios e a oxidação.
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    Os micróbios, como as bactérias
    e os fungos, invadem os alimentos
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    e alimentam-se dos seus nutrientes.
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    Alguns deles podem provocar doenças,
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    como a listeriose e o botulismo.
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    Outros apenas transformam os alimentos
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    numa massa malcheirosa,
    viscosa e bolorenta.
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    Entretanto, a oxidação
    é uma alteração química
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    nas moléculas dos alimentos
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    provocada por enzimas ou radicais livres
    que tornam rançosas as gorduras
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    e causam manchas castanhas,
    como nas maçãs e nas batatas.
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    Os conservantes podem impedir
    os dois tipos de deterioração.
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    Antes da invenção
    da refrigeração artificial,
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    os fungos e as bactérias
    invadiam rapidamente os alimentos.
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    Mas descobrimos formas de criar
    um ambiente inóspito para os micróbios.
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    Por exemplo, tornando os alimentos
    mais ácidos, destruímos as enzimas
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    de que os micróbios
    precisam para sobreviver.
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    Até há uns tipos de bactérias
    que podem ajudar.
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    Durante milhares de anos,
    as pessoas conservaram alimentos
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    usando bactérias
    que produzem ácido lático.
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    O ácido transforma vegetais
    e leite perecíveis
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    em alimentos com maior duração,
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    como a chucrute na Europa,
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    o kimchi na Coreia,
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    e o iogurte no Médio Oriente.
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    Estes alimentos fermentados
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    povoam o nosso trato digestivo
    com micróbios benéficos.
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    Muitos conservantes sintéticos
    também são ácidos.
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    O ácido benzoico no molho para saladas,
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    o ácido sórbico no queijo
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    e o ácido propiónico
    nos alimentos cozinhados.
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    Será que são seguros?
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    Há estudos que sugerem que os benzoatos,
    relacionados com o ácido benzoico,
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    contribuem para a hiperatividade.
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    Mas os resultados não são conclusivos.
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    Fora isso, estes ácidos parecem ser
    perfeitamente seguros.
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    Outra estratégia antimicrobiana
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    é acrescentar muito açúcar,
    como nas compotas,
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    ou sal, como na carne salgada.
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    O açúcar e o sal retêm a água
    de que os micróbios necessitam para crescer
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    e sugam a humidade de todas
    as células que estejam por perto,
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    destruindo-as.
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    Claro que demasiado açúcar e sal
    podem aumentar o risco de doença cardíaca,
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    diabetes e hipertensão,
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    por isso, estes conservantes
    devem ser usados com moderação.
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    Os nitratos e nitritos antimicrobianos,
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    encontrados com frequência
    em carnes curadas,
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    afastam as bactérias
    que causam o botulismo,
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    mas podem provocar
    outros problemas de saúde.
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    Estudos que ligam
    as carnes curadas ao cancro
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    sugeriram que estes conservantes
    podem ser os responsáveis.
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    Entretanto, os conservantes antioxidantes
    impedem as alterações químicas
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    que podem dar aos alimentos
    um sabor ou cor desagradável.
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    Durante milénios, usou-se
    o fumo para preservar os alimentos
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    porque alguns dos compostos aromáticos
    no fumo da madeira são antioxidantes.
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    A combinação do fumo com o sal
    era uma forma eficaz de conservar a carne,
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    antes da refrigeração.
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    Para uma atividade antioxidante
    sem sabor a fumeiro,
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    há compostos como o BHT
    e o tocoferol,
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    mais conhecidos por vitamina E.
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    Tal como os compostos no fumo,
    estes absorvem os radicais livres
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    e combatem o sabor a ranço
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    que se pode desenvolver
    em alimentos como o azeite,
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    o queijo,
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    e os cereais.
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    Outros antioxidantes como
    o ácido cítrico e o ácido ascórbico,
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    ajudam a manter a cor
    dos produtos cortados
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    bloqueando a enzima
    que provoca a cor castanha.
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    Alguns compostos, como os sulfitos,
    podem ter multifunções.
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    São antimicrobianos e antioxidantes.
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    Os sulfitos podem causar
    sintomas de alergia nalgumas pessoas,
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    mas a maior parte dos antioxidantes
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    são genericamente
    reconhecidos como seguros.
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    Então, devemos preocupar-nos
    com os conservantes?
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    Bom, eles normalmente vêm
    no fim da lista de ingredientes
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    porque são usados
    em quantidades muito pequenas,
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    determinadas como seguras
    pelas entidades reguladoras.
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    Apesar disso,
    alguns consumidores e empresas
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    estão a tentar encontrar alternativas.
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    Técnicas de embalagem podem ajudar,
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    como a redução do oxigénio
    em volta dos alimentos,
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    mas sem qualquer tipo
    de ajuda química,
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    poucos alimentos poderão manter-se
    na prateleira durante muito tempo.
Title:
Os conservantes alimentares fazem-nos mal? — Eleanor Nelsen
Description:

Vejam a lição completa: http://ed.ted.com/lessons/are-preservatives-bad-for-you-eleanor-nelsen

A comida não dura muito tempo. Em poucos dias, por vezes horas, o pão fica com bolor, as fatias de maçã ficam castanhas, e as bactérias multiplicam-se na maionese. Mas podemos encontrar todos estes alimentos nas prateleiras da mercearia — esperemos que em bom estado— graças aos conservantes. O que são exatamente os conservantes? Como é que ajudam a manter comestíveis os alimentos? E será que são seguros? Eleanor Nelsen investiga

Lição de Eleanor Nelsen, animação de Compote Collective.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
04:53

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