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OEB 2015- Plenário de Abertura- Ian Goldin

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    Ótimo, obrigada,

  • 0:01 - 0:03
    é ótimo estar com educadores
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    que se preocupam
    com cruzar
  • 0:04 - 0:06
    aprender com tecnologia
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    porque isso vai moldar o futuro
  • 0:08 - 0:11
    Se somos capazes de acertar nisto ou não,
  • 0:11 - 0:12
    determinará
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    se teremos um século 21 glorioso,
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    ou um período de riscos absolutos.
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    As paredes estão a ir abaixo em todo o lado e é difícil não pensar sobre isto,
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    estando tão perto, aqui em Berlim,
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    onde à 25 anos, estas paredes desabaram.
  • 0:27 - 0:29
    Mas não foram apenas
    as paredes físicas que caíram,
  • 0:30 - 0:33
    foram as paredes mentais,
    as paredes financeiras,
  • 0:33 - 0:35
    foram as paredes tecnológicas.
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    Todas as paredes estão a cair e é isso...
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    que faz disto o século mais entusiasmante
    na história da humanidade.
  • 0:42 - 0:46
    Muda todas as nossas vidas
    de maneiras surpreendentes.
  • 0:46 - 0:48
    E mudou certamente a minha.
  • 0:48 - 0:50
    Estava a viver em Paris
    quando esta parede caiu.
  • 0:51 - 0:53
    E não imaginava que me fosse
    tocar pessoalmente.
  • 0:53 - 0:55
    Pensava que
    a sua queda
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    Era sobre a
    Europa de Leste,
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    sobre a Guerra Fria,
    sobre outra coisa.
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    Mas daí a 6 meses, eu iria,
    para minha grande surpresa,
  • 1:01 - 1:06
    ser convidado para jantar
    com o Presidente Mandela em Paris.
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    Ele não era presidente
    nessa altura,
  • 1:07 - 1:10
    tinha acabado de ser
    libertado da prisão.
  • 1:10 - 1:12
    Mas ele foi libertado
    porque a Guerra Fria acabou.
  • 1:13 - 1:17
    E a figura definida deste período
    que vivemos nas nossas vidas
  • 1:18 - 1:19
    é que, aquilo que acontece
    noutro sítio
  • 1:19 - 1:22
    irá afetar-nos dramaticamente
    de novas maneiras.
  • 1:22 - 1:25
    É esta mudança que resulta
    da queda das paredes.
  • 1:25 - 1:29
    E é esta mudança que vai moldar
    o avanço da educação
  • 1:29 - 1:31
    e o progresso tecnológico.
  • 1:32 - 1:36
    E, claro, o outro período fundamental
    --neste tempo--
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    é a tecnologia, tecnologia,
    que descolou
  • 1:40 - 1:44
    ao mesmo tempo que o Muro de Berlim caiu,
    há 25 anos atrás.
  • 1:44 - 1:47
    Este crescimento exponencial na
    conectividade virtual.
  • 1:49 - 1:53
    E agora temos um Mundo de 5 biliões
    de pessoas literadas, pessoas educadas
  • 1:53 - 1:56
    enquanto tínhamos um Mundo
    apenas à 30 anos atrás
  • 1:56 - 1:59
    com bem menos de um bilião de
    pessoas conectadas.
  • 1:59 - 2:03
    Quatro biliões de pessoas mais literadas
    e conectadas no Mundo,
  • 2:03 - 2:04
    e isto é o mecanismo da mudança,
  • 2:04 - 2:07
    onde as pessoas nos bairros pobres de
  • 2:07 - 2:10
    Mumbai, Soweto, São Paulo,
  • 2:10 - 2:12
    ou em apartamentos em Berlim,
  • 2:12 - 2:15
    vão contribuir para a mudança
    de novas maneiras surpreendentes.
  • 2:15 - 2:16
    Eles estão a juntar-se.
  • 2:17 - 2:19
    Há uma libertação de génios individuais.
  • 2:19 - 2:20
    Se acreditam na distribuição
    aleatória
  • 2:20 - 2:21
    de capacidades
    excepcionais,
  • 2:21 - 2:24
    Coisa em que eu acredito.
  • 2:24 - 2:29
    há apenas mais pessoas lá fora,
    educadas, conectadas, que dão e
    aprendem ao mesmo tempo.
  • 2:29 - 2:31
    Mas eu também acredito num
    génio colectivo,
  • 2:31 - 2:34
    as capacidades de pessoas
    ao juntar-se,
  • 2:34 - 2:36
    para formar equipas,
    para aprenderem uns com os outros
  • 2:37 - 2:38
    através dos métodos
    de que ouvimos falar
  • 2:38 - 2:41
    esta manhã,
  • 2:41 - 2:42
    e de outras maneiras.
  • 2:42 - 2:44
    Novas curas para o cancro
    estão a ser desenvolvidas
  • 2:44 - 2:47
    num ciclo de 24 horas
    pelo Mundo fora.
  • 2:47 - 2:50
    O meu laboratório em Oxford,
    trabalha nisto com pessoas
  • 2:50 - 2:53
    de Pequim, São Francisco e Palo Alto
  • 2:53 - 2:55
    e em todo o lado, em tempo-real.
  • 2:55 - 2:58
    Já não há descanso
    na inovação.
  • 2:58 - 3:01
    E é esse o poder
    neste mecanismo,
  • 3:01 - 3:03
    que traz mudança.
  • 3:03 - 3:04
    E se acham que viram muita mudança
  • 3:04 - 3:05
    Preparem-se para mais
    surpresas.
  • 3:05 - 3:06
    Este é o tempo mais lento
    na história
  • 3:06 - 3:08
    que vão conhecer.
  • 3:08 - 3:12
    Tudo se vai tornar mais rápido,
    o passo da mudança maior,
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    as surpresas mais intensas.
  • 3:15 - 3:17
    Vai ser sempre
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    difícil prever o que vem
    a seguir.
  • 3:22 - 3:23
    A incerteza vai crescer
    porque o passo da mudança
  • 3:23 - 3:25
    está a crescer.
  • 3:25 - 3:25
    Graças à queda
    destas paredes,
  • 3:25 - 3:27
    existem mais dois biliões
    de pessoas no Mundo desde 1990.
  • 3:29 - 3:31
    E isto é devido a ideias que viajaram,
    ideias simples,
  • 3:32 - 3:34
    como "lavar as mãos previne
    doenças contagiosas;"
  • 3:34 - 3:38
    e ideias complicadas como
    a vacinação,
  • 3:38 - 3:39
    novas curas para o cancro,
  • 3:39 - 3:42
    e muitas outras coisas.
  • 3:45 - 3:47
    Mais dois biliões de pessoas estão
    a juntar-se,
  • 3:47 - 3:50
    a maior parte delas
    urbanizada,
  • 3:50 - 3:52
    e mesmo os que não estão
    fisicamente juntos,
  • 3:52 - 3:54
    estão virtualmente.
  • 3:54 - 3:56
    Um momento muito extraordinário
    na história humana,
  • 3:56 - 3:58
    um em que nos reunimos
    como uma comunidade,
  • 4:01 - 4:06
    tal como éramos à 150 mil anos,
    quando vivíamos em aldeias,
  • 4:06 - 4:07
    os nossos antepassados
    na África Este,
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    que depois se dispersaram
    pelo Mundo,
  • 4:10 - 4:12
    e que estão agora,
    reconectados.
  • 4:12 - 4:13
    E é esta reconexão,
    que,acredito,
  • 4:13 - 4:16
    nos dá potencial
  • 4:16 - 4:18
    Mas será que aprendemos
    dela?
  • 4:18 - 4:19
    E será que somos capazes de pensar
    em nós mesmos
  • 4:19 - 4:20
    de novas maneiras,
  • 4:20 - 4:22
    porque nos estamos a conectar
    de novas maneiras?
  • 4:22 - 4:23
    Será que a parede está a cair
    mudando
  • 4:23 - 4:24
    a maneira como somos
    e pensamos?
  • 4:27 - 4:29
    Ou ainda pensamos
  • 4:29 - 4:30
    como individualistas
    nos nossos Estados-Nação
  • 4:31 - 4:32
    perseguindo os nossos
    próprios interesses
  • 4:32 - 4:35
    e os dos dos nossos países,
  • 4:35 - 4:36
    sem nos apercebermos que
    agora,
  • 4:36 - 4:38
    estamos num jogo diferente?
  • 4:38 - 4:41
    Estamos agora num jogo
    no qual temos de cooperar
  • 4:41 - 4:42
    no qual temos de pensar
    sobre os outros,
  • 4:42 - 4:44
    onde as nossas acções, pela
    primeira vez, se espalham de novas
  • 4:44 - 4:47
    e dramáticas maneiras,
  • 4:47 - 4:50
    e afetam pessoas
    do outro lado do planeta.
  • 4:51 - 4:55
    Este ritmo de educação significa que
    não estamos apenas a libertar-nos
  • 4:55 - 4:58
    a nós mesmos,
  • 4:58 - 4:59
    mas estamos a libertar
    pessoas
  • 4:59 - 5:02
    de todo o tipo de hábitos antigos.
  • 5:02 - 5:05
    Este tipo de mudança está a levar
    a todo o tipo de mudanças
  • 5:05 - 5:08
    rápidas nas normas sociais.
  • 5:08 - 5:10
    A aceitação do casamento homossexual
    é uma dessas mudanças
  • 5:10 - 5:13
    mas irão haver muitas, muitas, muitas
    outras.
  • 5:13 - 5:16
    Consequentemente, aquilo que pensamos
    como normal hoje
  • 5:16 - 5:19
    vai parecer muito estranho
    dentro de alguns anos:
  • 5:19 - 5:23
    a mudança do ritmo conduzida
    pela educação,
  • 5:25 - 5:27
    mais doutorados a serem criados
    na China agora
  • 5:27 - 5:30
    que na totalidade do resto
    do Mundo todos os anos,
  • 5:30 - 5:31
    mais cientistas vivos hoje,
  • 5:31 - 5:32
    que todos os cientistas
  • 5:32 - 5:33
    que alguma vez
    viveram,
  • 5:33 - 5:35
    mais pessoas literadas vivas
    hoje
  • 5:35 - 5:38
    que as que alguma vez viveram
    na nossa história.
  • 5:38 - 5:40
    Isto é o mecanismo da mudança.
  • 5:40 - 5:43
    Mas não é simplesmente sobre
    mais e mais progresso.
  • 5:43 - 5:45
    Não é simplesmente sabermos
  • 5:45 - 5:47
    que vai melhorar cada vez
    mais.
  • 5:48 - 5:50
    É sobre o que vai ocorrer a seguir.
  • 5:50 - 5:52
    Nós não sabemos
    o que o futuro guarda.
  • 5:52 - 5:55
    Nós vivemos neste extraordinário
    momento das nossas vidas
  • 5:55 - 5:57
    onde estamos a ver crescimento exponencial
    render: vemos isso na
  • 5:57 - 6:00
    linha vermelha.
  • 6:00 - 6:04
    E vimos este mais rápido
    aumento nas populações,
  • 6:04 - 6:07
    o aumento do desenvolvimento, ainda
    mais rápido que o aumento da população,
  • 6:07 - 6:10
    que é a razal pela qual
  • 6:10 - 6:13
    as pessoas escaparam à pobreza a um ritmo
    nunca antes visto na história.
  • 6:13 - 6:15
    Apesar da população mundial
    aumentar por dois biliões nos últimos
  • 6:15 - 6:18
    25 anos,
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    o número de pessoas desesperadamente
    pobres desceu por 300 milhões.
  • 6:22 - 6:24
    Isto nunca tinha
    acontecido antes.
  • 6:24 - 6:25
    Este é um tempo incrível,
    de longe o melhor tempo
  • 6:25 - 6:28
    para estar vivo.
  • 6:28 - 6:31
    Enquanto estamos aqui, a nossa
    esperança média de vida deve aumentar
  • 6:31 - 6:33
    cerca de 10 horas.
  • 6:33 - 6:35
    É este o ritmo da mudança:
  • 6:35 - 6:39
    aquilo que estamos a aprender
    é o que se está a passar nos laboratórios.
  • 6:39 - 6:42
    E é isso que me torna
    incrivelmente otimista.
  • 6:42 - 6:46
    Esta é a idade da descoberta,
    o novo Renascimento.
  • 6:46 - 6:50
    Este é o período da criatividade
    e mudança tecnológica
  • 6:50 - 6:53
    que não tem sido visto
    há 500 anos.
  • 6:53 - 6:54
    Isto é do meu laboratório de
    células-tronco na escola
  • 6:54 - 6:57
    Oxford-Martin:
  • 6:57 - 6:59
    a pele do técnico
    de laboratório
  • 6:58 - 7:01
    transformou-se numa célula
    do coração.
  • 7:01 - 7:03
    E esta é uma das coisas extraordinárias
    que estão a acontecer
  • 7:04 - 7:07
    que deixam alguém tão entusiasmado
    sobre o futuro.
  • 7:08 - 7:10
    Um futuro de aumento da esperança média
    de vida,
  • 7:10 - 7:13
    para que as crianças que nasçam hoje
  • 7:13 - 7:16
    em Berlim ou noutro sítio da Europa,
    tenham uma esperança de vida muito acima
  • 7:16 - 7:19
    dos 100 anos,
  • 7:19 - 7:22
    sem terem de se preocupar com as coisas
    com que eu me preocupo,
  • 7:22 - 7:25
    como Alzheimer, Parkinson ou demência.
  • 7:25 - 7:29
    Mas que habilidades estão elas a aprender
    hoje que as ajudarão a modelar este futuro,
  • 7:29 - 7:34
    a prepararem-se para ele, habilidades
    que ainda serão relevantes daqui a 100 anos?
  • 7:34 - 7:38
    São essas habilidades que vocês
    têm a responsabilidade de ajudar a modelar.
  • 7:39 - 7:41
    Nós conseguimos imaginar este
    futuro glorioso,
  • 7:41 - 7:44
    um tempo extraordinário na
    história humana.
  • 7:44 - 7:46
    Mas também nos conseguimos
    aperceber
  • 7:46 - 7:49
    que tudo pode correr muito, muito mal
    se contido.
  • 7:49 - 7:52
    Olhei para o Renascimento à procura de
    inspiração
  • 7:52 - 7:55
    para tentar perceber como as pessoas
    interpretavam estas escolhas.
  • 7:55 - 7:59
    Era um período de excepcional
    criatividade,
  • 7:59 - 8:01
    de ciência excepcional.
  • 8:01 - 8:06
    E pensamos hoje em figuras icónicas,
    os Miguel Ângelos, os Da Vincis,
  • 8:06 - 8:08
    os Copérnicos,
  • 8:08 - 8:12
    descobrindo que a Terra girava em torno
    do Sol, não o contrário,
  • 8:12 - 8:16
    fundamentalmente mudando o nosso
    entendimento de nós no Universo
  • 8:16 - 8:19
    de maneiras que vão acontecer no
    nosso tempo de vida.
  • 8:19 - 8:23
    Mudanças fundamentais que levaram
    ao Humanismo,
  • 8:23 - 8:27
    ao Iluminismo e muitas,
    muitas outras coisas,
  • 8:28 - 8:30
    estimuladas por tecnologias.
  • 8:30 - 8:33
    Depois, foi a prensa de Gutenberg.
  • 8:33 - 8:36
    Ideias simples viajam muito rapidamente.
  • 8:36 - 8:38
    Até lá apenas monges
    conseguiam ler e escrever,
  • 8:38 - 8:40
    em Latim, nos seus mosteiros.
  • 8:40 - 8:43
    Menos de metade de 1% do Mundo
    era literado.
  • 8:43 - 8:46
    Não havia nada para ler
    -- e tudo era em Latim.
  • 8:47 - 8:51
    E então, esta invenção levou
    a uma total nova maneira de pensar.
  • 8:51 - 8:56
    Ideias viajavam, as pessoas podiam
    aprender nas suas línguas-mãe,
  • 8:56 - 8:58
    e tivemos o Renascimento.
  • 8:59 - 9:01
    Também tivemos o desenvolvimento
    do nacionalismo
  • 9:01 - 9:03
    porque as pessoas conseguiam
    identificar-se.
  • 9:04 - 9:07
    E claro, um massivo push-back
    tecnológico.
  • 9:08 - 9:11
    A fogueira das vaidades,
    a queima de livros,
  • 9:11 - 9:14
    não longe daqui e pela Europa.
  • 9:14 - 9:19
    A destruição de prensas,
    fundamentalismo religioso,
  • 9:19 - 9:23
    extremismo,
    guerras religiosas por 150 anos.
  • 9:23 - 9:25
    Se se lembram das curvas que mostrei,
  • 9:25 - 9:28
    da longa trajetória de crescimento
    no desenvolvimento e na população,
  • 9:29 - 9:31
    o Renascimento não conseguiu
    isto.
  • 9:31 - 9:34
    Foi um não-evento, não levou
    a melhorias
  • 9:34 - 9:38
    no bem-estar das pessoas na Europa
    e além.
  • 9:38 - 9:39
    Será que somos diferentes?
  • 9:39 - 9:45
    Conseguimos abraçar as nossas tecnologias
    de maneiras que levam ao progresso sustentado?
  • 9:45 - 9:47
    Existem duas coisas que me preocupam
    a respeito disto.
  • 9:48 - 9:52
    Primeiro, enquanto as paredes desceram
    entre sociedades,
  • 9:52 - 9:57
    dentro das sociedades,
    as paredes estão a subir em todo o lado.
  • 9:57 - 10:00
    Todos os países estão a experienciar
    a desigualdade a subir.
  • 10:00 - 10:02
    Porque será isto?
  • 10:02 - 10:06
    É porque o ritmo do progresso
    é tão rápido na fronteira
  • 10:07 - 10:10
    que este processo de integração
    -- a que alguns chamam globalização--
  • 10:11 - 10:16
    levou a uma mudança tão rápida
    que se não estamos na fronteira,
  • 10:16 - 10:21
    se não temos as habilidades, a mobilidade,
    a atitude para mudar,
  • 10:22 - 10:25
    para nos adaptarmos, para agarrar
    novas coisas, somos deixados
  • 10:25 - 10:28
    mais e mais longe para trás.
  • 10:28 - 10:32
    Se estamos no lugar errado,
    com as habilidades erradas no tempo errado,
  • 10:32 - 10:36
    ou se somos demasiado velhos,
    somos deixados mais e mais longe para trás.
  • 10:36 - 10:39
    E então vemos em todas as sociedades
    desigualdade crescente.
  • 10:39 - 10:42
    Algumas pessoas foram capazes de capturar
    o bom da globalização.
  • 10:43 - 10:45
    Elas foram capazes de dispôr
    do seu dinheiro,
  • 10:45 - 10:47
    quer sejam uma corporação
    nas Bermudas ou algures,
  • 10:47 - 10:51
    ou um indivíduo no Mónaco,
    Litchenstein ou Luxemburgo.
  • 10:51 - 10:54
    Assim, os governos estão a tornar-se
    cada vez menos capazes
  • 10:54 - 10:57
    de cobrar impostos aos seus cidadãos,
    às suas corporações
  • 10:57 - 11:01
    e menos capazes de fundear a
    educação, a saúde, infra-estruturas
  • 11:01 - 11:02
    e as outras coisas de que precisamos.
  • 11:03 - 11:07
    O segundo grande problema deste
    processo de integração
  • 11:07 - 11:09
    é: quando as coisas se conectam,
  • 11:09 - 11:12
    infelizmente,
    nem só coisas boas se conectam.
  • 11:13 - 11:15
    Raramente, coisas más fazem uma
    conexão.
  • 11:16 - 11:21
    Então, a questão é como é que temos
    este sistema complexo, denso, entrelaçado,
  • 11:21 - 11:24
    sem ficarmos assoberbados por ele?
  • 11:24 - 11:27
    Seremos capazes de gerir
    as nossas interdependências
  • 11:27 - 11:30
    de maneiras que serão sustentáveis
    e que nos beneficiarão,
  • 11:30 - 11:32
    ou será que elas nos vão
    assoberbar?
  • 11:32 - 11:33
    E isto levou a que coisas
    boas e pretendidas
  • 11:33 - 11:36
    levassem a males não pretendidos.
  • 11:36 - 11:38
    A nossa consequência pretendida de usar
    mais antibióticos pelo Mundo
  • 11:38 - 11:42
    está a levar a uma resistência aos antibióticos.
  • 11:42 - 11:44
    Ou conforme o nosso consumo de energia
    cresce pelo Mundo,
  • 11:45 - 11:46
    porque mais pessoas estão a escapar à pobreza,
    existem mudanças climáticas negativas.
  • 11:46 - 11:50
    Ou conforme o nosso uso de recursos aumenta
    porque mais pessoas têm menos fome,
  • 11:51 - 11:55
    existe uma maior carência de recursos.
  • 11:55 - 11:57
    E as consequências não pretendidas,
    bancos que se espalham pelo Globo,
  • 11:57 - 12:02
    tornando-se em centros de riscos
    e crise financeira.
  • 12:02 - 12:06
    Os aeroportos espalham epidemias, aquilo
    que eu chamo o efeito-borboleta da globalização.
  • 12:07 - 12:13
    A propagação do risco não é uma ideia nova.
  • 12:14 - 12:16
    Em Inglaterra pensamos que um rato
    que veio de um navio em Liverpool
  • 12:16 - 12:19
    pode ter morto metade da população
    Britânica na Peste Negra.
  • 12:19 - 12:23
    A globalização precoce levou
    ao risco sistémico.
  • 12:23 - 12:26
    Mas o que é novo é o ritmo
    e escala da mudança.
  • 12:26 - 12:29
    A gripe suína começa na Cidade do México
  • 12:30 - 12:32
    e chega a 160 países
    em 30 dias.
  • 12:32 - 12:36
    E o grupo de infecções emergentes
    na escola Oxford Martin
  • 12:36 - 12:39
    modelou esta propagação
    com tráfico aéreo,
  • 12:40 - 12:44
    e mostrou exatamente como funciona.
  • 12:44 - 12:46
    Então, os super-propagadores da
    boa globalização
  • 12:46 - 12:48
    como JFK, Heathrow, Frankfurt,
    e outros ótimos aeroportos
  • 12:49 - 12:54
    tornaram-se os super-propagadores da má,
    neste caso, pandemias.
  • 12:54 - 12:58
    E na ciber- esfera, claro, vemos isto
    dramaticamente,
  • 12:59 - 13:02
    que qualquer coisa pode estar instantaneamente
    noutro lado, seja má ou boa.
  • 13:03 - 13:08
    Nas finanças, vemos a indicação dramática
    disto,
  • 13:09 - 13:11
    o sistema começa a colapsar
    de uma crise subprimária nos EUA
  • 13:11 - 13:16
    levando ao despedimento de 100 milhões
    de pessoas pelo Mundo fora.
  • 13:16 - 13:22
    Então, aquilo que acontece noutro sítio
    afeta dramaticamente pessoas
  • 13:22 - 13:25
    no outro lado do Mundo
    da mesma maneira que a minha vida
  • 13:25 - 13:28
    foi modelada, mas por vezes com
    consequências desastrosas.
  • 13:28 - 13:30
    E aquilo que o sistema financeiro também nos
    ensina é o poder
  • 13:30 - 13:33
    em ascendência dos indivíduos.
  • 13:33 - 13:39
    Estas novas tecnologias dão aos indivíduos
    poderes simplesmente sem precedentes.
  • 13:39 - 13:44
    O banco Barings tinha existido
    durante 200 anos.
  • 13:45 - 13:48
    Tinha resistido às mais fantásticas
    mudanças tecnológicas, políticas, entre outras,
  • 13:48 - 13:50
    e um homem novo, Nick Leeson,
    como que por diversão
  • 13:50 - 13:53
    enquanto trabalhava na Bolsa,
  • 13:53 - 13:59
    conseguiu deitá-lo abaixo.
  • 13:59 - 14:00
    E a mesma coisa quase aconteceu na
    Société Générale com Jérôme Kerviel,
  • 14:00 - 14:03
    JP Morgan, UBS, e muitos outros.
  • 14:03 - 14:06
    Vemos que estes indivíduos têm agora
    poder de novas maneiras.
  • 14:06 - 14:10
    E claro, indivíduos podem também,
    ter poder de novas maneiras.
  • 14:10 - 14:15
    E claro, indivíduos podem também,
    de novas maneiras, desenvolver biopatogenos
  • 14:15 - 14:19
    usando o ADN sequenciado, que está a baixar
    exponencialmente no preço,
  • 14:19 - 14:22
    um único indivíduo pode agora
    construir algo,
  • 14:22 - 14:24
    usando a tecnologia como um drone
    para o distribuir
  • 14:25 - 14:29
    e matar talvez, dezenas, senão centenas,
    de milhões de pessoas.
  • 14:29 - 14:34
    Esta nova capacidade, este novo poder
    dos indivíduos mudou
  • 14:34 - 14:39
    e os Estados Nação estão a tornar-se menos
    e menos poderosos
  • 14:39 - 14:41
    relativamente ao poder dos indivíduos.
  • 14:41 - 14:44
    E existem sete biliões de nós,
    que serão nove
  • 14:44 - 14:46
    nos próximos 35 anos.
  • 14:47 - 14:50
    Dentro do ciber-espaço, nós vemos isto
    dramaticamente,
  • 14:50 - 14:53
    como grupos pequenos podem causar
    mutilação,
  • 14:53 - 14:55
    roubar todos os nossos registos,
    abrir as nossas contas bancárias,
  • 14:55 - 14:57
    eles abrirão as nossas portas da frente,
  • 14:57 - 15:01
    controlarão as nossas comunicações
    veículo-a-veículo, etc.
  • 15:01 - 15:07
    Compreendendo como construímos sistemas
    que nos libertam,
  • 15:08 - 15:13
    mas que não nos escravizam ou vulnerabilizam,
    é a questão central.
  • 15:14 - 15:18
    Conseguimos criar sistemas interdependentes
    onde estamos no controlo,
  • 15:18 - 15:19
    e o que é que isso significa?
  • 15:20 - 15:23
    E que agora o processo da educação requer
    um novo entendimento
  • 15:23 - 15:26
    de responsabilidade.
  • 15:26 - 15:29
    Como estas tecnologias se impregnam
    nos nossos corpos,
  • 15:29 - 15:31
    e em tudo o que fazemos,
  • 15:31 - 15:32
    torna-se mais e mais importante.
  • 15:32 - 15:35
    Confiança, integridade, bom-senso,
  • 15:36 - 15:39
    estas velhas coisas tornam-se
    mais e mais importantes.
  • 15:40 - 15:45
    A crise financeira foi caracterizada por
    um número de coisas remarcáveis.
  • 15:47 - 15:52
    Acima de 250,000 pessoas extremamente
    bem pagas nos bancos centrais do Mundo
  • 15:53 - 15:58
    no IMF e outras instituições
    com grandes bases de dados
  • 15:59 - 16:00
    não vêm o que está para acontecer.
  • 16:01 - 16:04
    Demasiados dados, integridade a menos.
  • 16:05 - 16:07
    E conforme as máquinas começam a tomar
    os nossos trabalhos
  • 16:07 - 16:09
    -- e um dos meus grupos na escola
    Oxford Martin disse que 47% dos trabalhos
  • 16:09 - 16:12
    nos EUA
  • 16:12 - 16:15
    vão ser perdidos para a inteligência
    artificial nos próximos 20 anos--
  • 16:15 - 16:20
    as pessoas vão ver cada vez mais
    a inteligência artificial como uma ameaça
  • 16:20 - 16:23
    não apenas às suas contas bancárias
    e outros sistemas,
  • 16:23 - 16:26
    mas aos seus trabalhos e carreiras.
  • 16:26 - 16:31
    Assim sendo, como criamos sistemas
    educativos que não são vulneráveis
  • 16:31 - 16:33
    à automação que toma os
    nossos trabalhos?
  • 16:33 - 16:37
    E a resposta é, nós precisamos de fazer
    coisas que não sejam automatizáveis.
  • 16:37 - 16:38
    O que é que isso significa?
  • 16:38 - 16:45
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  • 28:23 - 28:29
Title:
OEB 2015- Plenário de Abertura- Ian Goldin
Description:

Ian-Goldin- Professor de Globalização e Desenvolvimento e Director da Escola Oxford Martin na Universidade de Oxford- Inglaterra

A sessão de abertura Plenária do OEB 2015 olhou para os desafios da modernidades e identificar como pessoas, organizações, instituições e sociedades podem fazer tecnologia e conhecimento trabalhar em conjunto para acelarar o ritmo para uma nova idade de oportunidades.

Mais informações: http://bit.ly/1lugQWX

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English
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