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Qual será a aparência dos humanos em 100 anos?

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    Eis uma pergunta importante.
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    [É ético aprimorar o corpo humano?]
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    É que estamos começando a ter
    todas as ferramentas para aprimorá-lo.
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    Podemos desenvolver bactérias,
    plantas e animais
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    e estamos atingindo o ponto
    em que devemos nos perguntar:
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    é realmente ético e queremos
    aprimorar os seres humanos?
  • 0:21 - 0:23
    Enquanto pensamos nessa questão,
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    vou falar disso no contexto das próteses,
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    do passado, do presente e do futuro delas.
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    Esta é uma mão de ferro
    que pertenceu a algum conde alemão.
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    Ele adorava lutar e perdeu
    seu braço numa dessas batalhas.
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    Sem problemas, ele apenas
    fez uma armadura,
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    a colocou,
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    uma prótese perfeita.
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    Daí vem o conceito
    "governar com punho de ferro".
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    Claro, essas próteses vêm sendo
    cada vez mais úteis e modernas.
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    Com elas, é possível segurar
    ovos levemente cozidos
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    e ter todo tipo de controle,
    e enquanto pensamos nisso,
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    há pessoas maravilhosas como Hugh Herr,
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    que tem construído próteses
    absolutamente extraordinárias.
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    O fantástico Aimee Mullins irá perguntar:
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    "Que altura quero ter essa noite?"
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    Ou mesmo: "Que tipo de montanha
    eu quero escalar?"
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    Ou se alguém quer correr uma maratona,
    ou quer uma dança de salão?
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    E ao adaptarmos as próteses,
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    é interessante observar que elas
    estão indo para dentro do corpo.
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    As próteses externas agora se tornaram
    joelhos e quadris artificiais.
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    Elas também evoluíram ainda mais,
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    se tornaram não apenas úteis,
    mas essenciais de se ter.
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    Quando falamos sobre
    marca-passos como próteses,
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    falamos de algo que não é apenas:
    "Sinto falta da minha perna",
  • 1:44 - 1:46
    é algo como: "Se não tiver isso,
    eu posso morrer".
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    E nesse sentido, uma prótese
    se torna uma relação simbiótica
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    com o corpo humano.
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    Quatro das pessoas
    mais inteligentes que já conheci:
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    Ed Boyden, Hugh Herr,
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    Joe Jacobson, Bob Lander,
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    estão trabalhando
    no Center for Extreme Bionics.
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    E o interessante é que as próteses
    agora estão integradas aos ossos,
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    à pele e aos músculos.
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    E um dos outros lados do Ed
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    é que ele tem pensado
    em como conectar o cérebro
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    usando a luz ou outros mecanismos,
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    diretamente a essas próteses.
  • 2:25 - 2:26
    Se isso for possível,
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    então é possível mudar aspectos
    fundamentais da humanidade.
  • 2:30 - 2:34
    A rapidez com que se reage a algo
    depende do diâmetro de um nervo.
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    E claro, se você tem nervos
    que são externos ou próteses,
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    digamos, que com luz ou metal líquido,
  • 2:42 - 2:44
    é possível aumentar seu diâmentro
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    ou até mesmo aumentá-lo,
    teoricamente, ao ponto em que
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    enquanto você vê o disparo de uma arma,
    poderia desviar do projétil.
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    Essas são as ordens de grandeza
    das mudanças das quais falamos.
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    Este é o quarto nível de próteses.
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    São os aparelhos auditivos Phonak,
  • 3:01 - 3:03
    e eles são muito interessantes
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    porque transcendem o limite
    das próteses como algo
  • 3:07 - 3:09
    para alguém que é "deficiente"
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    e elas se tornam algo
    para alguém que é "normal"
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    possa, de fato, querer tê-las.
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    O interessante nessas próteses
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    é que não apenas ajudam a ouvir,
    mas você pode focar a audição,
  • 3:21 - 3:24
    e ouvir uma conversa
    vinda de qualquer lugar.
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    Pode ter superaudição ou ouvir
    em 360 graus e ter o ruído branco,
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    pode gravar e, a propósito,
    podem até colocar um telefone nisso.
  • 3:32 - 3:35
    Assim, ela tem as funções de audição
    e também de um telefone.
  • 3:36 - 3:41
    E a partir daí, alguém pode de fato
    querer ter próteses, voluntariamente.
  • 3:42 - 3:47
    Essas milhares de pequenas
    partes conectadas estão se juntando
  • 3:47 - 3:49
    e é questão de tempo perguntarmos:
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    como queremos desenvolver os seres
    humanos em um ou dois séculos?
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    Para isso, vamos para um grande filósofo
  • 3:57 - 4:00
    que era muito inteligente,
    apesar de ser fã dos Yankees.
  • 4:00 - 4:02
    (Risos)
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    E Yogi Berra costumava dizer, claro,
    que é difícil fazer previsões,
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    especialmente sobre o futuro.
  • 4:08 - 4:09
    (Risos)
  • 4:09 - 4:12
    Então, ao invés de fazer previsões
    sobre como o futuro será,
  • 4:12 - 4:16
    vamos ver o que está acontecendo
    agora com pessoas como Tony Atala,
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    que está redesenhando
    uns 30 órgãos inusitados.
  • 4:19 - 4:23
    Talvez a prótese mais atual
    não seja algo externo, como titânio.
  • 4:23 - 4:25
    Talvez seja uma prótese
    com o seu código genético,
  • 4:26 - 4:28
    que refaça suas próprias partes do corpo,
  • 4:28 - 4:32
    porque isso é muito mais efetivo
    do que qualquer tipo de prótese.
  • 4:32 - 4:36
    Enquanto falamos disso, podemos ver
    o trabalho de Craig Venter e Ham Smith:
  • 4:36 - 4:41
    estamos tentando descobrir
    como reprogramar as células.
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    Se for possível reprogramar uma célula,
    é possível mudar as células desses órgãos.
  • 4:47 - 4:50
    Se pudermos mudar
    as células desses órgãos,
  • 4:50 - 4:54
    talvez possamos fazê-los mais resistentes
    à radiação e eles absorvam mais oxigênio,
  • 4:54 - 4:59
    tornando-os mais eficientes para filtrar
    impurezas que não se queira no corpo.
  • 4:59 - 5:03
    E nas últimas semanas, George Church
    tem estado em evidência,
  • 5:03 - 5:06
    porque está falando sobre pegar
    uma dessas células programáveis
  • 5:06 - 5:10
    e inserir todo um genoma
    humano nessa célula.
  • 5:10 - 5:14
    E uma vez que seja possível inserir
    todo um genoma humano numa célula,
  • 5:14 - 5:16
    então se começa a questionar:
  • 5:16 - 5:19
    "Queremos aprimorar algo nesse genoma?"
  • 5:21 - 5:24
    "Queremos aprimorar o corpo humano?"
  • 5:24 - 5:26
    "Como nós o aprimoraríamos?"
  • 5:26 - 5:28
    Até onde é ético aprimorar o corpo humano
  • 5:28 - 5:31
    e até onde não é ético
    aprimorar o corpo humano?
  • 5:32 - 5:33
    E de repente, tudo que temos feito
  • 5:33 - 5:36
    é chegar neste tabuleiro de xadrez,
  • 5:36 - 5:40
    no qual podemos mudar a genética
    humana usando vírus
  • 5:40 - 5:42
    para atacar doenças como a AIDS,
  • 5:42 - 5:45
    ou mudar o código genético
    através de terapia de gene
  • 5:45 - 5:47
    para eliminar algumas
    doenças hereditárias,
  • 5:48 - 5:49
    ou podemos mudar o ambiente,
  • 5:49 - 5:52
    e mudar a expressão desses genes
    no epigenoma humano
  • 5:52 - 5:54
    e passar isso para as próximas gerações.
  • 5:55 - 5:58
    E de repente, não é apenas um pedaço,
  • 5:58 - 6:00
    são todos esses pequenos pedaços
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    que nos permitem ter
    pequenas porções disso,
  • 6:03 - 6:05
    até que todas as partes se juntem
  • 6:06 - 6:09
    nos levando a algo que é muito diferente.
  • 6:10 - 6:12
    E muitas pessoas têm medo
    desse tipo de coisa.
  • 6:12 - 6:15
    Parece assustador e há riscos
    envolvidos nisso.
  • 6:16 - 6:19
    Então por que afinal
    iríamos querer fazer isso?
  • 6:19 - 6:22
    Por que iríamos querer
    alterar o corpo humano
  • 6:22 - 6:24
    de forma significativa?
  • 6:25 - 6:27
    A resposta repousa em parte
  • 6:27 - 6:29
    com Lord Rees,
  • 6:29 - 6:31
    astrônomo real da Grã Bretanha.
  • 6:33 - 6:36
    E uma das suas falas favoritas
    é que o universo é 100% mau.
  • 6:36 - 6:38
    E o que isso significa?
  • 6:38 - 6:41
    Se pegarmos qualquer um dos
    seus corpos, de forma aleatória,
  • 6:41 - 6:42
    e jogarmos em qualquer lugar do universo:
  • 6:42 - 6:44
    jogue-o no espaço, você morre,
  • 6:45 - 6:48
    jogue-o no Sol ou em Mercúrio
    e você morre,
  • 6:48 - 6:51
    ou próximo de uma Supernova, você morre.
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    Mas felizmente, isso é apenas 80% efetivo.
  • 6:55 - 6:57
    Então como já disse um famoso físico,
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    existem pequenos caminhos da biologia
  • 7:02 - 7:07
    que criam ordem numa corrente de entropia.
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    Enquanto o universo dissipa energia,
  • 7:11 - 7:16
    existem turbilhões de correntes
    contrárias que criam a ordem biológica.
  • 7:16 - 7:20
    O problema com essas correntes
    é que elas tendem a desaparecer.
  • 7:20 - 7:22
    Elas mudam, se movem nos rios.
  • 7:23 - 7:25
    Por isso, quando uma corrente muda,
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    quando a Terra se transforma
    numa bola de neve, fica muito quente,
  • 7:28 - 7:31
    ou é atingida por um asteroide,
    ou temos supervulcões,
  • 7:32 - 7:33
    quando há dilatações solares,
  • 7:33 - 7:37
    quando temos potencialmente
    eventos de nível de extinção,
  • 7:37 - 7:38
    como a próxima eleição...
  • 7:38 - 7:40
    (Risos)
  • 7:41 - 7:45
    então, de repente, podemos
    ter extinções periódicas.
  • 7:45 - 7:48
    E a propósito, isso aconteceu
    cinco vezes na Terra
  • 7:48 - 7:50
    e portanto é muito plausível
  • 7:50 - 7:54
    que a espécie humana da Terra
    seja extinta algum dia.
  • 7:54 - 7:56
    Não na próxima semana,
  • 7:56 - 7:58
    não no próximo mês,
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    talvez em novembro,
    mas talvez 10 mil anos após isso.
  • 8:01 - 8:02
    (Risos)
  • 8:02 - 8:05
    Enquanto estamos pensando
    nas consequências disso,
  • 8:05 - 8:09
    se acreditamos que essas extinções
    são comuns, naturais e normais
  • 8:09 - 8:11
    e ocorrem periodicamente,
  • 8:11 - 8:13
    se torna um imperativo moral
    diversificar nossa espécie.
  • 8:15 - 8:16
    Torna-se um imperativo moral
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    porque será muito difícil viver em Marte
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    se não modificarmos
    fundamentalmente o corpo humano.
  • 8:23 - 8:24
    Certo?
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    Se partirmos de uma célula,
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    mãe e pai juntos para fazer uma célula,
  • 8:28 - 8:30
    numa cascata de 10 trilhões de células.
  • 8:30 - 8:34
    Não sabemos, se mudarmos
    substancialmente a gravidade,
  • 8:34 - 8:38
    se a mesma coisa acontecerá
    para criar nossos corpos.
  • 8:38 - 8:41
    Nós sabemos que se expusermos
    nossos corpos, como são agora,
  • 8:41 - 8:44
    a muita radiação, morreremos.
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    Então, pensando nisso,
    é preciso redesenhar as coisas
  • 8:48 - 8:49
    para poder ir a Marte.
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    Esqueçam sobre as luas
    de Netuno ou Júpiter.
  • 8:53 - 8:55
    E como diria Nikolai Kardashev,
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    pensemos sobre a vida
    numa série de camadas.
  • 8:58 - 9:00
    Então a civilização Vida Um
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    é uma civilização que começa
    a alterar a sua aparência.
  • 9:04 - 9:06
    E temos feito isso por milhares de anos.
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    Temos a cirurgia de abdominoplastia;
  • 9:10 - 9:12
    alteramos nossas aparências,
  • 9:12 - 9:16
    e dizem que nem todas essas mudanças
    são feitas por motivos médicos.
  • 9:17 - 9:19
    (Risos)
  • 9:19 - 9:20
    Parece peculiar.
  • 9:20 - 9:23
    A civilização Vida Dois é diferente.
  • 9:24 - 9:29
    Ela altera aspectos fundamentais do corpo.
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    Colocamos hormônio de crescimento
    humano e ficamos mais altos
  • 9:33 - 9:37
    ou colocamos X e uma pessoa fica
    mais gorda ou perde metabolismo
  • 9:37 - 9:38
    ou fazemos uma série de coisas,
  • 9:38 - 9:41
    mas estamos alterando funções
    de uma forma substantiva.
  • 9:41 - 9:44
    Para nos tornarmos
    uma civilização intrasolar,
  • 9:44 - 9:46
    teremos de criar a civilização Vida Três,
  • 9:48 - 9:50
    e isso parece muito diferente
    do que vimos até agora.
  • 9:51 - 9:53
    Talvez se juntem bactérias
    resistentes à radiação
  • 9:53 - 9:57
    e então as células podem se rejuntar
    após muita exposição à radiação.
  • 9:58 - 10:01
    Talvez respiremos tendo o fluxo
    de oxigênio através do sangue,
  • 10:01 - 10:03
    ao invés dos pulmões.
  • 10:04 - 10:06
    Mas estamos falando sobre
    um redesenho realmente radical
  • 10:07 - 10:11
    e uma das coisas mais interessantes
    que aconteceu na última década
  • 10:11 - 10:13
    é que se descobriu toda
    uma gama de planetas lá fora.
  • 10:13 - 10:16
    Muitos podem ser parecidos com a Terra.
  • 10:17 - 10:21
    O problema é que se quisermos
    um dia ir a esses planetas,
  • 10:21 - 10:23
    os objetos humanos mais rápidos,
  • 10:23 - 10:25
    Juno, Voyager e todas estas outras coisas,
  • 10:25 - 10:30
    demoram dezenas de milhares de anos
    para chegar ao sistema solar mais próximo.
  • 10:31 - 10:34
    Se queremos começar a explorar
    praias em algum outro lugar
  • 10:34 - 10:37
    ou ver dois pores do sol,
  • 10:38 - 10:41
    então estamos falando
    sobre algo bem diferente,
  • 10:41 - 10:44
    porque é necessário mudar
    a escala de tempo
  • 10:44 - 10:46
    e o corpo humano
  • 10:46 - 10:50
    de formas que podem ser
    absolutamente irreconhecíveis.
  • 10:50 - 10:52
    E essa é a civilização Vida Quatro.
  • 10:54 - 10:57
    Não se pode ainda começar
    a imaginar como isso pode parecer,
  • 10:57 - 10:59
    mas estamos começando a ter vislumbres
  • 10:59 - 11:02
    de instrumentos que podem
    nos levar mesmo até lá.
  • 11:03 - 11:05
    E vou dar-lhes dois exemplos.
  • 11:05 - 11:07
    Este é o maravilhoso Floyd Romesberg
  • 11:07 - 11:11
    e ele tem brincado
    com a química básica da vida.
  • 11:11 - 11:17
    Toda vida desse planeta é feita de ATCGs,
    as quarto letras do DNA.
  • 11:17 - 11:21
    Toda bactéria, planta, animal,
    humano, as vacas e tudo mais.
  • 11:22 - 11:27
    O Floyd mudou dois dos nossos pares base,
  • 11:27 - 11:28
    então é um ATXY.
  • 11:30 - 11:35
    E isso quer dizer que agora temos
    um sistema paralelo para fazer vida,
  • 11:35 - 11:40
    para fazer bebês, reproduzir, evoluir,
  • 11:40 - 11:42
    que não se enquadra
    com muitas coisas da Terra
  • 11:42 - 11:45
    ou de fato, talvez com nada na Terra.
  • 11:45 - 11:50
    Talvez façamos plantas imunes
    à toda bactéria ou a qualquer vírus.
  • 11:50 - 11:51
    Por que isso é tão interessante?
  • 11:52 - 11:55
    Significa que não somos a única solução,
  • 11:55 - 11:59
    e que podemos criar outras
    alternativas químicas a nós,
  • 11:59 - 12:04
    que poderiam ser químicas adaptáveis
    a muitos planetas diferentes
  • 12:04 - 12:07
    que poderiam criar vida e hereditariedade.
  • 12:08 - 12:10
    O segundo experimento,
  • 12:10 - 12:13
    ou a outra implicação desse experimento,
  • 12:13 - 12:18
    é que todos nós, toda vida
    é baseada em 20 aminoácidos.
  • 12:18 - 12:20
    Se não substituímos dois aminoácidos,
  • 12:20 - 12:26
    se você não diz ATXY, se diz ATCG + XY,
  • 12:26 - 12:28
    passa de uma construção de 20 blocos,
  • 12:28 - 12:30
    para uma de 172,
  • 12:30 - 12:33
    e de repente você tem
    172 blocos de aminoácidos
  • 12:33 - 12:35
    para construir vida de vários
    diferentes formatos.
  • 12:37 - 12:41
    O segundo experimento para pensar
    é um experimento muito estranho
  • 12:41 - 12:43
    que está ocorrendo na China.
  • 12:44 - 12:48
    Uma pessoa tem transplantado
    centenas de cabeças de ratos.
  • 12:49 - 12:50
    Certo?
  • 12:50 - 12:53
    Por que é um experimento interessante?
  • 12:53 - 12:56
    Pensem nos primeiros
    transplantes de coração.
  • 12:56 - 13:00
    Costumava-se trazer
    a esposa ou a filha do doador,
  • 13:01 - 13:05
    então o receptor poderia
    responder aos médicos às perguntas:
  • 13:05 - 13:09
    "Você reconhece essa pessoa?
    Você a ama? Sente algo por ela?"
  • 13:09 - 13:11
    Nós rimos disso hoje.
  • 13:12 - 13:14
    Rimos por sabermos
    que o coração é um músculo,
  • 13:14 - 13:17
    mas por séculos nós ouvimos:
  • 13:17 - 13:20
    "Dei a ela meu coração.
    Ela destruiu meu coração".
  • 13:20 - 13:22
    Pensávamos que era emoção
  • 13:22 - 13:26
    e que talvez as emoções fossem
    transplantadas com o coração. Não.
  • 13:26 - 13:28
    E o que falar do cérebro?
  • 13:29 - 13:31
    Dois possíveis resultados
    desse experimento.
  • 13:32 - 13:34
    Se você pegar um rato
  • 13:34 - 13:36
    que é funcional
  • 13:36 - 13:37
    então poderá ver:
  • 13:38 - 13:40
    o novo cérebro é um quadro em branco?
  • 13:41 - 13:44
    E pessoal, isso tem implicações.
  • 13:45 - 13:46
    Segunda opção:
  • 13:47 - 13:49
    o novo rato reconhece Minnie Mouse.
  • 13:50 - 13:52
    O novo rato se lembra do que ele temia,
  • 13:52 - 13:56
    de como andar pelo labirinto,
    e se isso for verdade,
  • 13:56 - 13:59
    então podemos transplantar
    memória e consciência.
  • 14:01 - 14:03
    A questão realmente interessante é:
  • 14:04 - 14:05
    se for possível transplantar isso,
  • 14:05 - 14:09
    o único mecanismo de entrada
    e saída é este corpo?
  • 14:09 - 14:12
    Ou poderíamos transplantar
    essa consciência para outra coisa
  • 14:12 - 14:14
    que fosse muito diferente,
  • 14:14 - 14:17
    que resistiria no espaço,
    poderia sobreviver por séculos,
  • 14:17 - 14:20
    que seria um corpo totalmente redesenhado
  • 14:20 - 14:24
    e poderia manter a consciência
    por um longo período de tempo?
  • 14:26 - 14:28
    Voltemos à primeira questão:
  • 14:29 - 14:31
    porque iríamos querer fazer isso?
  • 14:32 - 14:34
    Eu lhes direi o porquê.
  • 14:34 - 14:36
    Porque essa é a mais moderna selfie.
  • 14:36 - 14:38
    (Risos)
  • 14:38 - 14:42
    Essa foto foi tirada
    a 6 bilhões de milhas de distância
  • 14:42 - 14:43
    e ali está a Terra.
  • 14:45 - 14:46
    E somos todos nós.
  • 14:47 - 14:51
    E se essa pequena coisa acabar,
    toda a humanidade acaba também.
  • 14:52 - 14:55
    E você quer alterar o corpo humano
  • 14:55 - 14:57
    porque você finalmente
    quer uma foto que diga,
  • 14:57 - 14:59
    somos nós, e esses somos nós,
  • 14:59 - 15:01
    e esses somos nós,
  • 15:01 - 15:05
    porque é como a humanidade
    sobrevive a extinção de longo prazo.
  • 15:05 - 15:08
    E é por isso que, de fato,
  • 15:08 - 15:12
    é antiético não aprimorar o corpo humano,
  • 15:12 - 15:15
    mesmo que isso possa
    ser assustador e desafiador,
  • 15:15 - 15:19
    mas é isso que nos permitirá
    explorar, viver e chegar
  • 15:19 - 15:22
    a lugares que nem mesmo
    sonhamos hoje,
  • 15:22 - 15:25
    mas nos quais os filhos de nossos
    tataranetos poderão chegar algum dia.
  • 15:26 - 15:27
    Muito obrigado.
  • 15:27 - 15:29
    (Aplausos)
Title:
Qual será a aparência dos humanos em 100 anos?
Speaker:
Juan Enriquez
Description:

Podemos desenvolver bactérias, plantas e animais -- o futurista Juan Enriquez pergunta: é ético aprimorar o corpo humano? Numa conversa visionária que vai das próteses medievais aos dias da neuroengenharia atuais e ciência do DNA artificial, Enriquez classifica a ética associada à evolução humana e imagina as maneiras que teremos para transformar nossos próprios corpos se tivermos esperança de explorar e viver em outros lugares que não na Terra.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
15:45

Portuguese, Brazilian subtitles

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