A matemática das ilusões de ótica dos pavimentos das ruas — Fumiko Futamura
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0:08 - 0:10Se formos a passar por uma rua
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0:10 - 0:13e depararmos com uma imagem
estranhamente esticada, como esta, -
0:13 - 0:17vamos ter a oportunidade
de ver uma coisa espantosa, -
0:17 - 0:20mas só se nos colocarmos
exatamente no ponto certo. -
0:21 - 0:25Isso acontece porque estas obras
usam uma técnica chamada anamorfose. -
0:25 - 0:29A anamorfose é um caso especial
de arte em perspetiva, -
0:29 - 0:32em que os artistas representam
imagens realistas tridimensionais -
0:32 - 0:34em superfícies bidimensionais.
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0:34 - 0:36Embora hoje seja vulgar,
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0:36 - 0:40este tipo de desenho em perspetiva
só existe desde o Renascimento italiano. -
0:40 - 0:43A arte antiga mostrava quase sempre
todas as figuras no mesmo plano, -
0:43 - 0:47variando em tamanho
segundo a importância simbólica. -
0:47 - 0:49Os artistas clássicos gregos e romanos,
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0:49 - 0:52perceberam que podiam fazer os objetos
parecer mais distantes -
0:52 - 0:54desenhando-os mais pequenos,
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0:54 - 0:56mas muitas das primeiras
tentativas de perspetiva -
0:56 - 0:58eram inconsistentes ou incorretas.
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0:59 - 1:01Em Florença, no século XV,
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1:01 - 1:03os artistas perceberam
que a ilusão da perspetiva -
1:03 - 1:06podia ser conseguida com um grau
mais alto de sofisticação -
1:06 - 1:09aplicando princípios matemáticos.
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1:09 - 1:13Em 1485, Leonardo da Vinci
manipulou a matemática -
1:13 - 1:16para criar o primeiro desenho
anamórfico conhecido. -
1:18 - 1:21Mais tarde, vários outros artistas,
agarraram na técnica -
1:21 - 1:24incluindo Hans Holbein
em "Os Embaixadores". -
1:26 - 1:29Esta pintura apresenta uma forma distorcida
que se transforma numa caveira -
1:29 - 1:32à medida que o espetador
se aproxima deste lado. -
1:32 - 1:36Para perceber como os artistas
conseguem este efeito, -
1:36 - 1:40primeiro temos de perceber como funcionam,
em geral, os desenhos em perspetiva. -
1:40 - 1:42Imaginem estar a olhar por uma janela.
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1:42 - 1:44A luz reflete-se dos objetos
para os nossos olhos, -
1:44 - 1:47atravessando a janela, pelo caminho.
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1:47 - 1:51Imaginem agora que podíamos pintar
a imagem que vemos diretamente pela janela -
1:51 - 1:55mantendo-nos imóveis
e só com um olho aberto. -
1:56 - 1:59O resultado seria quase o mesmo
da primeira visão -
1:59 - 2:03porque o cérebro acrescenta
a profundidade à imagem 2D, -
2:03 - 2:05mas apenas a partir desde esse local.
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2:05 - 2:07Se nos afastarmos
um pouquinho para o lado, -
2:07 - 2:10o desenho perde o efeito
de três dimensões. -
2:10 - 2:13Os artistas percebem
que um desenho em perspetiva -
2:13 - 2:16é apenas uma projeção
num plano de duas dimensões. -
2:16 - 2:20Isso permite-lhes usar a matemática
para propor regras básicas de perspetiva -
2:20 - 2:23que lhes permitem desenhar
sem uma janela. -
2:24 - 2:26Uma regra é que linhas paralelas,
como estas, -
2:27 - 2:31só podem ser traçadas paralelas
se forem paralelas ao plano da tela. -
2:33 - 2:37Caso contrário, precisam de ser traçadas
convergindo num ponto comum, -
2:37 - 2:39conhecido por ponto de fuga.
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2:40 - 2:42Este é um desenho padrão
em perspetiva. -
2:43 - 2:46Com um desenho anamórfico
como "Os Embaixadores", -
2:46 - 2:50se olharmos de frente para a tela,
a imagem parece esticada e distorcida, -
2:50 - 2:54mas se pusermos os olhos
no ponto certo, de um lado, -
2:54 - 2:57a caveira materializa-se.
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2:57 - 2:59Voltando à analogia da janela,
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2:59 - 3:03é como se o artista pintasse
através duma janela inclinada -
3:03 - 3:05em vez de uma janela direita,
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3:05 - 3:06embora não fosse assim
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3:06 - 3:09que os artistas renascentistas
criavam desenhos anamórficos. -
3:09 - 3:12Normalmente, desenhavam
uma imagem normal numa superfície, -
3:12 - 3:15depois usavam uma luz,
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3:15 - 3:16uma grelha,
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3:16 - 3:19ou mesmo fios para projetá-la
numa tela num ângulo inclinado. -
3:20 - 3:24Digamos que queremos fazer
um desenho anamórfico no chão. -
3:24 - 3:26Neste caso, queremos criar a ilusão
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3:26 - 3:30de que acrescentámos uma imagem 3D,
sem emendas, a outra existente. -
3:30 - 3:33Podemos começar por pôr
uma janela em frente da rua -
3:33 - 3:36e desenhar o que queremos
acrescentar na janela. -
3:36 - 3:39Tem que estar na mesma perspetiva
que o resto da emenda -
3:39 - 3:43o que pode exigir o uso
dessas regras básicas de perspetiva. -
3:43 - 3:45Depois de terminado o desenho,
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3:45 - 3:47usamos um projetor
colocado onde estava o nosso olho -
3:47 - 3:50para projetar o desenho na rua,
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3:50 - 3:52e depois marcá-lo com giz.
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3:52 - 3:54O desenho na rua
e o desenho na janela -
3:54 - 3:57serão quase iguais desse ponto de vista
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3:58 - 4:00por isso o cérebro do espetador
será enganado -
4:00 - 4:04e pensará que o desenho no chão
é tridimensional. -
4:04 - 4:08Mas não temos que projetar numa superfície
plana para criar esta ilusão. -
4:08 - 4:10Podemos projetar em várias superficies
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4:10 - 4:14ou juntar uma miscelânea de objetos
que, do ponto de vista correto, -
4:14 - 4:17pareça ser outra coisa
totalmente diferente. -
4:18 - 4:21Por todo o planeta,
encontramos superfícies sólidas -
4:21 - 4:24que nos dão visões estranhas,
maravilhosas ou aterradoras. -
4:25 - 4:28Do pavimento da rua
para o ecrã do computador -
4:28 - 4:31estas são apenas algumas das formas
que a matemática e a perspetiva -
4:31 - 4:34podem abrir mundos totalmente novos.
- Title:
- A matemática das ilusões de ótica dos pavimentos das ruas — Fumiko Futamura
- Description:
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Vejam a lição completa em: http://ed.ted.com/lessons/the-mathematics-of-sidewalk-illusions-fumiko-futamura
Já se depararam com uma imagem estranhamente esticada desenhada na rua, para depois descobrir que ela tem um realismo notável quando nos colocamos exatamente no ponto certo? Estas ilusões de ótica nos pavimentos das ruas usam uma técnica chamada anamorfose — um caso especial de arte em perspetiva em que os artistas representam imagens em 3D em superfícies de 2D. Como é que se faz isto? Fumiko Futamura fala-nos da história e da matemática da perspetiva.
Lição de Fumiko Futamura, animação de TED-Ed.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TED-Ed
- Duration:
- 04:55
Margarida Ferreira approved Portuguese subtitles for The mathematics of sidewalk illusions - Fumiko Futamura | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for The mathematics of sidewalk illusions - Fumiko Futamura | ||
Isabel Vaz Belchior accepted Portuguese subtitles for The mathematics of sidewalk illusions - Fumiko Futamura | ||
Isabel Vaz Belchior edited Portuguese subtitles for The mathematics of sidewalk illusions - Fumiko Futamura | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for The mathematics of sidewalk illusions - Fumiko Futamura | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for The mathematics of sidewalk illusions - Fumiko Futamura | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for The mathematics of sidewalk illusions - Fumiko Futamura | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for The mathematics of sidewalk illusions - Fumiko Futamura |