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Façam "design" para pessoas, não para prémios

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    Eu tenho uma grande ideia que vai mudar o mundo.
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    É fantástica, vai dar-vos a volta à cabeça.
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    É o meu bebé lindo.
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    É assim, toda a gente adora um bebé lindo.
  • 0:09 - 0:11
    Quer dizer, eu era um bebé lindo.
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    Aqui estou eu e o meu pai, alguns dias depois de eu ter nascido.
  • 0:13 - 0:15
    Então, no mundo do design de produtos,
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    o bebé lindo é como o carro conceitual.
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    É a grande atração.
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    Vocês olham e dizem: "Oh meu Deus! Eu compraria um sem pensar!".
  • 0:22 - 0:25
    Então, por que é que os carros novos deste ano
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    se parecem exatamente com os "carros novos" do ano passado?
  • 0:28 - 0:30
    (Risos)
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    O que aconteceu de errado entre o estúdio de design e a fábrica?
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    Hoje eu não quero falar sobre bebés lindos,
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    eu quero falar sobre a adolescência embaraçosa do design --
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    aqueles anos estúpidos da adolescência
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    em que estamos a tentar descobrir como funciona o mundo.
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    Vou começar com um exemplo de um trabalho que fizemos, ligado à saúde de recém-nascidos.
  • 0:50 - 0:52
    Então, aqui está um problema:
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    quatro milhões de bebés em todo o mundo,
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    a maioria em países em desenvolvimento,
  • 0:56 - 0:58
    morrem todos os anos antes do primeiro aniversário,
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    até mesmo antes de completar um mês de vida.
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    Acontece que metade dessas crianças ou cerca de
    1 800 000 recém-nascidos em todo o mundo,
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    sobreviveriam, se pudessem apenas mantê-los aquecidos
  • 1:06 - 1:10
    nos primeiros três dias, talvez na primeira semana.
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    Esta é uma unidade de cuidados intensivos neonatais
    (UCIN) em Katmandu, no Nepal.
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    Todas estas crianças nos cobertores deviam estar
    em incubadoras --
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    algo assim. Isto é uma incubadora doada,
    da marca japonesa Atom
  • 1:21 - 1:23
    que nós descobrimos numa UCIN em Katmandu.
  • 1:23 - 1:25
    Isto é o que nós queremos.
  • 1:25 - 1:28
    Provavelmente o que aconteceu foi que um hospital
    no Japão renovou os equipamentos
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    e doou o material antigo para o Nepal.
  • 1:32 - 1:35
    O problema é que sem técnicos, sem peças
    de reposição,
  • 1:35 - 1:39
    doações como esta tornam-se sucata rapidamente.
  • 1:39 - 1:42
    Por isso, isto parecia um problema em relação
    ao qual poderíamos fazer algo.
  • 1:42 - 1:44
    Manter um bebé quente por uma semana,
  • 1:44 - 1:46
    não é ciência de ponta.
  • 1:46 - 1:48
    Então começámos.
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    Fizemos parceria com uma instituição líder em
    investigação médica, aqui em Boston.
  • 1:51 - 1:55
    Conduzimos meses de investigação no estrangeiro,
  • 1:55 - 1:58
    tentando pensar como designers, um projeto
    centrado no ser humano.
  • 1:58 - 2:01
    Vamos descobrir o que as pessoas querem.
  • 2:01 - 2:03
    "Matámos" milhares de notas Post-it.
  • 2:03 - 2:05
    Fizemos dúzias de protótipos até chegar a isto.
  • 2:05 - 2:09
    Esta é a Incubadora Infantil NeoNurture,
  • 2:09 - 2:13
    e existe nela muita inteligência incorporada.
    E nós sentimo-nos ótimos.
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    A ideia aqui é, ao contrário do carro conceitual,
  • 2:15 - 2:17
    nós queremos unir algo bonito
  • 2:17 - 2:19
    a algo que realmente funcione.
  • 2:19 - 2:21
    E a nossa ideia é que este design
  • 2:21 - 2:25
    inspire fabricantes e outras pessoas influentes
  • 2:25 - 2:28
    a aceitar este modelo e a trabalhar nele.
  • 2:28 - 2:31
    A má notícia:
  • 2:31 - 2:35
    O único bebé alguma vez posto, efetivamente,
    na Incubadora NeoNurture
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    foi esta criança, usada durante a sessão fotográfica,
    para a revista Time.
  • 2:38 - 2:41
    O reconhecimento é fantástico.
  • 2:41 - 2:44
    Queríamos que o design fosse divulgado para que
    as pessoas o vissem.
  • 2:44 - 2:45
    Ganhou muitos prémios.
  • 2:45 - 2:47
    Mas dava a sensação de prémio de consolação.
  • 2:47 - 2:54
    Nós queríamos fazer coisas bonitas que
    vão fazer do mundo um lugar melhor
  • 2:54 - 2:57
    e eu não acho que esta criança tenha ficado
    o tempo suficiente para se aquecer.
  • 2:57 - 3:00
    Assim, parece que o design de inspiração
  • 3:00 - 3:03
    na verdade não...
  • 3:03 - 3:06
    ...acho que o que eu quero dizer é que, para nós,
    para o que eu quero fazer,
  • 3:06 - 3:10
    ou é demasiado lento ou simplesmente
    não funciona, é ineficaz.
  • 3:10 - 3:13
    Eu quero mesmo projetar para obter resultados.
  • 3:13 - 3:14
    Eu não quero criar coisas bonitas.
  • 3:14 - 3:16
    Quero fazer do mundo um lugar melhor.
  • 3:16 - 3:19
    Então, quando nós estávamos a desenhar
    o NeoNurture,
  • 3:19 - 3:21
    nós prestámos muita atenção às pessoas
    que usariam este equipamento --
  • 3:21 - 3:24
    por exemplo: famílias pobres, médicos rurais,
  • 3:24 - 3:28
    enfermeiras sobrecarregadas e até mesmo
    a assistência técnica.
  • 3:28 - 3:30
    Nós pensávamos que tínhamos coberto tudo,
    feito tudo de maneira correta.
  • 3:30 - 3:33
    Bem, acontece que existe uma constelação
    inteira de pessoas
  • 3:33 - 3:36
    que tem de estar envolvida num produto para
    que este tenha sucesso:
  • 3:36 - 3:39
    produção, financiamento, distribuição,
    regulamentação.
  • 3:39 - 3:44
    Michael Free do PATH diz que se tem que descobrir
    quem irá "escolher, usar e pagar as despesas"
  • 3:44 - 3:46
    de um produto assim.
  • 3:46 - 3:48
    E eu tenho que fazer a pergunta...
  • 3:48 - 3:51
    O capital de risco pergunta sempre: "Cavalheiro,
    qual é o seu produto e quem é o cliente?"
  • 3:51 - 3:54
    Quem é o nosso cliente? Bem, aqui está um exemplo.
  • 3:54 - 3:57
    Este é um diretor do hospital do Bangladeche,
    do lado de fora das instalações.
  • 3:57 - 4:00
    Acontece que ele não compra nenhum
    dos seus equipamentos.
  • 4:00 - 4:03
    Essas decisões são tomadas pelo
    Ministério da Saúde
  • 4:03 - 4:05
    ou por doadores estrangeiros
  • 4:05 - 4:06
    e os aparelhos apenas aparecem.
  • 4:06 - 4:09
    De forma semelhante, aqui está um fabricante
    multinacional de equipamento médico.
  • 4:09 - 4:12
    Acontece que eles têm de pescar onde o peixe está.
  • 4:12 - 4:16
    Então, acontece que nos mercados emergentes,
    onde os peixes estão,
  • 4:16 - 4:19
    está a classe média emergente desses países --
  • 4:19 - 4:22
    doenças de riqueza: doenças do coração,
    infertilidade.
  • 4:22 - 4:27
    Parece que realizar um projeto a pensar
    nos resultados, de certa forma,
  • 4:27 - 4:30
    significa mesmo pensar em design para
    a produção e distribuição.
  • 4:30 - 4:32
    Ok, essa foi uma lição importante.
  • 4:32 - 4:37
    Segundo: nós aprendemos essa lição e tentámos
    aplicá-la no nosso próximo projeto.
  • 4:37 - 4:40
    Então, começámos por encontrar um fabricante,
  • 4:40 - 4:41
    uma organização chamada MTTS, no Vietname,
  • 4:41 - 4:45
    que fabrica tecnologias de cuidados neonatais
    para o Sudeste Asiático.
  • 4:45 - 4:47
    O nosso outro parceiro é a "East Meets West".
  • 4:47 - 4:50
    É uma fundação americana que distribui
    essa tecnologia
  • 4:50 - 4:53
    para hospitais pobres nas redondezas dessa região.
  • 4:53 - 4:55
    Então, começámos a perguntar-lhes:
    "Bem, o que é que vocês querem?
  • 4:55 - 4:57
    Qual é o problema que vocês querem resolver?"
  • 4:57 - 4:59
    E eles disseram: "Bem, vamos trabalhar em
    icterícia neonatal".
  • 4:59 - 5:03
    Este é mais um daqueles problemas globais
    de quebra-cabeças.
  • 5:03 - 5:07
    A icterícia afeta dois terços dos recém-nascidos
    em todo o mundo.
  • 5:07 - 5:12
    Desses recém-nascidos, aproximadamente
    um em cada dez,
  • 5:12 - 5:14
    se não for tratado, a icterícia torna-se tão grave
  • 5:14 - 5:17
    que leva a uma deficiência definitiva para toda a vida,
  • 5:17 - 5:19
    ou até mesmo à morte das crianças.
  • 5:19 - 5:22
    Há uma maneira de tratar a icterícia
  • 5:22 - 5:24
    e é chamada de "exsanguíneo-transfusão".
  • 5:24 - 5:27
    Então, como podem imaginar, isso é caro
    e um pouco perigoso.
  • 5:27 - 5:30
    Há uma outra cura.
  • 5:30 - 5:35
    É muito tecnológica, muito complexa,
    um pouco assustadora.
  • 5:35 - 5:38
    Têm que incidir uma luz azul na criança --
  • 5:38 - 5:42
    uma brilhante luz azul em toda a superfície
    de pele possível.
  • 5:42 - 5:45
    Por que é isto um problema sério?
  • 5:45 - 5:48
    Então, eu fui ao MIT.
  • 5:48 - 5:51
    Ok, nós vamos descobrir porquê. (Risos)
  • 5:51 - 5:54
    Então, aqui está um exemplo. Este é um
    dispositivo suspenso de fototerapia
  • 5:54 - 5:57
    desenhado para hospitais americanos.
  • 5:57 - 6:00
    E aqui está como é suposto que seja usado.
  • 6:00 - 6:03
    Fica sobre o bebé, iluminando um único doente.
  • 6:03 - 6:05
    Tirem-no de um hospital americano,
  • 6:05 - 6:07
    enviem-no para uma instalação lotada na Ásia,
  • 6:07 - 6:09
    aqui está como ele é realmente usado.
  • 6:09 - 6:12
    A eficácia da fototerapia ocorre em função
    da intensidade da luz.
  • 6:12 - 6:15
    Então, estes quadrados azuis-escuros mostram
    onde a fototerapia é eficaz.
  • 6:15 - 6:18
    Aqui está como se parece em condições
    de utilização real.
  • 6:18 - 6:19
    Então, estas crianças nas bordas
  • 6:19 - 6:22
    não estão, de facto, a receber fototerapia eficaz.
  • 6:22 - 6:25
    Mas, sem treino, sem algum tipo de medição de luz,
  • 6:25 - 6:27
    como saberão?
  • 6:27 - 6:29
    Vemos outros exemplos de problemas assim.
  • 6:29 - 6:30
    Aqui está uma unidade neonatal
    de cuidados intensivos
  • 6:30 - 6:33
    onde as mães vêm visitar os seus bebés.
  • 6:33 - 6:35
    E lembrem-se que a mãe talvez tenha passado
    por uma cesariana,
  • 6:35 - 6:37
    uma experiência que a deixa meio abatida.
  • 6:37 - 6:39
    A mãe está a visitar o filho.
  • 6:39 - 6:42
    Ela vê o bebé nu, deitado sob luzes azuis,
  • 6:42 - 6:44
    parecendo um tanto vulnerável.
  • 6:44 - 6:47
    Não é incomum para a mãe colocar um cobertor
    sobre o bebé.
  • 6:47 - 6:51
    Do ponto de vista da fototerapia, talvez não seja
    o melhor comportamento.
  • 6:51 - 6:54
    Na verdade, isso parece um pouco estúpido.
  • 6:54 - 6:56
    Exceto, o que aprendemos
  • 6:56 - 7:00
    é que não há utilizadores estúpidos - é mesmo
    o que nós aprendemos.
  • 7:00 - 7:02
    Há apenas produtos estúpidos.
  • 7:02 - 7:03
    Temos que pensar como existencialistas.
  • 7:03 - 7:05
    Não é o quadro que teríamos pintado,
  • 7:05 - 7:07
    é o quadro que pintámos na realidade.
  • 7:07 - 7:10
    É o uso -- desenhado para o uso real.
  • 7:10 - 7:11
    Como é que as pessoas vão usar isto, na realidade?
  • 7:11 - 7:16
    De forma semelhante, quando pensamos
    no nosso parceiro MTTS,
  • 7:16 - 7:19
    eles desenvolveram algumas tecnologias
    surpreendentes para o tratamento de doenças
    de recém-nascidos.
  • 7:19 - 7:21
    Aqui está um aquecedor e um CPAP.
  • 7:21 - 7:24
    Não são caros, são mesmo robustos.
  • 7:24 - 7:27
    No Vietname, 50 mil crianças foram tratadas
    com esta tecnologia.
  • 7:27 - 7:28
    Mas aqui está o problema:
  • 7:28 - 7:30
    Cada médico no mundo, cada administrador
    de hospital,
  • 7:30 - 7:35
    todos viram televisão -- malditas repetições de "E.R.". ["Serviço de Urgência" -- série norte-americana.]
  • 7:35 - 7:40
    Afinal, todos eles sabem como é suposto
    parecer um equipamento médico.
  • 7:40 - 7:43
    Eles querem o Buck Rogers, não querem eficiência.
  • 7:43 - 7:46
    Parece louco, parece estúpido,
  • 7:46 - 7:48
    mas, na verdade, existem hospitais
    que preferem não ter equipamentos
  • 7:48 - 7:51
    do que ter algo que parece barato e sujo.
  • 7:51 - 7:54
    Novamente, se quisermos que as pessoas
    confiem num equipamento,
  • 7:54 - 7:56
    este tem que parecer confiável.
  • 7:56 - 7:57
    Então, se pensarmos em resultados,
  • 7:57 - 8:00
    afinal a aparência importa.
  • 8:00 - 8:02
    Juntámos então toda aquela informação.
  • 8:02 - 8:04
    Tentámos, desta vez, fazer da forma certa.
  • 8:04 - 8:06
    E aqui está o que desenvolvemos.
  • 8:06 - 8:08
    Este é o aparelho de fototerapia Firefly [pirilampo],
  • 8:08 - 8:11
    só que, desta vez, não parámos no carro conceitual.
  • 8:11 - 8:15
    Desde o início, começámos a falar com
    os fabricantes.
  • 8:15 - 8:18
    O nosso objetivo é criar um produto
    de última geração
  • 8:18 - 8:20
    que o nosso parceiro MTTS possa mesmo fabricar.
  • 8:20 - 8:24
    O nosso objetivo é estudar como eles trabalham,
    os recursos aos quais têm acesso
  • 8:24 - 8:27
    para que eles possam construir este produto.
  • 8:27 - 8:30
    É este o design em questão para a produção.
  • 8:30 - 8:31
    Quando pensamos sobre o uso real,
  • 8:31 - 8:34
    percebe-se que o Firefly tem um único berço.
  • 8:34 - 8:36
    Apenas cabe um bebé.
  • 8:36 - 8:40
    E a ideia aqui é óbvia: como devemos usar
    este aparelho.
  • 8:40 - 8:42
    Se tentarmos colocar mais de uma criança,
  • 8:42 - 8:43
    vamos empilhá-las umas em cima das outras.
  • 8:43 - 8:44
    (Risos)
  • 8:44 - 8:49
    Então, a ideia aqui é o que dizemos, queremos
    tornar difícil usá-lo da maneira errada.
  • 8:49 - 8:51
    Noutras palavras: queremos fazer
    a maneira certa de usá-lo
  • 8:51 - 8:53
    a mais fácil de o utilizar.
  • 8:53 - 8:56
    Outro exemplo: novamente, uma mãe pateta.
  • 8:56 - 8:59
    A mãe pateta acha que o bebé está com frio,
    quer colocar um cobertor por cima dele.
  • 8:59 - 9:02
    Bem, por isso é que temos luzes em cima
    e por baixo do bebé, na Firefly.
  • 9:02 - 9:04
    Se a mãe colocar um cobertor sobre o bebé,
  • 9:04 - 9:07
    ele ainda estará a receber fototerapia eficaz, por baixo.
  • 9:07 - 9:09
    Última história:
  • 9:09 - 9:11
    Eu tenho um amigo na Índia que me disse
  • 9:11 - 9:14
    que não se testou de verdade
    nenhuma tecnologia eletrónica
  • 9:14 - 9:17
    para ser distribuída na Ásia
  • 9:17 - 9:19
    até que se tenha treinado uma barata a subir
  • 9:19 - 9:21
    e fazer chichi em cada componente no interior.
  • 9:21 - 9:23
    (Risos)
  • 9:23 - 9:25
    Vocês acham piada.
  • 9:25 - 9:27
    No Peace Corps (Corpo da Paz), eu tinha um laptop
  • 9:27 - 9:29
    e o ecrã tinha manchas de pixels mortos.
  • 9:29 - 9:31
    E um dia, eu olhei para dentro e eram todos
    formigas mortas
  • 9:31 - 9:34
    que tinham entrado para o meu laptop e morrido --
  • 9:34 - 9:35
    pobres formigas!
  • 9:35 - 9:38
    Então, com o Firefly, o que nós fizemos foi --
  • 9:38 - 9:40
    o problema é que os componentes
    eletrónicos aquecem
  • 9:40 - 9:43
    e tem que se usar aberturas ou ventiladores
    para os manter frescos --
  • 9:43 - 9:45
    na maioria dos produtos.
  • 9:45 - 9:49
    Decidimos que não podíamos colocar um sinal
    de "não entrar" nas aberturas.
  • 9:49 - 9:51
    Na verdade, livrámo-nos de todas essas coisas.
  • 9:51 - 9:53
    Então, o Firefly está totalmente selado.
  • 9:53 - 9:54
    Estas são os tipos de lições --
  • 9:54 - 9:57
    por muito que tenha sido embaraçoso
    ser um adolescente bastante pateta,
  • 9:57 - 9:59
    é muito pior ser um designer frustrado.
  • 9:59 - 10:02
    Então, pensando sobre isso, o que eu quero mesmo
    fazer é mudar o mundo.
  • 10:02 - 10:05
    Eu tenho que prestar atenção à produção
    e à distribuição.
  • 10:05 - 10:08
    Tenho que prestar atenção em como é que as
    pessoas irão, de facto, usar o aparelho.
  • 10:08 - 10:13
    Tenho mesmo que prestar atenção. Mesmo, não há
    desculpas para o fracasso.
  • 10:13 - 10:14
    Eu tenho que pensar como um existencialista.
  • 10:14 - 10:16
    Tenho que aceitar que não existem
    utilizadores burros,
  • 10:16 - 10:18
    que há somente produtos burros.
  • 10:18 - 10:20
    Temos que nos questionar com perguntas difíceis.
  • 10:20 - 10:23
    Estamos a projetar para o mundo que nós queremos?
  • 10:23 - 10:25
    Estamos a projetar para o mundo que temos?
  • 10:25 - 10:27
    Estamos a projetar para o mundo que está a chegar,
  • 10:27 - 10:29
    estando prontos ou não para isso?
  • 10:29 - 10:32
    Eu entrei neste negócio de desenhar produtos.
  • 10:32 - 10:36
    Desde então, aprendi que se queremos realmente
    fazer a diferença no mundo,
  • 10:36 - 10:38
    temos que desenhar resultados.
  • 10:38 - 10:39
    E este é o design que importa.
  • 10:39 - 10:41
    Obrigado.
  • 10:41 - 10:44
    (Aplausos)
Title:
Façam "design" para pessoas, não para prémios
Speaker:
Timothy Prestero
Description:

Timothy Prestero pensou que tinha projetado a incubadora perfeita para os recém-nascidos nos países em desenvolvimento -- mas a sua equipa aprendeu uma dura lição quando não conseguiu colocar a ideia na linha de produção. Um manifesto sobre a importância do <i>design</i> para ser usado no mundo real, em vez de para ganhar prémios. (Filmado no TEDxBoston).

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
11:05
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Design for people, not awards
Isabel Vaz Belchior approved Portuguese subtitles for Design for people, not awards
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