Como é que os cardumes de peixes nadam em harmonia? — Nathan S. Jacobs
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0:08 - 0:11Como é que os cardumes de peixes
nadam em harmonia? -
0:12 - 0:14Como é que as pequenas células do cérebro
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0:14 - 0:18dão origem aos pensamentos complexos,
às memórias -
0:18 - 0:20e à consciência de quem somos?
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0:20 - 0:24Curiosamente, estas perguntas
têm uma mesma resposta genérica: -
0:24 - 0:26a emergência,
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0:26 - 0:30ou seja, a criação espontânea
de comportamentos e funções sofisticadas -
0:30 - 0:33a partir de grandes grupos
de elementos simples. -
0:34 - 0:37Tal como muitos animais,
os peixes juntam-se em grupos, -
0:37 - 0:40mas não é por gostarem
da companhia uns dos outros, -
0:40 - 0:42é uma questão de sobrevivência.
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0:42 - 0:46Os cardumes de peixes exibem
comportamentos complexos de grupo -
0:46 - 0:48que os ajudam a escapar
aos predadores esfomeados, -
0:48 - 0:53enquanto um peixe solitário é rapidamente
detetado como uma presa fácil. -
0:53 - 0:57Então qual é o peixe líder,
qual é o que comanda? -
0:57 - 1:01Na verdade, não há nenhum,
são todos eles. -
1:01 - 1:03O que é que isso significa?
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1:03 - 1:07Embora o cardume de peixes evolua
com elegância, fintando os tubarões, -
1:07 - 1:10no que parece uma coreografia deliberada,
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1:10 - 1:15cada peixe está a seguir apenas
duas regras básicas -
1:15 - 1:17que não têm nada a ver com os tubarões:
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1:17 - 1:21uma, manter-se perto do vizinho,
mas não perto demais, -
1:21 - 1:24e dois, manter-se em movimento.
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1:24 - 1:27Enquanto indivíduos,
os peixes concentram-se -
1:27 - 1:30nas minúcias dessas interações locais,
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1:30 - 1:33mas se se juntarem
peixes suficientes ao grupo, -
1:33 - 1:35acontece uma coisa espantosa.
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1:35 - 1:40O movimento dos peixes individualmente
desaparece perante uma nova entidade: -
1:40 - 1:44o cardume, que tem um conjunto próprio
de comportamentos. -
1:44 - 1:47O cardume não é controlado
por nenhum peixe. -
1:47 - 1:50Aparece espontaneamente
se houver peixes suficientes -
1:50 - 1:53para seguirem o conjunto certo
de regras locais. -
1:53 - 1:57É como um acidente
que acontece repetidamente, -
1:57 - 2:02permitindo que os peixes nos oceanos
evitem eficazmente a predação. -
2:02 - 2:04Não acontece apenas com os peixes.
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2:04 - 2:06A emergência é uma propriedade básica
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2:06 - 2:09de muitos sistemas complexos
de elementos interativos. -
2:10 - 2:14Por exemplo, a forma específica
como os milhões de grãos de areia -
2:14 - 2:17colidem e caem uns por cima dos outros
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2:17 - 2:22quase sempre produz
o mesmo padrão básico de ondulação. -
2:22 - 2:24Quando a humidade congela na atmosfera,
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2:24 - 2:28as propriedades específicas de ligação
das moléculas de água -
2:28 - 2:33produzem segmentos irradiantes
que vão formar belos cristais de neve. -
2:34 - 2:36O que torna a emergência tão complexa
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2:36 - 2:40é que não podemos entendê-la
observando-a isoladamente, -
2:40 - 2:42como ao motor dum carro.
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2:42 - 2:46Separar as coisas é uma boa abordagem
para entender um sistema complexo. -
2:46 - 2:49Mas se reduzirmos um cardume de peixes
aos seus indivíduos -
2:49 - 2:52ele perde a capacidade
de escapar aos predadores -
2:52 - 2:54e deixamos de ter o que estudar.
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2:54 - 2:58Se reduzirmos o cérebro
aos neurónios individuais, -
2:58 - 3:01ficamos com uma coisa
que obviamente é insuficiente, -
3:01 - 3:04não se parece nada
com o que pensamos e como agimos, -
3:04 - 3:06pelo menos na maior parte do tempo.
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3:06 - 3:09O que quer que estejamos
a pensar neste momento, -
3:09 - 3:13não depende de um só neurónio
alojado num canto do cérebro. -
3:14 - 3:17Pelo contrário, o espírito surge
das atividades coletivas -
3:17 - 3:20de muitos, muitos neurónios.
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3:22 - 3:25Há milhares de milhões de neurónios
no cérebro humano, -
3:25 - 3:29e biliões de ligações
entre todos esses neurónios. -
3:29 - 3:32Quando ligamos um sistema
tão complicado como este, -
3:32 - 3:36ele podia comportar-se de todo o tipo
de formas estranhas, mas não o faz. -
3:36 - 3:38Tal como os peixes,
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3:38 - 3:41os neurónios do cérebro
seguem regras simples. -
3:41 - 3:46Enquanto grupo, a sua atividade
auto-organiza-se em padrões fiáveis -
3:46 - 3:49que nos permitem fazer coisas,
como reconhecer caras, -
3:49 - 3:53repetir com êxito a mesma tarefa,
variadas vezes, -
3:54 - 3:58e manter todos os pequenos hábitos idiotas
que os outros apreciam em nós. -
3:58 - 4:02Então, quais são essas regras simples
no que se refere ao cérebro? -
4:03 - 4:05A função básica de cada neurónio no cérebro
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4:05 - 4:09é excitar ou inibir outros neurónios.
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4:09 - 4:12Se ligarmos alguns neurónios
num circuito simples, -
4:12 - 4:15podemos gerar padrões
rítmicos de atividade, -
4:15 - 4:18alimentar ciclos que se abrem
ou fecham a um sinal, -
4:18 - 4:21detetores de coincidência
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4:21 - 4:23e de desinibição,
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4:23 - 4:27em que dois neurónios inibidores
podem ativar outro neurónio -
4:27 - 4:30suprimindo os travões inibidores.
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4:30 - 4:32À medida que o número
de neurónios aumenta, -
4:32 - 4:37surgem da rede padrões de atividade
cada vez mais complexos. -
4:37 - 4:42Em breve, há tantos neurónios a interagir
de formas tão diferentes, ao mesmo tempo, -
4:42 - 4:44que o sistema torna-se caótico.
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4:44 - 4:48A trajetória da atividade da rede
não se explica facilmente -
4:48 - 4:52pelos simples circuitos locais
descritos atrás. -
4:52 - 4:55No entanto, a partir deste caos
podem surgir padrões -
4:55 - 4:59e depois voltarem a surgir
de modo reprodutivo. -
4:59 - 5:02A certa altura, estes padrões de atividade
-
5:02 - 5:05tornam-se suficientemente
complexos e curiosos -
5:05 - 5:09para começarem a ser estudados
nas suas origens biológicas, -
5:09 - 5:11para não falar da emergência.
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5:12 - 5:16Encontramos nos fenómenos de emergência,
em escalas muito diferentes, -
5:16 - 5:19a mesma característica notável
exibida pelos peixes. -
5:19 - 5:24Essa emergência não exige
alguém ou alguma coisa no comando. -
5:24 - 5:26Se se aplicarem as regras corretas,
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5:26 - 5:29e estiverem satisfeitas
certas condições básicas, -
5:29 - 5:33um sistema complexo cairá
nos mesmos hábitos repetitivos, -
5:33 - 5:36transformando o caos em ordem.
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5:37 - 5:40Isso é verdade para o pandemónio molecular
que permite que as células funcionem, -
5:40 - 5:44para o matagal de neurónios
que produz os pensamentos e a identidade, -
5:44 - 5:46a nossa rede de amigos e família,
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5:46 - 5:51até às estruturas e economias
das cidades em todo o planeta.
- Title:
- Como é que os cardumes de peixes nadam em harmonia? — Nathan S. Jacobs
- Speaker:
- Nathan S. Jacobs
- Description:
-
Vejam a lição completa em: http://ed.ted.com/lessons/how-do-schools-of-fish-swim-in-harmony-nathan-s-jacobs
Como é que os cardumes de peixes nadam em harmonia ? Como é que as pequenas células do cérebro dão origem aos pensamentos complexos, às memórias e à consciência de quem somos? Curiosamente, estas perguntas têm uma mesma resposta genérica. Nathan S. Jacobs explica o conceito de emergência, a criação espontânea de comportamentos e funções sofisticadas a partir de grandes grupos de elementos simples.
Lição de Nathan S. Jacobs, animação de TED-Ed.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TED-Ed
- Duration:
- 06:07
Margarida Ferreira approved Portuguese subtitles for How do schools of fish swim in harmony? | ||
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