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Work Sucks!

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    qualquer sociedade livre devia basear-se no conceito de acto voluntário mas
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    acto voluntário por si só não leva a uma sociedade livre
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    voluntarismo tornou-se popular pelo conceito de que somos donos de nós próprios e
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    se é assim, deveriamos ser capazes de vender o nosso tempo, corpo e por isso
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    a nossa liberdade
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    o problema deste argumento é que não somos nossos donos, somos nós próprios
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    dizer que se possui algo implica a existência de um possuidor e de uma coisa que é
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    possuída
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    não podemos vender o nosso trabalho porque somos o nosso próprio trabalho
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    caso contrário continuar-se-ia a dormir quando o despertador toca enquanto
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    o trabalho vai trabalhar
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    bem, os argumentos de auto-propriedade parecem interessantes e até subentendem
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    o conceito de liberdade
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    na realidade é o contrário
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    a própria ideia de auto-propriedade faz das pessoas mercadorias, retirando
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    a humanidade aos humanos, as pessoas podem ser compradas e vendidas no mercado
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    noutra magnitude, a comercialização de seres humanos retirou a humanidade à sociedade
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    levou a uma derrocada que invalidou as qualidades humanas
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    qualquer pessoa alienada por completo das outras
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    uma sociedade na qual existimos em jaulas invisíveis
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    a comercialização exploração de pessoas sempre existiu
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    mas foi capitalizada por
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    Frederick Taylor e a sua teoria sobre gestão científica
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    no final do séc XIX Taylor queixou-se de que os trabalhadores eram preguiçosos
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    e que produziriam exponencialmente mais através de uma gestão mais rija
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    ele estudou os movimentos dos trabalhadores
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    para descobrir como aumentar a sua produtividade
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    foi revelado que se um trabalhador repete a mesma tarefa vezes sem conta
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    então pode criar mais produto
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    quem recusasse acatar o método de Taylor era despedido e via o seu salário reduzido
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    em pouco tempo surgiu uma nova classe de gerentes
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    ao passo que a altamente experiente força de trabalho
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    era transformada em trabalhadores pouco especializados
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    Taylor acreditava que tudo seria beneficiado com a sua metodologia
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    para sua surpresa, com o aumento de produtividade e lucros
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    os salários dos trabalhadores estagnaram e até diminuiram
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    gestão científica em conjunto com uma nova classe de gerentes rapidamente
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    se espalhou a todos os sectores da economia
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    toda a sociedade, as escolas, o local de trabalho, o governo
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    podia ser transformado em grandes linhas de montagem
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    a industria da fast food actual resume bem o legado de Taylor
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    atrás do balcão, as cozinhas estão ajustadas para que o trabalhador não tenha de mexer-se ou pensar
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    cada pessoa desempenha a mesma tarefa repetitiva indefinidamente como um robô
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    a fábrica de outrora tornou-se o espoente máximo do cubículo
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    o capataz da fábrica foi substituido pelo fato e gravata
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    quase todos os empregos incluindo secretariado foi reduzido a tarefas monótonas
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    digitar, imprimir, atender a reuniões
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    e emitir relatórios que ninguém lê
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    E sempre igual todos os dias
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    estas masmorras, stress, luzes fluorescentes, sorrisos amarelos, tarefas de 2ª feira
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    disseram-nos que se fossemos para a Universidade seríamos Biólogos Marinhos, Psicólogos e Escritores
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    com a excepção de alguns, nada podia estar mais longe da verdade
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    a dívida média actual de um estudante ultrapassa os vinte mil euros
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    todos eles querem ser artistas, sociólogos e jornalistas de investigação
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    fizeram parte da realidade do cubículo
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    não por escolha própria, pois têm de pagar os empréstimos
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    estas pessoas serão arrebanhadas em escritórios estéreis como animais
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    porque o mundo não quer pessoas verdadeiramente criativas
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    o sector privado precisa de quem escreva memorandos, arquive e calcule lucros e prejuízos
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    os ritmos de trabalho bem definidos pelo gerente, quotas de produção
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    picar o ponto à entrada, à saída, nevegar na internet, fica-se até tarde
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    sonha-se acordado com como poderia ter sido a vida
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    porque isto não é viver. isto é morrer
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    enquanto se culpa habitualmente o governo por limitar a liberdade individual
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    nada ataca mais a liberdade e a soberania humana que o local de trabalho
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    uma pessoa pode comprar-nos
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    e extrair o nosso trabalho
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    todo um sistema de auto-vigilância assegura a obediência aos nossos superiores
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    as regras são omnipotentes
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    dizem-nos quando aparecer para trabalhar, quando podemos sair
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    e o que devemos fazer entretanto
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    controlam-nos, inspecionam-nos, espiam-nos
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    punem, proibem, avaliam, numeram e abusam
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    dizem-nos o que vestir,
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    treinam-nos sobre como falar
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    e obrigam-nos a competir como outros trabalhadores
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    quando respondemos mal ou cometemos um erro
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    podemos ser discilplinados ou repreendidos como uma criança
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    parafraseando Bob Black: a disciplina é o que a fábrica e o escritório e a loja têm em comum com a prisão e a escola o hospital psiquiátrico
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    é algo historicamente original e horrível
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    estava para além da capacidade de ditadores demoníacos como Nero, Genghis Khan e Ivan o Terrível
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    por todas as suas más intenções
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    eles não possuiam maquinaria para controlar o seu súbditos tão meticulosamente como os déspotas modernos
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    isto é uma completa aniquilação da dignidade humana
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    tranformando as pessoas em prisioneiros
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    nem os estados mais totalitaristas exerciam tanto domínio sobre os seus súbditos
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    costumavamos magoar-nos no recreio
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    agora sofremos de símdrome de sobreuso ocupacional, problemas musculo-esqueléticos, tendinites
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    radicolopatia vervical, prisão do nervo Ulnar
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    temos problemas nos olhos e na espinha que nem os melhores médicos conseguem resolver
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    desinteria como estilo de vida é a nova tendência
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    a par da legião de doenças como a diabetes, tensão alta e obesidade
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    executar a mesma tarefa dia após dia, semana após semana, ano após ano
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    é um atentado à psique humana
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    nada é mais prejudicial ao crescimento, à criatividade, ao progresso humanos, que o tédio do local de trabalho
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    quando se leva a cargo o mesmo trabalho monótono, é natural que nos sintamos esgotados no fim de cada dia
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    não admira que uma pessoa cumum gaste mais de quatro horas por dia a ver televisão
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    considerando que passamos oito horas a trabalhar
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    oito horas a dormir
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    depois de nos prepararmos para o trabalho, de irmos para o trabalho e comermos em casa
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    só dispomos de cinco horas para nós, e quatro delas são passadas em frente da televisão
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    realmente vivemos numa sociedade que alimenta, maximiza a estupidez
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    e atordoa a potencialidade humana
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    a repetição é inimiga de todos os trabalhadores, acorrentando a sociedade
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    apesar disso é o libertador do executivo e dos gerentes
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    em vez de utilizar tecnologia para libertar os indivíduos como poderia ser
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    o sector privado transformou as pessoas em engrenagens e mercadorias
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    ao passo que são eles os beneficiários
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    estas pessoas ganham a vida com a nossa, retiram-nos a dignidade e o sentido de propósito
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    e confiscam os nossos bens
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    o legado do projecto Taylor tornou-se ubíquo
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    nos últimos cem anos, os seus métodos foram estudados e testados
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    e refinados com imensa precisão
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    a gestão científica é o novo Deus actual
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    a sua tecnica impregnou tudo
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    a nossas escolas, o nosso local de trabalho, a inteligentsia, o governo
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    e até as nossas vidas são regidas por esta loucura
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    vemo-la por todo o lado, nos carros que conduzimos, na publicidade, no governo que não trabalha
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    e nas casas em que vivemos
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    quando algo é tão dominante, ficamos presos na sua rede
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    Todo os dias o mesmo, uma repetição sem fim
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    afogando a pessoa até que esta se sinta numa névoa escura submarina
Title:
Work Sucks!
Description:

When I originally wrote this essay, I included Fordism as other aspect of the dehumanizing of labor. It was too long so I cut it but you can still see the remnants.

This video is part 1 of 3 but they can all be watched separately. This video raises all sorts of questions and hopefully I'll answer your questions in the next two shorts.

Much of this was inspired by Bob Black's, The Abolition of Work. You can read it at: http://www.zpub.com/notes/black-work.html Better yet, you can listen to it at: http://www.audioanarchy.org/antiwork.html Also, check out some of the other anti-work essays on the list. They are all pretty good. I actually downloaded them, burned them as a MP3 and listened to them while driving to work. Ironic, eh?

You can read, The Principles of Scientific Management at: http://books.google.com/books?id=X_5_AAAAMAAJ&dq=principles+of+scientific+management&printsec=frontcover&source=bn&hl=en&ei=lttRS53_A47YtgPkoo2CCA&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=4&ved=0CBQQ6AEwAw#v=onepage&q=&f=false

Also, check out Brendan Mcooney's videos on Frederick Taylor. He does a much better job than myself and goes into more depth. http://www.youtube.com/watch?v=Wa4_ihxT9rI

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Video Language:
English
Duration:
08:33
Rodrigo Cardoso edited Portuguese subtitles for Work Sucks!

Portuguese subtitles

Incomplete

Revisions