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A morte do universo - Renée Hlozek

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    Olhando para o alto, no céu noturno,
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    ficamos maravilhados
    por ele parecer não ter fim.
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    Mas como será o céu
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    daqui a bilhões de anos?
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    Um tipo específico de cientista,
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    chamado cosmologista,
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    dedica-se a pensar sobre essa questão.
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    O fim do universo está intimamente ligado
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    àquilo que existe nele.
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    Mais de 100 anos atrás,
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    Einstein desenvolveu
    a Teoria da Relatividade Geral,
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    formada de equações que nos ajudam
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    a compreender a relação
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    entre aquilo de que o universo é feito
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    e a sua forma.
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    Acontece que é possível
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    que o universo seja curvo,
    como uma bola ou esfera,
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    que chamamos de positivamente
    curvo ou fechado.
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    Ou pode ter o formato de sela,
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    que chamamos de negativamente
    curvo ou aberto.
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    Ou pode ser plano.
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    E esse formato determina
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    como o universo vai viver e morrer.
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    Hoje, sabemos que o universo
    está bem próximo de ser plano.
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    Contudo, os componentes do universo
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    podem, ainda assim,
    influenciar seu destino final.
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    Podemos prever como o universo
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    vai mudar com o tempo,
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    se mensurarmos as quantidades
    ou as densidades de energia
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    dos diversos componentes
    do universo hoje.
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    Então, do que é feito o universo?
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    O universo contém
    todas as coisas que podemos ver,
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    como estrelas, gases e planetas.
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    Chamamos essas coisas
    de matéria comum ou bariônica.
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    Embora a vejamos em toda a nossa volta,
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    a densidade total de energia
    desses componentes,
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    na verdade, é muito pequena,
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    cerca de 5% da energia total do universo.
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    Então, vamos falar
    sobre o que são os outros 95%.
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    Pouco menos de 27% do restante
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    da densidade de energia do universo
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    são feitos do que chamamos
    de matéria escura.
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    A matéria escura apenas interage
    muito francamente com a luz,
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    o que significa que ela não brilha
    nem reflete a luz
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    da forma que as estrelas
    e os planetas fazem,
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    mas, de todas as outras formas,
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    ela se comporta como matéria comum.
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    Ela atrai gravitacionalmente as coisas.
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    Na verdade, a única forma
    de detectarmos a matéria escura
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    é através dessa interação gravitacional,
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    a forma como as coisas orbitam
    em torno dela,
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    e como ela faz a luz se curvar,
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    da mesma maneira
    que curva o espaço ao seu redor.
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    Ainda temos de encontrar
    uma partícula de matéria escura,
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    mas os cientistas de todo o mundo
    estão buscando
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    por essa partícula ou partículas furtivas
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    e pelos efeitos da matéria escura
    no universo.
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    Mas ainda chegamos aos 100%.
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    Os 68% restantes
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    da densidade de energia do universo
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    são feitos de energia escura,
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    que é ainda mais misteriosa
    que a matéria escura.
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    Essa energia escura não se comporta
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    como nenhuma outra substância
    que conhecemos
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    e age mais como uma força antigravidade.
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    Dizemos que ela possui
    uma pressão gravitacional,
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    que a matéria comum
    e a matéria escura não possuem.
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    Em vez de unir o universo,
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    como esperaríamos
    que a gravidade fizesse,
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    o universo parece estar se expandindo,
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    a uma velocidade cada vez mais alta.
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    A ideia dominante sobre a energia escura
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    é de que ela é uma constante cosmológica.
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    Isso significa que ela possui
    a estranha propriedade
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    de se expandir
    conforme o volume do espaço aumenta,
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    para manter constante
    sua densidade de energia.
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    Então, conforme o universo se expande,
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    como está acontecendo neste momento,
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    haverá cada vez mais energia escura.
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    A matéria escura e a matéria bariônica,
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    por outro lado,
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    não se expandem com o universo
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    e tornam-se mais diluídas.
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    Por causa dessa propriedade
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    da constante cosmológica,
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    o universo futuro será
    cada vez mais dominado
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    pela energia escura,
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    tornando-se cada vez mais frio
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    e se expandindo cada vez mais rápido.
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    Por fim, o universo ficará sem gás
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    para formar estrelas,
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    e as próprias estrelas
    ficarão sem combustível
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    e se esgotarão,
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    deixando o universo
    apenas com buracos negros.
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    Depois de algum tempo,
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    até esses buracos negros se evaporarão,
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    restando um universo
    completamente frio e vazio.
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    Isso é o que chamamos
    de morte do calor do universo.
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    Embora pareça deprimente
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    viver em um universo
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    que vai ter um fim frio
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    e destituído de vida,
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    o destino final de nosso universo,
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    na verdade, está em bela simetria
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    com seu início quente e flamejante.
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    Chamamos o estado final acelerado
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    do universo de fase de Sitter,
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    em homenagem ao matemático holandês
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    Willem de Sitter.
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    Entretanto, também acreditamos
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    que o universo teve outra fase
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    de Sitter de expansão,
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    no início de sua existência.
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    Chamamos esse período inicial de inflação,
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    quando, logo depois do Big Bang,
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    o universo se expandiu extremamente rápido
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    num breve espaço de tempo.
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    Então, o universo terminará
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    basicamente da mesma forma que começou:
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    em aceleração.
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    Vivemos em um momento extraordinário
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    da vida do universo,
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    em que podemos começar a entender
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    sua jornada
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    e ver uma história
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    que se desenrola no céu
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    diante de todos nós.
Title:
A morte do universo - Renée Hlozek
Speaker:
Renée Hlozek
Description:

Veja a lição completa: http://ed.ted.com/lessons/the-death-of-the-universe-renee-hlozek

A forma, o conteúdo e o futuro do universo estão todas intrinsecamente ligados. Sabemos que ele praticamente plano. Sabemos que é feito de matéria bariônica (como estrelas e planetas), mas principalmente de matérias e energia escuras. E sabemos que está em constante expansão, de modo que todas as estrelas, no fim, se esgotarão e darão lugar a um frio vazio. Renée Hlozek explica a beleza desse fim escuro.

Lição de Renée Hlozek, animação de Giant Animation Studios.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
04:40

Portuguese, Brazilian subtitles

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