Como a pintura pode transformar comunidades.
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0:01 - 0:03Este teatro foi construído em Copacabana,
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0:03 - 0:06que é a praia mais famosa do mundo,
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0:06 - 0:08mas a 25 kilómetros daqui
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0:08 - 0:10na Zona Norte do Rio
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0:10 - 0:13fica uma comunidade chamada Vila Cruzeiro
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0:13 - 0:16e cerca de 60,000 pessoas moram ali.
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0:16 - 0:19Agora, as pessoas aqui no Rio, na maioria,
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0:19 - 0:20conhecem a Vila Cruzeiro dos jornais,
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0:20 - 0:24e infelizmente, as notícias da Vila Cruzeiro
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0:24 - 0:26com frequência não são boas.
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0:26 - 0:29Mas, a Vila Cruzeiro também é o lugar
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0:29 - 0:31onde a nossa história começa.
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0:31 - 0:34Jeroen Koolhaas: Dez anos atrás,
nós chegamos ao Rio pela primeira vez -
0:34 - 0:38para filmar um documentário,
sobre a vida nas favelas. -
0:38 - 0:41Agora, nós aprendemos que favelas,
são comunidades informais. -
0:41 - 0:42Elas surgiram ao longo dos anos
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0:42 - 0:44quando os imigrantes do interior
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0:44 - 0:46chegaram às cidades procurando trabalho
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0:46 - 0:48como cidades dentro de cidades,
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0:48 - 0:51conhecidas pro problemas com crime, probreza,
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0:51 - 0:52e a violenta guerra contras as drogas entre
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0:52 - 0:54a polícia e a gangues do tráfico.
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0:54 - 0:57Então, o que nos chamou a atenção foi que
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0:57 - 0:59essa eram comunidades que as pessoas
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0:59 - 1:01que moravam lá haviam construído
com suas próprias mãos, -
1:01 - 1:03sem um grande plano
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1:03 - 1:06e como um enorme trabalho em progresso.
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1:06 - 1:07De onde nós viemos, na Holanda,
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1:07 - 1:09tudo é planejado.
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1:09 - 1:12Nós temos até regras para
como seguir as regras. -
1:12 - 1:14(Risos)
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1:14 - 1:16DU: Então no último dia de filmagem
nós acabamos -
1:16 - 1:18na Vila Cruzeiro,
e nós estávamos sentados -
1:18 - 1:19e tomamos uma bebida,
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1:19 - 1:21e nós estavamos olhando a colina
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1:21 - 1:23com todas as casas
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1:23 - 1:25e a maioria das casas
parecia não estar terminada -
1:25 - 1:26e tinham paredes
de tijolo aparente -
1:26 - 1:28mas nós vimos algumas dessas casas
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1:28 - 1:30que estavam pintadas e com argamassa,
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1:30 - 1:32e de repente tivemos essa idéia:
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1:32 - 1:34como ficaria se todas essas casas
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1:34 - 1:37fossem pintadas e argamassadas?
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1:37 - 1:40E então nós imaginamos um grande design,
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1:40 - 1:43uma grande obra de arte.
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1:43 - 1:44Quem esperaria algo assim
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1:44 - 1:46em um lugar como esse?
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1:46 - 1:49Então nós pensamos, mas isso seria possível?
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1:49 - 1:52Então nós primeiro começamos a contar as casas
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1:52 - 1:54mas nós logo perdemos a conta.
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1:54 - 1:57Mas de alguma forma a ideia ficou.
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1:57 - 1:59JK: Nós tinhamos um amigo.
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1:59 - 2:02Ele dirigia uma ONG na Vila Cruzeiro
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2:02 - 2:03O seu nome era Nanko,
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2:03 - 2:05e ele também gostou da ideia.
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2:05 - 2:07Ele disse, "Você sabe, todo mundo aqui
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2:07 - 2:08iria basicamente amar
ter as suas casas -
2:08 - 2:10pintadas e argamassadas.
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2:10 - 2:12É aí que uma casa está terminada."
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2:12 - 2:14Então ele nos apresentou às pessoas certas,
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2:14 - 2:17e o Vitor e o Maurinho se tornaram a nossa equipe
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2:17 - 2:20Nós escolhemos três casas no centro da comunidade
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2:20 - 2:22e começamos ali. Nós fizemos alguns designs,
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2:22 - 2:24e todos gostaram mais do desenho
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2:24 - 2:27do menino soltando pipa.
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2:27 - 2:29Então nós começamos a pintar,
e a primeira coisa que nós fizemos -
2:29 - 2:31foi pintar tudo de azul,
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2:31 - 2:34E nós achamos que já estava
ficando muito bom. -
2:34 - 2:36Mas eles odiaram. As pessoas que moravam lá
realmente odiaram. -
2:36 - 2:38Elas diziam, "O que vocês fizeram?
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2:38 - 2:40Vocês pintaram a nossa casa da mesma
exata cor -
2:40 - 2:42que a delegacia de polícia."
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2:42 - 2:43(Risos)
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2:43 - 2:46Em uma favela, isso não é algo bom.
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2:46 - 2:49Era também a mesma cor que as celas da prisão
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2:49 - 2:53Então nós rapidamente continuamos
e pintamos o menino, -
2:53 - 2:54e quando nós achamos que havíamos terminado,
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2:54 - 2:57nós estávamos felizes, mas ainda assim,
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2:57 - 2:59não estava bom porque as crianças
começaram a vir e nos perguntar -
2:59 - 3:01e elas diziam "Você sabe, tem um menino soltando pipa,
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3:01 - 3:03mas onde está a pipa dele?"
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3:03 - 3:05E nós dissemos, "Uhm, isso é arte.
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3:05 - 3:08sabe, você tem que imaginar a pipa."
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3:08 - 3:09(Risos)
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3:09 - 3:13E eles diziam, "não, não, não
nós queremos ver a pipa." -
3:13 - 3:14Então nós rapidamente instalamos uma pipa
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3:14 - 3:16lá no alto do morro,
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3:16 - 3:18para que você pudesse ver
o menino soltando a pipa -
3:18 - 3:20e pudesse realmente ver a pipa.
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3:20 - 3:22Então os jornais locais começaram
a escrever sobre isso -
3:22 - 3:24o que foi ótimo
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3:24 - 3:25e até o The Guardian escreveu sobre isso:
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3:25 - 3:29"Notória favela se torna galeria ao ar livre"
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3:29 - 3:32JK: Então, encorajados por esse sucesso,
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3:32 - 3:36nos voltamos ao Rio para um segundo projeto,
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3:36 - 3:38e nos deparamos com uma rua,
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3:38 - 3:42que era coberta de concreto
para prevenir deslizamentos -
3:42 - 3:45e de algum forma nós vimos um rio nela
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3:45 - 3:48e nós imaginamos esse rio
como sendo um rio em estilo Japonês -
3:48 - 3:51com uma carpa koi nadando para cima
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3:51 - 3:53Então nós decidimos pintar esse rio
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3:53 - 3:56E nós convidamos Rob Admiraal,
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3:56 - 3:57Que é um tatuador
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3:57 - 4:00e que é especializado em estilo Japonês.
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4:00 - 4:02Nós não fazíamos ideia de que iríamos passar
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4:02 - 4:05quase um ano inteiro pintado aquele rio
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4:05 - 4:09junto com o Geovani, o Robinho e o Vitor
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4:09 - 4:11que moravam lá perto.
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4:11 - 4:13e nós até nós mudamos para a vizinhança
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4:13 - 4:17quando um dos caras que moravam
naquela rua, o Elias -
4:17 - 4:20disse que nós podíamos ir e morar na casa dele,
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4:20 - 4:21junto com a sua família
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4:21 - 4:22o que foi fantástico
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4:22 - 4:24Infelizmente, durante esse tempo
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4:24 - 4:26outra guerra começou entre a polícia
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4:26 - 4:28e as gangues do tráfico.
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4:28 - 4:33(Vídeo) (Tiros)
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4:42 - 4:45No's descobrimos que durante esses tempos,
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4:45 - 4:47as pessoas nas comunidades
realmente se unem -
4:47 - 4:49durante essas épocas difíceis,
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4:49 - 4:52mas nós também descobrimos um elemento muito importante
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4:52 - 4:55a importância dos churrascos.
(Risos) -
4:55 - 4:57Porque, quando você faz um churrasco,
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4:57 - 4:59você se transforma de convidado a anfitrião
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4:59 - 5:01então nós decidimos fazer um
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5:01 - 5:02quase a cada duas semanas,
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5:02 - 5:05e nós conhecemos todo mundo na vizinhança.
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5:05 - 5:07JK: Mas nós ainda tínhamos
essa ideia para o morro -
5:07 - 5:08DU: Sim, sim, nós estávamos falando sobre
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5:08 - 5:10a escala disso, porque a pintura
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5:10 - 5:12era incrivelmente grande,
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5:12 - 5:15e insanamente detalhada,
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5:15 - 5:20e esse processo quase nos deixou
completamente loucos -
5:20 - 5:23Mas nós achamos que talvez,
durante esse processo, -
5:23 - 5:26Todo o tempo que havíamos passado
na vizinhança -
5:26 - 5:27era na verdade talvez até mais importante
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5:27 - 5:30que a pintura em si
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5:30 - 5:31JK: Então, depois de todo aquele tempo,
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5:31 - 5:34esse morro, a idea ainda estava ali
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5:34 - 5:36e nós começamos a fazer sketches,
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5:36 - 5:39modelos, e nós descobrimos algo.
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5:39 - 5:42Nós percebemos que as nossas ideias,
os nossos designs, -
5:42 - 5:45tinham que ser um pouco mais simples
do que no projeto anterior -
5:45 - 5:47para que nós pudessemos pintar com mais pessoas
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5:47 - 5:51e cobrir mais casas ao mesmo tempo.
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5:51 - 5:53E nós tivemos a oportunidade de tentar isso
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5:53 - 5:56em uma comunidade na parte central do Rio,
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5:56 - 5:58que se chama Santa Marta,
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5:58 - 6:00e nós fizemos um design para esse lugar
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6:00 - 6:01que ficou assim
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6:01 - 6:03e aí nos conseguimos que
as pessoas concordassem -
6:03 - 6:07porque acontece que se a sua ideia
é ridiculamente grande -
6:07 - 6:10é mais fácil conseguir que as pessoas
concordem com ela. (Risos) -
6:10 - 6:13E as pessoas de Santa Marta
-
6:13 - 6:16se juntaram em pouco mais de um mês
-
6:16 - 6:19e transformaram aquele quadrado nisso aqui
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6:19 - 6:24(Aplausos)
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6:26 - 6:29E essa imagem de alguma forma passou
pelo mundo inteiro -
6:29 - 6:33DU: Então nós recebemos um
telefonema inesperado -
6:33 - 6:36do Programa de Arteis Murais da Filadelfia
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6:36 - 6:38e eles tinham essa pergunta
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6:38 - 6:40se essa idea, a nossa estratégia,
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6:40 - 6:43se isso poderia realmente funcionar
no norte da Filadelfia, -
6:43 - 6:45que é uma das vizinhanças mais pobres
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6:45 - 6:47dos Estados Unidos.
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6:47 - 6:50Então nós imediatamente dissemos que sim.
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6:50 - 6:52Nós não fazíamos ideia de como,
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6:52 - 6:54Mas parecia um desafio muito interessante
-
6:54 - 6:56então nós fizemos exatamente o mesmo
que fizemos no Rio, -
6:56 - 6:58e nós nos mudamos para a vizinhança
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6:58 - 7:00e começamos a fazer churrascos.
-
7:00 - 7:05(Risos)
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7:05 - 7:09Então o projeto demorou quase dois anos para ser completado,
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7:09 - 7:11e nós fizemos designs individuais
-
7:11 - 7:13para cada uma das casas da avenida que pintamos
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7:13 - 7:15e nós fizemos esses designs junto
-
7:15 - 7:18com os donos de lojas locais,
os donos dos prédios, -
7:18 - 7:22e um time de mais ou menos uma dúzia,
de jovens homens mulheres. -
7:22 - 7:26Eles foram contratados, e depois
treinados como pintores -
7:26 - 7:30e juntos eles transformaram
a sua própria vizinhança -
7:30 - 7:34a rua inteira, em uma miscelânea gigante de cores.
-
7:34 - 7:38(Aplausos)
-
7:40 - 7:44E no fim, a cidade da Filadelfia
-
7:44 - 7:46agradeceu a cada um deles
-
7:46 - 7:49e deu a eles um mérito pela sua conquista.
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7:49 - 7:52JK: Então agora nós tinhamos pintado
uma rua inteira -
7:52 - 7:56E se nós fizéssemos esse morro inteiro agora?
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7:56 - 7:58nós começamos a procurar financiamentos,
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7:58 - 8:01mas, ao invés disso, nós encontramos perguntas,
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8:01 - 8:04como, quantas casas
vocês vão pintar? -
8:04 - 8:06Quantos metros quadrados é isso?
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8:06 - 8:09Quanta tinta vocês vão usar,
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8:09 - 8:11e quantas pessoas vocês vão empregar?
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8:11 - 8:14E nós tentamos por anos escrever planos
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8:14 - 8:17para angariar fundos e responder
a todas essas perguntas -
8:17 - 8:19mas quando nós pensamos
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8:19 - 8:21para que todas essas perguntas sejam respondidas
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8:21 - 8:23você tem que saber exatamente o que vai fazer
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8:23 - 8:26antes de você realmente chegar lá e começar.
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8:26 - 8:30e talvez seja um erro pensar assim
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8:30 - 8:32perderia parte da magia que nós tinhamos aprendido
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8:32 - 8:34sobre se você vai a algum lugar
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8:34 - 8:36e passa um tempo lá
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8:36 - 8:38você pode deixar o projeto crescer organicamente
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8:38 - 8:42e ter vida própria
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8:42 - 8:44Então o que nós fizemos foi
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8:44 - 8:47nós decidimos pegar esse plano
e tirar dele -
8:47 - 8:49todos os números
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8:49 - 8:51e todas as ideias e presunções
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8:51 - 8:53e simplesmente voltar para a ideia base
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8:53 - 8:55que era a de transformar o morro
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8:55 - 8:58em uma gigante obra de arte.
-
8:58 - 9:00E ao invés de procurar financiamentos,
-
9:00 - 9:03nós começamos uma campanha de crowdfunding,
-
9:03 - 9:05e em pouco mais de um mês,
-
9:05 - 9:07mais de 1500 pessoas juntaram
-
9:07 - 9:10e doaram mais de 100,000 dólares.
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9:10 - 9:14Então para nós, esse foi um momento
emocionante porque agora -
9:14 - 9:17(Aplausos)-
-
9:17 - 9:20porque agora nós finalmente tinhamos a liberdade
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9:20 - 9:22para usar todas as lições que aprendemos
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9:22 - 9:26e criar um projeto que foi construído
-
9:26 - 9:27da mesma forma que a favela foi construída
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9:27 - 9:29do chão ao topo, de baixo para cima,
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9:29 - 9:32sem um grande plano
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9:32 - 9:35JK: Então nós voltamos,
e nós empregamos o Angelo -
9:35 - 9:37e ele é um artista local da Vila Cruzeiro
-
9:37 - 9:40um cara muito talentoso, e ele
conhece quase todo mundo lá, -
9:40 - 9:42e aí nós empregamos o Elias, o proprietário
da nossa antiga casa -
9:42 - 9:44que nos recebeu em sua casa
-
9:44 - 9:46e que é um mestre em construção.
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9:46 - 9:48Junto com eles, nós decidimos começar.
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9:48 - 9:50Nós escolhemos esse lugar na Vila Cruzeiro,
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9:50 - 9:52e as casa estão sendo argamassadas nesse momento.
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9:52 - 9:54E a coisa boa sobre eles é que
-
9:54 - 9:56eles estão decidindo quais casas serão as próximas
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9:56 - 9:58nós estamos até estampando camisetas
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9:58 - 9:59eles estão pondo banners
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9:59 - 10:01explicando tudo a todo mundo
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10:01 - 10:03e falando com a imprensa
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10:03 - 10:06Esse artigo sobre o Angelo apareceu.
-
10:06 - 10:07DU: Então enquanto isso está acontecendo
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10:07 - 10:09nós estamos levando essa ideia
para o mundo inteiro -
10:09 - 10:12Então, como o projeto que nós fizemos na Filadelfia
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10:12 - 10:14nós também fomos convidados a dar workshops
-
10:14 - 10:16por exemplo em Curaçao
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10:16 - 10:20e nesse momento nós estamos planejando
em projeto enorme no Haití. -
10:20 - 10:23JK: Então a favela não foi apenas o lugar
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10:23 - 10:25onde essa ideia começou
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10:25 - 10:28mas também foi o lugar que tornou possível
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10:28 - 10:31trabalhar sem um grande planejamento
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10:31 - 10:34pois essas comunidades são informais-
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10:34 - 10:35essa era a inspiração-
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10:35 - 10:38e em um esforço comunitário,
junto com as pessoas -
10:38 - 10:39você consegue trabalhar quase como uma orquestra
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10:39 - 10:41onde você pode ter centenas de instrumentos
-
10:41 - 10:43tocando juntos para criar uma sinfonia
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10:43 - 10:45DU: então nós queremos agradecer a todos que
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10:45 - 10:47quiser fazer parte desse sonho
-
10:47 - 10:49e nós ajudaram ao longo do caminho
-
10:49 - 10:52e nós queremos continuar.
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10:52 - 10:54JK: Sim. E então algum dia muito em breve
-
10:54 - 10:56quando as cores começarem
a estar nessas paredes -
10:56 - 10:58nós esperamos que mais pessoas
se juntem a nós -
10:58 - 11:01e se juntem a esse grande sonho,
-
11:01 - 11:04e talvez um dia,
toda a Vila Cruzeiro -
11:04 - 11:05estará pintada.
-
11:05 - 11:07DU: Obrigado.
-
11:07 - 11:11(Aplausos)
- Title:
- Como a pintura pode transformar comunidades.
- Speaker:
- Haas&Hahn
- Description:
-
Os artistas Jeroen Koolhaas e Dre Urbahn criaram arte da comunidade pintando bairros inteiros, e envolvendo os moradores que lá moram - das favelas do Rio às ruas da Philadelfia do Norte. O que fez o projeto deles um sucesso? Esta palestra engraçada e inspiradora, os artistas explicam a sua abordagem de arte inicial - e a importância de um churrasco da vizinhança.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 11:23
Celia Maria Nahas Baldini edited Portuguese, Brazilian subtitles for How painting can transform communities | ||
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