Return to Video

O ataque das algas assassinas — Eric Noel Muñoz

  • 0:07 - 0:09
    Todos já vimos os filmes em que um monstro,
  • 0:09 - 0:11
    criado em laboratório por um cientista,
  • 0:11 - 0:14
    escapa-se e cria um pandemónio
    no mundo exterior.
  • 0:14 - 0:16
    E se o monstro não for
    um animal gigante devastador
  • 0:16 - 0:19
    que destrói uma cidade,
    mas uma pequena alga
  • 0:19 - 0:22
    com o potencial de desequilibrar
    todos os ecossistemas costeiros?
  • 0:22 - 0:25
    É esta a história da Caulerpa taxifolia,
  • 0:25 - 0:27
    inicialmente uma alga
    que existe naturalmente
  • 0:27 - 0:28
    em águas tropicais.
  • 0:28 - 0:32
    Nos anos 80, foi encontrada uma estirpe
    a prosperar em ambientes mais frios.
  • 0:32 - 0:35
    Esta estirpe, aliada
    à sua bela cor verde vivo
  • 0:35 - 0:38
    e à capacidade de crescer
    rapidamente sem manutenção
  • 0:38 - 0:40
    tornou-a ideal para os aquários,
    que ajudava a manter limpos,
  • 0:40 - 0:43
    consumindo nutrientes e químicos da água.
  • 0:43 - 0:45
    A criação seletiva tornou-a
    ainda mais resistente
  • 0:45 - 0:48
    e em breve era usada
    em aquários no mundo inteiro.
  • 0:48 - 0:49
    Não demorou muito que uma amostra
  • 0:49 - 0:51
    desta super alga desenvolvida em aquários
  • 0:51 - 0:53
    aparecesse no Mar Mediterrâneo
  • 0:53 - 0:56
    perto do famoso
    Museu Oceanográfico de Mónaco.
  • 0:56 - 0:57
    O biólogo marinho que a encontrou
  • 0:57 - 1:00
    achou que o museu a tinha
    libertado por acidente no oceano
  • 1:00 - 1:01
    com as águas do aquário.
  • 1:01 - 1:03
    O director do museu afirmou
  • 1:03 - 1:06
    que tinha sido levada para ali
    pelas correntes oceânicas.
  • 1:06 - 1:07
    Fosse como fosse que ela ali foi parar
  • 1:07 - 1:09
    a Caulerpa multiplicou-se rapidamente
  • 1:09 - 1:11
    não tendo predadores naturais
  • 1:11 - 1:13
    porque liberta uma toxina
    que afasta os peixes.
  • 1:13 - 1:16
    E, tal como um monstro típico,
    um pequeno bocado partido
  • 1:16 - 1:18
    pode dar origem a toda uma nova colónia.
  • 1:18 - 1:22
    Através das correntes de água e do
    contacto com âncoras e linhas de pesca,
  • 1:22 - 1:25
    fragmentou-se e espalhou-se
    pelas cidades costeiras do Mediterrâneo.
  • 1:25 - 1:27
    cobrindo os recifes de corais.
  • 1:27 - 1:29
    Qual foi o resultado desta invasão?
  • 1:29 - 1:30
    Depende a quem perguntarmos.
  • 1:30 - 1:33
    Cientistas afirmam que
    a disseminação da Culerpa
  • 1:33 - 1:36
    reduz a biodiversidade, eliminando
    espécies nativas de algas
  • 1:36 - 1:37
    que são comidas pelos peixes.
  • 1:37 - 1:40
    O biólogo que descobriu
    a sua presença batizou-as
  • 1:40 - 1:41
    de Algas Assassinas.
  • 1:41 - 1:43
    Outros estudos afirmam
  • 1:43 - 1:45
    que as algas tiveram um efeito benéfico,
  • 1:45 - 1:46
    consumindo poluentes químicos
  • 1:46 - 1:49
    — uma das razões por que
    foram criadas nos aquários.
  • 1:49 - 1:51
    Mas a rotura de um ecossistema natural,
  • 1:51 - 1:53
    pela introdução duma espécie estrangeira
  • 1:53 - 1:55
    pode ter efeitos
    imprevisíveis e incontroláveis
  • 1:55 - 1:57
    que podem não ser visíveis de imediato.
  • 1:57 - 1:59
    Quando a Culerpa taxifolia foi descoberta
  • 1:59 - 2:02
    na Lagoa Agua Hedionda em Carlsbad,
  • 2:02 - 2:03
    perto de San Diego, em 2000,
  • 2:03 - 2:05
    provavelmente proveniente do despejo
  • 2:05 - 2:08
    das águas de aquários
    para um esgoto pluvioso,
  • 2:08 - 2:10
    decidiu-se eliminá-la
    antes de ela se espalhar.
  • 2:10 - 2:13
    Foram colocadas lonas
    sobre as colónias de Culerpa
  • 2:13 - 2:14
    e injetou-se cloro lá para dentro.
  • 2:14 - 2:16
    Embora este método matasse
  • 2:16 - 2:18
    toda a vida marinha
    aprisionada dentro das lonas,
  • 2:18 - 2:20
    conseguiu erradicar as algas
  • 2:20 - 2:23
    e as algas marinhas
    puderam voltar a aparecer.
  • 2:23 - 2:26
    Reagindo prontamente,
    as autoridades na Califórnia
  • 2:26 - 2:28
    puderam impedir que
    a Culerpa se propagasse.
  • 2:28 - 2:30
    Mas uma outra ocorrência da estirpe
  • 2:30 - 2:32
    na costa pantanosa do sudeste da Austrália,
  • 2:32 - 2:34
    não foi detetada e pôde espalhar-se.
  • 2:34 - 2:37
    Infelizmente, não é possível
    cobrir o Mar Mediterrâneo
  • 2:37 - 2:39
    nem a costa da Austrália.
  • 2:39 - 2:41
    As espécies invasivas
    não são um problema novo
  • 2:41 - 2:43
    e podem ocorrer naturalmente.
  • 2:43 - 2:45
    Mas, quando essas espécies são o resultado
  • 2:45 - 2:48
    da criação seletiva orientada pelo Homem
    ou da modificação genética
  • 2:48 - 2:50
    e depois libertadas no ambiente natural,
  • 2:50 - 2:51
    o seu efeito nos ecossistemas
  • 2:51 - 2:54
    pode ser muito mais radical e irreversível.
  • 2:54 - 2:56
    Com a proliferação de novas tecnologias,
  • 2:56 - 2:58
    e as múltiplas ameaças ao ambiente,
  • 2:58 - 3:00
    é muito importante que os cientistas
  • 3:00 - 3:02
    acompanhem e avaliem
    os riscos e os perigos
  • 3:02 - 3:04
    e que todos nós nos lembremos
  • 3:04 - 3:06
    de que o que começa no nosso quintal
  • 3:06 - 3:08
    pode afetar os ecossistemas
    a meio mundo de distância.
Title:
O ataque das algas assassinas — Eric Noel Muñoz
Description:

Ver a lição completa: http://ed.ted.com/lessons/attack-of-the-killer-algae-eric-noel-munoz

Por mais inofensiva que possa parecer, vista de perto, a pequena alga Caulerpa taxifolia pode provocar a devastação em ecossistemas costeiros. Esta super alga é muito adaptável; cresce depressa e espalha-se facilmente. Eric Noel Muñoz dá-nos os pormenores da incrível invasão destas plantas, esclarecendo os riscos de introduzir espécies invasivas em novos ecossistemas.

Lição de Eric Noel Muñoz, animação de Eli Enigenburg.

more » « less
Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
03:24

Portuguese subtitles

Revisions