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Podemos reprogramar a vida. Como fazê-lo de forma sábia

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    Há um ator chamado Dustin Hoffman.
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    Anos atrás, ele fez um filme que alguns
    de vocês devem ter ouvido falar:
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    "A Primeira Noite de um Homem",
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    e existem duas cenas centrais no filme.
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    A primeira, é a cena da sedução.
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    Não vou falar sobre ela esta noite.
  • 0:17 - 0:18
    (Risos)
  • 0:18 - 0:23
    A segunda, é a que ele foi retirado
    por um senhor e levado à piscina,
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    e como se fosse um formando de faculdade,
    o senhor fala basicamente uma palavra,
  • 0:28 - 0:29
    só uma palavra.
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    Claro, vocês todos sabem
    que palavra é essa.
  • 0:32 - 0:34
    É "plásticos".
  • 0:34 - 0:35
    (Risos)
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    O único problema é que esse
    foi o conselho totalmente errado.
  • 0:39 - 0:41
    (Risos)
  • 0:41 - 0:43
    Deixem-me contar porque foi errado.
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    A palavra deveria ter sido "silicone".
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    E a razão pela qual deveria
    ter sido silicone
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    é porque as patentes básicas
    dos semicondutores já tinham sido feitas,
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    tinham sido arquivadas,
    e já estavam sendo construídas.
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    Em 1967, o Vale do Silício
    estava em construção,
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    quando o filme foi lançado.
  • 1:02 - 1:05
    No ano seguinte, a Intel foi fundada.
  • 1:05 - 1:08
    Se o formando tivesse
    escutado a palavra certa,
  • 1:08 - 1:12
    talvez ele teria terminado
    no palco, não sei,
  • 1:12 - 1:13
    com estes dois.
  • 1:13 - 1:15
    (Risos)
  • 1:20 - 1:23
    Enquanto pensamos nisso,
  • 1:23 - 1:26
    vamos ver que conselho queremos dar
  • 1:26 - 1:30
    para que o próximo formando não
    se torne um vendedor de Tupperware.
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    [Só uma palavra...]
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    Em 2015, que palavra de conselho
    daríamos às pessoas,
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    ao levar um formando para a piscina,
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    e falássemos uma palavra, só uma?
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    Acho que seria "lifecode", código da vida.
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    O que é lifecode?
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    Lifecode são as diversas formas
    de programar a vida.
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    Em vez de programarmos computadores
    usamos coisas para programar vírus,
  • 1:52 - 1:57
    retrovirus, proteínas, DNA, RNA,
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    plantas, animais, uma série de criaturas.
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    Enquanto pensamos
    sobre esta habilidade incrível
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    de conduzir a vida a fazer o que queremos,
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    o que ela está programada para fazer,
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    o que acabamos fazendo
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    é pegar o que temos feito
    por milhares de anos,
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    que é procriar, mudar, misturar, combinar
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    todos os tipos de formas
    de vida, e nós as aceleramos.
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    Isto não é novidade.
  • 2:22 - 2:25
    Esta humilde semente
    de mostarda foi modificada
  • 2:25 - 2:28
    e se a alteramos de uma forma,
    obtemos brócolis;
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    se a alteramos de outra
    forma, obtemos couve.
  • 2:32 - 2:36
    Se a alteramos de uma terceira forma,
    obtemos couve-flor.
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    Quando vamos aos mercados
    onde tudo é "natural e orgânico",
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    na verdade estamos indo a um lugar
  • 2:41 - 2:45
    onde pessoas têm alterado o lifecode
    de plantas há um bom tempo.
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    A diferença hoje, dita em um termo
    completa e politicamente neutro é:
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    [design inteligente].
  • 2:50 - 2:52
    (Risos)
  • 2:52 - 2:55
    Estamos começando a praticar
    design inteligente.
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    Isso é, em vez de fazê-lo aleatoriamente
    e ver o que acontece por gerações,
  • 2:59 - 3:03
    estamos introduzindo
    proteínas e genes específicos,
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    e estamos alterando o lifecode
    por razões bem propositais.
  • 3:07 - 3:10
    Isso nos permite acelerar
    como as coisas acontecem.
  • 3:10 - 3:13
    Deixem-me dar-lhes um exemplo.
  • 3:13 - 3:15
    (Risos)
  • 3:15 - 3:19
    Alguns de nós talvez pensem
    em sexo ocasionalmente.
  • 3:19 - 3:22
    De certa forma, consideramos
    normal como temos mudado o sexo.
  • 3:22 - 3:26
    Então, pensamos ser normal
    e natural mudá-lo.
  • 3:26 - 3:28
    O que tem acontecido
    com sexo ao longo do tempo
  • 3:28 - 3:32
    é que, normalmente e por fim,
    sexo é igual a nenê.
  • 3:32 - 3:36
    Mas no mundo de hoje,
    sexo mais pílula é igual a zero nenê.
  • 3:36 - 3:37
    (Risos)
  • 3:37 - 3:40
    E pensamos que isso
    é perfeitamente normal e natural,
  • 3:40 - 3:43
    mas esse não é o caso
    da maioria da história humana.
  • 3:43 - 3:46
    Este não é o caso dos animais.
  • 3:46 - 3:48
    O que isso faz é nos dar controle,
  • 3:48 - 3:51
    e sexo se torna independente da concepção.
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    Enquanto pensamos
    nas consequências disso,
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    estamos mexendo com algo
    um pouco mais avançado, como arte.
  • 3:57 - 3:59
    Não no sentido de pintura e escultura,
  • 3:59 - 4:04
    mas de tecnologias
    de reprodução assistida.
  • 4:05 - 4:08
    O que são tecnologias
    de reprodução assistida?
  • 4:08 - 4:11
    São coisas como fertilização in vitro.
  • 4:13 - 4:16
    Quando fazemos fertilização in vitro,
    temos uma razão muito forte.
  • 4:16 - 4:19
    Às vezes não se consegue
    conceber de outra maneira.
  • 4:19 - 4:25
    Mas quando fazemos, estamos
    separando sexo, concepção e nenê.
  • 4:26 - 4:29
    Não estamos apenas controlando
    quando ter um nenê,
  • 4:29 - 4:33
    separamos quando e onde
    o nenê é fertilizado.
  • 4:33 - 4:37
    Estamos separando o nenê
    do corpo e do ato.
  • 4:37 - 4:40
    Enquanto pensamos
    em outras coisas que fazemos,
  • 4:40 - 4:43
    pensemos em gêmeos.
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    Podemos congelar o esperma,
    óvulos e óvulos fertilizados.
  • 4:48 - 4:49
    O que isso significa?
  • 4:49 - 4:52
    Ajuda se estivermos doentes com câncer.
  • 4:52 - 4:55
    Se estamos para começar
    quimioterapia ou radioterapia,
  • 4:55 - 4:58
    então poupamos estas coisas
    e não as irradiamos.
  • 4:58 - 5:02
    Mas se podemos poupá-las e congelá-las,
    e podemos usar uma barriga de aluguel,
  • 5:03 - 5:05
    significa que desassociamos sexo do tempo.
  • 5:05 - 5:09
    Significa que podemos
    ter gêmeos nascidos...
  • 5:09 - 5:11
    Daqui a 50 anos?
  • 5:11 - 5:13
    (Risos)
  • 5:15 - 5:19
    Daqui a 100 anos? 200 anos?
  • 5:20 - 5:24
    Estas são três mudanças profundas
    que não são coisas do futuro.
  • 5:24 - 5:27
    São coisas que achamos normais hoje.
  • 5:27 - 5:30
    Lifecode se revela ser um superpoder.
  • 5:30 - 5:35
    Revela-se uma maneira incrivelmente
    poderosa de modificar vírus,
  • 5:35 - 5:38
    de modificar plantas, animais,
  • 5:38 - 5:40
    talvez até de nos evoluir.
  • 5:40 - 5:43
    É algo em que Steve Gullans e eu
    temos pensado por um tempo.
  • 5:45 - 5:46
    Vamos arriscar.
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    Como toda tecnologia poderosa,
    como eletricidade, como um automóvel,
  • 5:50 - 5:54
    como computadores, isto pode ser
    potencialmente usado indevidamente,
  • 5:55 - 5:57
    e isso assusta muitas pessoas.
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    Quando aplicamos essas tecnologias,
    podemos até tornar humanos em quimeras.
  • 6:01 - 6:04
    Lembram-se do mito grego
    que mistura animais?
  • 6:04 - 6:09
    Alguns destes tratamentos, na verdade,
    acabam modificando o tipo sanguíneo.
  • 6:09 - 6:14
    Ou colocam células masculinas
    em um corpo feminino e vice-versa.
  • 6:14 - 6:18
    O que parece horrível, até percebermos
    que a razão pela qual fazemos isso
  • 6:18 - 6:21
    é que estamos substituindo medula óssea
    durante tratamentos de câncer.
  • 6:21 - 6:24
    Ao pegar a medula óssea de outra pessoa,
  • 6:24 - 6:27
    podemos modificar
    nossos aspectos fundamentais,
  • 6:27 - 6:29
    mas também salvar nossas vidas.
  • 6:29 - 6:31
    Enquanto pensamos nisso,
  • 6:31 - 6:33
    aqui está algo que aconteceu há 20 anos.
  • 6:33 - 6:35
    Esta é Emma Ott.
  • 6:35 - 6:40
    Ela foi aceita recentemente
    na faculdade e estuda contabilidade.
  • 6:40 - 6:43
    Participou de dois esportes universitários
    e se formou como primeira da turma.
  • 6:43 - 6:45
    Isso em si não é extraordinário,
  • 6:45 - 6:49
    exceto que ela foi o primeiro ser humano
    a nascer com três progenitores.
  • 6:50 - 6:53
    Por quê? Porque ela tinha
    uma doença mitocondrial fatal
  • 6:53 - 6:55
    que ela deve ter herdado.
  • 6:55 - 6:59
    Quando trocamos o DNA
    de uma terceira pessoa e o colocamos ali,
  • 6:59 - 7:02
    salvamos vidas de pessoas.
  • 7:02 - 7:04
    Também fazemos
    engenharia de linha germinal,
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    o que significa que as suas crianças,
    se ela as tiver, serão salvas
  • 7:08 - 7:10
    e não passarão por isso.
  • 7:10 - 7:13
    E as crianças delas serão salvas,
    os netos serão salvos,
  • 7:13 - 7:15
    e assim por diante.
  • 7:15 - 7:17
    Isso deixa as pessoas apreensivas.
  • 7:17 - 7:19
    Vinte anos atrás,
    várias autoridades disseram:
  • 7:19 - 7:22
    "Por que não estudamos isso por um tempo?"
  • 7:22 - 7:26
    Há riscos em fazer coisas
    e há riscos em não fazê-las,
  • 7:26 - 7:29
    porque havia algumas dúzias
    de pessoas salvas por esta tecnologia,
  • 7:29 - 7:33
    e temos pensado sobre isso
    para os próximos 20 anos.
  • 7:33 - 7:34
    Enquanto pensamos nisso,
  • 7:34 - 7:38
    enquanto tiramos um tempo para dizer:
    "Talvez deveríamos ter pesquisas maiores,
  • 7:38 - 7:40
    talvez deveríamos fazer isso ou aquilo".
  • 7:40 - 7:44
    Há consequências em agir
    e há consequências em não agir.
  • 7:45 - 7:48
    Como curar doenças fatais,
  • 7:48 - 7:51
    o que, a propósito,
    é totalmente antinatural.
  • 7:51 - 7:54
    É normal e natural
    que humanos sejam abatidos
  • 7:54 - 7:58
    por epidemias massivas de pólio,
    de varíola, de tuberculose.
  • 7:58 - 8:02
    Quando injetamos vacinas nas pessoas,
    estamos injetando coisas artificiais
  • 8:02 - 8:03
    em seus corpos
  • 8:03 - 8:08
    porque pensamos que os benefícios
    compensam o risco.
  • 8:08 - 8:12
    Porque criamos plantas
    artificiais, animais artificiais,
  • 8:12 - 8:14
    podemos alimentar por volta
    de 7 bilhões de pessoas.
  • 8:14 - 8:18
    Podemos fazer coisas
    como criar novas formas de vida.
  • 8:18 - 8:20
    Quando criamos novas formas de vida,
  • 8:20 - 8:24
    novamente, parece terrivelmente
    assustador e perturbador,
  • 8:24 - 8:27
    até percebermos que essas formas de vida
    vivem na sua mesa de jantar.
  • 8:27 - 8:30
    As flores que temos em nossa
    mesa de jantar:
  • 8:30 - 8:32
    não há muito de natural nelas,
  • 8:32 - 8:35
    porque as pessoas criam
    flores para ter certa cor,
  • 8:35 - 8:37
    de certo tamanho, para durar uma semana.
  • 8:37 - 8:40
    Geralmente não damos flores
    silvestres para quem amamos
  • 8:40 - 8:43
    porque elas não duram muito tempo.
  • 8:45 - 8:46
    O que isso tudo faz
  • 8:46 - 8:49
    é virar Darwin de cabeça para baixo.
  • 8:49 - 8:51
    Vejamos, por 4 bilhões de anos,
  • 8:51 - 8:55
    o que vivia e morria neste planeta
    dependia de dois princípios:
  • 8:55 - 8:58
    seleção natural e mutação aleatória.
  • 8:58 - 9:01
    Então, o que vivia e morria,
    o que era estruturado,
  • 9:01 - 9:04
    foi virado de cabeça para baixo.
  • 9:04 - 9:08
    O que fizemos foi criar um sistema
    evolucionário completamente paralelo
  • 9:08 - 9:11
    em que praticamos seleção artificial
    e mutação não-aleatória.
  • 9:11 - 9:13
    Deixem-me explicar:
  • 9:13 - 9:15
    isto é seleção natural.
  • 9:15 - 9:17
    Isto é seleção artificial.
  • 9:17 - 9:19
    (Risos)
  • 9:20 - 9:23
    O que acontece com isso
  • 9:23 - 9:25
    é que começamos a criar lobos
    há milhares de anos,
  • 9:25 - 9:28
    na Ásia central,
    para transformá-los em cães.
  • 9:28 - 9:31
    Então começamos a transformá-los
    em cães grandes e pequenos.
  • 9:31 - 9:33
    Se pegarmos um dos chihuahuas
  • 9:33 - 9:36
    que vemos nas sacolas Hermès
    na Quinta Avenida
  • 9:36 - 9:39
    e o soltarmos na planície africana,
  • 9:39 - 9:42
    podemos assistir a seleção
    natural acontecer.
  • 9:42 - 9:44
    (Risos)
  • 9:46 - 9:50
    Poucas coisas na Terra são menos
    naturais do que um milharal.
  • 9:50 - 9:54
    Nunca, em qualquer cenário,
    vamos andar por uma floresta virgem
  • 9:54 - 9:56
    e ver uma mesma planta crescendo
    em fileiras organizadas
  • 9:56 - 9:58
    e ao mesmo tempo,
  • 9:58 - 10:00
    nada mais crescendo ali.
  • 10:00 - 10:04
    Quando fazemos um milharal,
    selecionamos o que vive e o que morre.
  • 10:04 - 10:07
    Fazemos isso pela seleção artificial.
  • 10:07 - 10:12
    É igual a um campo de trigo, a um arrozal,
    a uma cidade, a um subúrbio.
  • 10:12 - 10:14
    De fato, metade da face da Terra
  • 10:14 - 10:16
    já foi manipulada artificialmente
  • 10:16 - 10:20
    para que o que vive e o que morre
    nela seja o que nós queremos,
  • 10:20 - 10:23
    por isso não há ursos pardos
    andando pelo centro de Manhattan.
  • 10:23 - 10:25
    (Risos)
  • 10:25 - 10:27
    E mutação aleatória?
  • 10:27 - 10:30
    Bem, isto é mutação aleatória:
    este é Antonio Alfonseca.
  • 10:30 - 10:33
    Ele também é conhecido
    pelo seu apelido, Polvo.
  • 10:33 - 10:36
    Em 2000, ele foi
    o Lançador Substituto do ano.
  • 10:36 - 10:41
    Uma mutação aleatória o deixou
    com seis dedos em cada mão,
  • 10:41 - 10:44
    o que parece ser muito útil
    para um lançador de beisebol.
  • 10:44 - 10:46
    (Risos)
  • 10:46 - 10:48
    E uma mutação não-aleatória?
  • 10:48 - 10:51
    Uma mutação não-aleatória é a cerveja,
  • 10:51 - 10:54
    o vinho, o iogurte.
  • 10:54 - 10:56
    Quantas vezes andamos pela floresta
  • 10:56 - 10:58
    e encontramos queijo natural?
  • 10:59 - 11:01
    Ou iogurte natural?
  • 11:01 - 11:02
    Temos manipulado estas coisas.
  • 11:02 - 11:06
    O interessante é que sabemos
    mais sobre o assunto.
  • 11:06 - 11:10
    Encontramos um dos instrumentos
    mais poderosos de edição genética,
  • 11:10 - 11:13
    CRISPR no iogurte.
  • 11:13 - 11:15
    Quando começamos a manipular células,
  • 11:15 - 11:19
    estamos produzindo oito dos dez
    maiores produtos farmacêuticos,
  • 11:20 - 11:23
    incluindo o que usamos
    para tratar artrite,
  • 11:23 - 11:26
    que é a droga mais vendida, Humira.
  • 11:26 - 11:28
    O lifecode...
  • 11:28 - 11:31
    É realmente um superpoder.
  • 11:31 - 11:34
    É realmente uma forma de programação
    e não há nada que vai nos modificar
  • 11:34 - 11:37
    mais do que este lifecode.
  • 11:37 - 11:42
    Enquanto pensamos em lifecode,
    vamos pensar em cinco princípios
  • 11:42 - 11:46
    de como começamos a orientar,
    e eu adoraria se vocês me dessem mais.
  • 11:46 - 11:48
    Princípio número um:
  • 11:48 - 11:51
    temos que assumir
    a responsabilidade por isso,
  • 11:51 - 11:55
    porque estamos no controle.
  • 11:55 - 11:57
    Estas mutações não são aleatórias.
  • 11:57 - 11:59
    Isto é o que estamos fazendo e escolhendo.
  • 11:59 - 12:01
    Não é como "coisas que acontecem".
  • 12:01 - 12:05
    Não aconteceu aleatoriamente.
    Não resultou do veredito de alguém.
  • 12:05 - 12:07
    Nós fabricamos estas coisas,
  • 12:07 - 12:11
    e é como a regra de uma loja:
    quebrou, pagou.
  • 12:11 - 12:12
    Princípio número dois:
  • 12:12 - 12:16
    temos que reconhecer e celebrar
    a diversidade destas coisas.
  • 12:16 - 12:19
    Já existiram, ao menos,
    33 versões de hominídeos
  • 12:19 - 12:21
    que já andaram ao redor da Terra.
  • 12:21 - 12:24
    A maioria deles está extinta,
    com exceção de nós.
  • 12:24 - 12:26
    Mas o estado normal e natural desta Terra
  • 12:26 - 12:29
    seria várias versões de humanos
    andando por aí ao mesmo tempo,
  • 12:29 - 12:33
    a razão pela qual a maioria de nós
    tem algo do homem de Neandertal em si.
  • 12:33 - 12:35
    Alguns têm algo de Denisova em si.
  • 12:35 - 12:38
    Alguns em Washington têm muito mais disso.
  • 12:38 - 12:39
    (Risos)
  • 12:39 - 12:42
    Princípo número três:
  • 12:42 - 12:45
    temos que respeitar
    as escolhas das pessoas.
  • 12:45 - 12:49
    Alguns escolhem nunca mudar.
    Alguns escolhem mudar tudo.
  • 12:49 - 12:51
    Alguns escolhem alterar
    plantas, mas não animais.
  • 12:51 - 12:55
    Alguns escolhem alterar a si mesmos.
    Alguns escolhem evoluir.
  • 12:55 - 12:57
    Diversidade não é algo ruim.
  • 12:57 - 13:00
    Apesar de acharmos que humanos
    são bastante diversificados,
  • 13:00 - 13:02
    chegamos perto da extinção.
  • 13:02 - 13:05
    Nós todos descendemos
    de uma única mãe africana
  • 13:05 - 13:06
    e a consequência disso
  • 13:06 - 13:11
    é que há mais diversidade
    em 55 chimpanzés africanos
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    do que em 7 bilhões de humanos.
  • 13:14 - 13:17
    Princípio número quatro:
  • 13:17 - 13:20
    deveríamos tomar por volta
    de um quarto da Terra
  • 13:20 - 13:23
    e deixar só Darwin atuar lá.
  • 13:23 - 13:26
    Não precisa ser contínuo,
    não precisa ser todo atrelado.
  • 13:26 - 13:29
    Deveria ser uma parte no oceano,
    uma parte na terra.
  • 13:29 - 13:32
    Mas nós não deveríamos controlar
    toda decisão evolucionária neste planeta.
  • 13:32 - 13:35
    Queremos ter nosso sistema
    evolucionário funcionando.
  • 13:35 - 13:37
    Queremos ter o sistema evolucionário
    de Darwin funcionando.
  • 13:37 - 13:41
    É muito importante ter
    os dois funcionando em paralelo
  • 13:41 - 13:43
    e não oprimir a evolução.
  • 13:43 - 13:46
    (Aplausos)
  • 13:50 - 13:53
    Última coisa que eu vou falar.
  • 13:53 - 13:56
    Esta é a aventura mais empolgante
    em que os humanos já embarcaram.
  • 13:56 - 13:59
    Este é o maior superpoder
    que os humanos já tiveram.
  • 13:59 - 14:03
    Seria um crime não participarmos
    dela porque ela nos assusta,
  • 14:03 - 14:05
    porque estamos nos escondendo dela.
  • 14:05 - 14:09
    Podemos participar na ética,
    na política, nos negócios.
  • 14:09 - 14:14
    Podemos participar pensando
    nos caminhos da medicina, da indústria,
  • 14:14 - 14:16
    para onde levaremos o mundo.
  • 14:16 - 14:19
    Seria um crime para todos nós
  • 14:19 - 14:22
    não estarmos atentos quando
    alguém aparece na piscina
  • 14:22 - 14:25
    e diz uma palavra, só uma palavra,
  • 14:25 - 14:28
    e não escutamos
    se aquela palavra é "lifecode".
  • 14:28 - 14:29
    Muito obrigado.
  • 14:29 - 14:32
    (Aplausos)
Title:
Podemos reprogramar a vida. Como fazê-lo de forma sábia
Speaker:
Juan Enriquez
Description:

Durante quatro bilhões de anos, o que vivia e morria na Terra dependia de dois princípios: seleção natural e mutação aleatória. Depois os humanos chegaram e mudaram tudo - hibridizando plantas, criando animais, alterando o meio ambiente e até evoluindo a si próprios intencionalmente. Juan Enriquez nos dá cinco diretrizes para um futuro no qual esta habilidade de programar a vida se acelera rapidamente. "Esta é a aventura mais empolgante em que o seres humanos já embarcaram", diz Enriquez. "Este é o maior super poder que os humanos já tiveram."

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
14:49

Portuguese, Brazilian subtitles

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