O poder do efeito placebo – Emma Bryce
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0:07 - 0:11Em 1956, 56 voluntários
fizeram parte de um estudo -
0:11 - 0:15para testar um novo analgésico
denominado Trivaricaine. -
0:15 - 0:19Um dedo indicador de cada voluntário
foi recoberto com o novo analgésico -
0:19 - 0:22e nada se fez com o outro dedo indicador.
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0:22 - 0:25Então, ambos os dedos
foram apertados com um alicate -
0:25 - 0:30e eles disseram sentir menos dor
no dedo que recebeu o analgésico. -
0:30 - 0:31Isto não é supreendente,
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0:31 - 0:35exceto pelo fato de que Trivaricaine
não era um analgésico, -
0:35 - 0:39apenas uma mistura de ingredientes
sem qualquer poder de aliviar a dor. -
0:39 - 0:43O que fez os voluntários ter certeza
de que o falso remédio funcionou? -
0:43 - 0:46A resposta está no efeito placebo,
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0:46 - 0:47um fenômeno sem explicação,
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0:47 - 0:52no qual remédios, tratamentos, terapias
que não deveriam ter qualquer efeito, -
0:52 - 0:53e que são frequentemente falsos,
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0:53 - 0:56milagrosamente fazem
que as pessoas sintam melhoras. -
0:56 - 1:00Os medicos usam o termo placebo
desde os anos 1700 -
1:00 - 1:05quando notaram o poder de falsos remédios
de amenizar os sintomas das pessoas. -
1:05 - 1:08Usava-se placebo quando
não se dispunha do remédio adequado, -
1:08 - 1:11ou quando alguém imaginava estar doente.
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1:11 - 1:16Na verdade, a palavra placebo significa
“agradarei” em latim, -
1:16 - 1:19e sugere o alívio de pacientes aflitos.
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1:19 - 1:21Os placebos precisavam
imitar o tratamento real -
1:21 - 1:23para que pudessem ser convincentes,
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1:23 - 1:25tinham a forma de comprimidos de açúcar,
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1:25 - 1:27injeções de água,
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1:27 - 1:29e até de encenação de cirurgias.
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1:29 - 1:34Logo os médicos perceberam que enganar
as pessoas assim tinha um outro uso: -
1:34 - 1:36nas pesquisas clínicas.
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1:36 - 1:40Nos anos 1950, pesquisadores usavam
placebos como uma ferramenta padrão -
1:40 - 1:42para testar novos tratamentos.
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1:42 - 1:44Para avaliar um novo remédio, por exemplo,
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1:44 - 1:47metade dos pacientes recebia
o remédio verdadeiro. -
1:47 - 1:50A outra metade recebia um placebo
com a mesma aparência. -
1:50 - 1:54Dado que os pacientes não sabiam
se receberam o remédio falso ou o real, -
1:54 - 1:56isto não influenciaria os resultados,
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1:56 - 1:58os pesquisadores avcreditavam.
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1:58 - 2:00Se o novo remédio produzisse
um benefício considerável, -
2:00 - 2:02quando comparado com o placebo,
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2:02 - 2:04ele era tido como eficiente.
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2:04 - 2:10Atualmente, é menos comum usar placebos
desta forma, devido a questões éticas. -
2:10 - 2:13Se é possível comparar um novo remédio
com uma versão mais antiga -
2:13 - 2:15ou com outro remédio existente,
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2:15 - 2:19isto é preferível a simplesmente
deixar alguém sem tratamento algum, -
2:19 - 2:21especialmente no caso de uma doença grave.
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2:21 - 2:24Nesses casos, os placebos
são usados como controle, -
2:24 - 2:26para um ajuste fino da pesquisa,
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2:26 - 2:30de modo que os efeitos do novo remédio
e aqueles do velho ou do alternativo -
2:30 - 2:33possam ser comparados com precisão.
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2:33 - 2:38Mas, é claro, sabemos que os placebos
também têm sua própria influência. -
2:38 - 2:39Graças ao efeito placebo,
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2:39 - 2:42pacientes tiveram alívio
em uma série de males, -
2:42 - 2:46inclusive de problemas cardíacos,
asma e de dor intensa, -
2:46 - 2:48embora todos tenham recebido
um remédio falso -
2:48 - 2:50ou passado por cirurgia de mentira.
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2:50 - 2:53Ainda não entendemos como isto acontece.
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2:53 - 2:55Alguns acreditam que, em vez de ser real,
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2:55 - 2:59o efeito placebo é simplesmente
confundido com outros fatores, -
2:59 - 3:00como o relato de falsas melhoras
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3:00 - 3:03por pacientes que querem
agradar aos médicos. -
3:03 - 3:04Por outro lado,
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3:04 - 3:08pesquisadores acham que, se alguém crê
que um falso tratamento é real, -
3:08 - 3:12suas expectativas de recuperação
realmente ativam fatores psicológicos -
3:12 - 3:14que aliviam seus sintomas.
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3:14 - 3:18Placebos parecem ser capazes de provocar
mudança mensurável na pressão sanguínea, -
3:18 - 3:19no batimento cardíaco,
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3:19 - 3:23e na liberação de substâncias químicas
que reduzem a dor, como as endorfinas. -
3:23 - 3:26Eis por que os que participam
de estudos sobre a dor -
3:26 - 3:29afirmam que os placebos
aliviam seu desconforto. -
3:29 - 3:32Placebos podem baixar
os níveis de hormônios do estresse, -
3:32 - 3:33como a adrenalina,
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3:33 - 3:36o que pode retardar os efeitos
danosos de uma doença. -
3:36 - 3:40Então, não deveríamos comemorar
os benefícios bizarros do placebo? -
3:40 - 3:41Não obrigatoriamente.
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3:41 - 3:44Alguém que acredita que um falso
tratamento o curou -
3:44 - 3:49pode abandonar remédios ou terapias
que provaram ser eficazes. -
3:49 - 3:52Além disso, os efeitos positivos
podem desaparecer com o tempo, -
3:52 - 3:54o que ocorre com frequência.
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3:54 - 3:56Placebos também mascaram
resultados clínicos, -
3:56 - 3:59o que motiva ainda mais
os cientistas a descobrir -
3:59 - 4:01como eles conseguem
nos dar tanto poder. -
4:02 - 4:04Apesar de tudo o que sabemos
sobre o corpo humano, -
4:04 - 4:09ainda há mistérios persistentes,
como o efeito placebo. -
4:09 - 4:13Quais outras maravilhas não reveladas
existirão dentro de nós? -
4:13 - 4:16É fácil investigar o mundo que nos cerca
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4:16 - 4:19e esquecer que um dos seus
fatos mais fascinantes -
4:19 - 4:21encontra-se bem atrás
de nossos olhos.
- Title:
- O poder do efeito placebo – Emma Bryce
- Speaker:
- Emma Bryce
- Description:
-
Veja a lição completa: http://ed.ted.com/lessons/the-power-of-the-placebo-effect-emma-bryce
O efeito placebo é um fenômeno sem explicação, no qual os remédios, tratamentos e terapias que não deveriam ter efeitos, e que são quase sempre falsos, milagrosamente fazem que as pessoas sintam uma melhora. O que acontece? Emma Bryce mergulha no mistério dos benefícios bizarros dos placebos.
Lição de Emma Bryce, animação de Globizco.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TED-Ed
- Duration:
- 04:38
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