Porque precisamos de voltar a Marte
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0:01 - 0:05Quero falar de 4600 milhões
de anos de história -
0:05 - 0:07em 18 minutos.
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0:07 - 0:10Quer dizer 300 milhões de anos por minuto.
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0:11 - 0:14Vamos começar com a primeira foto
que a NASA obteve -
0:14 - 0:16do planeta Marte.
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0:16 - 0:19Isto é o voo a baixa altitude
da sonda Mariner IV. -
0:19 - 0:21A foto foi tirada em 1965.
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0:21 - 0:24Quando esta foto saiu,
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0:24 - 0:26o bem conhecido jornal científico,
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0:26 - 0:29o New York Times, escreveu
no seu editorial -
0:29 - 0:33"Marte não é interessante,
é um mundo morto. -
0:33 - 0:36"A NASA não deveria
gastar tempo ou esforço nenhum -
0:36 - 0:38"para continuar a estudar Marte".
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0:38 - 0:41Ainda bem que os dirigentes
em Washington, -
0:41 - 0:43no quartel geral da NASA,
pensaram melhor -
0:43 - 0:46e nós começámos um estudo
muito aprofundado -
0:46 - 0:48do planeta vermelho.
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0:48 - 0:52Uma das principais perguntas
da ciência toda é -
0:52 - 0:54"Há vida fora da Terra?"
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0:54 - 0:58Acredito que Marte
é o candidato mais provável -
0:58 - 1:00a albergar vida fora da Terra.
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1:00 - 1:02Vou mostrar-vos dentro de minutos
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1:02 - 1:04umas fantásticas medições
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1:04 - 1:06que sugerem que pode haver vida em Marte.
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1:07 - 1:10Mas deixem-me começar com uma foto
tirada pela nave espacial Viking. -
1:10 - 1:14É uma fotocomposição feita
pela nave espacial Viking em 1976. -
1:14 - 1:17A Viking foi desenvolvida e controlada
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1:17 - 1:19no Centro de Pesquisa Langley da NASA.
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1:19 - 1:24Lançámos 2 orbitadores e 2 sondas
aterrissadoras no verão de 1976. -
1:24 - 1:27Contámos com quatro naves espaciais,
duas à volta de Marte, -
1:27 - 1:29duas na sua superfície
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1:29 - 1:31— um sucesso extraordinário.
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1:31 - 1:33Isto é a primeira fotografia
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1:33 - 1:35tirada da superfície dum outro planeta.
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1:35 - 1:37Isto é uma fotografia por Viking Lander
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1:37 - 1:39da superfície de Marte.
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1:39 - 1:42E sim, o Planeta Vermelho é vermelho.
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1:43 - 1:45Marte tem a metade do tamanho da Terra,
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1:45 - 1:48mas como dois terços da Terra
são cobertos por água -
1:48 - 1:51a área terrestre em Marte
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1:51 - 1:53é comparável àquela da Terra.
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1:53 - 1:57Portanto, Marte é um lugar bem grande
apesar de ter metade do tamanho. -
1:58 - 2:01Realizámos um levantamento topográfico
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2:01 - 2:03da superfície de Marte.
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2:03 - 2:05Conhecemos as diferenças de altitudes.
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2:06 - 2:08Sabemos muito de Marte.
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2:08 - 2:11Marte tem o maior vulcão do sistema solar,
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2:11 - 2:13o Monte Olimpo.
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2:13 - 2:15Marte tem o Grand Canyon
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2:15 - 2:18do sistema solar, o Valles Marineris.
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2:18 - 2:20É um planeta muito, muito interessante.
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2:20 - 2:25Marte tem a maior cratera
de impacto do sistema solar, -
2:25 - 2:27a Bacia de Hellas.
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2:27 - 2:29Tem um diâmetro de 3200 km.
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2:29 - 2:32Se, por acaso, tivéssemos estado em Marte
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2:32 - 2:33quando houve o impacto no solo,
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2:33 - 2:36teríamos tido um dia péssimo.
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2:36 - 2:37(Risos)
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2:37 - 2:39Isto é o Monte Olimpo.
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2:39 - 2:42É maior que o estado do Arizona.
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2:42 - 2:44Os vulcões são importantes,
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2:44 - 2:48porque os vulcões produzem
atmosfera e oceanos. -
2:48 - 2:50Estamos a olhar para o Valles Marineris,
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2:50 - 2:53o maior desfiladeiro do sistema solar,
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2:53 - 2:55sobreposto no mapa dos EUA,
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2:55 - 2:57com mais de 4800 km de extensão.
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2:57 - 3:00Uma das caraterísticas
mais intrigantes de Marte, -
3:00 - 3:02segundo a Académia Nacional de Ciências,
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3:02 - 3:06um dos 10 maiores mistérios
da era espacial -
3:06 - 3:08é porque é que certas áreas em Marte
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3:08 - 3:10são tão altamente magnetizadas.
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3:10 - 3:12Chamamos a isto "magnetismo da crosta".
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3:12 - 3:15Há regiões em Marte, onde,
por algumas razões -
3:15 - 3:18— ainda não entendemos o porquê —
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3:18 - 3:21a superfície é muito, muito
altamente magnetizada. -
3:21 - 3:23Há água em Marte?
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3:23 - 3:26A resposta é não, não há água líquida
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3:26 - 3:28na superfície de Marte hoje.
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3:28 - 3:31Mas há evidências intrigantes que sugerem
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3:31 - 3:33que, no começo da história de Marte,
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3:33 - 3:35pode ter havido rios
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3:35 - 3:38e fortes correntes de água.
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3:38 - 3:40Hoje Marte é muito muito seco.
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3:40 - 3:44Acreditamos que há água
nas calotas polares, -
3:44 - 3:46há calotas polares
no polo norte e no polo sul. -
3:46 - 3:48Eis algumas imagens recentes.
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3:48 - 3:51Esta foi captada pelas sondas Spirit
e Opportunity. -
3:51 - 3:53Estas imagens mostram que, antigamente,
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3:53 - 3:57havia correntes muito fortes de água
na superfície de Marte. -
3:57 - 3:59Porque é que é importante a água?
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3:59 - 4:03A água é importante porque, se queremos
vida, é preciso que haja água. -
4:03 - 4:06A água é o ingrediente chave na evolução,
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4:07 - 4:09na origem da vida em qualquer planeta.
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4:09 - 4:12Eis algumas fotos da Antártida
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4:12 - 4:14e uma foto do Monte Olimpo,
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4:14 - 4:16com traços semelhantes aos do glaciares.
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4:17 - 4:18Então, isto é água congelada.
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4:18 - 4:21Isto é água gelada em Marte.
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4:21 - 4:25Esta é a foto que prefiro.
Foi tirada apenas há umas semanas. -
4:25 - 4:27Ainda não tinha sido vista publicamente.
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4:27 - 4:30Isto é a Agência Espacial Europeia
Mars Express, -
4:30 - 4:32a imagem duma cratera em Marte
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4:32 - 4:34e, no centro da cratera,
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4:34 - 4:36temos água liquida, temos gelo.
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4:36 - 4:38É uma foto muito intrigante.
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4:39 - 4:42Agora acreditamos que,
no começo da história de Marte, -
4:42 - 4:45ou seja, há 4600 milhões de anos,
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4:45 - 4:50há 4600 milhões de anos,
Marte era muito parecido com a Terra. -
4:50 - 4:52Marte tinha rios, Marte tinha lagos,
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4:52 - 4:56mas ainda mais importante é que
Marte tinha oceanos à escala planetária. -
4:56 - 5:00Acreditamos que os oceanos
se situavam no hemisfério setentrional, -
5:00 - 5:02e esta área azul,
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5:02 - 5:06que mostra uma depressão
de aproximadamente 6400 metros, -
5:06 - 5:08era a antiga área oceânica
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5:08 - 5:10na superfície de Marte.
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5:10 - 5:13Para onde foram os oceanos
cheios de água de Marte? -
5:13 - 5:15Pois, temos uma ideia.
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5:15 - 5:19Estes são dados que obtivemos
alguns anos atrás -
5:19 - 5:22do satélite Odyssey,
lançado à volta de Marte. -
5:22 - 5:25Há água sob a superfície de Marte,
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5:25 - 5:27congelada sob a forma de gelo.
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5:27 - 5:29E isto mostra a percentagem.
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5:29 - 5:33Se a cor é azulada significa 16% em peso.
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5:33 - 5:3616%, em peso, da parte interna
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5:36 - 5:38contém água congelada, isto é, gelo.
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5:38 - 5:41Então, há muita água sob a superfície.
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5:41 - 5:45A medição mais intrigante e enigmática,
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5:45 - 5:48na minha opinião, que obtivemos de Marte
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5:48 - 5:51foi publicada no início deste ano
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5:51 - 5:54na revista Science.
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5:54 - 5:58O que estamos a observar aqui
é a presença de gás metano, -
5:58 - 6:02CH4, na atmosfera de Marte.
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6:03 - 6:06Como podem ver, há três regiões
distintas de metano. -
6:06 - 6:08Porque é que o metano é importante?
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6:08 - 6:10Porque, na Terra, o metano
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6:10 - 6:13quase na sua totalidade — 99,9% —
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6:13 - 6:16é produzido por organismos vivos,
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6:16 - 6:20não por pequenos homenzinhos verdes,
mas por microscópicas formas de vida -
6:20 - 6:22sob a superfície ou na superfície.
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6:22 - 6:24Agora temos a prova
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6:24 - 6:27que há metano na atmosfera de Marte,
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6:27 - 6:29um gás que, na Terra,
-
6:29 - 6:31é, originariamente, biogenético,
-
6:31 - 6:33produzido por seres vivos.
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6:33 - 6:38Isto são os três penachos nublosos
de Marte: A, B1, B2. -
6:38 - 6:40E isto é o terreno que aparece ali.
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6:41 - 6:43Graças a estudos geológicos, sabemos
-
6:43 - 6:47que estas são as regiões
mais antigas de Marte. -
6:47 - 6:50De facto, a Terra e Marte
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6:50 - 6:53têm ambos 4600 milhões de anos.
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6:53 - 6:57A rocha mais antiga na Terra tem
apenas 3600 milhões de anos. -
6:57 - 7:00A razão pela qual há uma lacuna
de mil milhões de anos -
7:00 - 7:02na nossa compreensão geológica
-
7:02 - 7:04é devida à tectónica de placas.
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7:04 - 7:07A crosta terrestre tem sido reciclada.
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7:07 - 7:09Não temos nenhum registo histórico
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7:09 - 7:11dos primeiros mil milhões de anos.
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7:11 - 7:14Esse registo histórico existe em Marte.
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7:14 - 7:16E este terreno para que estamos a olhar
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7:16 - 7:19remonta a 4600 milhões de anos,
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7:19 - 7:22quando a Terra e Marte se formaram.
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7:22 - 7:24Foi numa terça-feira.
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7:24 - 7:26(Risos)
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7:26 - 7:28Isto é um mapa que mostra
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7:28 - 7:32onde na superfície de Marte
colocámos a nossa nave espacial. -
7:32 - 7:35Eis a Viking I, a Viking II.
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7:35 - 7:38Isto é Opportunity. Isto é Spirit.
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7:38 - 7:41Isto é Mars Pathfinder. Isto é Phoenix,
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7:41 - 7:43que lançámos há dois anos.
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7:43 - 7:46Reparem que todas as nossas sondas
e todas as aterrissadoras -
7:46 - 7:49foram para o hemisfério setentrional.
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7:49 - 7:51Isto porque o hemisfério norte
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7:51 - 7:55é a região da antiga bacia oceânica.
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7:55 - 7:57Não há muitas crateras.
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7:57 - 8:01E isso é devido ao facto
de a água ter protegido a bacia -
8:01 - 8:04contra o impacto de
asteroides e meteoritos. -
8:05 - 8:07Mas olhem para o hemisfério meridional.
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8:07 - 8:10No hemisfério sul há crateras de impacto,
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8:10 - 8:11há crateras vulcânicas.
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8:11 - 8:13Eis a Bacia de Hellas,
-
8:13 - 8:16um lugar muito diferente,
do ponto de vista geológico. -
8:16 - 8:18Vejam onde é que está o metano:
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8:18 - 8:21está numa área de terreno
muito acidentado. -
8:23 - 8:25Qual é a melhor maneira de descobrir
-
8:25 - 8:28os mistérios que envolvem Marte?
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8:29 - 8:32Nós fizemos esta pergunta 10 anos atrás.
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8:32 - 8:36Convidámos 10 dos maiores cientistas
especializados em Marte -
8:36 - 8:39ao Centro de Pesquisa Langley
durante dois dias. -
8:39 - 8:41Escrevemos no quadro
-
8:41 - 8:44as principais perguntas que
ainda não tinham sido respondidas. -
8:45 - 8:50E passámos dois dias a procurar
a melhor resposta a essas perguntas. -
8:51 - 8:53O resultado do nosso encontro
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8:53 - 8:59foi um avião robótico propulsionado
por um foguetão a que chamámos ARES, -
8:59 - 9:03ou seja, um Topógrafo Ambiental
de Escala Regional Aérea. -
9:03 - 9:05Eis aqui um modelo do ARES.
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9:06 - 9:08Isto é um modelo em escala de 20%.
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9:08 - 9:12Este avião foi projetado no
Centro de Pesquisa Langley. -
9:12 - 9:15Se há um lugar no mundo
onde conseguem construir -
9:15 - 9:17um avião que possa voar em Marte,
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9:17 - 9:19esse lugar é o Centro de Pesquisa Langley,
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9:19 - 9:21durante quase 100 anos
-
9:21 - 9:23um centro líder mundial na aeronáutica.
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9:23 - 9:26Podemos voar a quase 1600 metros
acima da superfície. -
9:26 - 9:28Podemos percorrer
centenas de quilómetros -
9:28 - 9:31e voar a 700 km/h.
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9:31 - 9:34Podemos fazer coisas
que nem os orbitadores -
9:34 - 9:37nem as sondas veiculares podem fazer:
-
9:37 - 9:40podemos sobrevoar montanhas,
vulcões, crateras de impacto; -
9:40 - 9:41podemos voar por cima de vales,
-
9:42 - 9:44por cima do campo magnético da superfície,
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9:44 - 9:47das calotas polares,
da água localizada sob a superfície -
9:47 - 9:49e podemos ir à procura da vida em Marte.
-
9:49 - 9:51Mas o que tem igual importância é que,
-
9:51 - 9:54enquanto voarmos através
da atmosfera de Marte, -
9:54 - 9:56conseguiremos transmitir aquela viagem,
-
9:56 - 9:59o primeiro voo dum avião fora da Terra,
-
9:59 - 10:02conseguiremos transmitir
aquelas imagens para a Terra. -
10:03 - 10:06O nosso objetivo é inspirar
o público norte-americano -
10:06 - 10:10que está a pagar esta missão
com os dólares dos impostos. -
10:10 - 10:12Mas ainda mais importante
-
10:12 - 10:15é que vamos inspirar
a futura geração de cientistas, -
10:15 - 10:18tecnólogos, engenheiros e matemáticos.
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10:18 - 10:22Esta é uma área crítica
no que toca à segurança nacional -
10:22 - 10:25e à vitalidade económica:
-
10:25 - 10:28garantir que criamos a próxima geração
-
10:28 - 10:32de cientistas, engenheiros,
matemáticos e tecnólogos. -
10:32 - 10:34Este é o aspeto do ARES
-
10:34 - 10:36enquanto sobrevoa Marte.
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10:36 - 10:38Vamos pré-programá-lo.
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10:38 - 10:40Vamos voar onde há o metano.
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10:40 - 10:43Vamos ter instrumentos a bordo do avião
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10:43 - 10:46que vão analisar, em cada três minutos,
a atmosfera de Marte. -
10:47 - 10:48Vamos buscar o metano
-
10:48 - 10:50e inclusive outros gases
-
10:50 - 10:52produzidos por seres vivos.
-
10:53 - 10:56Vamos identificar os lugares
de onde estes gases emanam, -
10:56 - 10:59porque podemos medir
o gradiente do qual saem, -
10:59 - 11:03e depois podemos direcionar
a missão seguinte -
11:03 - 11:05para aterrar nessa área.
-
11:05 - 11:08Como vamos transportar
um avião até Marte? -
11:08 - 11:11Em duas palavras, muito cuidadosamente.
-
11:12 - 11:15O problema é que não o pomos
a voar até Marte, -
11:15 - 11:18vamos colocá-lo numa nave espacial
-
11:18 - 11:20e enviamo-la para Marte.
-
11:20 - 11:24O problema é que o diâmetro máximo
da nave especial -
11:24 - 11:26não atinge os 3 metros.
-
11:26 - 11:30O ARES vai tem mais de 6 metros
de envergadura -
11:30 - 11:31e mais de 5 m de comprimento.
-
11:31 - 11:33Como é que o enviamos a Marte?
-
11:33 - 11:35Vamos dobrá-lo,
-
11:35 - 11:38e assim vamos transportá-lo
a bordo duma nave espacial. -
11:38 - 11:42E vamos pô-lo numa coisa
denominada aeroescudo. -
11:42 - 11:44Isto é como vamos fazer.
-
11:44 - 11:47Temos um breve vídeo que descreve
a sequência da operação. -
11:47 - 11:52(Vídeo) Sete... seis... Luz verde.
Cinco... quatro... três... dois... um. -
11:52 - 11:56Acendimento do motor principal
e descolagem! -
12:05 - 12:09Joel Levine: Isto é um lançamento
do Centro Espacial Kennedy na Flórida. -
12:14 - 12:16Isto é a nave especial
-
12:16 - 12:18que demorou 9 meses
a chegar a Marte. -
12:18 - 12:21Aqui está a entrar na atmosfera de Marte.
-
12:21 - 12:24Há muito calor, por causa do atrito.
-
12:26 - 12:29Está a viajar a quase 29 000 km/h.
-
12:29 - 12:32Abre-se um paraquedas que serve
para desacelerar o veículo. -
12:32 - 12:35Os escudos térmicos são descartados.
-
12:35 - 12:38O avião fica exposto à atmosfera
pela primeira vez. -
12:38 - 12:41Desdobra-se.
-
12:41 - 12:44Acende-se o foguetão motor.
-
12:50 - 12:53Acreditamos que, com uma hora de voo,
-
12:53 - 12:56podemos reescrever os manuais sobre Marte
-
12:56 - 12:59mediante medições
de alta resolução da atmosfera, -
12:59 - 13:02mediante a procura de gases
de origem biogénica, -
13:02 - 13:05mediante a procura de gases
de origem vulcânica -
13:05 - 13:08mediante o estudo da superfície
e do fenómeno do magnetismo -
13:08 - 13:11na superfície, que ainda
não compreendemos, -
13:11 - 13:14assim como mediante o estudo
duma dúzia de outras áreas. -
13:14 - 13:16A prática leva à perfeição.
-
13:16 - 13:18Como sabemos que podemos fazer tudo isto?
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13:18 - 13:21Porque testámos o modelo de ARES,
-
13:21 - 13:24vários modelos em meia dúzia
de túneis de vento -
13:24 - 13:27no Centro de Pesquisa Langley
durante oito anos, -
13:27 - 13:30conforme as condições em Marte.
-
13:30 - 13:32E o que é igualmente importante
-
13:32 - 13:35é que testámos o ARES
na atmosfera terrestre -
13:35 - 13:38a cerca de 30 000 metros,
-
13:38 - 13:41o que é comparável à densidade e à pressão
-
13:41 - 13:44da atmosfera do lugar em Marte
onde vamos voar. -
13:44 - 13:48Se atravessarmos o país de avião
até Los Angeles -
13:48 - 13:50voamos a pouco mais de 11 000 m.
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13:50 - 13:52Nós fizemos os nossos testes a 30 000 m.
-
13:52 - 13:55E quero mostrar-vos um dos nossos testes.
-
13:55 - 13:57Isto é um modelo de meia escala.
-
13:57 - 14:00Eis um balão de hélio
de grande altitude -
14:00 - 14:03Isto foi por cima de Tilamook, em Oregon.
-
14:03 - 14:06Pusemos o avião dobrado em cima do balão
-
14:06 - 14:08— demorou 3 horas a chegar lá acima —
-
14:09 - 14:11e depois lançámo-lo no comando
-
14:11 - 14:13a 31 000 metros de altura,
-
14:13 - 14:16desdobrámos o avião
e tudo correu perfeitamente. -
14:18 - 14:20Fizemos testes em alta e baixa altitude,
-
14:20 - 14:24simplesmente para aperfeiçoar
esta técnica. -
14:25 - 14:27Já estamos prontos para lá ir.
-
14:27 - 14:29Tenho aqui um modelo à escala.
-
14:29 - 14:32Mas temos um modelo em tamanho natural
-
14:32 - 14:35guardado no Centro de
Pesquisa Langley da NASA. -
14:35 - 14:38Estamos prontos para ir. Tudo de que
precisamos é um cheque da NASA -
14:38 - 14:40(Risos)
-
14:40 - 14:42para cobrir os custos.
-
14:42 - 14:46Estou disposto a doar os meus honorários
da conferência de hoje -
14:46 - 14:47a favor desta missão.
-
14:47 - 14:51Na realidade, ninguém
recebe honorários para isto. -
14:51 - 14:53Isto é a equipa do ARES.
-
14:53 - 14:57Contamos com cerca
de 150 cientistas, engenheiros. -
14:57 - 15:00Colaboramos com
o Laboratório de Propulsão a Jacto, -
15:00 - 15:02o Centro de Voos Espaciais Goddard,
-
15:02 - 15:05o Centro de Pesquisa Ames
e meia dúzia das maiores universidades -
15:05 - 15:07e empresas ativas no
desenvolvimento disto. -
15:07 - 15:13É um grande esforço, todo sobre os ombros
do Centro de Pesquisa Langley da NASA. -
15:14 - 15:16E deixem-me terminar dizendo
-
15:16 - 15:18que, não muito longe daqui,
-
15:18 - 15:21mesmo ao virar da esquina, em Kittyhawk,
em Carolina do Norte, -
15:21 - 15:23há pouco mais de 100 anos,
-
15:23 - 15:25a história foi feita,
-
15:25 - 15:28quando houve o primeiro voo a motor
dum avião na Terra. -
15:28 - 15:30Agora mesmo estamos à beira
-
15:30 - 15:33de realizar o primeiro voo dum avião
-
15:33 - 15:35fora da atmosfera terrestre.
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15:35 - 15:38Estamos prontos para voar em Marte,
-
15:38 - 15:40reescrever os manuais sobre Marte.
-
15:40 - 15:43Se estiverem interessados
em ter mais informações, -
15:43 - 15:47temos um sítio "web" que descreve
esta emocionante e intrigante missão -
15:48 - 15:49e porque é que queremos fazê-la.
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15:50 - 15:51Muito obrigado.
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15:51 - 15:54(Aplausos)
- Title:
- Porque precisamos de voltar a Marte
- Speaker:
- Joel Levine
- Description:
-
Em ocasião do TEDxNASA Joel Levine, o cientista especializado no estudo dos planetas, apresenta algumas recentes descobertas intrigantes — e enigmáticas — sobre Marte: crateras cheias de gelo, vestígios de antigos oceanos e sinais convincentes da presença, algum dia no passado, de formas de vida. Argumenta a necessidade de voltarmos a Marte para descobrir mais.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 15:54
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Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Why we need to go back to Mars | ||
Margarida Ferreira accepted Portuguese subtitles for Why we need to go back to Mars | ||
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