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Conseguíriamos criar matéria escura? - Rolf Landua

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    Oitenta e cinco por cento da matéria
    em nosso universo é um mistério.
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    Não sabemos do que é feita, motivo
    pelo qual a chamamos de matéria escura.
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    Mas sabemos que está lá fora, pois podemos
    observar sua atração gravitacional
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    em galáxias e em outros corpos celestes.
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    Ainda não observamos
    diretamente matéria escura,
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    mas cientistas teorizam que possamos
    ser capazes de criá-la
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    no mais poderoso colisor
    de partículas no mundo.
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    Este é o LHC, Grande Colisor de Hádrons,
    de 27 quilômetros de extensão,
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    em Genebra, na Suíça.
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    E como isso funcionaria?
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    No LHC, dois feixes de prótons
    se movem em direções opostas
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    e são acelerados até
    próximo da velocidade da luz.
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    Em quatro pontos de colisão,
    os feixes se cruzam e prótons se chocam.
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    Prótons são compostos de partículas
    muito menores chamadas quarks e glúons.
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    Na maioria das colisões,
    os dois prótons se atravessam
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    sem resultados significativos.
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    Contudo, em aproximadamente
    uma em um milhão de colisões,
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    dois componentes se chocam
    tão violentamente,
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    que a maior parte da energia
    de colisão é liberada
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    produzindo milhares de novas partículas.
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    É apenas nessas colisões
    que partículas muito massivas,
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    como a proposta matéria escura,
    podem ser produzidas.
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    Os pontos de colisão
    são cercados por detectores
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    contendo aproximadamente
    100 milhões de sensores.
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    Como câmeras tridimensionais enormes,
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    eles coletam informações
    dessas novas partículas,
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    incluindo suas trajetórias,
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    carga elétrica,
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    e energia.
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    Após processada, os computadores podem
    demonstrar uma colisão como uma imagem.
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    Cada linha é o caminho
    de uma partícula diferente,
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    e diferentes tipos de partículas
    são coloridas distintivamente.
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    Dados dos detectores permitem
    que cientistas determinem
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    o que cada uma dessas partículas é,
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    coisas como fótons e elétrons.
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    Detectores tiram fotos de aproximadamente
    um bilhão dessas colisões por segundo
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    para encontrar sinais dessas partículas
    massivas extremamente raras.
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    Para aumentar a dificuldade,
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    essas partículas que procuramos
    podem ser instáveis
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    e decair em partículas mais comuns
    antes de atingirem os sensores.
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    Tome como exemplo o bóson de Higgs,
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    uma partícula teorizada há muito tempo
    e que não havia sido observada até 2012.
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    As chances de uma colisão produzir um
    bóson de Higgs são de uma em 10 bilhões,
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    e ele se mantém por apenas
    uma pequena fração de segundo
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    antes de decair.
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    Mas cientistas desenvolveram modelos
    teóricos para mostrar-lhes o que procurar.
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    Para o bóson de Higgs, eles pensaram
    que se decomporia em dois fótons.
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    Eles então examinaram primeiro
    apenas os eventos de alta energia
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    que incluíam dois fótons.
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    Mas havia um problema aqui.
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    Existem inúmeras interações de partículas
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    que podem produzir dois fótons aleatórios.
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    Como separar o bóson de Higgs do restante?
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    A resposta é massa.
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    A informação colhida pelos detectores
    permite que os cientistas voltem um passo
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    e determinem a massa
    do que produziu os dois fótons.
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    Colocam o valor da massa em um gráfico
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    e repetem o processo para todos
    os eventos com dois fótons.
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    A maioria destes eventos é apenas
    observações aleatórias de fótons,
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    o que cientistas chamam
    de eventos de fundo.
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    Mas quando um bóson de Higgs
    é produzido e se decompõe em dois fótons,
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    a massa sempre é a mesma.
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    Portanto, o sinal de um bóson de Higgs
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    seria um pequeno inchaço
    no topo do plano de fundo.
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    São necessárias bilhões de observações
    até que um inchaço como esse apareça,
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    e só é considerado um resultado definitivo
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    se o inchaço se torna notadamente
    maior que o plano de fundo.
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    No caso do bóson de Higgs,
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    os cientistas no LHC anunciaram
    seu resultado revolucionário
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    quando havia apenas
    uma chance em 3 milhões
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    de que o inchaço aparecesse ao acaso.
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    De volta à matéria escura.
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    Se os feixes de prótons do LHC possuírem
    energia suficiente para produzí-la,
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    provavelmente seria um evento ainda
    mais raro que o bóson de Higgs.
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    Precisaríamos de mil bilhões de colisões
    combinadas com modelos teóricos
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    para começar a procurar.
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    Isso é o que o LHC está fazendo agora.
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    Ao gerar uma montanha de dados,
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    esperamos encontrar mais
    pequenos inchaços em gráficos
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    que proverão evidências para partículas
    ainda desconhecidas, como matéria escura.
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    Talvez o que vamos encontrar
    não seja matéria escura,
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    mas algo diferente
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    que alteraria completamente nosso
    entendimento de como o universo funciona.
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    E isso é parte da diversão nesse momento.
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    Não temos ideia do que vamos encontrar.
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Conseguíriamos criar matéria escura? - Rolf Landua
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Veja a lição completa: https://ed.ted.com/lessons/could-we-create-dark-matter-rolf-landua

Oitenta e cinco por cento da matéria no nosso universo é matéria escura. Nós não sabemos do que a matéria escura é feita, e ainda não a observamos diretamente, mas cientistas teorizam que nós podemos criá-la no Grande Colisor de Hádrons, o mais poderoso colisor de partículas no mundo. E como isso funcionaria? O cientista do CERN Rolf Landua explica como descobrir uma nova partícula.

Lição de: Rolf Landua; animação de: Lazy Chief.

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English
Team:
closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
05:49

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