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A procura de planetas para além do nosso sistema solar.

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    Estou aqui para vos falar da verdadeira
    procura de vida alienígena.
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    Não de pequenos humanoides verdes
    em brilhantes discos voadores,
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    embora isso fosse agradável.
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    Mas é sobre a busca de planetas
    que orbitam estrelas distantes.
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    Todas as estrelas no nosso céu são sóis.
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    E se o nosso Sol tem planetas,
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    — Mercúrio, Vénus, Terra, Marte, etc. —
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    decerto as outras estrelas
    também deverão ter planetas.
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    E têm.
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    Nas últimas duas décadas,
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    os astrónomos encontraram
    milhares de exoplanetas.
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    O nosso céu noturno está literalmente
    impregnado de exoplanetas.
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    Nós sabemos, estatisticamente,
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    que cada estrela tem
    pelo menos um planeta.
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    Na busca de planetas,
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    e no futuro, planetas
    que sejam parecidos com a Terra,
  • 0:41 - 0:42
    nós podemos ajudar a abordar
  • 0:42 - 0:45
    algumas das mais espantosas
    e misteriosas questões
  • 0:45 - 0:48
    que desafiam a humanidade há séculos.
  • 0:48 - 0:49
    Porque estamos aqui?
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    Porque existe o nosso universo?
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    Como é que a terra se formou e evoluiu?
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    Como e porquê a vida teve origem
    e povoou o nosso planeta?
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    A segunda questão em que
    pensamos com frequência é:
  • 1:01 - 1:03
    Estamos sozinhos?
  • 1:03 - 1:05
    Existe vida lá fora?
  • 1:05 - 1:08
    Quem está lá fora?
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    Esta questão está presente
    há milhares de anos,
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    pelo menos desde o tempo
    dos filósofos gregos.
  • 1:13 - 1:16
    Eu estou aqui para contar
    como estamos perto
  • 1:16 - 1:19
    de encontrar a resposta
    para esta questão.
  • 1:19 - 1:24
    É a primeira vez, na história humana,
    que isto está realmente ao nosso alcance.
  • 1:24 - 1:26
    Quando penso nas possibilidades
    de vida lá fora,
  • 1:26 - 1:31
    penso no facto de que o nosso sol
    é apenas uma de várias estrelas.
  • 1:31 - 1:33
    Esta é uma foto de uma galáxia real.
  • 1:33 - 1:36
    Pensamos que a Via Láctea
    é parecida com esta galáxia.
  • 1:36 - 1:37
    É uma coleção de estrelas fronteira.
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    Mas a nossa é uma entre centenas
    de milhares de milhões de estrelas,
  • 1:42 - 1:47
    e a nossa galáxia é uma entre mais de
    centenas de milhares de milhões.
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    Sabendo que os planetas pequenos
    são muito comuns,
  • 1:50 - 1:52
    podemos fazer os cálculos.
  • 1:52 - 1:56
    E há tantas estrelas
    e tantos planetas lá fora,
  • 1:56 - 1:59
    que certamente existe vida em algum lugar.
  • 1:59 - 2:03
    Os biólogos ficam furiosos
    comigo por dizer isto,
  • 2:03 - 2:07
    porque ainda não temos qualquer
    evidência de vida fora da Terra.
  • 2:07 - 2:12
    Se pudéssemos olhar para a
    nossa galáxia do lado de fora
  • 2:12 - 2:14
    e aproximar a zona do nosso Sol,
  • 2:14 - 2:16
    veríamos um verdadeiro mapa das estrelas.
  • 2:16 - 2:20
    As estrelas em destaque são as que
    sabemos terem exoplanetas.
  • 2:20 - 2:23
    Isto realmente é apenas
    a ponta do icebergue.
  • 2:23 - 2:27
    Nesta animação estamos a aproximar
    o nosso sistema solar.
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    Veremos aqui planetas
  • 2:29 - 2:33
    bem como algumas sondas que estão
    a orbitar o nosso sol.
  • 2:33 - 2:37
    Se conseguimos imaginar ir para a costa
    ocidental da América do Norte,
  • 2:37 - 2:39
    e olhar para o céu noturno,
  • 2:39 - 2:41
    eis o que veríamos numa
    noite de primavera.
  • 2:41 - 2:43
    Podemos ver as constelações sobrepostas
  • 2:43 - 2:45
    e, de novo, tantas estrelas com planetas.
  • 2:45 - 2:50
    Há uma zona especial do céu
    em que temos milhares de planetas.
  • 2:50 - 2:54
    Foi aqui que o Telescópio Espacial Kepler
    se focou durante muitos anos.
  • 2:54 - 2:59
    Vamos aproximar e olhar para
    um dos exoplanetas favoritos.
  • 2:59 - 3:03
    Esta estrela chama-se Kepler-186f.
  • 3:03 - 3:05
    É um sistema com cerca de cinco planetas.
  • 3:05 - 3:09
    A propósito, não sabemos muito sobre
    a maioria destes exoplanetas.
  • 3:09 - 3:12
    Conhecemos o seu tamanho,
    a sua órbita e coisas do género.
  • 3:12 - 3:16
    Há um planeta muito especial
    chamado Kepler-186f.
  • 3:16 - 3:20
    Este planeta está numa zona não
    muito afastada da estrela.
  • 3:20 - 3:24
    pelo que a temperatura deverá ser
    quase certa para haver vida.
  • 3:24 - 3:26
    Esta animação está apenas a aproximar
  • 3:26 - 3:30
    e a mostrar-nos como
    poderá ser este planeta.
  • 3:31 - 3:37
    Muitas pessoas têm uma noção
    romântica dos astrónomos.
  • 3:37 - 3:41
    Vão para o telescópio, no cimo
    de uma montanha solitária
  • 3:41 - 3:44
    e observam um céu noturno espetacular
    através de um grande telescópio.
  • 3:44 - 3:48
    Na realidade, trabalhamos nos nossos
    computadores, como toda a gente.
  • 3:48 - 3:51
    Obtemos os nossos dados por email
    ou descarregando de uma base de dados.
  • 3:51 - 3:54
    Em vez de vir aqui falar-vos
  • 3:54 - 3:57
    da natureza um pouco monótona
    dos dados e da sua análise
  • 3:57 - 3:59
    e dos modelos computacionais
    complexos que fazemos,
  • 3:59 - 4:02
    tenho uma forma diferente de
    explicar-vos algumas coisas
  • 4:02 - 4:04
    que estamos a pensar sobre os exoplanetas.
  • 4:04 - 4:05
    Eis um cartaz de viagem:
  • 4:05 - 4:07
    "Kepler-186f:
  • 4:07 - 4:10
    "Onde a relva do vizinho
    é sempre mais vermelha."
  • 4:10 - 4:13
    É que o Kepler-186f orbita
    uma estrela vermelha
  • 4:13 - 4:17
    e especulamos que talvez as suas plantas,
  • 4:17 - 4:19
    — se existir vegetação
    que faça a fotossíntese —
  • 4:19 - 4:23
    tenham pigmentos diferentes
    e sejam vermelhas.
  • 4:23 - 4:27
    "Apreciem a gravidade em HD 40307g,
  • 4:27 - 4:28
    "a Super Terra."
  • 4:28 - 4:32
    Este planeta tem mais massa do que a Terra
    e tem uma gravidade superior à superfície.
  • 4:32 - 4:35
    "Relaxe em Kepler-16b,
  • 4:35 - 4:38
    "onde a sua sombra tem sempre companhia."
  • 4:38 - 4:40
    (Risos)
  • 4:40 - 4:44
    Conhecemos uma dúzia de planetas
    que orbitam duas estrelas
  • 4:44 - 4:46
    e haverá muitos mais por aí.
  • 4:46 - 4:48
    Se pudéssemos visitar um desses planetas,
  • 4:48 - 4:50
    veríamos literalmente dois pores-do-sol
  • 4:50 - 4:52
    e teríamos duas sombras.
  • 4:52 - 4:54
    A ficção científica acertou
    em algumas coisas.
  • 4:54 - 4:56
    Tatooine da Guerra das Estrelas.
  • 4:56 - 4:58
    Tenho mais alguns exoplanetas favoritos
  • 4:58 - 5:00
    para vos dar a conhecer.
  • 5:00 - 5:01
    Este é Kepler-10b.
  • 5:01 - 5:04
    É um planeta muito quente.
  • 5:04 - 5:07
    A sua órbita é 50 vezes
    mais próxima da sua estrela
  • 5:07 - 5:09
    do que a da Terra, em relação ao Sol.
  • 5:09 - 5:13
    Na realidade, é tão quente que não podemos
    visitar nenhum destes planetas.
  • 5:13 - 5:15
    Se pudéssemos, derreteríamos
    muito antes de chegar.
  • 5:15 - 5:18
    Pensamos que a superfície
    é tão quente que derrete rochas
  • 5:18 - 5:20
    e tem lagos de lava líquida.
  • 5:20 - 5:21
    Gliese 1214b.
  • 5:21 - 5:25
    Sabemos a massa e o tamanho deste planeta
    e que tem uma densidade baixa.
  • 5:25 - 5:26
    É um pouco quente.
  • 5:26 - 5:28
    Não sabemos nada deste planeta,
  • 5:28 - 5:31
    mas uma possibilidade é que
    seja um mundo de água,
  • 5:31 - 5:35
    como uma ampliação de uma
    das luas de gelo de Júpiter,
  • 5:35 - 5:37
    cuja massa talvez seja 50% água.
  • 5:37 - 5:41
    Neste caso, teríamos uma
    atmosfera espessa de vapor,
  • 5:41 - 5:42
    por cima de um oceano,
  • 5:42 - 5:44
    não de água líquida,
  • 5:44 - 5:47
    mas de uma forma exótica
    de água, um superfluido
  • 5:47 - 5:49
    — nem gás, nem líquido.
  • 5:49 - 5:50
    Por baixo, não haveria rocha,
  • 5:50 - 5:52
    mas uma forma de gelo sob alta pressão,
  • 5:52 - 5:55
    como o Gelo IX.
  • 5:55 - 5:57
    De entre todos estes planetas,
  • 5:57 - 6:00
    e a variedade é simplesmente espantosa,
  • 6:00 - 6:05
    queremos principalmente descobrir
    aqueles a que chamamos "Goldilocks".
  • 6:05 - 6:07
    Nem muito grandes, nem muito pequenos,
  • 6:07 - 6:09
    nem muito quentes, nem muito frios
  • 6:09 - 6:11
    na medida certa para a vida.
  • 6:11 - 6:14
    Para isso, temos que conseguir observar
    a atmosfera do planeta,
  • 6:14 - 6:17
    porque a atmosfera atua como um
    cobertor que conserva a temperatura
  • 6:17 - 6:18
    — o efeito de estufa.
  • 6:18 - 6:21
    Temos que conseguir avaliar
    os gases de efeito de estufa
  • 6:21 - 6:23
    noutros planetas.
  • 6:23 - 6:26
    A ficção científica errou nalgumas coisas.
  • 6:26 - 6:28
    A nave Enterprise de Star Trek
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    tinha que viajar grandes distâncias
    a velocidades incríveis
  • 6:31 - 6:33
    para orbitar outros planetas,
  • 6:33 - 6:37
    para que o Primeiro Oficial Spock
    pudesse analisar a atmosfera
  • 6:37 - 6:39
    e ver se o planeta era habitável
  • 6:39 - 6:41
    ou se tinha alguma forma de vida.
  • 6:41 - 6:43
    Não precisamos de viajar
    a velocidade "warp"
  • 6:43 - 6:46
    para ver a atmosfera de outros planetas,
  • 6:46 - 6:48
    embora não queira dissuadir
    nenhum engenheiro
  • 6:48 - 6:50
    de tentar descobrir como fazê-lo.
  • 6:50 - 6:53
    Conseguimos estudar
    a atmosfera dos planetas
  • 6:53 - 6:54
    a partir daqui, da órbita da Terra.
  • 6:54 - 6:57
    Esta é uma fotografia do
    Telescópio Espacial Hubble,
  • 6:57 - 7:00
    tirada do vaivém Atlantis, na sua partida,
  • 7:00 - 7:03
    após o último voo espacial
    tripulado até ao Hubble.
  • 7:03 - 7:04
    Instalou-se uma câmara nova,
  • 7:04 - 7:07
    que usamos para as atmosferas
    dos exoplanetas.
  • 7:07 - 7:12
    Até agora, conseguimos estudar a atmosfera
    de dúzias de exoplanetas,
  • 7:12 - 7:14
    cerca de seis deles com grande detalhe.
  • 7:14 - 7:16
    Mas não são planetas
    pequenos como a Terra.
  • 7:16 - 7:18
    São planetas grandes e quentes,
    fáceis de ver.
  • 7:18 - 7:19
    Não estamos prontos.
  • 7:19 - 7:24
    Ainda não temos a tecnologia para
    estudar exoplanetas pequenos.
  • 7:24 - 7:27
    No entanto, queria tentar explicar
  • 7:27 - 7:30
    como estudamos a atmosfera
    dos exoplanetas.
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    Quero que imaginem um arco-íris.
  • 7:33 - 7:36
    Se pudéssemos observá-lo de perto,
  • 7:36 - 7:39
    notaríamos a ausência
    de algumas linhas escuras.
  • 7:39 - 7:41
    Aqui está o nosso Sol,
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    com a sua luz branca separada,
  • 7:42 - 7:45
    não por gotas de chuva,
    mas por um espectrógrafo.
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    Podemos ver todas estas
    linhas escuras verticais.
  • 7:47 - 7:49
    Umas muito estreitas, outras largas.
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    Algumas são matizadas nas margens.
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    É deste modo que os astrónomos têm
    estudado os objetos celestes,
  • 7:54 - 7:56
    há mais de um século.
  • 7:56 - 7:58
    Aqui, cada átomo e molécula
  • 7:58 - 8:00
    tem um conjunto especial de linhas,
  • 8:00 - 8:02
    uma impressão digital, se quiserem.
  • 8:02 - 8:04
    É assim que estudamos
    a atmosfera dos exoplanetas.
  • 8:04 - 8:06
    Nunca esquecerei quando
    comecei a trabalhar
  • 8:06 - 8:08
    em atmosferas de
    exoplanetas, há 20 anos.
  • 8:08 - 8:11
    Quantas pessoas disseram:
    "Isso nunca vai acontecer,
  • 8:11 - 8:13
    "Nunca conseguiremos estudá-los.
    Porque te importas?"
  • 8:13 - 8:16
    Por isso tenho muito gosto em falar-vos
    das atmosferas já estudadas
  • 8:16 - 8:19
    e como são uma área de estudo em si.
  • 8:19 - 8:22
    Em relação a outros
    planetas, outras Terras,
  • 8:22 - 8:24
    no futuro, quando pudermos observá-los,
  • 8:24 - 8:26
    que tipo de gases iremos procurar?
  • 8:26 - 8:29
    A nossa própria Terra tem
    oxigénio na atmosfera,
  • 8:29 - 8:32
    cerca de 20% por volume.
  • 8:32 - 8:34
    É muito oxigénio.
  • 8:34 - 8:36
    Sem as plantas e a vida fotossintética,
  • 8:36 - 8:40
    não haveria, praticamente, nenhum
    oxigénio na nossa atmosfera.
  • 8:40 - 8:42
    O oxigénio está aqui graças à vida.
  • 8:42 - 8:47
    O nosso objetivo é procurar gases,
    na atmosfera de outros planetas,
  • 8:47 - 8:49
    que não devessem estar lá,
  • 8:49 - 8:51
    que possamos atribuir
    à existência de vida.
  • 8:51 - 8:53
    Que moléculas devemos procurar?
  • 8:53 - 8:55
    Já referi quão diferentes
    podem ser os exoplanetas.
  • 8:55 - 8:57
    Esperamos que isso se mantenha no futuro,
  • 8:57 - 8:59
    quando encontrarmos outras Terras.
  • 8:59 - 9:01
    É uma das coisas em que
    estou a trabalhar.
  • 9:01 - 9:03
    Tenho um teoria sobre isto.
  • 9:03 - 9:05
    A propósito, quase todos os dias
  • 9:05 - 9:08
    recebo emails de alguém,
  • 9:08 - 9:11
    com um teoria maluca
    sobre a física da gravidade,
  • 9:11 - 9:14
    sobre cosmologia ou algo do género.
  • 9:14 - 9:17
    Por favor, não me enviem uma
    das vossas teorias malucas.
  • 9:17 - 9:18
    (Risos)
  • 9:18 - 9:20
    Eu tive a minha própria teoria maluca.
  • 9:20 - 9:23
    Mas a quem se pode dirigir
    um professor do MIT?
  • 9:23 - 9:27
    Enviei um email a um Prémio
    Nobel, em Fisiologia ou Medicina.
  • 9:27 - 9:29
    Ele disse: "Claro, apareça e falamos."
  • 9:29 - 9:31
    Levei os meus dois amigos bioquímicos
  • 9:31 - 9:33
    e fomos falar-lhe da nossa teoria maluca.
  • 9:33 - 9:37
    Essa teoria era que a vida produz
    todas as moléculas pequenas,
  • 9:37 - 9:39
    tantas moléculas.
  • 9:39 - 9:42
    Tudo em que poderia pensar,
    não sendo uma química.
  • 9:42 - 9:44
    Pensem nisto: dióxido de carbono,
    monóxido de carbono,
  • 9:44 - 9:47
    hidrogénio e azoto moleculares,
  • 9:47 - 9:48
    metano, cloreto de metilo.
  • 9:48 - 9:51
    Tantos gases que também
    existem por outras razões,
  • 9:51 - 9:53
    mas a vida até produz ozono.
  • 9:53 - 9:55
    Fomos falar com ele sobre isto
  • 9:55 - 9:57
    e, de imediato, ele desfez a teoria.
  • 9:57 - 10:00
    Ele encontrou um exemplo que não existe.
  • 10:00 - 10:02
    Voltámos aos nossos esquemas
  • 10:02 - 10:05
    e pensamos ter encontrado algo
    muito interessante noutra área.
  • 10:05 - 10:07
    Voltando aos exoplanetas,
  • 10:07 - 10:10
    a questão é que a vida produz tantos
    tipos diferentes de gases,
  • 10:10 - 10:13
    literalmente milhares de gases.
  • 10:13 - 10:15
    O que estamos a fazer
    agora é tentar descobrir
  • 10:15 - 10:17
    em que tipo de exoplanetas,
  • 10:17 - 10:21
    quais os gases que podem
    ser atribuídos à vida.
  • 10:22 - 10:24
    Assim, por vezes encontramos gases,
  • 10:24 - 10:26
    na atmosfera de exoplanetas,
  • 10:26 - 10:28
    que não sabemos se estão a ser produzidos
  • 10:28 - 10:31
    por seres inteligentes, por árvores,
  • 10:31 - 10:32
    ou por um pântano,
  • 10:32 - 10:36
    ou até por vida microbiana
    simples, unicelular.
  • 10:36 - 10:37
    Trabalhando nos modelos,
  • 10:37 - 10:39
    e pensando em bioquímica,
  • 10:39 - 10:40
    tudo corre bem.
  • 10:40 - 10:43
    Mas um grande desafio que temos
    pela frente é: Como?
  • 10:43 - 10:45
    Como vamos descobrir esses planetas?
  • 10:45 - 10:48
    Há muitas formas de descobrir planetas,
  • 10:48 - 10:49
    várias formas diferentes.
  • 10:49 - 10:53
    Aquela em estou mais focada é
    como podemos abrir um portal,
  • 10:53 - 10:54
    para que, no futuro,
  • 10:54 - 10:56
    possamos descobrir centenas de Terras.
  • 10:56 - 10:59
    Temos uma oportunidade real
    de encontrar sinais de vida.
  • 10:59 - 11:02
    Na realidade, acabei de liderar
    um projeto de dois anos
  • 11:02 - 11:04
    numa fase especial de um conceito
  • 11:04 - 11:06
    a que chamamos sombra estelar.
  • 11:06 - 11:09
    A sombra estelar é um painel
    com um forma muito especial.
  • 11:09 - 11:11
    O objetivo é fazer voar
    essa sombra estelar
  • 11:11 - 11:14
    de modo a bloquear a luz de uma estrela,
  • 11:14 - 11:17
    para que o telescópio possa
    ver os planetas diretamente.
  • 11:17 - 11:20
    Aqui podem ver-me
    com dois colegas de equipa,
  • 11:20 - 11:22
    a segurar uma pequena
    parte da sombra estelar.
  • 11:22 - 11:24
    Tem a forma de uma flor gigante.
  • 11:24 - 11:27
    Este é um dos protótipos das pétalas.
  • 11:27 - 11:32
    A ideia é que a sombra estelar e o
    telescópio sejam lançados em conjunto,
  • 11:32 - 11:35
    e que a pétalas se desdobrem
    na posição estacionária.
  • 11:35 - 11:37
    A armação central expande-se
  • 11:37 - 11:40
    e as pétalas colocam-se em posição.
  • 11:40 - 11:43
    Isto tem de ser feito
    de forma muito precisa,
  • 11:43 - 11:45
    na ordem dos mícrons, nas pétalas,
  • 11:45 - 11:47
    que têm que se deslocar milímetros.
  • 11:47 - 11:49
    Toda a estrutura terá de se afastar
  • 11:49 - 11:52
    dezenas de milhares de
    quilómetros do telescópio.
  • 11:52 - 11:55
    Tem dezenas de metros de diâmetro.
  • 11:55 - 12:00
    A ideia é bloquear a luz da estrela
    com uma precisão incrível,
  • 12:00 - 12:03
    de modo a vermos os planetas diretamente.
  • 12:03 - 12:05
    Tem que ter uma forma muito especial,
  • 12:05 - 12:08
    por causa da física da difração.
  • 12:08 - 12:11
    Este é um projeto real
    em que trabalhamos,
  • 12:11 - 12:13
    nem sabem quão arduamente.
  • 12:13 - 12:15
    Para que acreditem, não está só
    em formato de animação,
  • 12:15 - 12:17
    mas temos uma fotografia real
  • 12:17 - 12:22
    de um teste de desdobramento duma
    sombra estelar de segunda geração.
  • 12:22 - 12:24
    Só queria que soubessem
  • 12:24 - 12:26
    que aquela armação central tem resíduos
  • 12:26 - 12:30
    deixados por grandes emissões
    rádio no espaço.
  • 12:30 - 12:32
    Após todo este trabalho árduo,
  • 12:32 - 12:36
    em que tentamos pensar em todos os
    gases malucos que podem estar por aí
  • 12:36 - 12:38
    e construímos telescópios espaciais
    muito complicados
  • 12:38 - 12:40
    que podem estar por aí,
  • 12:40 - 12:41

    o que vamos descobrir?
  • 12:41 - 12:43
    Na melhor das hipóteses,
  • 12:43 - 12:47
    vamos descobrir a imagem
    de outra exo-Terra.
  • 12:47 - 12:49
    Aqui está a Terra, um ponto azul claro.
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    Isto é uma fotografia real da Terra,
  • 12:51 - 12:53
    tirada pela sonda Voyager 1,
  • 12:53 - 12:55
    a 6500 milhões
    de quilómetros de distância.
  • 12:55 - 13:00
    Esta luz vermelha é luz refratada
    pela ótica da câmara.
  • 13:00 - 13:03
    O mais espetacular é pensar
  • 13:03 - 13:05
    que se houver alienígenas inteligentes
  • 13:05 - 13:09
    a orbitar um planeta em torno
    de uma estrela próxima de nós
  • 13:09 - 13:11
    e se eles construírem telescópicos
    espaciais complicados,
  • 13:11 - 13:13
    do tipo que estamos a tentar construir,
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    tudo o que verão é este ponto azul claro,
  • 13:16 - 13:18
    uma réstia de luz.
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    Por vezes, quando paro para pensar
  • 13:21 - 13:25
    na minha luta profissional
    e na minha grande ambição,
  • 13:25 - 13:27
    é difícil pensar sobre isto,
  • 13:27 - 13:30
    em contraste com a vastidão do universo.
  • 13:30 - 13:35
    De qualquer modo, dedico
    o resto da minha vida
  • 13:35 - 13:37
    a descobrir uma outra Terra.
  • 13:37 - 13:39
    Posso garantir
  • 13:39 - 13:41
    que na próxima geração
    de telescópios espaciais,
  • 13:41 - 13:43
    na segunda geração,
  • 13:43 - 13:48
    teremos a capacidade de descobrir
    e identificar outras Terras.
  • 13:48 - 13:51
    E a capacidade de separar
    a luz das estrelas,
  • 13:51 - 13:53
    de modo a podermos procurar gases
  • 13:53 - 13:56
    e avaliar os gases do efeito
    de estufa na atmosfera,
  • 13:56 - 13:58
    estimar a temperatura da superfície
  • 13:58 - 14:00
    e procurar sinais de vida.
  • 14:00 - 14:01
    Mas há mais.
  • 14:01 - 14:05
    Nesta procura de outros
    planetas como a Terra,
  • 14:05 - 14:07
    estamos a construir um novo tipo de mapa
  • 14:07 - 14:11
    das estrelas próximas e dos
    planetas que as orbitam,
  • 14:11 - 14:15
    incluindo os que poderão ser
    habitados pelos humanos.
  • 14:15 - 14:17
    Prevejo que os nossos descendentes,
  • 14:17 - 14:19
    daqui a centenas de anos,
  • 14:19 - 14:23
    embarcarão numa viagem interestelar
    para outros mundos.
  • 14:23 - 14:28
    E ver-nos-ão como a geração
  • 14:28 - 14:30
    que primeiro descobriu
    mundos como a Terra.
  • 14:30 - 14:31
    Obrigada.
  • 14:31 - 14:35
    (Aplausos)
  • 14:38 - 14:40
    June Cohen: tenho aqui, com uma pergunta,
  • 14:40 - 14:42
    Fred Jansen, Gestor da Missão Roseta.
  • 14:42 - 14:44
    Fred Jansen: Referiu, a certa altura,
  • 14:44 - 14:48
    que ainda não existe a tecnologia
    para observar o espectro
  • 14:48 - 14:51
    de um exoplaneta como a Terra.
  • 14:51 - 14:53
    Quando espera que surgirá
  • 14:53 - 14:54
    e o que é necessário?
  • 14:54 - 14:59
    SS: Na realidade, o que esperamos é o
    telescópio Hubble de nova geração.
  • 14:59 - 15:01
    É o telescópio espacial James Webb,
  • 15:01 - 15:03
    que será lançado em 2018.
  • 15:03 - 15:05
    O que vamos fazer
  • 15:05 - 15:07
    é observar um tipo especial de planetas
  • 15:07 - 15:08
    chamados exoplanetas transientes.
  • 15:08 - 15:12
    Será a primeira oportunidade
    de estudar pequenos planetas,
  • 15:12 - 15:16
    à procura de gases que possam indicar
    que o planeta é habitável.
  • 15:16 - 15:19
    JC: Vou colocar-lhe outra questão, Sara,
  • 15:19 - 15:20
    uma generalista.
  • 15:20 - 15:23
    Fico bastante impressionada,
    na sua carreira,
  • 15:23 - 15:24
    com a oposição que enfrentou
  • 15:24 - 15:26
    quando começou a pensar nos exoplanetas.
  • 15:26 - 15:29
    Havia um grande ceticismo na
    comunidade científica,
  • 15:29 - 15:30
    em relação à sua existência
  • 15:30 - 15:32
    e provou que eles estavam errados.
  • 15:32 - 15:33
    Como conseguiu isso?
  • 15:33 - 15:35
    SS: A questão é que se espera
  • 15:35 - 15:37
    que os cientistas sejam céticos,
  • 15:37 - 15:40
    pois o nosso trabalho é garantir
    que o que outra pessoa diz
  • 15:40 - 15:42
    faz realmente sentido.
  • 15:42 - 15:45
    Mas ser um cientista,
  • 15:45 - 15:47
    — penso que o verificou nesta sessão —
  • 15:47 - 15:49
    é como ser um explorador.
  • 15:49 - 15:51
    Temos uma curiosidade imensa.
  • 15:51 - 15:52
    Um teimosia.
  • 15:52 - 15:54
    Uma vontade resoluta,
    que a fará avançar,
  • 15:54 - 15:56
    apesar do que as pessoas possam dizer.
  • 15:56 - 15:58
    JC: Adoro isso. Obrigada, Sara.
  • 15:58 - 16:02
    (Aplausos)
Title:
A procura de planetas para além do nosso sistema solar.
Speaker:
Sara Seager
Description:

Todas as estrelas que vemos no céu têm pelo menos um planeta a orbitá-las, afirma a astrónoma Sara Seager. O que sabemos destes exoplanetas e como podemos descobrir mais? Seager apresenta o seu conjunto favorito de exoplanetas e mostra uma nova tecnologia que pode ajudar a recolher mais informações sobre eles — ajuda-nos até a procurar exoplanetas com vida.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
16:14

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