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O que pode o gato de Schrödinger ensinar-nos sobre a mecânica quântica? — Josh Samani

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    Considere atirar uma bola ao ar.
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    Pode prever o movimento da bola
    depois de sair das suas mãos?
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    Claro, é fácil.
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    A bola deslocar-se-á para cima
    até atingir o ponto mais alto,
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    depois descerá e cairá
    novamente na sua mão.
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    Claro, é o que sucede,
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    e sabe isso porque já presenciou
    eventos destes inúmeras vezes.
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    Toda a sua vida tem observado a física
    de fenómenos do dia a dia.
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    Mas suponha que exploramos uma questão
    sobre a física dos átomos, do tipo:
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    "Como é o movimento de um eletrão
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    "em torno do núcleo de um átomo
    de hidrogénio?"
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    Podemos responder a essa questão
    como base na física do dia a dia?
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    Certamente que não. Porquê?
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    Porque a física que rege o comportamento
    de sistemas em escalas tão pequenas
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    é muito diferente da física
    dos objetos macroscópicos
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    que vemos constantemente à nossa volta.
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    O mundo do dia a dia
    que conhecemos e amamos
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    comporta-se de acordo com as leis
    da mecânica clássica.
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    Mas os sistemas à escala dos átomos
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    comportam-se de acordo com as leis
    da mecânica quântica.
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    Este mundo quântico parece ser
    um local muito estranho.
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    Um exemplo da estranheza quântica
    é dado por uma famosa experiência mental:
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    o gato de Schrödinger.
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    Um físico, que não gosta lá muito de
    gatos, põe um gato numa caixa,
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    com uma bomba que tem 50% de hipóteses
    de rebentar depois de se fechar a tampa.
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    Até abrirmos a tampa não há forma de saber
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    se a bomba explodiu ou não,
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    e, por isso, de saber se o gato
    está vivo ou morto.
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    Na física quântica, diríamos
    que antes da nossa observação
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    o gato estava num estado de sobreposição.
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    Não estaria nem vivo nem morto
    mas numa mistura das duas possibilidades,
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    com 50% de hipóteses para cada uma.
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    O mesmo acontece aos sistemas físicos
    numa escala quântica,
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    como um eletrão a orbitar
    um átomo de hidrogénio.
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    O eletrão não está de todo a orbitar.
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    Está como que por todo o lado no espaço,
    ao mesmo tempo,
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    com maior probabilidade de estar
    nuns sítios do que noutros,
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    e só depois de medirmos a sua posição
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    podemos precisar a sua posição
    nesse momento.
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    Tal como não sabíamos se o gato
    estava vivo ou morto
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    até abrirmos a caixa.
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    Isto leva-nos ao fenómeno
    estranho e maravilhoso
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    do entrelaçamento quântico.
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    Suponhamos que em vez de um gato na caixa,
    temos dois em duas caixas diferentes.
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    Se repetirmos a experiência de
    Schrödinger com estes gatos,
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    o resultado da experiência pode ser uma
    de quatro possibilidades.
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    Ou ambos os gatos estão vivos,
    ou ambos estão mortos,
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    ou um está vivo e o outro morto
    ou vice versa.
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    O sistema dos dois gatos está também
    num estado de sobreposição,
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    com uma probabilidade de 25%
    para cada resultado, em vez de 50%.
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    Mas eis uma coisa fixe:
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    a mecânica quântica diz-nos
    que podemos eliminar
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    os resultados dos dois gatos vivos
    ou mortos do estado de sobreposição.
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    Por outras palavras, pode haver
    um sistema de dois gatos,
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    cujo resultado será sempre
    um gato vivo e outro morto.
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    O termo técnico para isto é que os estados
    dos gatos estão entrelaçados.
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    Mas há algo verdadeiramente espantoso
    acerca do entrelaçamento quântico.
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    Se prepararmos o sistema de dois gatos
    em caixas neste estado entrelaçado,
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    e levarmos as caixas para extremos
    opostos do universo,
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    o resultado da experiência
    será sempre o mesmo.
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    Um gato sairá sempre vivo
    e o outro gato estará morto,
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    mesmo que seja completamente indeterminado
    qual dos gatos fica vivo
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    antes de verificarmos o resultado.
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    Como é isto possível?
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    Como é que o estado dos gatos
    em extremos opostos do universo
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    pode estar entrelaçado desta forma?
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    Estão demasiado afastados para
    comunicarem entre si a tempo,
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    Por isso, como é que as duas bombas
    conspiram
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    de modo a uma rebentar e a outra não?
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    Poderá estar a pensar:
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    "Isto é apenas conversa da treta teórica.
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    "Este tipo de coisas não acontece
    no mundo real."
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    Mas acontece que o entrelaçamento quântico
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    foi confirmado por experiências
    em laboratórios reais.
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    Duas partículas subatómicas entrelaçadas
    num estado de sobreposição,
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    em que se uma gira num sentido
    a outra deve girar no outro,
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    farão isso mesmo
    ainda que não haja forma
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    de a informação passar
    de uma partícula para a outra
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    indicando em que sentido girar para
    obedecer às regras do entrelaçamento.
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    Não é surpreendente que
    o entrelaçamento esteja no centro
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    da ciência da informação quântica,
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    uma área em crescimento que estuda como
    usar as leis do estranho mundo quântico
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    no nosso mundo macroscópico,
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    como a criptografia quântica, para que os
    espiões troquem mensagens seguras,
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    ou a computação quântica,
    para descodificar código secretos.
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    A física do dia a dia pode começar a
    parecer-se como o estranho mundo quântico.
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    O teletransporte quântico
    pode até evoluir tanto
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    que um dia, o nosso gato irá escapar
    para uma galáxia mais segura,
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    onde não haja físicos nem caixas.
Title:
O que pode o gato de Schrödinger ensinar-nos sobre a mecânica quântica? — Josh Samani
Speaker:
Josh Samani
Description:

Vejam a lição completa: http://ed.ted.com/lessons/what-can-schrodinger-s-cat-teach-us-about-quantum-mechanics-josh-samani

A física clássica que encontramos no nosso mundo macroscópico do dia a dia é muito diferente da física quântica que governa sistemas numa escala muito menor (como os átomos). Um bom exemplo da estranheza da física quântica é ilustrado pela experiência mental do gato de Schrödinger. Josh Samani conduz-nos através desta experiência sobre o entrelaçamento quântico.

Lição de Josh Samani, animação de Dan Pinto.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
05:24

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