Return to Video

Podemos sobreviver a prolongadas viagens espaciais? — Lisa Nip

  • 0:08 - 0:11
    As viagens espaciais prolongadas têm
    um pesado custo para o corpo humano.
  • 0:12 - 0:15
    A microgravidade afeta
    o crescimento ósseo e muscular
  • 0:15 - 0:19
    e as altas doses de radiações
    provocam mutações irreversíveis.
  • 0:19 - 0:24
    Quando consideramos que os seres humanos
    podem tornar-se viajantes no espaço,
  • 0:24 - 0:26
    surge uma questão importante.
  • 0:26 - 0:29
    Quando nos libertarmos
    da órbita da Terra,
  • 0:29 - 0:32
    e iniciarmos viagens de longa duração
    por entre as estrelas,
  • 0:32 - 0:35
    poderemos adaptar-nos
    aos ambientes extremos do espaço?
  • 0:36 - 0:39
    Não seria a primeira vez que os homens
    se adaptavam a ambientes hostis
  • 0:39 - 0:41
    e desenvolviam capacidades super-humanas.
  • 0:42 - 0:45
    Não os poderes fantásticos,
    como a visão a laser ou a invisibilidade,
  • 0:45 - 0:50
    mas adaptações fisiológicas
    para sobreviverem em condições difíceis.
  • 0:50 - 0:53
    Por exemplo, nos Himalaias,
  • 0:53 - 0:56
    onde a elevação mais alta
    se situa a nove quilómetros de altitude,
  • 0:57 - 0:59
    as pessoas não aclimatadas
    das terras baixas,
  • 0:59 - 1:01
    sofrerão de sintomas de hipóxia
  • 1:01 - 1:03
    vulgarmente conhecidos
    por "mal da montanha".
  • 1:03 - 1:08
    Geralmente, nessas altitudes, o corpo
    produz glóbulos vermelhos extra,
  • 1:08 - 1:11
    tornando o sangue mais espesso
    e dificultando o seu fluxo.
  • 1:11 - 1:14
    Mas os habitantes dos Himalaias
    que vivem nas montanhas há milénios,
  • 1:14 - 1:18
    desenvolveram mecanismos permanentes
    para contornar esse processo
  • 1:18 - 1:20
    e mantêm um fluxo sanguíneo normal.
  • 1:20 - 1:22
    Casos como este provam
    que os seres humanos
  • 1:22 - 1:25
    podem adquirir características
    permanentes de sobrevivência.
  • 1:25 - 1:28
    Mas a adaptação natural
    de populações humanas inteiras
  • 1:28 - 1:31
    pode levar dezenas de milhares de anos.
  • 1:31 - 1:34
    Os recentes progressos científicos
    talvez possam ajudar a acelerar
  • 1:34 - 1:37
    a adaptação humana em poucas gerações.
  • 1:37 - 1:40
    Para a nossa espécie prosperar,
    durante as viagens espaciais,
  • 1:40 - 1:42
    talvez possamos desenvolver métodos
  • 1:42 - 1:45
    de programarmos, rapidamente,
    capacidades que nos protejam.
  • 1:46 - 1:49
    Uma versão beta destes métodos
    é a terapia de genes
  • 1:49 - 1:52
    que já usamos hoje
    para corrigir doenças genéticas.
  • 1:53 - 1:56
    A tecnologia de modificação de genes,
    que está a evoluir rapidamente,
  • 1:56 - 2:00
    permite que os cientistas alterem
    diretamente o genoma humano
  • 2:00 - 2:04
    para interromper processos indesejáveis
    ou criar substâncias úteis.
  • 2:05 - 2:07
    Um exemplo de um processo indesejável
  • 2:07 - 2:11
    é o que acontece quando o nosso corpo
    fica exposto a radiações ionizantes.
  • 2:11 - 2:15
    Sem uma barreira atmosférica
    e um campo magnético como há na Terra,
  • 2:15 - 2:20
    muitos planetas e luas são bombardeados
    com perigosas partículas subatómicas.
  • 2:20 - 2:22
    Podem atravessar quase todas as coisas
  • 2:22 - 2:26
    e podem causar danos cancerosos
    ao ADN dos exploradores do espaço.
  • 2:26 - 2:29
    E se pudéssemos
    trocar as voltas às radiações?
  • 2:30 - 2:32
    A pele humana produz um pigmento
    chamado melanina
  • 2:32 - 2:35
    que nos protege
    das radiações filtradas na Terra.
  • 2:36 - 2:39
    A melanina existe sob muitas formas
    em muitas espécies,
  • 2:39 - 2:41
    e há fungos que produzem melanina
  • 2:41 - 2:45
    e que usam esse pigmento para transformar
    as radiações em energia química.
  • 2:46 - 2:48
    Em vez de tentar proteger
    o corpo humano,
  • 2:48 - 2:50
    ou de reparar rapidamente os danos,
  • 2:50 - 2:52
    podemos talvez modificar os seres humanos
  • 2:52 - 2:54
    para adotarem e exprimirem esses sistemas
  • 2:54 - 2:57
    de captação de energia,
    com base na melanina.
  • 2:57 - 3:02
    Eles converteriam as radiações
    em energia útil enquanto protegem o ADN.
  • 3:02 - 3:04
    Isto parece ficção científica,
  • 3:04 - 3:07
    mas talvez possa ser realizável
    com a tecnologia atual.
  • 3:08 - 3:10
    Mas a tecnologia não é o único obstáculo.
  • 3:10 - 3:13
    Estão em curso debates
    sobre as consequências
  • 3:13 - 3:16
    e sobre a ética dessas alterações radicais
    do nosso tecido genético.
  • 3:18 - 3:19
    Para além das radiações,
  • 3:19 - 3:21
    a variação na força gravitacional,
  • 3:21 - 3:23
    é outro problema
    para os viajantes espaciais.
  • 3:23 - 3:26
    Enquanto não desenvolvermos
    a gravidade artificial
  • 3:26 - 3:28
    numa nave especial ou noutro planeta,
  • 3:28 - 3:30
    temos que assumir que os astronautas
  • 3:30 - 3:32
    passarão o tempo
    a viver na microgravidade.
  • 3:33 - 3:36
    Na Terra, as células de proteção
    dos ossos e dos músculos
  • 3:36 - 3:39
    reagem à pressão incessante
    da força da gravidade,
  • 3:39 - 3:44
    renovando células velhas em processos
    conhecidos por remodelação e regeneração.
  • 3:44 - 3:46
    Mas num ambiente de microgravidade,
    como em Marte,
  • 3:46 - 3:50
    as células dos ossos e dos músculos
    não dispõem desses sinais,
  • 3:50 - 3:53
    o que resultará em osteoporose
    e atrofia muscular.
  • 3:53 - 3:56
    Então, como podemos fornecer
    às células um sinal artificial
  • 3:56 - 3:59
    para contrariar a perda óssea e muscular?
  • 3:59 - 4:01
    Mais uma vez, isto é especulativo.
  • 4:01 - 4:05
    Micróbios bioquimicamente modificados
    no interior do corpo
  • 4:05 - 4:09
    podem ativar fatores de sinalização
    para a remodelação do osso e dos músculos.
  • 4:09 - 4:12
    Talvez os seres humanos possam ser
    geneticamente modificados
  • 4:12 - 4:15
    para produzir sinais desses
    na ausência da gravidade.
  • 4:15 - 4:19
    A exposição a radiações e a microgravidade
    são apenas dois dos muitos problemas
  • 4:19 - 4:22
    que encontraremos
    nas condições hostis do espaço.
  • 4:22 - 4:25
    Mas, se estivermos eticamente
    preparados para os usar,
  • 4:25 - 4:29
    a manipulação genética e microbiana
    são duas ferramentas flexíveis
  • 4:29 - 4:32
    que podem ser adaptadas a muitos cenários.
  • 4:32 - 4:35
    Num futuro próximo,
    podemos decidir aperfeiçoar
  • 4:35 - 4:37
    e afinar estas ferramentas genéticas
  • 4:37 - 4:40
    para as duras realidades
    da vida no espaço.
Title:
Podemos sobreviver a prolongadas viagens espaciais? — Lisa Nip
Description:

Vejam a lição completa: http://ed.ted.com/lessons/could-we-survive-prolonged-space-travel-lisa-nip

As viagens espaciais prolongadas têm um pesado custo para o corpo humano: a microgravidade prejudica os músculos e o crescimento dos ossos e as fortes doses de radiações provocam mutações irreversíveis. Quando consideramos que os seres humanos podem tornar-se viajantes no espaço, surge uma questão importante: quando nos libertarmos da órbita da Terra, poderemos adaptar-nos aos ambientes extremos do espaço? Lisa Nip examina os inconvenientes.

Lição de Lisa Nip, animação de Bassam Kurdali.

more » « less
Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
04:56

Portuguese subtitles

Revisions