Podemos fazer desviar as trajetórias suicidas? | Monique Seguin no TEDxGatineau
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0:31 - 0:35Creio poder dizer que provavelmente
todos conhecemos alguém -
0:35 - 0:39que, no decurso da sua vida,
pensou no suicídio, -
0:39 - 0:41talvez tenha feito
uma tentativa de suicídio -
0:41 - 0:42ou se tenha suicidado.
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0:43 - 0:45Ou então, talvez conheçam pessoas
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0:45 - 0:48que ajudaram um parente suicida.
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0:48 - 0:52Ou ainda, conheçam pessoas
que estão enlutadas -
0:52 - 0:54na sequência de um suicídio.
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0:54 - 0:56A Organização Mundial da Saúde
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0:56 - 1:01informa-nos que, no decurso de um ano,
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1:02 - 1:05há mais mortes por suicídio, no mundo,
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1:05 - 1:10do que mortes associadas
a atos terroristas, a homicídios, -
1:10 - 1:12e a todas as guerras juntas.
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1:12 - 1:14É incrível, não é?
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1:15 - 1:18Todas essas estatísticas
escondem dramas humanos, -
1:18 - 1:22e a atualidade confronta-nos regularmente
com esses dramas humanos. -
1:23 - 1:27Seja o suicídio de adolescentes,
rapazes ou raparigas, -
1:27 - 1:30depois de terem sido
vítimas de intimidação, -
1:30 - 1:32seja o suicídio de pessoas idosas
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1:32 - 1:35que morrem sozinhas na solidão,
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1:35 - 1:37seja o suicídio de militares
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1:37 - 1:42esgotados por reações
de tensão pós-traumática. -
1:42 - 1:47Aliás, o exército norte-americano,
nos últimos anos, -
1:47 - 1:51recordou que teve mais militares
que se suicidaram -
1:51 - 1:54do que militares mortos em combate.
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1:54 - 1:57Estas realidades são difíceis de ouvir.
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1:57 - 2:00No Quebeque,
o Instituto Nacional de Saúde Pública -
2:00 - 2:03publicou recentemente os dados de 2011.
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2:03 - 2:08Em 2011, no Quebeque,
houve 28 000 tentativas de suicídio -
2:08 - 2:11de homens e mulheres do Quebeque.
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2:11 - 2:14E 1105 homens e mulheres do Quebeque
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2:14 - 2:16puseram fim à vida.
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2:16 - 2:18São 1105 dramas humanos.
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2:18 - 2:20Três por dia!
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2:21 - 2:24A maior parte das pessoas
que se suicidam são homens -
2:25 - 2:27- 80% são homens -
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2:27 - 2:30a maior parte são adultos,
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2:30 - 2:34que deixam atrás de si
outros dramas humanos: -
2:34 - 2:38maridos, mulheres, filhos, pais,
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2:38 - 2:40irmãos, irmãs, amigos, colegas,
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2:40 - 2:43que tentam compreender porquê.
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2:43 - 2:46Calculo que vocês estejam a pensar:
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2:46 - 2:47"Sim, mas porquê?"
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2:47 - 2:51Efetivamente, a resposta a essa pergunta
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2:51 - 2:52é extremamente complexa.
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2:52 - 2:54Porque não há uma razão,
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2:54 - 2:56não há uma causa,
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2:56 - 2:58não há um modo.
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2:59 - 3:01O suicídio é determinado por muitas coisas
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3:01 - 3:04mas, em contrapartida,
parece haver uma coisa em comum -
3:04 - 3:07que existe em todos os suicidas.
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3:07 - 3:10É que estes indivíduos
não procuram a morte, -
3:10 - 3:11de modo nenhum,
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3:12 - 3:14procuram uma forma
de acabar com o sofrimento. -
3:16 - 3:18Chegam a um ponto da sua vida
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3:19 - 3:21em que o sofrimento se torna intolerável.
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3:21 - 3:25Um sofrimento que os acompanha
há semanas, há meses, -
3:25 - 3:27há anos, por vezes durante toda a vida.
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3:27 - 3:30Essas pessoas chegam a um ponto
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3:30 - 3:32em que o sofrimento é intolerável
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3:32 - 3:36e todas elas procuram uma forma
de acabar com esse sofrimento. -
3:37 - 3:40Acabam por acreditar
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3:40 - 3:43que nunca poderão mudar a sua existência.
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3:44 - 3:46Com efeito, uma existência
que é muito diferente -
3:46 - 3:48de um indivíduo para outro.
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3:48 - 3:52Como é que esses indivíduos,
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3:52 - 3:56que, a certa altura,
chegam todos a um mesmo ponto, -
3:56 - 3:59têm trajetórias variadas?
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3:59 - 4:06Podemos ver trajetórias de indivíduos
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4:06 - 4:09para quem a vida
começa mal desde o início. -
4:10 - 4:13Pessoas que, desde muito cedo,
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4:13 - 4:17sofrem muitas adversidades, separações,
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4:17 - 4:19perdas, deslocações,
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4:19 - 4:20violência, negligência,
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4:21 - 4:22e por aí fora.
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4:22 - 4:25Ficamos com a impressão
de que essas pessoas -
4:25 - 4:27estão colocadas
numa espécie de trajetórias -
4:27 - 4:29que vão de mal a pior.
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4:29 - 4:33Estes indivíduos acabam por desenvolver
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4:33 - 4:35perturbações de saúde mental,
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4:35 - 4:39que são essencialmente a expressão
do sofrimento em que vivem, -
4:39 - 4:41e muitas vezes suicidam-se.
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4:41 - 4:45As pessoas que se caracterizam
um pouco por esta trajetória, -
4:45 - 4:47são os que se suicidam mais cedo,
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4:47 - 4:50portanto são muitas vezes adultos jovens,
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4:50 - 4:53esgotados pelo sofrimento, pelos fracassos
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4:53 - 4:55e pela adversidade.
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4:56 - 4:58Uma outra forma de trajetória
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4:58 - 5:02é a de indivíduos para os quais
a vida começa relativamente bem, -
5:03 - 5:05em famílias acolhedoras e protetoras,
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5:06 - 5:09mas para quem a adversidade
chega mais tarde na vida, -
5:10 - 5:13muitas vezes sob a forma de acontecimentos
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5:13 - 5:15que se multiplicam em pouco tempo,
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5:15 - 5:17que chegam uns atrás dos outros
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5:17 - 5:21e que arrastam o indivíduo numa espiral
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5:21 - 5:24em que o indivíduo se sente desanimado
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5:24 - 5:29e deixa de acreditar que
a sua vida pode mudar um dia. -
5:29 - 5:32Os indivíduos nesta trajetória
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5:32 - 5:35suicidam-se muitas vezes
num momento de rotura, -
5:35 - 5:37talvez com uma das últimas pessoas
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5:37 - 5:40com quem ainda têm uma ligação.
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5:40 - 5:43Uma outra trajetória é a dos indivíduos
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5:43 - 5:47que apresentam uma certa vulnerabilidade,
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5:48 - 5:50um certo mal-estar,
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5:50 - 5:56uma dificuldade em viver a vida
e em sentir-se bem com a vida. -
5:56 - 6:00Por momentos, os indivíduos
que vivem este mal-estar, -
6:00 - 6:02vão vivê-lo de modo secreto,
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6:03 - 6:06vão vivê-lo sem nunca
falar disso com ninguém. -
6:07 - 6:10Pior ainda, por vezes
vão mostrar-se muito divertidos -
6:10 - 6:12para fingir que tudo corre bem
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6:12 - 6:15e para tentar fazer crer
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6:15 - 6:17que as coisas correm bem.
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6:17 - 6:19Estes indivíduos esperam
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6:19 - 6:23que um dia as suas dificuldades
vão desaparecer. -
6:24 - 6:29Quando estes indivíduos
se suicidam, esgotados, -
6:29 - 6:34quando toda a sua energia
se foi desgastando gradualmente, -
6:34 - 6:36quando eles se suicidam,
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6:36 - 6:39deixam à sua volta um círculo estupefacto,
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6:39 - 6:43que não compreende
como é possível que essas pessoas -
6:43 - 6:45se tenham suicidado.
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6:46 - 6:50Imagino que, quando relato as trajetórias,
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6:50 - 6:51como acabo de o fazer,
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6:51 - 6:54talvez vocês estejam a pensar?
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6:54 - 6:56"Mas, meu Deus!
Essas trajetórias são inevitáveis? -
6:56 - 6:58"Não se pode fazer nada?"
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6:58 - 7:01De modo algum, nada disso.
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7:02 - 7:03Muito pelo contrário.
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7:03 - 7:06É possível modificar
as trajetórias suicidas. -
7:07 - 7:10Aliás, no Quebeque, a partir
do início da década de 2000, -
7:12 - 7:16a taxa de mortes por suicídio
diminuiu entre 25% a 30%. -
7:16 - 7:18Como é que isso aconteceu?
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7:18 - 7:22O ministério instituiu,
no início da década de 2000, -
7:22 - 7:24uma estratégia nacional
de prevenção do suicídio. -
7:24 - 7:27O que é uma estratégia nacional?
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7:27 - 7:30É formada por um conjunto de ações,
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7:30 - 7:32e fizeram-se muitas ações,
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7:32 - 7:38como por exemplo, a sensibilização
para as dificuldades da saúde mental. -
7:38 - 7:41Portanto, campanhas populacionais
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7:41 - 7:43que sensibilizam as pessoas
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7:43 - 7:46para os sinais e sintomas de depressão.
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7:46 - 7:50Porque há uma diferença
entre a melancolia do domingo à noite, -
7:50 - 7:53um desânimo passageiro,
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7:53 - 7:56e um estado que perdura, que se mantém,
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7:56 - 7:59e que talvez não vá modificar-se sozinho
-
7:59 - 8:02e para o qual é necessário
uma consulta médica. -
8:02 - 8:06Muitas vezes as pessoas
não distinguem uma coisa da outra -
8:06 - 8:09e continuam a acreditar
que essas dificuldades -
8:09 - 8:12vão acabar por desaparecer sozinhas.
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8:12 - 8:15Portanto, a partir do momento
em que se identifica -
8:15 - 8:16que existem essas dificuldades,
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8:16 - 8:19ou que uma pessoa próxima
tem esse tipo de dificuldades, -
8:19 - 8:22também é preciso uma consulta médica.
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8:22 - 8:24Segunda dificuldade populacional.
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8:25 - 8:29Possivelmente conhecem pessoas
que não querem consultar um médico, -
8:29 - 8:32e provavelmente não ficarão surpreendidos
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8:32 - 8:34se eu disser que muitos homens
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8:34 - 8:37não querem consultar um médico.
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8:37 - 8:41Nunca irão a uma consulta
para dificuldades psicológicas. -
8:42 - 8:44Com efeito, é frequentemente a barreira.
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8:44 - 8:49Porque a barreira nem sempre
é o acesso à consulta, -
8:49 - 8:52mas a aceitação da consulta.
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8:53 - 8:56Se conseguirmos modificar essa dimensão,
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8:56 - 8:59essa atitude contra a consulta,
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9:00 - 9:02possivelmente vamos ajudar
mais algumas pessoas. -
9:02 - 9:04Uma outra ação
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9:04 - 9:08foi formar os intervenientes
de primeira linha, -
9:08 - 9:11médicos, enfermeiros, psicólogos,
trabalhadores sociais, etc., -
9:11 - 9:15para identificar rápida e precocemente
as perturbações de saúde mental, -
9:15 - 9:17as perturbações de dependência.
-
9:17 - 9:20Sabemos que, associadas ao suicídio,
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9:20 - 9:24há duas perturbações extremamente
frequentes e importantes, -
9:24 - 9:27perturbações depressivas
e perturbações de dependência. -
9:27 - 9:31Sabemos muito bem
como tratar essas dificuldades. -
9:32 - 9:38Uma outra ação foi tornar mais seguros
-
9:38 - 9:40os cenários suicidas.
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9:40 - 9:42Entre outros, tornar mais seguras as pontes
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9:42 - 9:45para evitar que haja saltos
de sítios altos. -
9:45 - 9:48Tornar mais seguro, por exemplo,
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9:48 - 9:52o depósito obrigatório das armas de fogo,
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9:52 - 9:56porque sabemos que
uma arma de fogo dentro de casa, -
9:56 - 10:00em especial num domicílio
onde há pessoas vulneráveis, -
10:01 - 10:02aumenta os riscos.
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10:03 - 10:09Teremos feito tudo a nível
dos meios e dos cenários suicidas, -
10:09 - 10:10do controlo dos cenários?
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10:10 - 10:12Claro que não.
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10:12 - 10:13Ainda podemos fazer mais coisas.
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10:13 - 10:16Podemos encorajar as empresas farmacêuticas
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10:16 - 10:18quando elas põem produtos à venda,
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10:18 - 10:20especialmente os produtos de venda livre,
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10:20 - 10:23a pô-los à venda em formatos mais pequenos,
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10:23 - 10:26como fez a Inglaterra
no início da década de 2000. -
10:26 - 10:30Podemos também encorajar
os fabricantes de automóveis -
10:30 - 10:35a colocar um aparelho no motor,
que faça parar o motor -
10:35 - 10:38quando haja uma taxa
de monóxido de carbono -
10:38 - 10:40no interior do carro.
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10:41 - 10:45No que se refere a ações
na estratégia nacional, -
10:45 - 10:49também podemos sensibilizar
os "media" para a mensagem social. -
10:50 - 10:54Muitas experiências e estudos mostraram,
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10:54 - 10:57na sequência da morte duma pessoa famosa,
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10:57 - 11:01ou na sequência duma morte espetacular,
uma morte por suicídio, -
11:01 - 11:05e que a mensagem social não está atenta,
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11:05 - 11:11observa-se um aumento nas semanas seguintes
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11:11 - 11:13e nos meses seguintes,
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11:13 - 11:15de tentativas de suicídio.
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11:15 - 11:18Portanto, por imitação,
as pessoas vão fazer a mesma coisa -
11:18 - 11:19que essa pessoa célebre.
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11:19 - 11:23Portanto, é importante
que os "media" sejam sensibilizados -
11:23 - 11:26para a mensagem social e
para a importância da mensagem social -
11:26 - 11:28quando falam de suicídio.
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11:29 - 11:32Também tentámos acompanhar
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11:32 - 11:35as pessoas que fizeram
tentativas de suicídio, -
11:35 - 11:37porque as pessoas que fizeram
uma tentativa de suicídio -
11:37 - 11:40correm mais riscos
de fazê-la uma segunda vez. -
11:41 - 11:43Fizemos tudo? Tudo até ao fim?
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11:43 - 11:44Claro que não.
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11:44 - 11:47Mas penso que, se queremos ir mais longe,
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11:47 - 11:50se queremos diminuir
ainda mais a taxa de suicídio, -
11:50 - 11:54terá que envolver
o concurso de toda a gente. -
11:54 - 11:57Não apenas de um ministério,
não apenas de alguns intervenientes, -
11:57 - 11:59mas de todos vocês,
de todos nós. -
12:00 - 12:03Porque é preciso que o suicida
se torne num problema de toda a gente. -
12:03 - 12:05Por exemplo, aqui na sala,
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12:05 - 12:09há aqui alguém que seja
diretor de uma empresa? -
12:10 - 12:12Se há alguém diretor duma empresa,
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12:12 - 12:14o que pode fazer anualmente,
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12:14 - 12:18é realizar na empresa
campanhas de sensibilização -
12:18 - 12:21para certas dificuldades de saúde mental.
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12:21 - 12:23Podem instituir nas vossas empresas
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12:23 - 12:25programas de sentinelas.
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12:25 - 12:29Se têm empregados que
têm boas aptidões sociais, -
12:29 - 12:32proporcionem formação
para que esses empregados -
12:32 - 12:35possam contactar pessoas na empresa
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12:35 - 12:38que não estão bem,
para lhes oferecer ajuda. -
12:38 - 12:41Se vocês são interventores psicossociais,
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12:41 - 12:44para além dos conhecimentos que já têm,
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12:44 - 12:47quando encontram alguém que sofre,
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12:47 - 12:52alguém que tem uma trajetória de vida
que o leva a pensar no suicídio, -
12:53 - 12:56também podem não ver
apenas a dificuldade atual -
12:56 - 12:59mas ser tocados por
esta trajetória de dificuldades -
12:59 - 13:01que a pessoa teve,
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13:01 - 13:05e levá-la a entrever como ficámos
preocupados pela sua resistência, -
13:05 - 13:09e como somos capazes
de lhe transmitir o sentimento -
13:10 - 13:13de confiança e que ela poderá mudar.
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13:13 - 13:16Através desta ligação com o outro,
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13:16 - 13:20tornamos a dor do outro,
o sofrimento do outro, -
13:20 - 13:22humanamente suportáveis.
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13:22 - 13:25Se vocês trabalham com crianças,
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13:25 - 13:28por vezes pensa-se que
a infância é um período idílico, -
13:28 - 13:33quando sabemos que
as crianças podem viver dramas, -
13:33 - 13:35podem viver tristezas,
podem viver fracassos. -
13:35 - 13:37Portanto, é possível desde muito cedo
-
13:37 - 13:40levar as crianças a encararem-se
de modo diferente, -
13:40 - 13:43e podemos levar as crianças a compreender
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13:43 - 13:48que, na vida, não há apenas
momentos de felicidade, -
13:48 - 13:52haverá também, ao longo da vida,
momentos de tristeza, -
13:52 - 13:58e como fazer para ultrapassar
os momentos de tristeza. -
13:59 - 14:00Nas nossas vidas pessoais,
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14:00 - 14:03também pode haver todo o tipo de ações.
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14:03 - 14:06Por vezes, ações que podem
parecer-nos simples, -
14:06 - 14:10podem ter um impacto importante
na vida dos outros. -
14:10 - 14:12Por exemplo, o meu colega, Yao Assogna,
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14:13 - 14:15que era professor na universidade
do Quebeque, em Otava, -
14:15 - 14:19perdeu um filho, há uns anos,
na sequência de um suicídio. -
14:19 - 14:23Ele e a mulher, Andrée,
sofreram uma prova terrível, -
14:23 - 14:25e decidiram criar uma fundação,
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14:25 - 14:28a Fundação Lani, o nome do filho.
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14:28 - 14:32Essa fundação ajuda jovens vulneráveis,
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14:32 - 14:34jovens em dificuldade.
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14:34 - 14:38oferecendo bolsas para que
certos jovens possam realizar -
14:38 - 14:40os seus sonhos.
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14:40 - 14:41Com a sua ação,
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14:41 - 14:43Yao, Andrée,
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14:43 - 14:47e os amigos de Yao e Andrée,
que angariam fundos para eles, -
14:47 - 14:53criam contextos para modificar
trajetórias suicidas. -
14:54 - 14:56Uma colega, Mélanie,
-
14:56 - 14:59uma colega suíça,
que veio para o Quebeque -
14:59 - 15:01trabalhar connosco durante algum tempo,
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15:01 - 15:04fez uma formação de prevenção de suicídio
-
15:04 - 15:06quando estava no Quebeque.
-
15:06 - 15:09Quando voltou para o seu país,
uma noite, ao regressar do trabalho, -
15:09 - 15:11estava num viaduto,
-
15:11 - 15:14e ao atravessar o viaduto
para ir para casa, -
15:14 - 15:16viu uma mulher no viaduto
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15:16 - 15:20com um comportamento um pouco estranho.
-
15:20 - 15:22Atrasou o passo
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15:22 - 15:24avançou calmamente para a mulher,
-
15:25 - 15:26e começou a falar com ela.
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15:27 - 15:30A mulher avançou
de modo ainda mais perigoso -
15:30 - 15:31para o parapeito.
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15:31 - 15:34Mélanie aproximou-se dela,
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15:34 - 15:36e viu que a mulher estava a chorar.
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15:37 - 15:39Quando viu que a mulher estava a chorar,
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15:39 - 15:42Mélanie também começou a chorar,
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15:42 - 15:44comovida com o sofrimento daquela mulher.
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15:44 - 15:48E a mulher, ao ver que uma estranha
estava a chorar ao lado dela, -
15:48 - 15:51não sabendo se ela chorava
por ela ou com ela, -
15:51 - 15:53abraçou-se a Mélanie.
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15:54 - 15:55Mélanie chamou um táxi,
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15:55 - 15:57foi levar a mulher à urgência.
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15:58 - 16:01Quando chegou à urgência,
chamou a família. -
16:01 - 16:03Talvez que, naquela noite,
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16:04 - 16:06Mélanie, com a sua ação,
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16:06 - 16:11tenha contribuído para dar
um ponto de viragem àquela mulher. -
16:12 - 16:15Caroline, antes de estudar psicologia,
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16:15 - 16:19soube que a sua mãe,
que tinha problemas de saúde, -
16:19 - 16:20problemas crónicos,
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16:20 - 16:23pensava no suicídio,
porque o tinha dito a alguém. -
16:23 - 16:26Reunindo toda a coragem,
Carolina, uma noite, -
16:26 - 16:29abordou a questão do suicídio com a mãe
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16:29 - 16:31que lhe confirmou que pensava no suicídio,
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16:31 - 16:33que queria suicidar-se,
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16:33 - 16:36e que não queria que a filha a impedisse.
-
16:36 - 16:38Não queria que a filha
a levasse ao hospital. -
16:39 - 16:43A mãe disse-lhe:
-
16:43 - 16:46"Se me levares ao hospital,
nunca mais te falo". -
16:46 - 16:47Caroline disse-lhe:
-
16:47 - 16:50"Prefiro que nunca mais me fales,
-
16:50 - 16:52"porque podes sempre mudar de ideias,
-
16:52 - 16:55"mas se te suicidares, nunca mais
poderás mudar de ideias". -
16:56 - 16:59Jean-François, que participou num estudo,
-
16:59 - 17:00- vou chamar-lhe Jean-François -
-
17:00 - 17:03participou num estudo
que eu estava a fazer, -
17:03 - 17:05contou-nos que,
num certo período da sua vida, -
17:05 - 17:08vivia um período difícil,
-
17:08 - 17:10um divórcio litigioso com a sua mulher.
-
17:10 - 17:12Via poucas vezes os filhos,
-
17:12 - 17:15tinha a impressão que
a vida dele era um fracasso. -
17:15 - 17:19Estava zangado, encolerizado,
deprimido, suicida. -
17:20 - 17:22Um dia, numa manhã
em que estava a trabalhar, -
17:22 - 17:25o contramestre
aproximou-se dele e disse-lhe: -
17:25 - 17:28"Ouve. Sei que as coisas não vão bem.
-
17:28 - 17:30"Para de fazer o que estás a fazer.
-
17:30 - 17:32"Quero que vás à urgência,
consultar um médico. -
17:32 - 17:34"Toma! liga para tal sítio".
-
17:34 - 17:38E deu-lhe o folheto
duma organização comunitária, -
17:38 - 17:39que ajuda homens
-
17:39 - 17:42que vivem dificuldades com separações.
-
17:42 - 17:44Jean-François contou-nos
-
17:44 - 17:48que a ação do seu contramestre
-
17:48 - 17:52e as ações das pessoas
da organização comunitária -
17:52 - 17:54o ajudaram a chegar a um ponto de viragem
-
17:54 - 17:56e também lhe salvaram a vida.
-
17:56 - 18:01Se vocês não tiverem este tipo
de ocasião na vossa vida, -
18:01 - 18:03podem mesmo assim escrever,
-
18:03 - 18:05podem assinar petições,
-
18:05 - 18:07podem escrever aos vossos deputados,
-
18:07 - 18:10podem escrever
aos vossos ministros da saúde, -
18:10 - 18:13podem escrever ao primeiro-ministro
do Quebeque e do Canadá, -
18:13 - 18:16e dizer que respeitamos a vida,
-
18:16 - 18:18porque a vida é importante,
-
18:18 - 18:20e queremos que os nossos governos adotem
-
18:20 - 18:23uma estratégia nacional
de prevenção do suicídio. -
18:23 - 18:26Mesmo que todas as nossas ações concertadas
-
18:26 - 18:29só sirvam para ajudar uma pessoa,
-
18:29 - 18:33se todas as nossas ações contribuírem
para ajudar uma só pessoa -
18:34 - 18:37para modificar
a trajetória suicida duma pessoa -
18:37 - 18:40todas as nossas ações terão valido a pena.
-
18:41 - 18:42Obrigada.
-
18:42 - 18:45(Aplausos)
- Title:
- Podemos fazer desviar as trajetórias suicidas? | Monique Seguin no TEDxGatineau
- Description:
-
Doutora em psicologia, Monique Séguin interpela-nos nesta conferência sobre a importância de sensibilizar a população para o facto de o suicídio ser um problema social. Acrescenta que prevenir este flagelo é um problema que diz respeito a todos nós.
Esta palestra foi feita num evento TEDx usando o formato de palestras TED, mas organizado independentemente por uma comunidade local. Saiba mais em http://ted.com/tedx
- Video Language:
- French
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDxTalks
- Duration:
- 18:50