Return to Video

Compaixão | Abby Donelson | TEDxYouth@RVA

  • 0:05 - 0:06
    Compaixão.
  • 0:06 - 0:09
    O que significa isso para vocês?
  • 0:09 - 0:11
    Como é que a vivemos
    na nossa vida quotidiana?
  • 0:11 - 0:15
    Pensem nisso enquanto partilho
    a minha história convosco.
  • 0:15 - 0:18
    O meu pai chamava-se Emery Donelson.
  • 0:18 - 0:20
    Faleceu quando eu tinha oito anos.
  • 0:21 - 0:23
    Foi numa segunda-feira de novembro.
  • 0:23 - 0:27
    Ainda me lembro da minha Mãe
    a cumprimentar-me
  • 0:27 - 0:30
    e ao meu irmão mais velho,
    na paragem de autocarro.
  • 0:30 - 0:31
    Aproximei-me de casa,
    perguntando-me
  • 0:31 - 0:34
    porque estariam
    tantos carros na entrada.
  • 0:34 - 0:37
    Não percebi até que ponto
    a minha vida estava prestes a mudar.
  • 0:39 - 0:43
    Ainda hoje me custa ver
    crianças a brincar com os pais.
  • 0:44 - 0:47
    Relembra-me a falta que sinto dele.
  • 0:48 - 0:51
    Lembro-me
  • 0:51 - 0:53
    que sempre que eu tirava
    Excelente num teste,
  • 0:53 - 0:55
    o meu pai dançava comigo.
  • 0:55 - 0:57
    Ele dançava muito mal,
    mas eu adorava.
  • 0:58 - 1:00
    (Risos)
  • 1:00 - 1:02
    Ações diárias como essa
  • 1:02 - 1:04
    são as pequenas coisas
    que parecem tão grandes
  • 1:04 - 1:06
    agora que ele não está cá.
  • 1:06 - 1:08
    Agora, como adolescente que sou,
  • 1:08 - 1:11
    não o tenho para fazer o papel
    de pai demasiado preocupado
  • 1:11 - 1:14
    como o de qualquer outra jovem
    que começa a namorar.
  • 1:14 - 1:17
    Nunca tive a oportunidade
    de ser a "menina do papá".
  • 1:20 - 1:21
    Depois de o meu pai morrer,
  • 1:21 - 1:23
    a minha mãe levou-me
    para um acampamento.
  • 1:23 - 1:25
    Eu não sabia o que pensar daquele sítio.
  • 1:25 - 1:28
    Sabia apenas que aquele era um sítio
    para crianças como eu.
  • 1:28 - 1:31
    Crianças que tinham acabado
    de perder alguém da família.
  • 1:31 - 1:34
    O acampamento chamava-se
    Zona de Conforto.
  • 1:34 - 1:37
    Acredito que aquele sítio me salvou.
  • 1:38 - 1:40
    Gostei tanto
  • 1:40 - 1:43
    que assim que tive idade suficiente
    para me tornar monitora,
  • 1:43 - 1:46
    ou JC, como lhe chamamos, fi-lo.
  • 1:48 - 1:50
    Nunca me esquecerei
    da primeira vez que fui monitora.
  • 1:51 - 1:52
    Trabalhei com as crianças
    de 7 e 8 anos.
  • 1:52 - 1:54
    Quando cheguei a casa
    nesse fim-de-semana,
  • 1:54 - 1:58
    apercebi-me que tinha a idade deles
    quando o meu pai morrera.
  • 1:59 - 2:03
    Foi ótimo ver o quanto cresceram
    durante o pouco tempo que ali passaram.
  • 2:03 - 2:07
    E foi especial para mim poder dar
    o que me tinha sido dado.
  • 2:08 - 2:12
    Uma coisa importante que fazemos
    na Zona de Conforto é a troca de pins.
  • 2:12 - 2:14
    Damos um pin a alguém
    que acreditamos
  • 2:14 - 2:19
    que fez algo espetacular
    ou que saiu da sua zona de conforto.
  • 2:19 - 2:21
    Para alguns, é partilhar a sua história.
  • 2:21 - 2:24
    Para outros, é serem líderes do seu grupo.
  • 2:24 - 2:26
    No tempo que passei na Zona de Conforto
  • 2:26 - 2:29
    ganhei pins por coisas como
    ser levantada,
  • 2:29 - 2:31
    pois tenho medo de alturas
  • 2:31 - 2:35
    e por confortar alguém
    que estava a sofrer com a sua perda.
  • 2:36 - 2:38
    Uma vez, dei um pin a uma menina
  • 2:38 - 2:42
    que tinha sido tímida todo o fim de semana
    e queria partilhar a sua história.
  • 2:42 - 2:44
    No último dia, ela chamou-me
  • 2:44 - 2:47
    e contou-me toda a história
    sobre a morte do seu pai.
  • 2:47 - 2:48
    Foi fantástico.
  • 2:48 - 2:50
    Ela deu-me um pin por ter ouvido.
  • 2:50 - 2:53
    Isto é o que a Zona de Conforto ensina:
    Compaixão.
  • 2:55 - 2:57
    Quando andava no quinto ano,
  • 2:57 - 2:59
    novos vizinhos mudaram-se
    para a casa ao lado.
  • 3:00 - 3:04
    Tinham uma filha com da minha idade.
    Era enérgica e maluca.
  • 3:04 - 3:07
    Chamava-se Cameron Gallagher.
  • 3:07 - 3:10
    Mal eu sabia que nos tornaríamos
    melhores amigas.
  • 3:12 - 3:15
    No início, a Cameron e eu
    éramos apenas amigas normais.
  • 3:15 - 3:19
    Fazíamos coisas juntas,
    mas também nos irritávamos uma à outra.
  • 3:19 - 3:20
    Muito!
  • 3:21 - 3:22
    (Risos)
  • 3:24 - 3:27
    À medida que crescíamos,
    a nossa amizade tornava-se forte.
  • 3:29 - 3:32
    Ao longo do tempo, a Cameron lidou
    com inseguranças e sentimentos
  • 3:32 - 3:34
    que nem sempre conseguia controlar.
  • 3:34 - 3:37
    Cameron tinha uma depressão juvenil.
  • 3:38 - 3:40
    Nem sempre era fácil ser amiga da Cameron.
  • 3:40 - 3:42
    Na realidade, por vezes era muito difícil.
  • 3:42 - 3:45
    Às vezes, as coisas que a Cameron
    me contava assustavam-me.
  • 3:47 - 3:50
    Nem sempre sabia o que lhe dizer,
    mas ouvia-a sempre.
  • 3:50 - 3:52
    Certificava-me sempre que ela sabia
    que eu a adorava.
  • 3:52 - 3:55
    Um dia, quando os seus pais
    não estavam em casa,
  • 3:55 - 3:57
    ela estava a passar um mau bocado.
  • 3:57 - 3:59
    Eu estava muito assustada com ela.
  • 3:59 - 4:02
    Corri a casa dela e levei-a a sair.
  • 4:02 - 4:04
    Almoçámos e fomos para o parque.
  • 4:04 - 4:08
    Depois disso, voltámos para minha casa
    e estudámos para o teste de inglês
  • 4:08 - 4:12
    em que, honestamente,
    ambas nos saímos mesmo mal,
  • 4:12 - 4:14
    porque...quem consegue estudar com amigos?
  • 4:17 - 4:21
    Estivemos demasiado ocupadas a rir-nos
    e não estudámos nada.
  • 4:22 - 4:26
    Mais tarde naquela noite, a minha mãe
    disse-me que eu era muito boa amiga,
  • 4:26 - 4:28
    mas não acho que tenha feito
    nada de especial,
  • 4:28 - 4:31
    porque acredito que é isto
    que os amigos fazem uns pelos outros.
  • 4:31 - 4:34
    Uma boa amizade baseia-se em
    amabilidade e compaixão.
  • 4:36 - 4:39
    Mais tarde nessa semana, a Cameron
    veio ter comigo com uma ideia louca.
  • 4:39 - 4:44
    Queria ajuda para organizar uma corrida
    para alertar para a depressão juvenil.
  • 4:44 - 4:47
    Queria chamar-lhe "Speak Up 5K".
  • 4:47 - 4:50
    Era fácil de ver que a Cameron
    adorava aquele assunto.
  • 4:50 - 4:52
    Claro que concordei em ajudá-la.
  • 4:52 - 4:56
    A Cameron sentia compaixão por pessoas
    que estavam a passar pelo mesmo que ela.
  • 4:58 - 5:00
    Isto foi uma semana antes de
    a Cameron morrer.
  • 5:02 - 5:04
    No dia 16 de março de 2014,
  • 5:04 - 5:08
    eu e a Cameron acordámos bem cedo para
    correr a nossa primeira meia maratona.
  • 5:11 - 5:13
    Essa foi a última coisa
    que fizemos juntas.
  • 5:15 - 5:18
    Por volta da 12ª milha, a Cameron
    estava com dificuldade em correr.
  • 5:19 - 5:23
    Fizemos um intervalo para alongamentos,
    ela olhou-me e disse: "Vamos acabar isto".
  • 5:23 - 5:25
    E foi o que fizemos.
  • 5:25 - 5:27
    Eu e a Cameron terminámos juntas
    a nossa última maratona.
  • 5:29 - 5:33
    Depois de nos abraçarmos,
    caminhávamos de braços dados
  • 5:33 - 5:35
    quando a Cameron desfaleceu.
  • 5:35 - 5:36
    Ela morreu nesse dia.
  • 5:37 - 5:40
    Durante muito tempo,
    culpei-me pela sua morte.
  • 5:40 - 5:43
    Dizia coisas como:
    "Devia tê-la impedido."
  • 5:43 - 5:46
    Mas depois apercebi-me
    que estava apenas a apoiá-la
  • 5:46 - 5:48
    como tinha feito naquele dia difícil.
  • 5:48 - 5:51
    Eu tinha-a ajudado no seu último
    grande esforço.
  • 5:52 - 5:55
    No hospital, a mãe dela,
    a quem chamo Mamã Grace,
  • 5:55 - 5:58
    disse-me que, na semana anterior,
    a Cameron lhe tinha dito
  • 5:58 - 6:00
    que eu era a sua melhor amiga,
  • 6:00 - 6:02
    pois era a única que sabia tudo sobre ela
  • 6:02 - 6:05
    e mesmo assim amava-a incondicionalmente.
  • 6:05 - 6:09
    Vou sempre partilhar o facto de ter
    passado o último dia da Cameron com ela.
  • 6:12 - 6:14
    Depois de a Cameron morrer,
  • 6:14 - 6:16
    houve uma adesão
    surpreendente do público
  • 6:16 - 6:18
    para participar na corrida dela.
  • 6:18 - 6:21
    As pessoas sentiam compaixão
    pela Cameron e pelas suas lutas.
  • 6:22 - 6:26
    Decidi imediatamente acabar
    o que a Cameron tinha começado.
  • 6:26 - 6:29
    A família da Cameron,
    muitos voluntaries fantásticos, e eu
  • 6:29 - 6:33
    organizámos uma bela corrida para honrar
    a Cameron e o seu último desejo.
  • 6:34 - 6:36
    Olhem para aquilo.
  • 6:36 - 6:40
    Inscreveram-se 3000 pessoas
    na corrida da Cameron.
  • 6:40 - 6:44
    Participaram 3000 pessoas
    que nos ajudaram a angariar
  • 6:44 - 6:49
    mais de 150 000 dólares para
    combater a depressão juvenil.
  • 6:49 - 6:53
    Aqueles são a família da Cameron e eu
    a admirar a enorme multidão.
  • 6:53 - 6:55
    Estávamos extasiados.
  • 6:56 - 7:00
    Quando começámos a promover a corrida,
    a Mamã Grace dizia às pessoas
  • 7:00 - 7:03
    que o mais importante
    era sermos bons para com os outros.
  • 7:03 - 7:05
    Isso diz imenso acerca da minha
    mensagem sobre compaixão.
  • 7:06 - 7:09
    Demonstrem compaixão
    para com as pessoas que não compreendem.
  • 7:09 - 7:12
    Aprendi isso com a morte do meu pai
    e com a Zona de Conforto.
  • 7:12 - 7:16
    Apercebi-me que nem sempre as pessoas
    compreendiam porque estava eu aborrecida.
  • 7:17 - 7:20
    Isto foi reforçado durante
    a minha amizade com a Cameron.
  • 7:20 - 7:23
    As pessoas nem sempre
    eram simpáticas com a Cameron
  • 7:23 - 7:25
    porque não percebiam a sua doença.
  • 7:25 - 7:29
    Mas sinto que ajudei a fazer a diferença,
    porque a ajudava a continuar diariamente.
  • 7:29 - 7:32
    Sentia compaixão pela Cameron
    e pelas suas lutas.
  • 7:33 - 7:35
    Na Zona de Conforto vão continuar
    a mostrar compaixão
  • 7:35 - 7:40
    por pessoas que lutam com a perda
    de membros da família.
  • 7:40 - 7:43
    e na "Speak Up 5K" vamos continuar
    a mostrar compaixão
  • 7:43 - 7:45
    por aqueles que lutam
    contra a depressão juvenil.
  • 7:46 - 7:48
    Mas o que é que vocês podem fazer?
  • 7:49 - 7:52
    A compaixão é definida como um sentimento
  • 7:52 - 7:54
    de querer ajudar aqueles que necessitam.
  • 7:55 - 8:00
    Eu sinto que fiz a diferença com os miúdos
    na Zona de Conforto e com a Cameron.
  • 8:00 - 8:03
    ao demonstrar a minha compaixão
    para com eles e as suas lutas.
  • 8:03 - 8:07
    Agora, desafio-vos a mostrar compaixão
  • 8:07 - 8:10
    por pessoas que vocês acham
    que estão a passar um mau bocado.
  • 8:10 - 8:15
    Mostrem compaixão
    por pessoas que conhecem.
  • 8:17 - 8:20
    Desafio-vos a falar em defesa
    dos que estão em baixo.
  • 8:21 - 8:23
    Agora, parem para pensar.
  • 8:26 - 8:28
    Como podem fazer a diferença
    na vida de alguém?
  • 8:29 - 8:31
    Por quem é que podem
    sentir compaixão?
  • 8:31 - 8:32
    Obrigada.
  • 8:32 - 8:35
    (Aplausos)
Title:
Compaixão | Abby Donelson | TEDxYouth@RVA
Description:

Esta palestra foi feita num evento local TEDx, produzido independentemente das Conferências TED.

Ouçam a Abby a contar a sua história, que a levou à convicção de que mostrar compaixão pelos outros é o único modo de viver a vida.

more » « less
Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
08:46

Portuguese subtitles

Revisions