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Como as estatísticas podem ser enganosas - Mark Liddell

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    As estatísticas são convincentes,
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    a ponto de pessoas, organizações
    e países inteiros
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    basearem algumas de suas decisões
    mais importantes em dados organizados.
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    Mas há um problema aí.
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    Qualquer grupo de dados estatísticos
    pode estar escondendo algo
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    que pode acabar virando os resultados
    de cabeça para baixo.
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    Por exemplo, imagine que você precise
    escolher entre dois hospitais
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    para a cirurgia de uma parente idosa.
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    Tomando os últimos mil pacientes
    de cada hospital,
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    no Hospital A, 900 sobreviveram,
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    enquanto, no Hospital B,
    apenas 800 sobreviveram.
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    Portanto, aparentemente,
    o Hospital A é a melhor escolha.
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    No entanto, antes de tomar a decisão,
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    lembre-se de que nem todos os pacientes
    chegam a um hospital
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    nas mesmas condições de saúde.
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    Se dividirmos os mil pacientes
    mais recentes de cada hospital
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    entre os que chegaram com boa saúde
    e os que chegaram com a saúde precária,
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    um cenário bem diferente
    começa a se descortinar.
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    No Hospital A, apenas 100 pacientes
    chegaram com a saúde debilitada.
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    Destes, 30 sobreviveram.
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    Mas, no Hospital B, havia 400,
    e eles foram capazes de salvar 210.
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    Assim, o Hospital B é a melhor escolha
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    para pacientes que chegam
    com a saúde precária,
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    com uma taxa de sobrevivência de 52,5%.
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    Mas e se sua parente estiver com boa saúde
    ao dar entrada no hospital?
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    Curiosamente, o Hospital B
    ainda é a melhor escolha,
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    com uma taxa de sobrevivência
    de cerca de 98%.
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    Como é possível o Hospital A ter
    uma taxa de sobrevivência maior
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    se a taxa de sobrevivência do Hospital B é
    maior para pacientes de ambos os grupos?
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    Esbarramos aqui num caso
    do paradoxo de Simpson,
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    em que o mesmo conjunto de dados
    parece mostrar tendências opostas,
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    dependendo de como agrupamos os dados.
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    Isso sempre ocorre quando dados agregados
    escondem variáveis condicionais,
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    também chamadas de variáveis escondidas,
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    um fator adicional oculto que influencia
    significativamente os resultados.
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    Neste caso, o fator oculto
    é a proporção relativa de pacientes
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    que chegam com saúde boa ou ruim.
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    O paradoxo de Simpson não é
    apenas um cenário hipotético.
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    Ele surge de tempos
    em tempos na vida real,
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    algumas vezes em contextos importantes.
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    Um estudo inglês pareceu mostrar,
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    num período de 20 anos, que os fumantes
    tinham uma taxa de sobrevivência
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    maior do que os não fumantes.
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    Isto é, até a divisão dos participantes
    por grupos etários
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    mostrar que os não fumantes eram,
    na média, significativamente mais velhos
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    e, assim, com maior chance de morrer
    durante o período do teste,
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    justamente porque, em geral,
    eles eram mais longevos.
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    Aqui, os grupos etários
    são as variáveis ocultas,
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    e foram vitais para a interpretação
    correta dos dados.
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    Em outro exemplo,
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    uma análise das mortes
    por pena de morte na Flórida
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    parecia revelar não haver
    disparidade racial nas sentenças
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    de réus negros e brancos
    condenados por assassinato.
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    Mas, ao se dividir os casos pela raça
    da vítima, revelou-se uma outra história.
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    Em ambas as situações,
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    havia maior probabilidade de réus
    negros serem condenados à morte.
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    A condenação um pouco maior,
    no geral, de réus brancos
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    deveu-se ao fato de que os casos
    com vítimas brancas
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    tinham mais chance de receber
    uma sentença de morte
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    do que os casos em que a vítima era negra,
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    e a maioria dos assassinatos ocorreram
    entre pessoas da mesma raça.
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    Assim, como evitar cair no paradoxo?
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    Infelizmente, não há uma resposta
    que resolva todos os casos.
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    Os dados podem ser agrupados
    e divididos de inúmeras formas,
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    e os números totais às vezes podem
    fornecer um quadro mais preciso
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    do que dados divididos em categorias
    enganosas ou arbitrárias.
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    O ideal é estudar com cuidado
    a situação real descrita pela estatística
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    e checar se as variáveis
    enganosas estão presentes.
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    Do contrário, estaremos vulneráveis
    aos que possam usar os dados
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    para manipular as pessoas
    e promover as suas próprias agendas.
Title:
Como as estatísticas podem ser enganosas - Mark Liddell
Speaker:
Mark Liddell
Description:

Veja a lição completa: http://ed.ted.com/lessons/how-statistics-can-be-misleading-mark-liddell

As estatísticas são convincentes. A ponto de pessoas, organizações e países inteiros basearem suas decisões mais importantes nesses dados organizados. Mas qualquer conjunto de dados estatísticos tende a esconder algo que pode acabar virando os resultados de cabeça para baixo. Mark Liddell investiga o paradoxo de Simpson.

Lição de Mark Liddell; animação de Tinmouse Animation Studio.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
04:19

Portuguese, Brazilian subtitles

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