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As fraldas de bebê inspiraram uma nova forma de estudar o cérebro

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    Olá, pessoal!
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    Trouxe aqui comigo uma fralda de bebê.
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    Vão entender por que daqui a pouco.
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    As fraldas têm propriedades interessantes.
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    Podem inchar enormemente
    quando se adiciona água a elas,
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    um experimento feito
    por milhões de crianças todos os dias.
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    (Risos)
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    Mas a razão é que elas são projetadas
    de um jeito muito inteligente.
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    São feitas de um material expansível.
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    É um tipo especial de material
    que, ao se adicionar água,
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    incha tremendamente,
    até mil vezes seu volume.
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    E esse é um tipo de polímero
    industrial muito útil.
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    Mas o que estamos tentando
    fazer no meu grupo no MIT
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    é descobrir se podemos fazer
    algo análogo no cérebro.
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    Será que podemos aumentá-lo
    o suficiente pra olhar lá dentro
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    e enxergar esses tijolinhos,
    as biomoléculas,
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    como elas se organizam em três dimensões,
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    ou, se preferirem,
    a estrutura real do cérebro?
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    Se conseguirmos isso,
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    talvez possamos compreender melhor
    como o cérebro se organiza
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    para produzir pensamentos,
    emoções, ações e sensações.
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    Talvez pudéssemos pinçar
    as mudanças exatas no cérebro
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    que resultam em doenças
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    como o Alzheimer, a epilepsia e Parkinson,
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    para as quais não há
    muito tratamento nem cura,
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    e cuja causa e origem desconhecemos,
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    aquilo que realmente as provoca.
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    Bem, nosso grupo no MIT
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    está buscando uma perspectiva diferente
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    daquela como a neurociência
    foi feita nos últimos 100 anos.
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    Somos designers, inventores,
    e estamos tentando descobrir
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    como construir tecnologias
    que nos deixem ver e reparar o cérebro.
  • 1:31 - 1:35
    E a razão é que o cérebro
    é incrivelmente complicado.
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    O que aprendi com o último
    século de neurociência
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    foi que o cérebro é uma rede
    muito complicada,
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    feita de células muito especializadas
    chamadas neurônios,
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    com geometrias muito complexas.
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    E correntes elétricas fluem através
    desses neurônios tão complexos.
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    Além disso, os neurônios
    se conectam em redes,
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    através de pequenas junções,
    as chamadas sinapses,
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    que trocam substâncias químicas e permitem
    que os neurônios conversem entre si.
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    A densidade do cérebro é incrível.
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    Num milímetro cúbico do cérebro,
    existem cerca de 100 mil desses neurônios,
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    e talvez um bilhão dessas conexões.
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    Mas é muito mais que isso.
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    Assim, se pudéssemos ampliar um neurônio,
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    obviamente isto aqui é apenas uma arte,
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    veríamos milhares e milhares
    de tipos de biomoléculas,
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    pequenas máquinas em nanoescala,
    organizadas em complexos padrões 3D,
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    e juntas elas intermedeiam
    esses pulsos elétricos,
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    essas trocas químicas que permitem
    aos neurônios trabalhar juntos
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    para gerar pensamentos,
    sentimentos, e assim por diante.
  • 2:34 - 2:39
    Não sabemos como os neurônios
    se organizam no cérebro para formar redes,
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    nem como as biomoléculas
    se organizam dentro dos neurônios
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    para formar essas máquinas
    complexas e organizadas.
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    Se quisermos entender isso realmente,
    vamos precisar de novas tecnologias.
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    Mas, se conseguirmos tais mapas
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    e pudermos observar a organização
    das moléculas e neurônios,
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    e dos neurônios e suas redes,
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    talvez possamos entender
    como o cérebro leva informação
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    das regiões sensoriais, a mistura
    com emoção e sentimento,
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    para gerar nossas decisões e ações.
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    Talvez possamos pinçar exatamente
    as mudanças moleculares que ocorrem
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    numa desordem cerebral.
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    E uma vez descoberto
    como essas moléculas mudaram,
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    se cresceram em número
    ou mudaram de padrão,
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    poderíamos usá-las
    como alvo para novas drogas
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    e para trazer energia
    para dentro do cérebro,
  • 3:21 - 3:25
    de modo a recuperar
    as computações cerebrais atingidas
  • 3:25 - 3:27
    em pacientes que sofrem
    de desordens cerebrais.
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    Temos visto, no último século,
    diversas tecnologias para isso.
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    Acho que todos aqui já viram tomografias
    de ressonância magnética do cérebro.
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    Obviamente elas têm a vantagem
    de serem não invasivas
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    e poderem ser realizadas
    em seres humanos vivos.
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    Mas ainda são espacialmente rudimentares.
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    Cada uma dessas áreas aqui,
    ou "voxels", como são chamadas,
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    podem conter milhões
    e milhões de neurônios.
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    Portanto, não é no nível da resolução
    que vamos pinçar as mudanças moleculares,
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    ou as mudanças na conexão dessas redes,
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    que contribuem para sermos
    seres conscientes e poderosos.
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    No outro extremo, temos os microscópios.
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    Os microscópios usam a luz
    para ver coisas minúsculas.
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    Por séculos, têm sido usados
    para ver coisas como bactérias.
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    Para a neurociência,
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    os microscópios possibilitaram
    a descoberta dos neurônios
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    cerca de 130 anos atrás.
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    Mas a luz tem limites básicos.
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    Não se veem moléculas individuais
    com o microscópio convencional.
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    Não podemos ver essas minúsculas conexões.
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    Portanto, se quisermos ver
    o cérebro de forma mais potente,
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    chegar à sua verdadeira estrutura,
  • 4:32 - 4:34
    vamos precisar de tecnologias
    melhores ainda.
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    Por isso, alguns anos atrás,
    começamos a pensar:
  • 4:38 - 4:39
    "Por que não fazemos o contrário?
  • 4:39 - 4:42
    Se é tão complicado assim
    ampliar a visão do cérebro,
  • 4:42 - 4:44
    por que não aumentar o cérebro?"
  • 4:44 - 4:48
    Começamos com dois estudantes
    de graduação, Fei Chen e Paul Tillberg,
  • 4:48 - 4:50
    e muitos outros da equipe
    estão ajudando nesse processo.
  • 4:50 - 4:53
    Decidimos pesquisar
    se podíamos pegar polímeros,
  • 4:53 - 4:57
    como os das fraldas, e instalá-los
    fisicamente dentro do cérebro.
  • 4:57 - 5:00
    Se fizermos isso certo,
    e adicionarmos água,
  • 5:00 - 5:02
    podemos teoricamente inflar o cérebro
  • 5:02 - 5:05
    a ponto de distinguir as minúsculas
    moléculas umas das outras.
  • 5:05 - 5:08
    Poderíamos ver essas conexões
    e obter mapas do cérebro.
  • 5:08 - 5:10
    Isso seria um grande avanço.
  • 5:10 - 5:16
    Temos aqui material de fralda
    de bebê purificada.
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    É muito mais fácil comprar pela internet
    do que extrair grãos dessas fraldas.
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    Vou colocar somente uma colher de chá aqui
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    deste polímero purificado.
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    E aqui temos um pouco d'água.
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    O que vamos fazer
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    é ver se esta colher de chá do material
    da fralda pode aumentar de tamanho.
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    Vocês vão vê-lo aumentar em volume
    cerca de mil vezes bem na sua frente.
  • 5:50 - 5:53
    Posso derramar mais um pouco,
    mas acho que já deu pra ter uma ideia
  • 5:53 - 5:56
    de que é uma molécula
    muito, muito interessante
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    e, se pudermos usá-la do jeito certo,
    poderemos aumentar o cérebro
  • 5:59 - 6:03
    de uma forma que seria impossível
    com as antigas tecnologias.
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    Bem, agora um pouquinho de química.
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    O que aconteceu com o polímero da fralda?
  • 6:08 - 6:12
    Se pudéssemos ampliá-lo,
    veríamos algo mais ou menos como isso.
  • 6:12 - 6:17
    Os polímeros são cadeias de átomos
    arranjados em linhas longas e finas.
  • 6:17 - 6:20
    E as cadeias são minúsculas,
    têm a largura de uma biomolécula.
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    e os polímeros são muito densos.
  • 6:22 - 6:25
    Eles estão separados por distâncias
    cerca do tamanho de uma biomolécula.
  • 6:26 - 6:27
    O que é ótimo,
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    pois teoricamente poderíamos
    separar tudo no cérebro.
  • 6:30 - 6:34
    Se adicionarmos água,
    esse material expansível vai absorvê-la,
  • 6:34 - 6:37
    as cadeias de polímero vão
    se separar umas das outras,
  • 6:37 - 6:39
    e o material todo vai se tornar maior.
  • 6:40 - 6:44
    Como essas cadeias são minúsculas
    e espaçadas em distâncias biomoleculares,
  • 6:44 - 6:47
    poderíamos inflar o cérebro
    e ampliá-lo o suficiente para vê-las.
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    Mas aqui vem o problema:
  • 6:49 - 6:53
    como colocar essas cadeias
    de polímeros dentro do cérebro
  • 6:53 - 6:55
    para separarmos as biomoléculas?
  • 6:55 - 6:59
    Se conseguirmos isso, talvez possamos
    chegar a mapas precisos do cérebro,
  • 6:59 - 7:00
    e ver as conexões cerebrais.
  • 7:00 - 7:03
    Poderíamos entrar lá
    e ver essas moléculas.
  • 7:04 - 7:06
    Para explicar isso,
    fizemos algumas animações,
  • 7:06 - 7:09
    e podemos ver, nesta arte,
  • 7:09 - 7:13
    como devem ser as biomoléculas
    e como podemos separá-las.
  • 7:13 - 7:15
    A primeira coisa que teríamos de fazer
  • 7:15 - 7:19
    seria ligar todas as biomoléculas
    mostradas em marrom aqui
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    a uma pequena âncora, uma pequena alça.
  • 7:21 - 7:24
    Precisaríamos separar as moléculas
    do cérebro umas das outras
  • 7:24 - 7:26
    e, para tanto, precisaríamos
    de uma pequena alça
  • 7:26 - 7:30
    que permitisse a esses polímeros
    se ligarem a elas e se expandirem.
  • 7:31 - 7:34
    Se simplesmente pegarmos o polímero
    das fraldas e jogá-lo no cérebro,
  • 7:34 - 7:36
    obviamente ele vai ficar na superfície.
  • 7:36 - 7:39
    Assim, precisamos de um jeito
    de colocá-lo lá dentro.
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    E foi aqui que demos muita sorte.
  • 7:41 - 7:44
    Acontece que podemos pegar as unidades
    dos polímeros, os monômeros,
  • 7:44 - 7:48
    e, se os colocarmos dentro do cérebro
    e depois iniciar reações químicas,
  • 7:48 - 7:51
    conseguiríamos que eles formem
    essas longas cadeias
  • 7:51 - 7:53
    dentro do tecido cerebral.
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    Eles vão se mover ao redor
    e entre essas biomoléculas,
  • 7:57 - 7:59
    formando essas teias complexas
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    que acabam nos permitindo separar
    as moléculas umas das outras.
  • 8:03 - 8:06
    E cada vez que uma dessas
    pequenas alças está por perto,
  • 8:06 - 8:09
    o polímero vai se ligar a ela,
    e é exatamente o que precisamos
  • 8:09 - 8:12
    para separar as moléculas umas das outras.
  • 8:12 - 8:13
    Tudo bem, chegou a hora da verdade.
  • 8:13 - 8:16
    Temos de tratar esta amostra
  • 8:16 - 8:19
    com uma substância química
    que separe as moléculas umas das outras,
  • 8:19 - 8:21
    e, então, quando adicionarmos água,
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    o material expansível vai
    começar a absorver a água,
  • 8:24 - 8:26
    as cadeias do polímero vão se separar,
  • 8:26 - 8:28
    só que, agora, as biomoléculas
    vão se mover juntas.
  • 8:28 - 8:32
    Seria como desenhar algo
    num balão, para depois enchê-lo;
  • 8:32 - 8:33
    a imagem seria a mesma,
  • 8:34 - 8:36
    mas com as partículas de tinta
    separadas umas das outras.
  • 8:36 - 8:39
    E é isso o que conseguimos fazer agora,
    mas em três dimensões.
  • 8:40 - 8:42
    Há um último truque.
  • 8:42 - 8:43
    Como podem ver aqui,
  • 8:43 - 8:47
    codificamos em cores todas as biomoléculas
    marrons, pois são meio parecidas.
  • 8:47 - 8:49
    As biomoléculas são feitas
    dos mesmos átomos,
  • 8:49 - 8:51
    mas numa ordem diferente.
  • 8:51 - 8:55
    Assim, precisamos de uma última coisa
    de modo a torná-las visíveis.
  • 8:55 - 8:58
    Temos de colocar pequenas etiquetas
    com cores fosforescentes,
  • 8:58 - 8:59
    para diferenciá-las.
  • 8:59 - 9:02
    Assim, um tipo de biomolécula
    pode ser azul,
  • 9:02 - 9:06
    outro tipo de biomolécula
    pode ser vermelha, e assim por diante.
  • 9:06 - 9:07
    E esse é o passo final.
  • 9:07 - 9:10
    Agora, podemos olhar
    para algo como o cérebro
  • 9:10 - 9:11
    e ver as moléculas individuais,
  • 9:12 - 9:14
    porque as separamos
    o suficiente umas das outras
  • 9:14 - 9:16
    para podemos vê-las separadamente.
  • 9:16 - 9:19
    Assim, a esperança é que possamos
    fazer o invisível visível.
  • 9:19 - 9:23
    Podemos pegar coisas que parecem
    pequenas e obscuras e ampliá-las
  • 9:23 - 9:25
    até que pareçam constelações
    de informação sobre a vida.
  • 9:26 - 9:28
    Eis um vídeo real de como seria isso.
  • 9:28 - 9:32
    Temos um pedaço pequeno
    de cérebro, num prato.
  • 9:32 - 9:35
    Injetamos polímero nele
    e adicionamos água.
  • 9:35 - 9:38
    O que vão ver, bem na sua frente,
  • 9:38 - 9:40
    neste vídeo acelerado cerca de 60 vezes,
  • 9:40 - 9:43
    é que esse pedacinho
    de tecido cerebral vai crescer.
  • 9:43 - 9:46
    Ele pode aumentar até 100 vezes,
    ou até mais, em volume.
  • 9:46 - 9:49
    E o legal é que, como esses polímeros
    são muito pequenos,
  • 9:49 - 9:51
    separamos as biomoléculas uniformemente.
  • 9:51 - 9:53
    É uma expansão suave.
  • 9:53 - 9:56
    Não estamos perdendo
    a configuração da informação.
  • 9:56 - 9:59
    Estamos apenas facilitando
    a sua visualização.
  • 9:59 - 10:02
    Agora vamos pegar um circuito neural real,
  • 10:02 - 10:05
    um pedaço do cérebro ligado,
    por exemplo, à memória,
  • 10:05 - 10:06
    e vamos aumentá-lo.
  • 10:06 - 10:09
    Podemos começar a ver
    como os circuitos são configurados.
  • 10:09 - 10:11
    Talvez algum dia possamos
    ler uma memória.
  • 10:11 - 10:15
    Talvez possamos ver como os circuitos são
    configurados para processar as emoções,
  • 10:15 - 10:20
    a verdadeira organização do cérebro,
    que faz de nós quem somos.
  • 10:20 - 10:22
    E, é claro, esperamos poder identificar
  • 10:22 - 10:26
    os problemas reais no cérebro
    num nível molecular.
  • 10:26 - 10:28
    E se pudéssemos ver as células do cérebro
  • 10:28 - 10:31
    e descobrir, puxa, aqui estão
    as 17 moléculas que foram alteradas
  • 10:31 - 10:35
    nesse tecido cerebral que sofreu epilepsia
  • 10:35 - 10:38
    ou alteradas pelo mal de Parkinson
    ou por outro motivo?
  • 10:38 - 10:41
    Se pegarmos a lista das coisas
    que sistematicamente dão errado,
  • 10:41 - 10:43
    elas se tornam nossos alvos terapêuticos.
  • 10:43 - 10:45
    Podemos construir drogas para elas,
  • 10:45 - 10:48
    talvez direcionar energia
    para certas partes do cérebro
  • 10:48 - 10:50
    de modo a ajudar as pessoas
    com Parkinson ou epilepsia,
  • 10:50 - 10:54
    ou outras condições que afetam
    mais de 1 bilhão de pessoas no mundo todo.
  • 10:55 - 10:57
    E algo interessante está acontecendo.
  • 10:57 - 11:00
    Ocorre que, por meio da biomedicina,
  • 11:00 - 11:03
    há outras áreas em que
    essa expansão pode ajudar.
  • 11:03 - 11:06
    Esta é uma biópsia real
    de uma paciente com câncer de mama.
  • 11:07 - 11:10
    Se olharmos para os tipos de câncer,
    se olharmos o sistema imunológico,
  • 11:10 - 11:13
    se olharmos o envelhecimento,
    o desenvolvimento,
  • 11:13 - 11:17
    todos esses processos envolvem
    sistemas biológicos como um todo.
  • 11:17 - 11:21
    No entanto, os problemas começam com
    essas pequenas moléculas em nanoescala,
  • 11:21 - 11:25
    as máquinas que fazem funcionar
    as células e os órgãos do nosso corpo.
  • 11:25 - 11:28
    Por isso, agora vamos tentar descobrir
  • 11:28 - 11:31
    se podemos usar essa tecnologia
    para mapear os tijolos da vida
  • 11:31 - 11:33
    numa grande variedade de doenças.
  • 11:33 - 11:36
    Será que vamos poder localizar
    as mudanças num tumor
  • 11:36 - 11:38
    de modo a atacá-lo de um jeito inteligente
  • 11:38 - 11:42
    usando drogas que possam eliminar
    especificamente as células que queremos?
  • 11:42 - 11:44
    Muito da medicina envolve alto risco.
  • 11:44 - 11:46
    Às vezes, é um jogo de adivinhação.
  • 11:47 - 11:51
    Minha esperança é podermos transformar
    um “pouso na Lua” de alto risco
  • 11:51 - 11:52
    em algo mais confiável.
  • 11:52 - 11:55
    Se pensarem no projeto original,
    e no efetivo pouso na Lua,
  • 11:55 - 11:58
    ele se baseou em ciência consolidada.
  • 11:58 - 12:01
    Conhecíamos a gravidade e a aerodinâmica,
  • 12:01 - 12:02
    e sabíamos construir foguetes.
  • 12:02 - 12:05
    O risco científico estava sob controle.
  • 12:05 - 12:07
    Ainda assim, foi uma façanha
    enorme da engenharia.
  • 12:07 - 12:10
    Mas, na medicina, não temos
    necessariamente todas as leis.
  • 12:10 - 12:15
    Temos todas as leis análogas
    à gravidade ou à aerodinâmica?
  • 12:16 - 12:19
    Eu diria que com tecnologias
    como essa da qual falei hoje
  • 12:19 - 12:21
    talvez possamos chegar lá.
  • 12:21 - 12:24
    Podemos mapear os padrões
    que ocorrem nos sistemas vivos
  • 12:24 - 12:28
    e descobrir como superar
    as doenças que nos assolam.
  • 12:29 - 12:32
    Eu e minha esposa
    temos dois filhos pequenos
  • 12:32 - 12:35
    e, como bioengenheiro, minha esperança
    é tornar a vida deles melhor
  • 12:35 - 12:37
    do que a que nós temos hoje.
  • 12:37 - 12:40
    E minha esperança é, se pudermos
    transformar a biologia e a medicina
  • 12:40 - 12:45
    de aventuras de alto risco,
    governadas pelo acaso e pela sorte,
  • 12:45 - 12:49
    em algo feito com habilidade
    e trabalho duro,
  • 12:49 - 12:51
    então isso já seria um grande avanço.
  • 12:51 - 12:52
    Muito obrigado.
  • 12:52 - 12:55
    (Aplausos) (Vivas)
Title:
As fraldas de bebê inspiraram uma nova forma de estudar o cérebro
Speaker:
Ed Boyden
Description:

O neuroengenheiro Ed Boyden quer saber como as minúsculas biomoléculas do nosso cérebro produzem emoções, pensamentos e sentimentos e, dessa forma, poder desvendar as mudanças moleculares que levam a desordens como a epilepsia e o Alzheimer. Em vez de tentar ampliar a visão das estruturas invisíveis com um microscópio, ele pensou: "E se aumentássemos fisicamente essas estruturas, de modo que ficassem mais fáceis de serem vistas?" Descubra como os mesmos polímeros que fazem as fraldas de bebê incharem talvez sejam o segredo para entendermos melhor o nosso cérebro.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
13:15

Portuguese, Brazilian subtitles

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