Um manifesto pela brincadeira, para a Bulgária e não só
-
0:01 - 0:04Estou aqui hoje
-
0:04 - 0:06para iniciar uma revolução.
-
0:06 - 0:08Mas, antes que vocês peguem nas armas,
-
0:08 - 0:10ou cantem uma canção,
-
0:10 - 0:12ou escolham a vossa cor favorita,
-
0:12 - 0:14quero definir o que entendo por revolução.
-
0:15 - 0:16Por revolução,
-
0:16 - 0:20quero dizer uma mudança
drástica e de longo alcance -
0:20 - 0:22no modo como pensamos e agimos
-
0:22 - 0:25— no modo como pensamos
e no modo como agimos. -
0:25 - 0:28Porquê, Steve, porque é que precisamos
de uma revolução? -
0:29 - 0:31Precisamos de uma revolução
-
0:31 - 0:34porque as coisas não estão a funcionar,
simplesmente não funcionam. -
0:34 - 0:36E isto causa-me uma profunda tristeza,
-
0:36 - 0:39porque estou cansado
das coisas que não funcionam. -
0:39 - 0:42Estou cansado de não vivermos
de acordo com o nosso potencial. -
0:42 - 0:45Estou cansado de sermos os últimos.
-
0:45 - 0:48E somos os últimos em tantas coisas,
-
0:48 - 0:51por exemplo, fatores sociais.
-
0:51 - 0:53Somos os últimos da Europa em inovação.
-
0:53 - 0:56Estamos ali no fim, bem lá em baixo,
-
0:56 - 0:59último lugar como uma cultura
que não valoriza a inovação. -
0:59 - 1:01Somos os últimos em cuidados de saúde,
-
1:01 - 1:04e isso é muito importante
para a sensação de bem-estar. -
1:04 - 1:07E ali estamos, os últimos
na União Europeia e na Europa -
1:07 - 1:08bem lá em baixo.
-
1:08 - 1:10E o pior de tudo,
-
1:10 - 1:13— foi publicado há três semanas,
no The Economist — -
1:13 - 1:15somos o local mais triste da Terra,
-
1:15 - 1:18— em relação ao PIB per capita —
-
1:18 - 1:20o local mais triste da Terra.
-
1:20 - 1:22Isto é no plano social, vejamos no ensino.
-
1:22 - 1:24Em que lugar estávamos há três semanas
-
1:24 - 1:26noutro relatório da OCDE?
-
1:26 - 1:29Último lugar em leitura,
matemática e ciência, último. -
1:30 - 1:31Negócios:
-
1:32 - 1:34A menor perceção na União Europeia
-
1:34 - 1:36de que os empresários
beneficiam a sociedade. -
1:37 - 1:39Porque como resultado, o que acontece?
-
1:39 - 1:42A menor percentagem de empresários
a iniciar empreendimentos. -
1:42 - 1:44Isto apesar do facto
-
1:44 - 1:46de todos saberem que os pequenos negócios
-
1:46 - 1:48são o motor da economia.
-
1:48 - 1:50Empregamos a maioria das pessoas,
pagamos a maioria dos impostos. -
1:50 - 1:54Se o nosso motor está avariado,
adivinhem o que acontece? -
1:54 - 1:56Último PIB per capita da Europa.
-
1:57 - 1:58Ultimo!
-
1:58 - 2:02Portanto, não é surpresa
que 62% dos búlgaros -
2:02 - 2:04não estejam otimistas quanto ao futuro.
-
2:04 - 2:06Somos infelizes, temos um mau ensino,
-
2:06 - 2:08e temos os piores negócios.
-
2:09 - 2:11Estes são os factos.
-
2:11 - 2:14Não é conto de fadas, não é mentira.
-
2:14 - 2:15Não é.
-
2:15 - 2:19Não é uma conspiração que tenho
contra a Bulgária. São factos. -
2:19 - 2:21Parece-me claramente
-
2:21 - 2:23que o nosso sistema está falido.
-
2:23 - 2:25O nosso modo de pensar,
o nosso comportamento, -
2:25 - 2:27o nosso sistema operativo está avariado.
-
2:27 - 2:30Precisamos de uma mudança drástica
no modo de pensar e de nos comportamos -
2:30 - 2:32para transformar a Bulgária para melhor,
-
2:32 - 2:34para nós, para os nossos amigos,
-
2:34 - 2:36para a nossa família e para o nosso futuro.
-
2:36 - 2:37Como aconteceu isto?
-
2:37 - 2:41Agora, sejamos positivos.
Seremos positivos. Como aconteceu isto? -
2:41 - 2:43Acho que somos os últimos porque
-
2:43 - 2:45— e isto será drástico
para alguns de vocês — -
2:45 - 2:47porque estamos a tolher-nos.
-
2:47 - 2:48Estamos a ficar para trás
-
2:48 - 2:51porque não valorizamos o brincar.
-
2:51 - 2:53Eu disse o brincar, certo?
-
2:53 - 2:56No caso de se terem esquecido
do que é brincar, brincar é assim. -
2:56 - 2:59Os bebés brincam, as crianças brincam,
os adultos brincam. -
2:59 - 3:01Nós não valorizamos o brincar.
-
3:01 - 3:04De facto, nós desvalorizamos o brincar.
-
3:04 - 3:06E desvalorizamo-lo em três áreas.
-
3:06 - 3:07Voltemos às mesmas três áreas.
-
3:07 - 3:10Social: 45 anos de quê?
-
3:10 - 3:11De comunismo,
-
3:11 - 3:15de valorização da sociedade
e do Estado acima do individual -
3:15 - 3:17e do esmagamento, inadvertidamente,
-
3:17 - 3:21da criatividade, da expressão
individual e da inovação. -
3:21 - 3:23Em vez disso, o que valorizamos?
-
3:23 - 3:25Pois está demonstrado
-
3:25 - 3:28que o modo como aprendemos,
geramos e usamos o conhecimento -
3:28 - 3:31é afetado pelo nosso contexto
social e institucional, -
3:31 - 3:33que nos disse o quê durante o comunismo?
-
3:33 - 3:35Para sermos sérios.
-
3:35 - 3:36Para sermos realmente sérios.
-
3:36 - 3:38(Risos)
-
3:38 - 3:39Foi isso.
-
3:39 - 3:42(Aplausos)
-
3:43 - 3:45Sejam sérios.
-
3:45 - 3:48Não sei quantas vezes
fui censurado no parque -
3:48 - 3:51por deixar os meus filhos
brincarem no chão. -
3:51 - 3:54Deus nos livre de brincarem
na sujeira, no "kal", -
3:54 - 3:57ou ainda pior, "lovki", na água,
que vai matá-los. -
3:57 - 4:00Babás e "dyados" disseram-me
-
4:00 - 4:03que não devíamos deixar
as nossas crianças brincar tanto, -
4:03 - 4:04porque a vida é séria
-
4:04 - 4:06e temos de treiná-las
para a seriedade da vida. -
4:06 - 4:10Nós temos um meme sério a propagar-se.
-
4:10 - 4:12É um gene social que está presente em nós.
-
4:12 - 4:14É um gene sério.
-
4:14 - 4:15Foram 45 anos disso
-
4:15 - 4:18que criaram aquilo a que chamo fator babá.
-
4:18 - 4:19(Risos)
-
4:19 - 4:21(Aplausos)
-
4:22 - 4:24Vejam como funciona.
-
4:24 - 4:26Passo um: a mulher diz:
"Quero ter um bebé. 'Iskam' bebé." -
4:26 - 4:29Passo dois: "Já temos o bebé. Uau!"
-
4:29 - 4:31Mas o que acontece no passo três?
-
4:31 - 4:32Quero voltar a trabalhar,
-
4:32 - 4:35preciso de progredir na minha carreira
ou quero ir beber um café. -
4:35 - 4:38Eu vou dar o "bebko" à babá.
-
4:38 - 4:39(Risos)
-
4:39 - 4:40Mas é preciso lembrarmo-nos
-
4:40 - 4:44de que a babá foi infetada
pelo meme sério durante 45 anos. -
4:44 - 4:46Então, que acontece?
-
4:46 - 4:48Ela passa o vírus ao bebé,
-
4:48 - 4:52e demora muito, muito, muito tempo
— como as sequoias — -
4:52 - 4:57para esse meme sério
sair do nosso sistema operativo. -
4:58 - 5:00O que acontece depois?
-
5:00 - 5:02Entramos na escola onde temos
um sistema de ensino antiquado -
5:02 - 5:05que pouco mudou nos últimos 100 anos
-
5:05 - 5:07que valoriza a aprendizagem
pela repetição, -
5:07 - 5:09memorização e padronização
-
5:09 - 5:12e desvaloriza a auto expressão,
a auto exploração, -
5:12 - 5:14dúvidas, criatividade e brincadeira.
-
5:14 - 5:16É um sistema horrível.
-
5:16 - 5:19História verdadeira: Fui procurar
uma escola para o meu filho. -
5:19 - 5:22Fomos a uma pequena escola prestigiada
onde disseram: -
5:22 - 5:24"Vão estudar matemática
10 vezes por semana, -
5:24 - 5:26"ciências 8 vezes por semana
-
5:26 - 5:28"e leitura 5 vezes por dia", etc.
-
5:28 - 5:31E nós dissemos:
"E as brincadeiras e o intervalo?" -
5:31 - 5:34E eles disseram: "Ah! Não haverá
um momento sequer no horário." -
5:34 - 5:35(Risos)
-
5:36 - 5:38E nós dissemos: "Ele só tem 5 anos!".
-
5:38 - 5:40Que crime! Que crime!
-
5:40 - 5:43É um crime que o nosso sistema
de ensino seja tão sério. -
5:43 - 5:44É por ser um ensino sério
-
5:44 - 5:47que estamos a criar trabalhadores
mecânicos, robóticos -
5:47 - 5:49para colocar parafusos
em furos pré-preparados. -
5:49 - 5:51Mas desculpem-me, os problemas de hoje
-
5:51 - 5:53não são os problemas
da Revolução Industrial. -
5:53 - 5:55Precisamos de adaptabilidade,
-
5:55 - 5:58da capacidade de aprender
a ser criativo e inovador. -
5:58 - 6:00Não precisamos
de trabalhadores mecanizados. -
6:00 - 6:03Agora o nosso meme segue para o trabalho,
onde não valorizamos o brincar. -
6:03 - 6:06Criamos trabalhadores robôs
que tratamos como bens, -
6:06 - 6:08para usar e deitar fora.
-
6:08 - 6:10Quais são as qualidades
de um trabalho búlgaro? -
6:11 - 6:12Autocrático
-
6:12 - 6:14— "Façam o que eu digo,
porque eu sou o chefe. -
6:14 - 6:16"Sou o patrão e sei mais que você".
-
6:16 - 6:20Desconfiança — "Vocês são obviamente
criminosos, vou instalar câmaras". -
6:20 - 6:21(Risos)
-
6:21 - 6:23Controlador --
-
6:23 - 6:25"Obviamente vocês são idiotas,
-
6:25 - 6:28"por isso farei zilhões de normas
para seguirem sem saírem da linha". -
6:28 - 6:31São restritivos — "Não usem o telemóvel,
-
6:31 - 6:33"não usem o portátil,
não pesquisem na Internet, -
6:33 - 6:35"não acedam à I.M.
-
6:35 - 6:37"Isso é pouco profissional e mau".
-
6:37 - 6:39E, no final do dia, é frustrante,
-
6:39 - 6:42porque somos controlados,
restringidos, desvalorizados -
6:42 - 6:44e não estamos a divertir-nos minimamente.
-
6:44 - 6:47A sociedade, o ensino e o trabalho
-
6:47 - 6:48não valorizam o brincar.
-
6:48 - 6:50Por isso somos os últimos,
-
6:50 - 6:52porque não valorizamos o brincar.
-
6:52 - 6:55Vocês dizem:
"Isso é ridículo, Steve. Que ideia idiota. -
6:55 - 6:56"Não pode ser por causa do brincar.
-
6:56 - 6:58"Só brincar, isso é uma coisa estúpida.
-
6:58 - 7:01"Nós temos o meme sério em nós".
-
7:01 - 7:02Bem, eu direi que não.
-
7:02 - 7:06E vou provar-vos
na próxima parte da palestra -
7:06 - 7:08que brincar é o catalisador,
é a revolução, -
7:08 - 7:12que nós podemos usar para transformar
a Bulgária para melhor. -
7:12 - 7:13Brincar.
-
7:13 - 7:15O nosso cérebro
-
7:15 - 7:18está concebido para brincar.
-
7:18 - 7:20A evolução selecionou,
-
7:20 - 7:23durante milhões
e milhares de milhões de anos, -
7:23 - 7:26o brincar em animais e nos humanos.
-
7:26 - 7:27E sabem que mais?
-
7:27 - 7:30A evolução faz um trabalho muito bom,
-
7:30 - 7:33a separar aquilo
que não é vantajoso para nós -
7:33 - 7:36e a selecionar o que traz
vantagem competitiva. -
7:36 - 7:39A natureza não é estúpida,
e selecionou o brincar. -
7:39 - 7:41No reino animal, por exemplo,
-
7:41 - 7:43as formigas brincam.
-
7:43 - 7:45Talvez não soubessem isso.
-
7:45 - 7:46Mas quando estão a brincar,
-
7:46 - 7:49estão a aprender as regras sociais
e a dinâmica das coisas. -
7:49 - 7:51Os ratos brincam,
mas o que talvez não saibam -
7:51 - 7:53é que os ratos que brincam mais
-
7:53 - 7:55têm um cérebro maior
-
7:55 - 7:57e aprendem melhor as tarefas,
-
7:57 - 7:59as capacidades.
-
7:59 - 8:01Os gatinhos brincam.
Sabemos que eles brincam. -
8:01 - 8:03Mas o que talvez não saibam
-
8:03 - 8:05é que os gatinhos impedidos de brincar
-
8:05 - 8:08não conseguem interagir socialmente.
-
8:08 - 8:10Eles podem caçar,
mas não conseguem sociabilizar. -
8:11 - 8:12Os ursos brincam.
-
8:12 - 8:14Mas o que talvez não saibam
-
8:14 - 8:17é que os ursos
que brincam mais vivem mais. -
8:17 - 8:20Não são os ursos
que aprendem a pescar melhor, -
8:20 - 8:22são os que brincam mais.
-
8:22 - 8:24Para concluir, um interessante estudo
-
8:24 - 8:26mostrou a correlação
-
8:26 - 8:29entre brincar e o tamanho do cérebro.
-
8:29 - 8:31Quanto mais se brinca, maior o cérebro.
-
8:31 - 8:34Os golfinhos, grandes cérebros,
brincam muito. -
8:34 - 8:36Mas quem vocês acham
-
8:36 - 8:39que, com os maiores cérebros,
são os mais brincalhões? -
8:40 - 8:41Sinceramente, os seres humanos.
-
8:41 - 8:43As crianças brincam, nós brincamos
-
8:43 - 8:46— de todas as nacionalidades,
de todas as etnias, -
8:46 - 8:48de todas as cores, e todas as religiões,
-
8:48 - 8:50é universal — nós brincamos.
-
8:50 - 8:53Não apenas as crianças, os adultos também.
-
8:53 - 8:55Um termo giro: neotenia,
-
8:55 - 8:58a manutenção da capacidade de brincar
e da juventude nos adultos. -
8:58 - 8:59Quem são os maiores neotenistas?
-
8:59 - 9:01Os seres humanos, praticam desporto.
-
9:01 - 9:04Para nos divertimos,
como amadores profissionais. -
9:04 - 9:06Tocamos instrumentos musicais.
-
9:06 - 9:08Dançamos, beijamos, cantamos,
-
9:08 - 9:10fazemos patetices.
-
9:10 - 9:13Fomos concebidos
pela natureza para brincar -
9:13 - 9:15desde o nascimento até à velhice.
-
9:15 - 9:18Somos concebidos
para fazer isso continuamente, -
9:18 - 9:21brincar, brincar muito
-
9:21 - 9:23e não parar de brincar.
-
9:23 - 9:25É um enorme benefício.
-
9:25 - 9:27Assim como traz benefícios aos animais,
-
9:27 - 9:29traz benefícios aos seres humanos.
-
9:29 - 9:31Por exemplo, demonstrou-se
-
9:31 - 9:34que estimula o crescimento
neural na amígdala, -
9:34 - 9:36na área em que controla as emoções.
-
9:36 - 9:39Mostrou-se que promove o desenvolvimento
do córtex pré-frontal -
9:39 - 9:41local onde ocorre
muita atividade cognitiva. -
9:41 - 9:43Como resultado, o que acontece?
-
9:43 - 9:46Desenvolvemos uma maior maturidade
emocional, se brincarmos mais. -
9:46 - 9:48Desenvolvemos uma melhor capacidade
de tomar decisões -
9:48 - 9:50se brincarmos mais.
-
9:50 - 9:51Isto são factos.
-
9:51 - 9:54Não é ficção, não é conto de fadas,
não é faz-de-conta; -
9:54 - 9:57é ciência nua e crua.
-
9:57 - 9:59Há benefícios em brincar.
-
9:59 - 10:02É um direito genético que temos,
-
10:02 - 10:04como o andar, o falar ou o ver.
-
10:04 - 10:07Se nos impedimos de brincar,
-
10:07 - 10:08é o mesmo que, se o fizéssemos
-
10:08 - 10:11com qualquer dos outros direitos
que temos ao nascer. -
10:11 - 10:13Nós regredimos.
-
10:14 - 10:16Um pequeno e rápido exercício:
-
10:16 - 10:18fechem os olhos, por instantes,
-
10:18 - 10:21e tentem imaginar um mundo
sem brincadeira. -
10:21 - 10:25Imaginem um mundo sem teatro, sem artes,
-
10:25 - 10:27sem canções, sem dança,
-
10:27 - 10:30sem futebol, sem futebol americano,
-
10:30 - 10:31sem risos.
-
10:32 - 10:34Como é esse mundo?
-
10:34 - 10:36Muito sombrio.
-
10:36 - 10:38Muito melancólico.
-
10:38 - 10:40Agora pensem no vosso local de trabalho.
-
10:40 - 10:42É alegre? É animado?
-
10:42 - 10:44Ou o local de trabalho dos vossos amigos?
-
10:44 - 10:46É alegre? É animado?
-
10:46 - 10:49Ou é péssimo? É autocrático, controlador,
-
10:49 - 10:52restritivo e desconfiado e frustrante?
-
10:54 - 10:56Temos o conceito
-
10:56 - 10:59de que o oposto de brincar é trabalhar.
-
10:59 - 11:02Até nos sentimos culpados
se nos veem a brincar no trabalho. -
11:02 - 11:05"Oh, os meus colegas viram-me a rir.
Devo ter pouco trabalho." -
11:05 - 11:08ou "Oh, tenho de esconder-me,
porque o meu chefe pode ver-me. -
11:08 - 11:11"Vai pensar que eu não estou
a trabalhar o suficiente". -
11:11 - 11:14Mas o nosso pensamento é retrógrado.
-
11:14 - 11:16O oposto de brincar
-
11:16 - 11:17não é trabalhar.
-
11:17 - 11:19O oposto de brincar
-
11:19 - 11:22é depressão, é depressão.
-
11:23 - 11:27De facto, brincar
melhora o nosso trabalho. -
11:27 - 11:29Assim como há benefícios
para as pessoas e os animais, -
11:29 - 11:31há benefícios em brincar no trabalho.
-
11:31 - 11:34Por exemplo, estimula a criatividade.
-
11:34 - 11:37Aumenta a nossa abertura a mudanças.
-
11:37 - 11:40Aumenta a nossa habilidade de aprender.
-
11:40 - 11:42Proporciona um sentido
de propósito e domínio -
11:42 - 11:44— duas chaves para coisas motivacionais
-
11:44 - 11:46que incrementam a produtividade
-
11:46 - 11:47através do brincar.
-
11:47 - 11:50Portanto, antes que pensem
que brincar não é uma coisa séria, -
11:50 - 11:52brincar não significa frivolidade.
-
11:52 - 11:55O atleta profissional que adora esquiar,
-
11:55 - 11:58encara esquiar com seriedade,
mas adora isso. -
11:58 - 12:01Diverte-se, está na onda, flui.
-
12:01 - 12:03Um médico pode ser sério,
-
12:03 - 12:05mas rir ainda é um grande remédio.
-
12:06 - 12:08O nosso pensamento é retrógrado.
-
12:08 - 12:10Não devemos sentir-nos culpados.
-
12:10 - 12:12Deveríamos estar a celebrar a brincadeira.
-
12:13 - 12:15Um exemplo rápido do mundo corporativo.
-
12:15 - 12:17FedEx, um lema fácil:
pessoas, serviço, lucro. -
12:17 - 12:20Se tratarmos bem
o nosso pessoal, como pessoas, -
12:20 - 12:24eles serão mais felizes, mais realizados,
terão noção de domínio e objetivo. -
12:24 - 12:26O que acontece?
Eles farão um serviço melhor -
12:26 - 12:28melhor, não pior.
-
12:28 - 12:29Quando os clientes contratam um serviço
-
12:29 - 12:33e são atendidos por pessoas alegres
realizadas, que tomam decisões, -
12:33 - 12:35como se sentem os clientes?
Sentem-se muito bem. -
12:35 - 12:37E o que fazem os clientes satisfeitos?
-
12:37 - 12:40Continuam a usar os vossos serviços
e contam aos amigos, -
12:40 - 12:42o que leva a um maior lucro.
-
12:42 - 12:44Pessoas, serviço, lucro.
-
12:44 - 12:47Brincar aumenta a produtividade,
não a diminui. -
12:47 - 12:48Vocês podem dizer:
-
12:48 - 12:51"Hum, isso pode funcionar
para a FedEx lá nos EUA, -
12:51 - 12:53"mas não funciona na Bulgária.
-
12:53 - 12:55"De modo algum. Nós somos diferentes."
-
12:55 - 12:57Isto funciona na Bulgária, sim.
Por duas razões. -
12:57 - 12:59Uma, brincar é universal.
-
12:59 - 13:02Não há nada de estranho nos búlgaros
que os impeça de brincar, -
13:02 - 13:04para além do meme sério
que temos de expulsar. -
13:04 - 13:07Duas, eu já o experimentei.
Experimentei-o na Sciant. -
13:07 - 13:09Quando lá cheguei,
não tínhamos um cliente feliz. -
13:09 - 13:11Nenhum cliente nos recomendaria.
-
13:11 - 13:13Perguntei a todos eles.
-
13:13 - 13:15Tínhamos um lucro pequeno.
-
13:15 - 13:17Tínhamos lucros pequenos
-
13:17 - 13:19e tínhamos acionistas infelizes.
-
13:19 - 13:21Através de mudanças fundamentais,
-
13:21 - 13:23tais como melhorar a transparência,
-
13:23 - 13:26tais como promover a autodireção
-
13:26 - 13:29e colaboração, encorajar a colaboração,
-
13:29 - 13:30não a autocracia,
-
13:30 - 13:32coisas como ter um foco no resultado.
-
13:32 - 13:36Não me preocupo com a hora a que chegam
nem com a hora a que saem. -
13:36 - 13:38Preocupo-me em que o meu cliente
e o pessoal estejam felizes -
13:38 - 13:40e que estejam organizados.
-
13:40 - 13:42Porque me hei de preocupar
se eles chegam às 9 m ponto? -
13:43 - 13:46Promovendo a diversão e um bom ambiente,
-
13:46 - 13:49conseguimos modificar a Sciant.
-
13:49 - 13:50Apenas em três anos
-
13:50 - 13:52— parece muito, mas as mudanças
são vagarosas — -
13:52 - 13:56todos os clientes nos recomendam
— de zero para todos — -
13:56 - 13:58lucros acima da média para a indústria
-
13:58 - 14:00e acionistas felizes.
-
14:00 - 14:02Como sabemos que eles estão felizes?
-
14:02 - 14:03Sempre que participámos
-
14:03 - 14:06na categoria para melhor empregador
em pequenos negócios -
14:06 - 14:07ganhámos.
-
14:07 - 14:09Análises independentes
de empregados anónimos -
14:09 - 14:11nas pesquisas.
-
14:11 - 14:13Isto funciona,
isto pode funcionar na Bulgária. -
14:13 - 14:14Nada nos impede,
-
14:14 - 14:17exceto a nossa mentalidade sobre brincar.
-
14:18 - 14:20Portanto, alguns passos que podemos dar
-
14:20 - 14:23como fazer esta revolução
através do brincar. -
14:23 - 14:25Primeiro, vocês tem de acreditar em mim.
-
14:25 - 14:26Se não acreditarem,
-
14:26 - 14:29vão para casa e pensem nisto
um pouco mais. -
14:29 - 14:32Segundo, se não têm o sentido
da brincadeira, -
14:32 - 14:34precisam de redescobrir como é brincar.
-
14:34 - 14:36Quer seja a vossa diversão em crianças,
-
14:36 - 14:38ou a de que gostassem há seis meses,
-
14:38 - 14:40e que agora, depois da promoção,
já não podem desfrutar, -
14:40 - 14:42pois acham que agora têm de ser sérios,
-
14:42 - 14:44redescubram-na.
-
14:44 - 14:47Tanto faz se é andar de bicicleta,
ler um livro ou jogar um jogo, -
14:47 - 14:48redescubram-na.
-
14:48 - 14:50Pois vocês são os líderes,
-
14:50 - 14:52os lideres da inovação,
os lideres das ideias. -
14:52 - 14:54Vocês é que terão de voltar ao escritório
-
14:54 - 14:56ou conversar com os vossos amigos
-
14:56 - 14:58e acender a chama da mudança
da revolução de brincar. -
14:58 - 15:01Vocês têm de fazer isso,
e se não estiverem a senti-lo, -
15:01 - 15:04os vossos colegas, os vossos empregados,
não o sentirão. -
15:04 - 15:07Vocês têm de voltar lá e dizer:
"Eu vou confiar em vocês." -
15:07 - 15:10Um conceito estranho. Se os empreguei,
devia confiar neles. -
15:10 - 15:12"Vou permitir que tomem decisões.
Vou delegar poderes. -
15:12 - 15:15"Vou delegar no mais baixo nível,
em vez do mais alto. -
15:16 - 15:18"Vou encorajar a crítica construtiva.
-
15:19 - 15:21"Vou permitir que desafiem a autoridade,
-
15:21 - 15:24"pois é desafiando o modo
como as coisas sempre foram feitas -
15:24 - 15:26"que conseguiremos afastar-nos
do caminho que seguimos -
15:26 - 15:28e criar soluções inovadoras
-
15:28 - 15:29para os problemas de hoje.
-
15:30 - 15:32Como lideres, nem sempre estamos certos.
-
15:32 - 15:34Vamos erradicar o medo.
-
15:34 - 15:36O medo é inimigo de brincar.
-
15:36 - 15:38E vamos fazer coisas
-
15:38 - 15:40como eliminar restrições.
-
15:40 - 15:42Vocês sabem, deixem-nos usar o telemóvel
-
15:42 - 15:45para chamadas pessoais.
-
15:45 - 15:48Deixem-nos estar na Internet.
-
15:48 - 15:50Deixem-nos usar as mensagens instantâneas.
-
15:50 - 15:54Permitam que tenham longos almoços.
-
15:54 - 15:57Os almoços são como que
o recreio do trabalho. -
15:57 - 15:59É quando contactam com o mundo,
-
15:59 - 16:01recarregam o cérebro,
se encontram os amigos, -
16:01 - 16:04bebem uma cerveja,
se alimentam, conversam, -
16:04 - 16:06conseguem alguma sinergia de ideias
-
16:06 - 16:08que, se calhar, não teriam tido antes.
-
16:08 - 16:10Deixem-nos fazer isso.
Deem-lhes alguma liberdade. -
16:10 - 16:14Deixem-nos brincar. Permitam
que se divirtam no local de trabalho. -
16:14 - 16:17Nós passamos muito da nossa vida
no local de trabalho, -
16:17 - 16:19e isso tem que ser
uma rotina tão miserável, -
16:19 - 16:22que daqui a 20 anos
vocês acordem e digam: "É isto? -
16:22 - 16:24Era só isto?"
-
16:24 - 16:26Inaceitável. Nepriemliv.
-
16:26 - 16:28(Risos)
-
16:28 - 16:30Em resumo,
-
16:30 - 16:32precisamos duma mudança drástica
-
16:32 - 16:35no modo como pensamos e nos comportamos,
-
16:35 - 16:37mas não precisamos
-
16:37 - 16:39de uma revolução de trabalhadores.
-
16:39 - 16:42Não precisamos de uma revolução
de trabalhadores. -
16:42 - 16:43O que precisamos
-
16:43 - 16:45é do levantamento dos que brincam.
-
16:45 - 16:48O que precisamos
é do levantamento dos que brincam. -
16:48 - 16:51O que precisamos
é do levantamento dos que brincam. -
16:51 - 16:53A sério, precisamos de agir juntos.
-
16:53 - 16:55Hoje é o início deste levantamento.
-
16:55 - 16:56Mas o que precisamos de fazer
-
16:56 - 16:59é atiçar as chamas da revolução.
-
16:59 - 17:02Vocês precisam de ir e partilhar
as vossas ideias e histórias de sucesso -
17:02 - 17:04do que funcionou
-
17:04 - 17:06de como revigorar a nossa vida,
as nossas escolas, -
17:06 - 17:09e o nosso trabalho com a brincadeira;
-
17:09 - 17:11de como brincar promove
-
17:11 - 17:14um sentimento de promessa
e de autorrealização; -
17:14 - 17:18em como brincar promove
a inovação e a produtividade; -
17:18 - 17:21e, por último, como
o brincar dá significado. -
17:22 - 17:25Não podemos fazer isto sozinhos.
Temos de o fazer todos juntos. -
17:25 - 17:28E juntos, se fizermos isto e partilharmos
estas ideias sobre brincar, -
17:28 - 17:31podemos transformar
a Bulgária para melhor. -
17:32 - 17:33Obrigado.
-
17:33 - 17:36(Aplausos)
- Title:
- Um manifesto pela brincadeira, para a Bulgária e não só
- Speaker:
- Steve Keil
- Description:
-
NO TEDxBG em Sofia, Steve Keil combate o "meme sério" que infetou a sua Bulgária — e sugere um retorno à brincadeira para revitalizar a economia, a educação e a sociedade. Uma brilhante palestra com uma mensagem universal para pessoas de todos os lugares que estão a reinventar os locais de trabalho, as escolas e a vida.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 17:36
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for A manifesto for play, for Bulgaria and beyond | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for A manifesto for play, for Bulgaria and beyond | ||
Wanderley Jesus added a translation |