Um macaco que controla um robô com pensamentos. A sério.
-
0:01 - 0:04O tipo de neurociência
que eu e os meus colegas fazemos -
0:04 - 0:06é quase como o de um meteorologista.
-
0:06 - 0:09Estamos sempre à procura de tempestades.
-
0:09 - 0:14Queremos ver e medir tempestades
— tempestades cerebrais. -
0:14 - 0:17Todos nós falamos de "brainstorms"
no nosso dia-a-dia -
0:17 - 0:20mas raramente vemos ou ouvimos uma.
-
0:20 - 0:22Gosto sempre de começar estas palestras
-
0:22 - 0:25apresentando-vos a uma delas.
-
0:25 - 0:28A primeira vez que gravámos
mais de um neurónio -
0:28 - 0:31— uma centena de células cerebrais
simultaneamente — -
0:31 - 0:33conseguimos medir os impulsos elétricos
-
0:33 - 0:36de uma centena de células
num mesmo animal. -
0:36 - 0:38Esta é a primeira imagem que obtivemos,
-
0:38 - 0:40os primeiros 10 segundos de gravação.
-
0:40 - 0:43Tínhamos um pequeno
fragmento de um pensamento, -
0:43 - 0:46e conseguimos vê-lo à nossa frente.
-
0:46 - 0:47Eu digo sempre aos estudantes
-
0:47 - 0:50que também podemos chamar
aos neurocientistas -
0:50 - 0:51uma espécie de astrónomo,
-
0:51 - 0:53porque lidamos com um sistema
-
0:53 - 0:56que, em relação ao número de células,
-
0:56 - 0:59só é comparável ao número de galáxias
que temos no universo. -
0:59 - 1:02Aqui estamos, entre milhares
de milhões de neurónios, -
1:02 - 1:04há 10 anos, a gravar apenas
uma centena deles. -
1:04 - 1:06Agora, estamos a gravar mil.
-
1:06 - 1:11Esperamos compreender algo fundamental
sobre a natureza humana. -
1:12 - 1:14Porque, se ainda não sabem,
-
1:14 - 1:19tudo o que usamos para definir
a natureza humana vem destas tempestades, -
1:19 - 1:23vem destas tempestades que percorrem
as montanhas e vales do nosso cérebro -
1:23 - 1:27e definem as nossas memórias,
as nossas crenças -
1:27 - 1:30os nossos sentimentos,
os nossos planos para o futuro, -
1:30 - 1:32tudo o que fazemos.
-
1:32 - 1:36Tudo o que cada ser humano
já fez, faz ou irá fazer, -
1:37 - 1:41necessita do trabalho incessante
de uma população de neurónios -
1:41 - 1:43a produzir este tipo de tempestades.
-
1:43 - 1:46O som de uma tempestade cerebral
— se nunca ouviram nenhuma — -
1:46 - 1:48é parecido com isso.
-
1:49 - 1:50Podem aumentar o volume?
-
1:50 - 1:52(Crepitação)
-
1:52 - 1:53O meu filho chama-lhe:
-
1:53 - 1:57"Fazer pipocas a ouvir uma estação
de rádio mal sintonizada". -
1:58 - 2:00Isto é o cérebro.
-
2:00 - 2:02Ouvimos isto quando direcionamos
estas tempestades elétricas -
2:02 - 2:03para um autofalante
-
2:03 - 2:06e ouvimos uma centena
de células cerebrais a disparar. -
2:06 - 2:10O cérebro soa desta maneira
— o meu cérebro, qualquer cérebro. -
2:11 - 2:14O que queremos fazer neste momento,
enquanto neurocientistas, -
2:14 - 2:20é ouvir estas sinfonias,
estas sinfonias cerebrais, -
2:20 - 2:23e tentar extrair delas
a mensagem que transportam. -
2:23 - 2:26Em particular, há cerca de 12 anos,
-
2:26 - 2:29criámos um modelo a que chamamos
interface homem-máquina. -
2:29 - 2:32Temos aqui um esquema
que descreve como funciona. -
2:32 - 2:36A ideia é ter sensores
que escutam estas tempestades, -
2:36 - 2:37estes disparos elétricos,
-
2:37 - 2:39e ver se conseguimos,
-
2:39 - 2:43no mesmo tempo que essa tempestade
leva a sair do cérebro -
2:43 - 2:45e a chegar às pernas
ou aos braços de um animal -
2:45 - 2:48— cerca de meio segundo —
-
2:48 - 2:50ver se conseguimos ler esses sinais,
-
2:50 - 2:54extrair as mensagens motoras
que estão contidas neles, -
2:54 - 2:56traduzi-las para comandos digitais
-
2:56 - 2:58e mandar para um aparelho artificial
-
2:58 - 3:03que vai reproduzir a roda motora voluntária
daquele cérebro em tempo real. -
3:04 - 3:08E ver se podemos medir até que ponto
traduzimos bem essa mensagem -
3:08 - 3:11em comparação com a maneira
como o corpo faz isso. -
3:11 - 3:14E se conseguimos dar "feedback",
-
3:14 - 3:18sinais sensórios que vão
desse equipamento informático, -
3:18 - 3:20mecânico, robótico,
-
3:20 - 3:22que está sob o controlo do cérebro
-
3:22 - 3:24de volta para o cérebro,
-
3:24 - 3:26como o cérebro lida com isso,
-
3:26 - 3:30com receber mensagens saídas
de um aparelho artificial. -
3:30 - 3:33Foi isso exatamente
o que fizemos há dez anos. -
3:33 - 3:36Começámos com uma macaca superstar
chamada Aurora -
3:36 - 3:38que se tornou numa
das estrelas desta área. -
3:38 - 3:41Aurora gostava de jogar videogames.
-
3:41 - 3:42Como vemos aqui,
-
3:42 - 3:45ela gosta de usar um "joystick",
como qualquer um de nós, -
3:45 - 3:47qualquer uma das nossas crianças,
para jogar este jogo. -
3:47 - 3:52Como boa primata, até tenta fazer batota
antes de conseguir a resposta correta. -
3:52 - 3:55Antes de aparecer o alvo
que ela supostamente -
3:55 - 3:59deve cruzar com o cursor
que ela controla com o "joystick", -
3:59 - 4:02Aurora está a tentar encontrar o alvo,
onde quer que ele esteja. -
4:03 - 4:04Ela faz isto,
-
4:04 - 4:08porque sempre que ela cruza aquele alvo
com o cursor, -
4:08 - 4:11ganha uma gota de sumo
de laranja brasileiro. -
4:11 - 4:13Posso dizer que qualquer macaco fará tudo
-
4:13 - 4:16se lhe dermos uma gotinha
de sumo de laranja brasileiro. -
4:17 - 4:19Qualquer primata fará isso.
-
4:19 - 4:21Pensem nisso.
-
4:21 - 4:24Enquanto Aurora estava a jogar este jogo,
-
4:24 - 4:26a fazer milhares de tentativas diariamente,
-
4:26 - 4:30acertando 97% das vezes
e ganhando 350 mililitros de sumo de laranja, -
4:30 - 4:33nós estávamos a gravar as tempestades
produzidas no seu cérebro -
4:33 - 4:35e a enviá-las para um braço robótico
-
4:35 - 4:39que estava a aprender a reproduzir
os movimentos que Aurora estava a fazer. -
4:39 - 4:43Porque a ideia era fazer funcionar
essa interface cérebro-máquina -
4:43 - 4:47e fazer com que Aurora jogasse
apenas com o pensamento, -
4:47 - 4:50sem interferência do corpo dela.
-
4:50 - 4:53As tempestades cerebrais dela
controlariam o seu braço -
4:53 - 4:56que moveria o cursor e cruzaria o alvo.
-
4:56 - 4:59Para nosso espanto,
foi exatamente isso que Aurora fez. -
5:00 - 5:03Ela jogava o jogo sem sequer
mover o corpo. -
5:03 - 5:06Cada trajetória do cursor
que estamos a ver agora, -
5:06 - 5:09foi exatamente a primeira vez
que ela fez isso. -
5:09 - 5:11Esta é precisamente a primeira vez
-
5:11 - 5:17que uma intenção cerebral se libertou
do domínio físico do corpo de um primata -
5:17 - 5:21e pôde atuar fora, no mundo exterior,
-
5:21 - 5:24apenas a controlar um aparelho artificial.
-
5:24 - 5:29Aurora continuou a jogar,
continuou a procurar o pequeno alvo -
5:29 - 5:32e a ganhar o sumo de laranja
que queria ganhar, que tanto desejava. -
5:33 - 5:39Ela fez isso porque, naquele momento,
tinha adquirido um novo braço. -
5:39 - 5:42Um braço robótico que vemos aqui
a mexer, 30 dias depois, -
5:42 - 5:45depois do primeiro vídeo
que eu vos mostrei, -
5:45 - 5:48está sob o controlo do cérebro de Aurora
-
5:48 - 5:51e está a mover o cursor
para acertar no alvo. -
5:51 - 5:55Aurora agora sabe que pode jogar
com esse braço robótico, -
5:55 - 5:58mas não perdeu a capacidade
de usar os braços biológicos -
5:58 - 6:01para fazer o que bem entender.
-
6:01 - 6:04Pode coçar as costas, pode coçar
um de nós, pode jogar outro jogo. -
6:04 - 6:06Por todos os motivos e razões,
-
6:06 - 6:10o cérebro de Aurora
incorporou o aparelho artificial -
6:10 - 6:13como uma extensão de seu corpo.
-
6:13 - 6:17O modelo de si própria
que Aurora tinha na sua cabeça -
6:17 - 6:20expandiu-se para obter um braço a mais.
-
6:21 - 6:23Fizemos isso há 10 anos.
-
6:23 - 6:26Avancemos rapidamente 10 anos.
-
6:26 - 6:28No ano passado percebemos
-
6:28 - 6:31que nem sequer precisamos
de ter um aparelho robótico. -
6:31 - 6:33Podemos construir apenas
um corpo informático, -
6:33 - 6:36um avatar, um macaco avatar.
-
6:36 - 6:41Podemos usá-lo para os nossos macacos
interagirem com eles, -
6:41 - 6:45ou para podermos treiná-los
a controlar um mundo virtual -
6:45 - 6:48a perspetiva de primeira pessoa
de um avatar -
6:48 - 6:50e usar a sua atividade cerebral
-
6:50 - 6:54para controlar os movimentos
das pernas e braços do avatar. -
6:54 - 6:56Treinámos os animais
-
6:56 - 6:59a aprender a controlar esses avatares
-
6:59 - 7:03e a explorar objetos
que aparecem no mundo virtual. -
7:03 - 7:06Esses objetos são visualmente idênticos,
-
7:06 - 7:10mas quando o avatar cruza
a superfície desses objetos, -
7:10 - 7:12eles enviam uma mensagem elétrica
-
7:12 - 7:16que é proporcional
à microtextura tátil do objeto -
7:16 - 7:21e ela vai diretamente de volta
para o cérebro do macaco, -
7:21 - 7:25informando o cérebro
do que o avatar está a tocar. -
7:25 - 7:27Em apenas quatro semanas,
-
7:27 - 7:30o cérebro aprende
a processar essa nova sensação -
7:30 - 7:36e adquire um novo caminho sensorial
— como um novo sentido. -
7:36 - 7:39E assim libertamos o cérebro
-
7:39 - 7:43porque permitimos que o cérebro
envie comandos para mover o avatar. -
7:43 - 7:48O "feedback" que vem do avatar
é processado diretamente pelo cérebro -
7:48 - 7:50sem interferência da pele.
-
7:50 - 7:53Então o que vemos aqui
é o "design" de uma tarefa. -
7:53 - 7:57Vamos ver um animal
a tocar nestes três alvos. -
7:57 - 8:01Tem que escolher um porque
só um terá uma recompensa, -
8:01 - 8:04o sumo de laranja que eles querem obter.
-
8:04 - 8:06Tem que o selecionar pelo toque
-
8:06 - 8:09usando um braço virtual,
um braço que não existe. -
8:09 - 8:12É exatamente isso que eles fazem.
-
8:12 - 8:14Esta é a libertação total do cérebro
-
8:14 - 8:19dos limites físicos do corpo e do motor
numa tarefa de perceção. -
8:19 - 8:23O animal está a controlar o avatar
para tocar nos alvos. -
8:23 - 8:28E está a sentir a textura ao receber
mensagens elétricas diretamente no cérebro. -
8:28 - 8:32O cérebro está a decidir qual é a textura
associada à recompensa. -
8:33 - 8:36As legendas que vemos no filme
não aparecem para o macaco -
8:36 - 8:39De qualquer modo, eles não leem inglês,
-
8:39 - 8:44elas estão ali para sabermos
que o alvo correto está a mudar de posição. -
8:44 - 8:48Mesmo assim, eles encontram-no
através da discriminação tátil, -
8:48 - 8:51e podem pressioná-lo e selecioná-lo
-
8:51 - 8:54Quando olhamos para o cérebro
desses animais, -
8:54 - 8:58no painel mais alto, vemos
o alinhamento de 125 células -
8:58 - 9:01que mostra o que acontece
com a atividade cerebral, -
9:01 - 9:04as tempestades elétricas dessa amostra
de neurónios no cérebro -
9:04 - 9:06quando o animal está a usar um "joystick"
-
9:06 - 9:09Esta é a imagem
que todos os neurocientistas conhecem. -
9:09 - 9:12O alinhamento básico
mostra que estas células -
9:12 - 9:14estão a codificar para todas
as possíveis direções -
9:14 - 9:19A figura de baixo é o que acontece
quando o corpo deixa de se mover -
9:19 - 9:22e o animal começa a controlar
-
9:22 - 9:26quer o aparelho robótico
quer o avatar informático. -
9:26 - 9:29Tão depressa quanto podemos
reiniciar os nossos computadores -
9:29 - 9:34a atividade cerebral muda para começar
a representar a nova ferramenta, -
9:34 - 9:40como se a ferramenta fosse parte
do corpo do primata. -
9:40 - 9:44O cérebro também está a assimilar isso
tão depressa quanto podemos medir. -
9:44 - 9:48Então isto sugere
que a nossa noção de 'eu' -
9:48 - 9:52não termina na última camada epitelial
do nosso corpo, -
9:52 - 9:56mas termina na última camada
de eletrões das ferramentas -
9:56 - 9:58que estamos a comandar com o cérebro.
-
9:58 - 10:00Os nossos violinos, os carros,
-
10:00 - 10:03as nossas bicicletas, as bolas de futebol,
as nossas roupas, -
10:03 - 10:09tudo é assimilado por esse sistema voraz,
incrível e dinâmico chamado cérebro. -
10:09 - 10:11Onde podemos chegar?
-
10:11 - 10:15Numa experiência que fizemos há uns anos,
levámos isto até ao limite. -
10:15 - 10:18Tínhamos um animal a correr numa esteira
-
10:18 - 10:20na universidade de Duke
na costa leste dos EUA, -
10:20 - 10:23que produzia as tempestades cerebrais
necessárias para se mover. -
10:23 - 10:27Tínhamos um aparelho robótico,
um robô humanoide, -
10:27 - 10:30nos laboratórios ATR em Quioto, no Japão
-
10:30 - 10:35que sonhara toda a vida
em ser controlado por um cérebro, -
10:35 - 10:39um cérebro humano,
ou o cérebro de um primata. -
10:39 - 10:43A atividade cerebral que gerou
os movimentos do macaco -
10:43 - 10:47foi transmitida para o Japão
e fez o robô andar -
10:47 - 10:51enquanto a filmagem dessa caminhada
era enviada de volta para Duke, -
10:51 - 10:56para o macaco poder ver as pernas do robô
a caminhar à sua frente. -
10:56 - 11:00Assim, ele podia ser recompensado,
não pelo que o seu corpo estava a fazer, -
11:00 - 11:05mas por cada passo correto
que o robô dava do outro lado do planeta -
11:05 - 11:08controlado pela atividade cerebral dele.
-
11:08 - 11:12O engraçado é que a ida e volta
em torno do globo -
11:12 - 11:15demorou 20 milissegundos menos
-
11:15 - 11:19do que levaria para a tempestade cerebral
deixar a cabeça do macaco, -
11:19 - 11:21e chegar aos seus próprios músculos.
-
11:23 - 11:27O macaco movia um robô
seis vezes maior do que ele, -
11:27 - 11:29do outro lado do planeta.
-
11:29 - 11:35Esta é uma das experiências em que
os robôs conseguiram andar com autonomia. -
11:36 - 11:41Esse é o CB1 realizando
o seu sonho, no Japão, -
11:41 - 11:44sob o controlo da atividade cerebral
de um primata. -
11:44 - 11:47Então para onde estamos a levar tudo isto?
-
11:47 - 11:49O que faremos com toda essa pesquisa,
-
11:49 - 11:52para além de estudar as propriedades
deste dinâmico universo -
11:52 - 11:54que temos entre as nossas orelhas?
-
11:54 - 11:59A ideia é pegar em todo
este conhecimento e tecnologia -
11:59 - 12:03e tentar solucionar
um dos problemas neurológicos -
12:03 - 12:05mais graves que temos no mundo.
-
12:05 - 12:09Milhões de pessoas perderam a capacidade
de traduzir essas tempestades cerebrais -
12:09 - 12:11em ações, em movimento.
-
12:11 - 12:17Embora o cérebro continue a produzir
essas tempestades e a codificar movimentos, -
12:17 - 12:19elas não podem cruzar a barreira
-
12:19 - 12:22que foi criada por uma lesão
na espinal medula. -
12:22 - 12:24Então a nossa ideia é criar um "bypass",
-
12:24 - 12:28é usar a interface cérebro-máquina
para ler esses sinais, -
12:28 - 12:32tempestades cerebrais em alta escala
que contêm o desejo de mover novamente -
12:32 - 12:36fazer um "bypass" na lesão
usando microengenharia informática -
12:36 - 12:43e enviar para um novo corpo,
um corpo inteiro chamado exosqueleto, -
12:43 - 12:46um traje robótico completo
-
12:46 - 12:49que vai tornar-se no novo corpo
desses pacientes. -
12:49 - 12:53Vemos uma imagem
produzida por um consórcio. -
12:53 - 12:57É um consórcio sem fins lucrativos
chamado "Caminhe Novamente" -
12:57 - 13:00que está a reunir cientistas da Europa,
-
13:00 - 13:02daqui dos EUA e do Brasil
-
13:02 - 13:06para trabalhar e construir
esse novo corpo, -
13:06 - 13:10um corpo que, através dos mesmos
mecanismos plásticos -
13:10 - 13:13que permitem a Aurora e a outros macacos
usarem essas ferramentas -
13:13 - 13:16através de uma interface cérebro-máquina
-
13:16 - 13:18e que nos permite
incorporar as ferramentas -
13:18 - 13:21que produzimos e usamos
na nossa vida diária. -
13:21 - 13:25Esse mesmo mecanismo, esperamos,
vai permitir a esses pacientes -
13:25 - 13:28não apenas a imaginar novamente
os movimentos que eles querem fazer -
13:28 - 13:32e traduzi-los em movimentos
desse novo corpo, -
13:32 - 13:38mas assimilar esse corpo
como um novo corpo que o cérebro controla. -
13:39 - 13:44Há 10 anos, disseram-me
que isso nunca aconteceria, -
13:44 - 13:47que isso era impossível.
-
13:47 - 13:50Enquanto cientista, apenas posso dizer,
-
13:50 - 13:53eu cresci no sul do Brasil,
na década de 60, -
13:53 - 13:57a ver uns loucos a dizer
que iriam até à Lua. -
13:58 - 14:00Eu tinha cinco anos, e nunca entendi
porque é que a NASA -
14:00 - 14:03não contratou para isso
o capitão Kirk e o Spock. -
14:03 - 14:06Afinal de contas,
eles eram muito competentes. -
14:06 - 14:09Mas ver aquilo, enquanto criança,
-
14:09 - 14:12fez-me acreditar,
como a minha avó costumava dizer: -
14:12 - 14:14"O impossível é apenas o possível
-
14:14 - 14:18"que alguém ainda não se esforçou
bastante para tornar realidade" -
14:19 - 14:22Disseram-me que era impossível
fazer alguém andar. -
14:22 - 14:25Eu acho que vou seguir
o conselho da minha avó. -
14:25 - 14:26Obrigado.
-
14:27 - 14:30(Aplausos)
- Title:
- Um macaco que controla um robô com pensamentos. A sério.
- Speaker:
- Miguel Nicolelis
- Description:
-
Podemos usar o cérebro para controlar máquinas diretamente — sem necessitar de um intermediário? Miguel Nicolelis fala sobre uma experiência impressionante, na qual um macaco esperto nos EUA aprende a controlar um macaco avatar, e então um braço robótico no Japão, apenas com o pensamento. A pesquisa tem grande importância para pessoas tetraplégicas — e talvez para todos nós.
(Filmado no TEDMED 2012.) - Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 14:55
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for A monkey that controls a robot with its thoughts. No, really. | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for A monkey that controls a robot with its thoughts. No, really. | ||
Rafael Galupa commented on Portuguese subtitles for A monkey that controls a robot with its thoughts. No, really. | ||
Dimitra Papageorgiou approved Portuguese subtitles for A monkey that controls a robot with its thoughts. No, really. | ||
Rafael Galupa edited Portuguese subtitles for A monkey that controls a robot with its thoughts. No, really. | ||
Rafael Galupa edited Portuguese subtitles for A monkey that controls a robot with its thoughts. No, really. | ||
nagol.dpa commented on Portuguese subtitles for A monkey that controls a robot with its thoughts. No, really. | ||
Yasser Calil commented on Portuguese subtitles for A monkey that controls a robot with its thoughts. No, really. |