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Como ler o genoma e construir um ser humano

  • 0:01 - 0:03
    Nos próximos 16 minutos,
    vou conduzi-los em uma jornada
  • 0:03 - 0:06
    que talvez seja o maior
    sonho da humanidade:
  • 0:06 - 0:09
    entender o código da vida.
  • 0:09 - 0:12
    Quanto a mim, tudo começo
    há muitos e muitos anos,
  • 0:12 - 0:15
    quando conheci a primeira impressora 3D.
  • 0:15 - 0:16
    O conceito era fascinante.
  • 0:16 - 0:18
    Uma impressora 3D requer três elementos:
  • 0:18 - 0:22
    informação, matéria-prima e energia,
  • 0:22 - 0:26
    com os quais podemos produzir
    qualquer objeto que não existia antes.
  • 0:27 - 0:29
    Eu estudava física,
    estava voltando para casa
  • 0:29 - 0:32
    e me dei conta de que sempre tive
    uma impressora 3D.
  • 0:32 - 0:33
    E todo mundo tem uma.
  • 0:33 - 0:35
    É a minha mãe.
  • 0:35 - 0:36
    (Risos)
  • 0:36 - 0:38
    Minha mãe usou três elementos:
  • 0:38 - 0:42
    informação, neste caso,
    entre meu pai e ela,
  • 0:42 - 0:46
    matérias-primas e energia
    de uma mesma fonte, ou seja, o alimento,
  • 0:46 - 0:49
    e vários meses depois, fui produzido.
  • 0:49 - 0:51
    E eu não existia antes.
  • 0:51 - 0:54
    Além do choque que tive, ao descobrir
    que minha mãe era uma impressora 3D,
  • 0:54 - 1:00
    eu fiquei imediatamente fascinado
    pelo primeiro elemento, a informação.
  • 1:01 - 1:05
    Qual é a quantidade de informação
    necessária para montar um ser humano?
  • 1:05 - 1:07
    É muita? É pouca?
  • 1:07 - 1:09
    Caberia em quantos pen drives?
  • 1:09 - 1:12
    Bem, no começo eu estudava física
  • 1:12 - 1:14
    e adotei a analogia simplista
  • 1:14 - 1:17
    entre um ser humano
    e uma peça gigante de Lego.
  • 1:17 - 1:21
    Imagine que os blocos de construção
    sejam átomos minúsculos,
  • 1:21 - 1:26
    e que há um hidrogênio aqui,
    um carbono aqui, um nitrogênio aqui.
  • 1:26 - 1:27
    Numa primeira aproximação,
  • 1:27 - 1:32
    se puder listar o número de átomos
    formadores do ser humano,
  • 1:32 - 1:33
    eu posso construí-lo.
  • 1:33 - 1:35
    Pode-se fazer um cálculo
  • 1:35 - 1:39
    e o número que se obtém
    é muito impressionante.
  • 1:39 - 1:41
    O número de átomos,
  • 1:41 - 1:46
    no arquivo que terei de salvar
    em um pen driver para montar um bebê,
  • 1:46 - 1:51
    na verdade lotará um Titanic inteiro,
    cheio de pen drives,
  • 1:51 - 1:53
    multiplicado por 2 mil vezes.
  • 1:54 - 1:57
    Esse é o milagre da vida.
  • 1:57 - 2:00
    Doravante, quando virem
    uma mulher grávida,
  • 2:00 - 2:03
    saberão que ela está montando
    a maior quantidade de informação
  • 2:03 - 2:04
    que jamais encontrarão.
  • 2:04 - 2:07
    Esqueça “big data”, esqueça
    tudo de que já tenha ouvido.
  • 2:07 - 2:10
    É a maior quantidade
    de informação que existe.
  • 2:10 - 2:14
    (Aplausos)
  • 2:14 - 2:19
    A natureza, felizmente, é muito mais
    inteligente do que um físico,
  • 2:19 - 2:22
    e, em 4 bilhões de anos,
    conseguiu concentrar essa informação
  • 2:22 - 2:25
    em um pequeno cristal que chamamos de DNA.
  • 2:26 - 2:30
    Nós o conhecemos em 1950,
    quando Rosalind Franklin,
  • 2:30 - 2:32
    uma notável cientista, uma mulher,
  • 2:32 - 2:33
    o fotografou.
  • 2:33 - 2:38
    Porém, levou mais de 40 anos para enfim
    penetrarmos numa célula humana,
  • 2:38 - 2:40
    retirarmos este cristal,
  • 2:40 - 2:43
    o desenrolarmos e o lermos
    pela primeira vez.
  • 2:44 - 2:47
    O código revelou ser um alfabeto
    razoavelmente simples,
  • 2:47 - 2:51
    com quatro letras: A, T, C e G.
  • 2:51 - 2:54
    Para construir um ser humano,
    são necessárias 3 bilhões delas.
  • 2:55 - 2:56
    Três bilhões.
  • 2:56 - 2:58
    O que são três bilhões?
  • 2:58 - 3:01
    Não fazemos ideia da quantidade
    representada, certo?
  • 3:01 - 3:08
    Pensei como poderia explicar melhor
    a enormidade deste código.
  • 3:08 - 3:11
    Mas terei uma ajuda,
  • 3:11 - 3:14
    e a melhor pessoa para me ajudar
    a apresentar o código
  • 3:14 - 3:18
    é, na verdade, o primeiro homem
    que o sequenciou, Dr. Craig Venter.
  • 3:18 - 3:21
    Bem-vindo ao palco, Dr. Craig Venter.
  • 3:21 - 3:26
    (Aplausos)
  • 3:28 - 3:30
    Não é ele em carne e osso,
  • 3:31 - 3:34
    mas, pela primeira vez na história,
  • 3:34 - 3:37
    este é o genoma de uma pessoa específica,
  • 3:37 - 3:41
    impresso página por página,
    letra por letra:
  • 3:41 - 3:45
    262 mil páginas de informação,
  • 3:45 - 3:49
    450 kg, despachados dos EUA ao Canadá,
  • 3:49 - 3:54
    graças a Bruno Bowden, Lulu.com,
    uma “start-up” que fez tudo.
  • 3:54 - 3:56
    Foi um façanha incrível.
  • 3:56 - 4:00
    Esta é a percepção visual
    do que é o código da vida.
  • 4:00 - 4:03
    Agora, pela primeira vez,
    posso fazer algo divertido.
  • 4:03 - 4:05
    Posso realmente olhar dentro dele e o ler.
  • 4:05 - 4:10
    Então, deixe-me pegar
    um livro interessante…como este.
  • 4:13 - 4:16
    Eu fiz uma anotação:
    é um livro razoavelmente grande.
  • 4:16 - 4:19
    É apenas para que vocês vejam
    o que é o código da vida.
  • 4:19 - 4:21
    (Risos)
  • 4:21 - 4:27
    Milhares, milhares, milhares
    e milhões de letras.
  • 4:27 - 4:29
    E elas parecem fazer sentido.
  • 4:29 - 4:31
    Vamos para uma parte específica.
  • 4:32 - 4:33
    Vou ler para vocês.
  • 4:33 - 4:34
    (Risos)
  • 4:34 - 4:38
    “AAG, AAT, ATA.”
  • 4:39 - 4:41
    Podem parecer letras sem significado,
  • 4:41 - 4:45
    mas esta sequência determina
    a cor dos olhos do Craig.
  • 4:46 - 4:48
    Vou mostrar-lhes outra parte do livro.
  • 4:48 - 4:50
    Esta é realmente um pouco mais complicada.
  • 4:51 - 4:54
    Cromossomo 14, livro 132:
  • 4:54 - 4:56
    (Risos)
  • 4:56 - 4:57
    Como vocês esperavam.
  • 4:57 - 5:01
    (Risos)
  • 5:03 - 5:07
    "ATT, CTT, GATT."
  • 5:08 - 5:10
    Esta pessoa tem sorte,
  • 5:10 - 5:15
    porque se faltassem apenas
    duas letras nesta posição,
  • 5:15 - 5:16
    duas letras em três bilhões,
  • 5:16 - 5:18
    ela estaria condenada
    a uma doença terrível:
  • 5:18 - 5:20
    a fibrose cística.
  • 5:20 - 5:23
    Não há cura para ela,
    não sabemos como tratá-la,
  • 5:23 - 5:27
    e são apenas duas letras de diferença
    em relação às pessoas saudáveis.
  • 5:28 - 5:33
    Um livro maravilhoso e poderoso,
    que me ajudou a entender
  • 5:33 - 5:36
    e mostrar-lhes algo notável.
  • 5:36 - 5:41
    Cada um de vocês, o que me faz
    ser quem sou, o que faz você ser você,
  • 5:41 - 5:44
    são apenas 5 milhões destas,
  • 5:44 - 5:45
    a metade de um livro.
  • 5:46 - 5:50
    No resto, somos absolutamente idênticos.
  • 5:51 - 5:55
    São 500 páginas, o milagre da vida,
    o milagre que vocês são.
  • 5:55 - 5:58
    O restante, todos nós compartilhamos.
  • 5:58 - 6:00
    Lembrem disto, quando pensarem
    que somos diferentes.
  • 6:00 - 6:03
    Esta é a quantidade
    que nós compartilhamos.
  • 6:03 - 6:07
    Agora que tenho a atenção de vocês,
  • 6:07 - 6:08
    a próxima questão é:
  • 6:08 - 6:11
    Como conseguir ler?
    Como fazer isto ter um significado?
  • 6:11 - 6:16
    Bem, por mais hábeis que sejam
    em montar móveis suecos,
  • 6:16 - 6:19
    este manual de instrução é algo
    que nunca conseguirão decifrar.
  • 6:19 - 6:21
    (Risos)
  • 6:21 - 6:24
    E assim, em 2014, dois famosos
    participantes do TED,
  • 6:24 - 6:27
    Peter Diamandis e o próprio Craig Venter,
  • 6:27 - 6:29
    decidiram fundar uma nova companhia.
  • 6:29 - 6:30
    E nasceu a Human Longevity,
  • 6:30 - 6:31
    com uma missão:
  • 6:31 - 6:33
    fazer tudo o que pudéssemos
  • 6:33 - 6:36
    e estudar tudo o que podíamos
    aprender com estes livros,
  • 6:36 - 6:38
    com um objetivo:
  • 6:39 - 6:42
    tornar realidade o sonho
    da medicina personalizada,
  • 6:42 - 6:45
    compreender o que deveria ser feito
    para termos uma saúde melhor
  • 6:45 - 6:48
    e que segredos guardam estes livros.
  • 6:48 - 6:51
    Uma equipe maravilhosa,
    com 40 cientistas de dados
  • 6:51 - 6:54
    e muitas outras pessoas,
    com as quais é um prazer trabalhar.
  • 6:54 - 6:56
    O conceito é realmente muito simples.
  • 6:56 - 6:59
    Usaremos uma tecnologia
    chamada aprendizado de máquina.
  • 6:59 - 7:04
    De um lado, temos os genomas,
    milhares deles.
  • 7:04 - 7:08
    Do outro lado, juntamos o maior
    banco de dados sobre os seres humanos:
  • 7:08 - 7:12
    fenótipos, escaneamento em 3D, RNM,
    tudo aquilo em que possam pensar.
  • 7:12 - 7:18
    Dentro disso, nos dois lados opostos,
    há o segredo da tradução.
  • 7:18 - 7:20
    E no meio, construímos uma máquina.
  • 7:21 - 7:23
    Construímos e treinamos uma máquina;
  • 7:23 - 7:26
    bem, não exatamente uma,
    muitas e muitas máquinas…
  • 7:26 - 7:31
    com a finalidade de entender e traduzir
    o genoma em um fenótipo.
  • 7:31 - 7:35
    Quais são as letras e o que elas fazem?
  • 7:35 - 7:37
    É uma abordagem que pode
    ser usada para tudo,
  • 7:37 - 7:41
    mas usá-la em genômica é
    particularmente complicado.
  • 7:41 - 7:44
    Progredimos aos poucos e queríamos
    enfrentar diferentes desafios.
  • 7:44 - 7:47
    Começamos pelos traços comuns,
  • 7:47 - 7:49
    pois tais características
    são mais fáceis de trabalhar,
  • 7:49 - 7:50
    todos as têm.
  • 7:50 - 7:53
    Começamos a indagar:
  • 7:53 - 7:54
    Podemos prever a altura?
  • 7:55 - 7:57
    Podemos ler os livros e prever a altura?
  • 7:57 - 7:58
    Bem, realmente podemos,
  • 7:58 - 8:00
    com 5 cm de precisão.
  • 8:00 - 8:03
    O índice de massa corporal, IMC,
    está ligado ao estilo de vida,
  • 8:03 - 8:07
    mas, dentro de certos limites,
    podemos prevê-lo com 8 kg de precisão.
  • 8:07 - 8:08
    E prever a cor dos olhos?
  • 8:08 - 8:11
    Sim, podemos. Com 80% de precisão.
  • 8:11 - 8:13
    Podemos prever a cor da pele?
  • 8:13 - 8:16
    Sim, podemos, com 80% de precisão.
  • 8:16 - 8:17
    Podemos prever a idade?
  • 8:18 - 8:22
    Podemos porque, aparentemente,
    o código muda ao longo da vida.
  • 8:22 - 8:25
    Ele se encurta, perde pedaços,
    ganha inserções.
  • 8:25 - 8:28
    Lemos os sinais e elaboramos um modelo.
  • 8:28 - 8:31
    Um desafio interessante:
    é possível prever a face humana?
  • 8:33 - 8:34
    É um pouco complicado,
  • 8:34 - 8:38
    porque uma face humana está espalhada
    entre milhões de letras.
  • 8:38 - 8:40
    E uma face humana não é
    um objeto bem definido.
  • 8:40 - 8:42
    Construímos uma coleção delas
  • 8:42 - 8:45
    para aprender e ensinar
    a uma máquina o que é uma face,
  • 8:45 - 8:47
    a incorporá-la e comprimi-la.
  • 8:47 - 8:49
    Se entendem de aprendizagem de máquina,
  • 8:49 - 8:52
    compreendem qual é o desafio aqui.
  • 8:52 - 8:58
    Bem, 15 anos após termos
    lido a primeira sequência,
  • 8:58 - 9:01
    agora em outubro
    identificamos alguns sinais.
  • 9:01 - 9:03
    Foi um momento muito emocionante.
  • 9:03 - 9:07
    O que veem aqui é uma pessoa
    chegando ao nosso laboratório.
  • 9:08 - 9:10
    Para nós, é um rosto.
  • 9:10 - 9:13
    Tomamos o rosto real de uma pessoa,
    reduzimos a complexidade,
  • 9:13 - 9:15
    porque nem tudo está no rosto,
  • 9:15 - 9:19
    muitos aspectos e defeitos e assimetrias
    vêm da vida que a pessoa leva.
  • 9:19 - 9:22
    Simetrizamos a face
    e usamos nosso algoritmo.
  • 9:23 - 9:25
    O resultado que lhes mostro agora
  • 9:25 - 9:29
    é a previsão que fizemos
    a partir de amostra de sangue.
  • 9:30 - 9:31
    (Aplausos)
  • 9:31 - 9:33
    Esperem um instante.
  • 9:33 - 9:37
    Nesses segundos, vocês olham da esquerda
    para a direita e vice-versa,
  • 9:37 - 9:41
    e o cérebro espera
    que as figuras sejam idênticas.
  • 9:41 - 9:44
    Peço que façam um outro
    exercício, para ser honesto.
  • 9:44 - 9:46
    Por favor, procurem as diferenças,
  • 9:46 - 9:47
    as quais são muitas.
  • 9:47 - 9:50
    A maior quantidade
    de sinais vem do gênero,
  • 9:50 - 9:55
    depois a idade, IMC, o componente
    da etnicidade de uma pessoa.
  • 9:55 - 9:59
    E extrapolar a partir do sinal
    é mais complicado ainda.
  • 9:59 - 10:02
    Mas, o que veem aqui,
    mesmo nas diferenças,
  • 10:02 - 10:06
    permite que percebam
    que estamos no caminho certo,
  • 10:06 - 10:07
    que estamos chegando perto.
  • 10:07 - 10:10
    E já nos causa algumas emoções.
  • 10:10 - 10:11
    Esta é uma outra pessoa que chega,
  • 10:11 - 10:13
    e esta é uma previsão.
  • 10:13 - 10:16
    Tem uma face um pouco menor,
  • 10:16 - 10:18
    não captamos a estrutura
    craniana completa,
  • 10:18 - 10:21
    mas, ainda assim, chegamos perto.
  • 10:22 - 10:24
    Eis o sujeito que chega
    em nosso laboratório,
  • 10:24 - 10:25
    e esta é a sua previsão.
  • 10:26 - 10:31
    Essas pessoas nunca foram usadas
    para treinar a máquina.
  • 10:31 - 10:34
    São chamadas de conjunto “não incluído”.
  • 10:34 - 10:37
    São pessoas que vocês provavelmente
    nunca acreditarão que existem.
  • 10:37 - 10:40
    Estamos publicando tudo
    em uma revista científica,
  • 10:40 - 10:41
    e vocês podem ler.
  • 10:41 - 10:44
    Já que estamos no palco,
    Chris me desafiou.
  • 10:44 - 10:47
    É possível que tenha me exposto
    e me arriscado a prever
  • 10:47 - 10:50
    alguém que vocês podem reconhecer.
  • 10:50 - 10:55
    No sangue contido neste tubo de ensaio,
    e creiam-me, vocês não têm ideia
  • 10:55 - 10:58
    do que tivemos que fazer
    para obter este sangue, aqui,
  • 10:58 - 11:02
    este frasquinho de sangue contém
    a quantidade de informação biológica
  • 11:02 - 11:04
    necessária para sequenciar todo o genoma.
  • 11:04 - 11:06
    Esta quantidade é suficiente.
  • 11:07 - 11:10
    Fizemos esta sequência
    e vamos fazê-la com vocês.
  • 11:10 - 11:14
    Começamos a utilizar
    todo o conhecimento que temos.
  • 11:14 - 11:17
    Com o tubo de sangue,
    previmos que era um homem.
  • 11:17 - 11:18
    E era um homem.
  • 11:19 - 11:21
    Previmos que tem 1,76 m.
  • 11:21 - 11:24
    O sujeito tem 1,77 m.
  • 11:24 - 11:28
    Previmos 76 kg, a pessoa tem 82 kg.
  • 11:29 - 11:31
    Previmos sua idade, 38 anos.
  • 11:31 - 11:33
    A pessoa tem 35 anos.
  • 11:34 - 11:36

    Previmos a cor dos seus olhos.
  • 11:37 - 11:38
    São muito escuros.
  • 11:38 - 11:40
    Previmos sua cor de pele.
  • 11:40 - 11:41
    Falta pouco.
  • 11:42 - 11:43
    Esta é sua face.
  • 11:45 - 11:48
    Agora, a hora da revelação:
  • 11:48 - 11:50
    o sujeito é esta pessoa.
  • 11:50 - 11:52
    (Risos)
  • 11:52 - 11:54
    Foi uma coisa intencional
  • 11:54 - 11:58
    Sou de uma etnia muito peculiar.
  • 11:58 - 12:01
    Europeus do sul, italianos,
    não se enquadram em modelos.
  • 12:01 - 12:03
    E é específico…
  • 12:03 - 12:06
    O grupo étnico é muito complexo
    e especial para o nosso modelo.
  • 12:06 - 12:08
    Mas há uma outra questão.
  • 12:08 - 12:11
    Uma das coisas muito usadas
    para reconhecer pessoas
  • 12:11 - 12:13
    nunca estará escrita no genoma.
  • 12:13 - 12:15
    É a nossa livre escolha,
    é a nossa aparência.
  • 12:15 - 12:18
    Não o meu corte de cabelo,
    neste caso, o corte de minha barba.
  • 12:18 - 12:22
    Neste caso, eu vou transferir...
  • 12:22 - 12:25
    usou-se apenas o Photoshop,
    sem qualquer modelagem...
  • 12:25 - 12:27
    a barba para o sujeito.
  • 12:27 - 12:30
    E imediatamente nós temos
    uma percepção muito, muito melhor.
  • 12:31 - 12:34
    Por que agimos assim?
  • 12:36 - 12:41
    Certamente não o fazemos
    para prever a altura
  • 12:41 - 12:43
    ou obter uma bonita imagem
    a partir do sangue.
  • 12:44 - 12:48
    O fazemos porque a mesma
    tecnologia e a mesma abordagem,
  • 12:48 - 12:51
    a aprendizagem de máquina deste código,
  • 12:51 - 12:54
    nos ajudam a entender como funcionamos,
  • 12:54 - 12:56
    como o corpo funciona,
  • 12:56 - 12:57
    como o corpo envelhece,
  • 12:57 - 13:00
    como as doenças surgem no organismo,
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    como o câncer cresce e se desenvolve,
  • 13:03 - 13:05
    como as drogas agem,
  • 13:05 - 13:07
    e se elas atuam em nosso corpo.
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    Este é um grande desafio.
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    É um desafio para todos nós
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    e milhares de outros
    pesquisadores no mundo inteiro.
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    É a chamada medicina personalizada.
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    É a capacidade de trocar
    uma abordagem estatística,
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    na qual somos uma gota no oceano,
  • 13:23 - 13:24
    por uma abordagem personalizada,
  • 13:24 - 13:27
    na qual lemos todos estes livros
  • 13:27 - 13:30
    e conseguirmos uma compreensão
    de quem somos exatamente.
  • 13:30 - 13:34
    Mas é um desafio
    particularmente complicado,
  • 13:34 - 13:38
    porque hoje, de todos esses livros,
  • 13:38 - 13:40
    é provável que conheçamos apenas 2%:
  • 13:41 - 13:45
    4 livros em mais de 175.
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    E este não é o foco da minha palestra,
  • 13:50 - 13:53
    porque aprenderemos mais.
  • 13:53 - 13:56
    As melhores cabeças do mundo
    estudam este problema.
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    A previsão será aperfeiçoada,
  • 13:59 - 14:01
    o modelo ficará mais preciso.
  • 14:01 - 14:03
    E quanto mais aprendermos,
  • 14:03 - 14:08
    mais seremos confrontados com decisões
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    que nunca antes tivemos que encarar
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    sobre a vida, sobre a morte,
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    sobre a criação de filhos.
  • 14:21 - 14:25
    Estamos lidando com os detalhes
    recônditos de como a vida funciona.
  • 14:26 - 14:29
    É uma revolução que não pode se limitar
  • 14:29 - 14:32
    ao domínio da ciência ou da tecnologia.
  • 14:33 - 14:35
    Deve haver um debate global.
  • 14:36 - 14:41
    Devemos pensar o futuro que estamos
    construindo para a humanidade.
  • 14:41 - 14:43
    Precisamos interagir
    com pessoas criativas,
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    com artistas, com filósofos
  • 14:45 - 14:47
    com políticos.
  • 14:47 - 14:48
    Todos estão envolvidos,
  • 14:48 - 14:51
    porque é o futuro da nossa espécie.
  • 14:51 - 14:55
    Sem temor, mas com a compreensão
  • 14:55 - 14:59
    de que as decisões
    que tomaremos no próximo ano
  • 14:59 - 15:03
    mudarão o curso da história para sempre.
  • 15:04 - 15:05
    Obrigado.
  • 15:05 - 15:08
    (Aplausos)
Title:
Como ler o genoma e construir um ser humano
Speaker:
Riccardo Sabatini
Description:

Segredos, doença e beleza estão escritos no genoma humano, o conjunto completo de instruções genéticas necessárias para construir um ser humano. Hoje, como o cientista e empreendedor Riccardo Sabatini nos mostra, temos o poder de ler esse código complexo, capaz de prever coisas como a altura, a cor dos olhos, a idade, e até mesmo a estrutura facial - tudo a partir do sangue contido em em tubo de ensaio. E, em breve, afirma Sabatini, nossa compreensão do genoma permitirá personalizar tratamentos para doenças como o câncer. Temos o poder de modificar a vida como a conhecemos. Como usaremos este poder?

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
15:28

Portuguese, Brazilian subtitles

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