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Porque é que os neutrinos são importantes — Sílvia Bravo Gallart

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    Estão por toda a parte
    mas nunca veremos nenhum.
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    Biliões deles andam a voar
    através de nós, neste momento,
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    mas não os sentimos.
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    Estas partículas fantasma
    chamam-se neutrinos
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    e, se pudermos apanhá-los,
    eles podem falar-nos
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    dos confins e dos ambientes
    mais extremos do universo.
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    Os neutrinos são partículas elementares,
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    ou seja, não podem ser subdivididas
    noutras partículas, como os átomos.
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    As partículas elementares são os blocos
    constituintes mais pequenos conhecidos
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    de tudo o que existe no universo.
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    O neutrino é uma das coisas
    mais pequenas das pequenas.
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    Com uma massa um milhão de vezes
    inferior à de um eletrão,
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    os neutrinos atravessam
    facilmente a matéria
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    e não são afetados por campos magnéticos.
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    Na verdade, dificilmente interagem
    com qualquer outra coisa.
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    Quer dizer, podem viajar
    pelo universo em linha reta
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    durante milhões
    ou milhares de milhões de anos,
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    transportando em segurança
    informações de onde provêm.
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    Então, de onde é que eles provêm?
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    Praticamente de todo o lado.
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    São produzidos no nosso corpo
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    a partir da desintegração
    radioativa do potássio.
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    Os raios cósmicos que atingem
    os átomos na atmosfera da Terra
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    criam uma chuva deles.
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    São produzidos por reações nucleares
    no interior do Sol
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    e pela desintegração radioativa
    no interior da Terra.
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    Podemos gerá-los em reatores nucleares
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    e em aceleradores de partículas.
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    Mas os neutrões de energia mais alta
    nascem nos confins do espaço,
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    em ambientes que conhecemos muito mal.
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    Alguma coisa lá fora, talvez
    buracos negros de super massa,
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    ou talvez algum dínamo cósmico
    que ainda não descobrimos,
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    aceleram raios cósmicos até energias
    mais de um milhão de vezes maiores
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    do que tudo em qualquer acelerador
    construídos pelos seres humanos.
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    Estes raios cósmicos,
    muitos dos quais são protões,
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    interagem violentamente com a matéria
    e as radiações à sua volta,
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    produzindo neutrinos de alta energia
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    que se propagam como
    migalhas de pão cósmicas
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    que nos podem informar
    sobre a localização e a composição
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    dos corpos cósmicos
    mais poderosos do universo.
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    Quer dizer, se conseguirmos apanhá-los.
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    As interações limitadas dos neutrinos
    com outra matéria
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    podem torná-los ótimos mensageiros
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    mas também os tornam
    muito difíceis de detetar.
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    Uma forma de o fazer
    é colocar no seu caminho
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    uma quantidade enorme
    de matéria pura e transparente
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    e esperar que um neutrino se revele
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    colidindo com o núcleo de um átomo.
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    É o que está a acontecer
    no IceCube da Antártida,
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    o maior telescópio de neutrinos do mundo.
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    Está instalado dentro
    de um quilómetro cúbico de gelo
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    que foi purificado pela pressão
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    de milhares de anos
    de gelo e neve acumulados,
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    até constituir um dos sólidos
    mais claros da Terra.
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    Apesar de atravessados por perfurações
    contendo mais de 5000 detetores,
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    a maioria dos neutrinos cósmicos
    que atravessam o IceCube
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    nunca deixarão rasto.
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    Mas cerca de 10 vezes por ano,
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    um neutrino de alta energia
    colide com uma molécula de gelo,
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    dispersando partículas
    subatómicas com carga
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    que atravessam o gelo
    mais depressa do que a luz.
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    De forma semelhante a um jato
    que ultrapassa a velocidade do som,
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    produz um estrondo sónico,
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    estas partículas superlumínicas,
    com carga,
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    deixam atrás de si um cone de luz azul,
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    uma espécie de estrondo fotónico.
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    Esta luz espalha-se pelo IceCube,
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    atingindo alguns dos detetores, situados
    a quase 2 km sob a superfície.
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    Tubos fotomultiplicadores
    ampliam o sinal,
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    que contém informações
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    sobre os caminhos e as energias
    das partículas com carga.
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    Esses dados são enviados
    para astrofísicos do mundo inteiro
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    que observam os padrões de luz
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    para procurar pistas
    sobre os neutrinos que os produzem.
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    Estas colisões super energéticas
    são tão raras
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    que os cientistas do IceCube
    dão alcunhas a cada neutrino,
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    como Big Bird e Dr. Strangepork.
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    O IceCube já observou
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    os neutrinos da mais alta energia
    cósmica jamais observados.
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    Os neutrinos detetados deverão
    dizer-nos de onde provêm os raios cósmicos
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    e como atingem uma energia tão enorme.
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    A luz, dos infravermelhos
    aos raios X, aos raios gama,
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    deu-nos uma visão do universo
    cada vez mais energético
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    e que nos continua a surpreender.
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    Estamos na alvorada da era
    da astronomia dos neutrinos
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    e não fazemos ideia
    de quais são as revelações
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    que o IceCube e outros telescópios
    de neutrinos podem fazer
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    sobre os fenómenos mais violentos
    e mais energéticos do universo.
Title:
Porque é que os neutrinos são importantes — Sílvia Bravo Gallart
Description:

Vejam a lição completa: http://ed.ted.com/lessons/why-neutrinos-matter-silvia-bravo-gallart

As partículas elementares são os blocos constituintes mais pequenos que conhecemos no universo — e o neutrino é um dos mais pequenos dos pequenos. Estes neutrinos minúsculos podem falar-nos dos confins e dos ambientes mais extremos do universo... mas só se os conseguirmos apanhar. Sílvia Bravo Gallart pormenoriza como o telescópio IceCube na Antártida está a tentar fazer isso.

Lição de Sílvia Bravo Gallart, animação de Steff Lee.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
04:41

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