Como é que as osgas desafiam a gravidade? — Eleanor Nelsen
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0:07 - 0:10É meia-noite, está tudo calmo,
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0:10 - 0:14exceto o suave deslizar
duma osga à caça duma aranha. -
0:15 - 0:17As osgas parecem desafiar a gravidade,
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0:17 - 0:18subindo superfícies verticais
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0:18 - 0:21e andando de cabeça para baixo
sem garras, -
0:21 - 0:24sem colas adesivas nem teias de aranha.
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0:24 - 0:27Mas tiram partido
dum princípio simples: -
0:27 - 0:30a atração de cargas positivas e negativas.
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0:31 - 0:34Essa atração liga compostos,
como o sal de cozinha, -
0:34 - 0:37que é feito de iões de sódio
de carga positiva, -
0:37 - 0:40com iões de cloreto,
de carga negativa. -
0:40 - 0:42As patas da osga não têm qualquer carga
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0:42 - 0:45e as superfícies por onde
elas andam também não. -
0:45 - 0:47Então, como é que elas ficam coladas?
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0:47 - 0:51A resposta reside numa sábia combinação
de forças intermoleculares -
0:51 - 0:53e de engenharia estrutural.
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0:53 - 0:58Todos os elementos da tabela periódica
têm uma afinidade diferente por eletrões. -
0:58 - 1:03Elementos como o oxigénio e o flúor
gostam muito de eletrões, -
1:03 - 1:07enquanto elementos como o hidrogénio
e o lítio não os atraem tanto. -
1:09 - 1:13A avidez relativa dum átomo por eletrões
chama-se eletronegatividade. -
1:14 - 1:16Os eletrões giram constantemente
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1:16 - 1:20e podem facilmente deslocar-se
para onde são mais necessários. -
1:20 - 1:24Quando há átomos de diferentes
eletronegatividades, na mesma molécula, -
1:24 - 1:26a nuvem de eletrões das moléculas
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1:26 - 1:29é atraída para o átomo
mais eletronegativo. -
1:30 - 1:33Isso cria um pequeno ponto
na nuvem de eletrões -
1:33 - 1:36em que aparece uma carga positiva
do átomo dos núcleos atómicos -
1:36 - 1:40assim como um amontoado de eletrões
de carga negativa, de outros locais. -
1:41 - 1:43A molécula em si não tem carga
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1:43 - 1:47mas tem pedaços de carga positiva
e pedaços de carga negativa. -
1:48 - 1:51Estes pedaços de cargas atraem
moléculas vizinhas umas para as outras. -
1:52 - 1:54Arrumam-se de modo
que os pontos positivos de uma -
1:54 - 1:57ficam ao lado
dos pontos negativos de outra. -
1:58 - 2:01Nem sequer é necessário ser
um átomo fortemente eletronegativo -
2:01 - 2:03para criar essas forças atrativas.
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2:03 - 2:05Os eletrões estão sempre em movimento
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2:05 - 2:08e, por vezes, acumulam-se
temporariamente num ponto. -
2:08 - 2:12Essa centelha de carga é suficiente
para atrair as moléculas entre si. -
2:12 - 2:15Essas interações entre moléculas sem carga
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2:15 - 2:18chamam-se forças van der Waals.
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2:18 - 2:21Não são tão fortes como as interações
entre partículas com cargas -
2:21 - 2:24mas, se forem bastantes,
podem acumular-se. -
2:25 - 2:27É esse o segredo da osga.
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2:27 - 2:30Os dedos da osga estão revestidos
de rugas flexíveis. -
2:30 - 2:33Essas rugas estão cobertas
de minúsculas estruturas, tipo pelos, -
2:33 - 2:36muito mais finos do que o cabelo humano,
chamados setae. -
2:37 - 2:40Cada uma dessas setae está coberta
de filamentos ainda mais fininhos, -
2:40 - 2:42chamadas espátulas.
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2:43 - 2:47A minúscula forma de espátula é perfeita
para o que a osga tem que fazer: -
2:47 - 2:50colar-se e libertar-se, quando quer.
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2:50 - 2:53Quando a osga desdobra
os dedos flexíveis no teto, -
2:54 - 2:58as espátulas colocam-se no ângulo perfeito
para ativar a força van der Waals. -
2:59 - 3:01As espátulas achatam-se,
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3:01 - 3:03criando uma grande área superficial
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3:03 - 3:05para que as manchas
de cargas positiva e negativa -
3:05 - 3:08encontrem manchas complementares no teto.
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3:08 - 3:11Cada espátula só contribui
com uma quantidade mínima -
3:11 - 3:13dessa atração van der Waals.
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3:14 - 3:17Mas uma osga tem
cerca de 2000 milhões de espátulas, -
3:17 - 3:20o que cria uma força combinada
que aguenta o seu peso. -
3:20 - 3:25A osga até pode balançar
pendurada só por um dos dedos. -
3:26 - 3:28Mas esta adesão extraordinária
pode ser anulada -
3:28 - 3:31mudando apenas um pouco o ângulo.
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3:31 - 3:34Portanto, a osga pode descolar-se
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3:34 - 3:37para correr atrás duma refeição
ou para fugir de um predador. -
3:38 - 3:42Esta estratégia, que usa uma floresta
de rugas de forma especial, -
3:42 - 3:46para otimizar as forças van der Waals
entre moléculas vulgares -
3:46 - 3:48inspirou materiais artificiais
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3:48 - 3:51concebidos para imitar
a espantosa capacidade adesiva da osga. -
3:52 - 3:55As versões artificiais ainda não são
tão fortes como os dedos duma osga -
3:55 - 3:58mas são bastante boas
para permitir que um adulto -
3:58 - 4:01consiga trepar 7,5 metros
por uma parede de vidro. -
4:02 - 4:07As presas das osgas também usam
as forças van der Waals -
4:07 - 4:09para se colarem ao teto.
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4:09 - 4:12Portanto, a osga descola as patas
e a perseguição recomeça.
- Title:
- Como é que as osgas desafiam a gravidade? — Eleanor Nelsen
- Description:
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Vejam a lição completa em: http://ed.ted.com/lessons/how-do-geckos-defy-gravity-eleanor-nelsen
As osgas não têm adesivos nem ganchos nem ventosas de sucção, mas conseguem subir sem esforço paredes verticais e ficar suspensas no teto. Como é que conseguem fazer isso? Eleanor Nelsen explica como as patas fenomenais das osgas lhes permitem desafiar a gravidade.
Lição de Eleanor Nelsen, animação de Marie-Louise Højer Jensen
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TED-Ed
- Duration:
- 04:30
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