O que é a doença de Alzheimer? — Ivan Seah Yu Jun

Vejam a lição completa em: http://ed.ted.com/lessons/what-is-alzheimer-s-disease-ivan-seah-yu-jun

A doença de Alzheimer é a causa mais frequente de demência, afectando mais de 40 milhões de pessoas em todo o mundo. Ainda que tenha sido descoberta há mais de um século, os cientistas ainda se debatem para encontrar uma cura. Ivan Seah Yu Jun descreve como a doença de Alzheimer afecta o cérebro, lançando luz sobre as diferentes fases desta doença complicada e destrutiva.

Lição de Ivan Seah Yu Jun, animação de STK Films.

A cada quatro segundos,

alguém é diagnosticado com

doença de Alzheimer.

É a causa mais frequente de demência,

afectando mais de 40 milhões
de pessoas em todo o mundo,

e, apesar disso, encontrar
uma cura é algo que ainda

escapa aos investigadores hoje em dia.

O Dr. Alois Alzheimer,
um psiquiatra alemão,

descreveu os sintomas
pela primeira vez em 1901

quando reparou que
uma doente do hospital em particular

apresentava alguns problemas peculiares,

incluindo dificuldade em dormir,

problemas de memória,
alterações drásticas do humor,

e confusão crescente.

Quando a paciente faleceu,

o Dr. Alzheimer pôde fazer uma autópsia

e testar a sua ideia de que talvez

os sintomas dela fossem
causados por irregularidades

na estrutura do cérebro.

O que ele encontrou ao microscópio

foram diferenças visíveis
no tecido cerebral

na forma de
proteínas mal-enoveladas,

chamadas placas,

e emaranhados neurofibrilares.

Estas placas e emaranhados, em conjunto,

contribuem para degradar
a estrutura do cérebro.

As placas surgem quando outra proteína

da membrana gorda
que recobre as células nervosas

é cortada por uma determinada enzima,

o que resulta em proteínas beta-amilóides,

que são pegajosas e têm tendência

a amontoar-se.

Este amontoado é o que forma aquilo

que conhecemos como placas.

Estes amontoados bloqueiam a sinalização

e, portanto, a comunicação

entre as células, e também
parecem desencadear

reacções imunitárias
que provocam a destruição

das células nervosas incapacitadas.

Na doença de Alzheimer,
os emaranhados neurofibrilares

formam-se a partir
de uma proteína chamada tau.

As células nervosas do cérebro
contêm uma rede de tubos

que funcionam como uma
auto-estrada para as moléculas alimentares

entre outras coisas.

Habitualmente, a proteína
tau garante que estes tubos

permaneçam direitos,
permitindo às moléculas

passar livremente através deles.

Mas, na doença de Alzheimer,

a proteína desaba, formando cordões
retorcidos ou emaranhados,

o que faz com que os tubos se desintegrem,

obstruindo a chegada
dos nutrientes à célula nervosa,

o que por sua vez leva à morte celular.

O emparelhamento destrutivo
de placas e emaranhados

começa numa região chamada hipocampo,

que é responsável pela formação das memórias.

É por isso que a perda
de memória a curto prazo

costuma ser o primeiro sintoma
da doença de Alzheimer.

As proteínas invadem
então progressivamente

outras partes do cérebro,

criando alterações únicas
que indicam

vários estadios da doença.

Na parte frontal do cérebro,

as proteínas destroem a capacidade
de processar pensamentos lógicos.

Em seguida, passam para
a região que controla as emoções,

o que resulta em
alterações erráticas do humor.

Na parte superior do cérebro,

causam paranóia e alucinações,

e, assim que chegam
à parte de trás do cérebro,

as placas e emaranhados
actuam em conjunto

para apagar as memórias
mais profundas da mente.

Por fim, os centros
de controlo que governam

a frequência cardíaca e a respiração
também ficam subjugados,

o que resulta na morte.

A natureza imensamente
destrutiva desta doença

inspirou muitos investigadores
a procurar uma cura

mas presentemente estão concentrados
em abrandar a progressão da doença.

Um tratamento temporário

ajuda a reduzir
a degradação da acetilcolina,

um mensageiro químico
importante do cérebro,

que está presente em níveis baixos
nos doentes com Alzheimer

devido à morte
das células nervosas que o produzem.

Outra solução possível é uma vacina

que treine o sistema imunológico
do organismo para atacar

as placas beta-amilóides antes
de estas poderem formar amontoados.

Mas ainda precisamos
de encontrar uma verdadeira cura.

A doença de Alzheimer foi descoberta

há mais de um século,

mas ainda não a compreendemos bem.

Talvez um dia consigamos apreender

os mecanismos exactos
que estão subjacentes a esta ameaça

e trazer à luz uma solução.