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A complexidade geométrica dos desenhos islâmicos — Eric Broug

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    Na cultura islâmica,
    a geometria está em toda a parte.
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    Podem encontrá-la nas mesquitas,
    madrassas, palácios e casas particulares.
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    Esta tradição começou no século VIII d. C.
    durante os primórdios do Islão,
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    quando os artesãos pegaram em motivos
    preexistentes das culturas romana e persa
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    e os desenvolveram em novas formas
    de expressão visual.
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    Este período da História
    foi uma era dourada da cultura islâmica,
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    durante a qual muitas das realizações
    das civilizações anteriores
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    foram preservadas e desenvolvidas,
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    resultando em avanços fundamentais
    nos estudos científicos e na matemática.
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    Ao mesmo tempo, houve um uso
    cada vez maior e mais sofisticado
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    da abstração e complexidade geométrica
    na arte islâmica,
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    desde intrincados motivos florais
    a decorar tapetes e tecidos,
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    a padrões de azulejo que se pareciam
    repetir interminavelmente,
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    inspirando espanto na contemplação
    da ordem eterna.
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    Apesar da notável complexidade
    destes desenhos,
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    eles podem ser criados com apenas
    um compasso para desenhar circunferências
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    e uma régua para traçar linhas
    no seu interior,
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    e destas simples ferramentas emerge uma
    multiplicidade caleidoscópica de padrões.
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    Então, como é que se faz?
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    Tudo começa com uma circunferência.
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    A primeira grande decisão é:
    Como a vamos dividir?
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    A maioria dos padrões divide
    a circunferência
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    em quatro, cinco ou seis partes iguais.
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    E cada divisão dá origem
    a padrões diferentes.
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    Há uma forma fácil de determinar
    se algum padrão se baseia numa simetria
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    de quatro,
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    cinco,
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    ou seis rotações.
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    Na maioria inscrevem-se polígonos
    estrelados rodeados por pétalas.
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    Contando o número de raios
    de um polígono estrelado
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    ou o número de pétalas
    que o rodeia,
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    sabemos em que categoria
    o padrão se enquadra.
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    Um polígono estrelado de seis pontas,
    ou rodeado por seis pétalas,
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    pertence à categoria da simetria
    de seis rotações.
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    Um com oito pétalas pertence à categoria
    das quatro rotações, e por aí adiante.
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    Há um outro ingrediente secreto
    nestes desenhos:
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    uma grelha subjacente.
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    Invisível, mas essencial a cada padrão,
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    a grelha ajuda a determinar a escala
    da composição antes do início do trabalho,
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    mantém o padrão exato
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    e facilita a invenção de novos padrões
    incríveis.
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    Vamos ver um exemplo de como
    estes elementos se conjugam.
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    Começamos com uma circunferência
    inscrita num quadrado
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    e dividimo-la em oito partes iguais.
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    Podemos depois traçar duas linhas cruzadas
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    e sobrepor outras duas.
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    Estas linhas são chamadas
    linhas de construção,
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    e ao escolhermos um conjunto de
    segmentos de reta,
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    formamos a base do nosso
    padrão de repetição.
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    É possível construir muitos desenhos
    diferentes
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    a partir das mesmas linhas de construção,
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    basta escolher segmentos de reta
    diferentes.
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    O padrão final emerge, por fim,
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    quando criamos uma grelha com muitas
    repetições deste azulejo,
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    num processo chamado tesselação.
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    Escolhendo um conjunto diferente
    de linhas de construção,
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    poderíamos ter criado este padrão,
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    ou este.
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    As possibilidades são virtualmente
    infinitas.
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    Podemos seguir os mesmos passos
    para criar padrões de seis rotações,
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    traçando linhas de construção sobre uma
    circunferência dividida em seis partes,
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    tesselando-o a seguir,
    e conseguimos fazer algo como isto.
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    Eis outro padrão de seis rotações que
    tem aparecido através dos séculos
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    em todo o mundo islâmico,
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    incluindo Marraquexe, Agra, Icónio
    e no Alambra.
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    Padrões de quatro rotações inserem-se
    numa grelha quadrada,
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    e os padrões de seis rotações inserem-se
    numa grelha hexagonal.
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    Contudo, os padrões de cinco rotações
    são mais difíceis de tesselar
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    porque os pentágonos não preenchem
    totalmente uma superfície,
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    por isso, em vez de criar simplesmente
    um padrão num pentágono,
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    têm ser adicionadas outras formas
    para fazer algo que seja repetível,
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    resultando em padrões que resultam
    confusamente complexos,
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    mas ainda relativamente simples de criar.
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    A tesselação não está restringida
    a simples formas geométricas,
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    como a obra de M.C. Escher demonstra.
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    E embora a tradição islâmica
    do desenho geométrico
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    não tenda a empregar elementos
    como peixes e rostos,
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    às vezes faz uso de múltiplas formas
    para construir padrões complexos.
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    Esta tradição de mais de mil anos
    utilizou a geometria básica
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    para produzir obras intrincadas,
    decorativas e agradáveis ao olhar.
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    E estes artesãos provam
    o quanto é possível fazer
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    com alguma intuição artística,
    criatividade, dedicação
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    e um ótimo compasso e régua.
Title:
A complexidade geométrica dos desenhos islâmicos — Eric Broug
Description:

Vejam a lição completa: http://ed.ted.com/lessons/the-complex-geometry-of-islamic-design-eric-broug

Na cultura islâmica, o desenho geométrico está em toda a parte: podemos encontrá-lo nas mesquitas, madrassas, palácios e casas particulares. E apesar da notável complexidade destes desenhos, eles podem ser criados apenas com um compasso para traçar as circunferências e uma régua para traçar as linhas no seu interior. Eric Broug dá-nos uma breve panorâmica sobre a criação dos desenhos islâmicos.

Lição de Eric Broug, animação de TED-Ed.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
05:07

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