Uma câmera voadora... numa coleira

Admitam: drones que fazem fotos aéreas e VANTs são um pouco assustadores, e eles são acompanhados por enormes problemas regulatórios e de segurança. Mas as fotos aéreas podem ser uma maneira poderosa de contar a verdade sobre o mundo: o tamanho de um protesto, o alcance de um vazamento de petróleo, a vida selvagem escondida em um delta. Sergei Lupashin demonstra a Fotokite, uma nova e elegante maneira de ver o mundo de cima, mantendo o controle e a segurança.

Vim aqui para mostrá-los

a Fotokite.

É uma câmera voadora acorrentada.

Mas antes de fazê-lo, quero lhes
contar um pouco

sobre sua origem, o que a motivou.

Então eu nasci na Rússia,

e três anos atrás, em 2011,

as eleições federais Russas
estavam acontecendo.

Enormes irregularidades foram relatadas,

e as pessoas saíram para protestar,

o que é bem incomum para a Rússia.

E ninguém sabia, realmente,

quão significativos esses protestos eram,

porque, por alguma razão,

a maioria da mídia global os ignorou.

Agora, houve um grupo de fotógrafos

que meio que pilotavam
câmeras voadoras como hobby,

normalmente fotografando coisas como
a Esfinge e as pirâmides,

que, por coincidência, estavam logo ali

e eles pilotaram a câmera

e tiraram algumas fotos,

alguns panoramas dessa manifestação.

Apenas uma entidade
completamente independente,

uma ocorrência completamente aleatória,

e a imagem, quando a vi,
realmente me chocou.

Aqui está um dos panoramas.

Então, em uma só imagem,

pode-se notar a escala desse evento,

o número de pessoas,

as cores, as bandeiras.

Não se pode apenas considerar isso
insignificante.

Tudo em uma só imagem,
o que foi bem legal pra mim.

E eu acredito que, no futuro,

jornalismo e muitas outras profissões...

Já há, comumente, câmeras voadoras por aí,

mas acho que se esperarem
alguns meses, alguns anos,

e para muitas profissões,

elas realmente serão um requisito.

E faz sentido.
É uma perspectiva tão única.

Nada comunica, de fato,
essa escala, por exemplo,

em contexto, da maneira que isso faz.

Mas há alguns obstáculos,
e eles são bem básicos

e bem fundamentais.

Um é pilotar.

Então para essa imagem,
eles pilotaram a câmera,

um dispositivo de cinco quilos
com uma SLR embaixo.

É bem pesado,
muitas coisas afiadas e girando.

É um pouco desconfortável de pilotar,

talvez para o piloto também.

De fato, pode-se ver que nas costas
da camisa do piloto, está escrito:

"Sem perguntas até o pouso"

em russo e inglês,

porque as pessoas são curiosas,
e elas irão te cutucar,

e então você perde o foco e algo acontece.

E esses caras são ótimos.
São profissionais;

são bem cuidadosos no que fazem.

Então nos protestos, talvez tenham notado,

eles voaram por sobre o rio
e foi bem seguro.

Mas isso não necessariamente se aplica

a todas as pessoas e condições,

então temos que facilitar a pilotagem.

O outro problema são as regulamentações,

ou mesmo a falta de normas apropriadas.

Por vários bons motivos, é apenas difícil

bolar leis de acordo com o bom senso

para regulamentar câmeras voadoras.

Então já temos câmeras.

Todos aqui, aposto, tem um
smartphone com câmera, né?

Há mais e mais delas.

Vê-se pessoas com
Google Glass sendo atacadas

Ouve-se sobre, na verdade,
um piloto de drone,

amador, que foi atacado há duas semanas

porque ele pilotava próximo a uma praia.

Aqui vai uma experiência pessoal
que eu não esperava.

Ontem mesmo, fui atacado por um cara

que alegou que eu estava filmando-o.

Eu estava apenas olhando meu e-mail aqui,

um jeito fácil de obter conteúdo
pra sua palestra.

Mas acredito que há soluções melhores.

Acho que temos de desarmar a situação.

Temos de criar soluções responsáveis

que abordem questões de privacidade

e segurança, questões de responsabilidade,

mas ainda nos deem perspectiva.

E esta é uma solução em potencial.

Essa é a Fotokite.

Deixe-me ver, é um quadricóptero,

mas o que ele tem de especial
é essa coleira.

É literalmente uma coleira de cachorro.
É bem conveniente.

E o mais elegante disso tudo é que,

para pilotá-la, não há controles,
nada desse tipo.

Você apenas liga

e aponta para a direção que ela deve voar.

Você a torce um pouco.

É dessa maneira que você se comunica.

E lá vai ela.

(Aplausos)

Então a interação é super simples.

É como um animal de estimação voador.

Sempre mantendo uma angulação
em relação a você,

e se eu andar por aí com ela,

ela me seguirá naturalmente.

E, é claro, podemos escalar daí.

Então essa coleira tem
uma eletrônica adicional.

Você pode ligá-la.

E agora, é como dizer ao seu cachorro
para voar mais baixo,

se tiver tal cachorro.
Então, posso apertar um botão

e manipulá-la facilmente.

Então, acabei de alterar sua posição.

E é bem seguro.

Não sei quanto a vocês
na primeira fileira,

(Risos) mas, na teoria,

tem de concordar que se sentem
mais seguros

porque existe uma conexão física.

Demonstrar ao vivo é difícil, né?

Coisas erradas sempre acontecem.

Mas não importa o que for,

essa coisa vai mesmo prevenir que isso

vá até vocês.

E há mais, ela mostra imediatamente

que eu sou o responsável pelo dispositivo.

Não tem de procurar por quem
está controlando-o.

Agora, posso lhes dizer que é
realmente bem fácil,

mas tem um jeito melhor de provar

que é pegando outra

e lançando-a.

E se posso fazer isso ao vivo, no palco,

então posso mostrar a cada um de vocês

em cinco minutos, como operar
esse aparelho.

Agora temos dois olhos no céu.
(Aplausos)

E o difícil é trazê-los de volta.

(Risos)

Então minha pergunta a vocês é,

bem, é uma boa solução,

é muito acessível, é segura.

Para que vocês a usariam?

Para que usariam tal câmera em suas vidas?

Obrigado.

(Aplausos)