Return to Video

Mudando nosso modo de pensar com relação ao desperdício de alimentos | Haven Baker | TEDxBoise

  • 0:07 - 0:08
    Boa tarde.
  • 0:08 - 0:11
    Estou empolgado em conversar com vocês
    sobre desperdício de alimento.
  • 0:11 - 0:13
    Antes de começar a falar sobre isso,
  • 0:13 - 0:17
    vamos dar um passo atrás,
    e pensar como mudar a nossa mente.
  • 0:17 - 0:20
    Quando foi a última vez que você
    mudou de ideia sobre algo?
  • 0:20 - 0:25
    Não quero dizer sobre o que queria
    pra jantar ou planos para o fim de semana,
  • 0:25 - 0:28
    mas algo significante: talvez, religião,
  • 0:28 - 0:31
    ou como você se sente sobre
    alguém importante na sua vida,
  • 0:31 - 0:36
    ou uma crença antiga que de repente mudou.
  • 0:36 - 0:41
    Às vezes mudar a nossa mente
    é um processo que leva tempo.
  • 0:41 - 0:45
    Às vezes, você pensa uma coisa
    por um instante,
  • 0:45 - 0:47
    e logo em seguida pensa em outra.
  • 0:47 - 0:52
    Quero contar pra vocês
    como mudei de ideia sobre lixo.
  • 0:52 - 0:55
    Como disse, cresci numa fazenda
    no estado de Washington,
  • 0:55 - 0:58
    e nossa fazenda ficava
    perto de uma estrada.
  • 0:58 - 1:01
    Um trecho de aproximadamente
    2,5 km e, no verão,
  • 1:01 - 1:04
    pegávamos essa estrada três a quatro
    vezes ao dia de um lado pro outro,
  • 1:04 - 1:06
    olhando os campos,
    trocando a água e outras coisas.
  • 1:06 - 1:10
    A estrada era cheia de garrafas
    de cerveja, latinhas,
  • 1:10 - 1:13
    caixas de isopor que a gente
    costuma colocar hambúrguer,
  • 1:13 - 1:15
    plásticos, papéis, coisas assim.
  • 1:16 - 1:18
    Olhando de perto, era nojento.
  • 1:19 - 1:22
    Mas pensando nos meus
    hábitos sobre o lixo,
  • 1:22 - 1:25
    fui criado nos anos 80,
    quando isso acontecia,
  • 1:25 - 1:29
    e não era hábito jogar tudo no lixo,
    era uma questão de conveniência.
  • 1:29 - 1:33
    Então, quando a gente pegava a estrada,
  • 1:33 - 1:36
    e estava um pouco suja,
  • 1:36 - 1:39
    era normal baixar o vidro do carro
    e jogar alguma coisa pra fora.
  • 1:39 - 1:43
    Se não tivesse nenhum saco de lixo
    no carro para o saquinho de pipoca,
  • 1:43 - 1:46
    infelizmente ia pra fora da janela mesmo.
  • 1:46 - 1:49
    Sei que é horrível!
    Sinto vergonha de falar.
  • 1:50 - 1:55
    Tive um emprego no verão com um
    professor de matemática aposentado,
  • 1:55 - 1:58
    e a gente inspecionava o setor agrícola.
  • 1:58 - 2:02
    Costumávamos ir de setor em setor em uma
    caminhonete, levando amostras de solo.
  • 2:04 - 2:07
    Esse cara fazia esse trabalho
    já a algum tempo.
  • 2:07 - 2:10
    Eu me lembro da nossa
    primeira viagem juntos.
  • 2:10 - 2:12
    Ele tinha um lugar predileto pra almoçar.
  • 2:12 - 2:15
    Tinha um lindo campo à direita
  • 2:15 - 2:19
    A estrada era suja, tinha uma vala,
    um aterro e outro campo.
  • 2:19 - 2:21
    E tinha também uma árvore grande,
  • 2:21 - 2:24
    se você estacionasse à direita
    tinha uma sombra.
  • 2:24 - 2:27
    Em um dia quente, almoçávamos na sombra,
  • 2:27 - 2:30
    sentávamos, tirávamos
    nossos lanches da sacola.
  • 2:30 - 2:33
    Ele adorava comer sardinha.
  • 2:33 - 2:37
    Assim que terminava de comer,
    abria a janela e jogava a lata pra fora.
  • 2:38 - 2:39
    Quando terminava o almoço,
  • 2:39 - 2:42
    colocava tudo em um saco,
    e jogava pela janela,
  • 2:42 - 2:45
    bebia a latinha de soda e fazia
    a mesma coisa. Que horror!
  • 2:45 - 2:48
    Em algum momento,
    olhei pela janela do motorista
  • 2:48 - 2:51
    e pude ver a margem,
  • 2:51 - 2:55
    tinha uma pilha de latas
    de sardinha e de refrigerante,
  • 2:55 - 2:58
    e algumas delas eram cinza,
    já estavam lá por um ou dois anos.
  • 2:58 - 3:01
    Infelizmente, ele comia
    naquele lugar já fazia anos.
  • 3:02 - 3:05
    Naquele momento eu pude associar
  • 3:05 - 3:09
    as atitudes de uma pessoa
    com o problema do lixo, e percebi:
  • 3:09 - 3:14
    "Ah, você recebe o que você dá.
    Não devo mais jogar lixo nas ruas".
  • 3:14 - 3:18
    Depois disso, mudei meu comportamento
    respeitando e fazendo a minha parte.
  • 3:19 - 3:22
    Se você observar as nossas rodovias,
    elas estão muito mais limpas.
  • 3:22 - 3:25
    Coletivamente, nós mudamos
    nossos hábitos com relação ao lixo.
  • 3:25 - 3:28
    E mudamos para melhor.
  • 3:28 - 3:34
    Mudar nosso modo de pensar é algo
    que outros também deveriam fazer.
  • 3:34 - 3:37
    Estamos certos, mais esclarecidos
    e sobretudo mais sofisticados.
  • 3:37 - 3:40
    Mudem a maneira de pensar e façam o certo.
  • 3:40 - 3:44
    Quanto mais instruído você é, mais
    vai sentir que está fazendo a coisa certa.
  • 3:45 - 3:49
    Na idade média, para ser
    considerado bem instruído,
  • 3:49 - 3:52
    você tinha que saber grego,
    latim, e às vezes francês.
  • 3:52 - 3:56
    As cartas antigas que eles escreviam
    entre si eram todas em latim.
  • 3:57 - 4:01
    Quando a universidade de Norhwestern
    foi fundada em 1850,
  • 4:01 - 4:04
    um dos requisitos era o latim e o grego.
  • 4:04 - 4:06
    Não era uma exigência da Universidade,
  • 4:06 - 4:09
    era obrigação ter estudado latim e grego
    no ensino médio, para ser admitido.
  • 4:09 - 4:12
    Era uma exigência padrão.
  • 4:12 - 4:17
    Se você fosse bem instruído, o currículo
    na faculdade teria grego e latim.
  • 4:18 - 4:22
    Com a Revolução Industrial,
    isso se tornou um pouco polêmico,
  • 4:22 - 4:26
    e deixou de ser obrigatório o grego
    no final de 1880 em Harvard.
  • 4:26 - 4:29
    O latim um pouco mais tarde, e outras
    universidades seguiram o mesmo.
  • 4:29 - 4:33
    Nas duas últimas décadas,
    a sociedade mudou
  • 4:33 - 4:36
    sobre o que significa ser bem instruído.
  • 4:36 - 4:39
    Acredito que tudo é para um bem maior.
  • 4:39 - 4:41
    Hoje nós estudamos matemática e ciência.
  • 4:41 - 4:47
    Estudamos outras matérias, como arte,
    ao invés de latim e grego.
  • 4:50 - 4:53
    Nossa percepção de beleza muda também.
  • 4:53 - 4:56
    Acho que todos aqui conhecem
    Michael Jordan.
  • 4:58 - 5:02
    Quando pensamos em Michael Jordan,
    vemos que ele é conhecido por três coisas:
  • 5:02 - 5:05
    primeiro, a língua, a "língua afiada",
    todos sabemos disso;
  • 5:05 - 5:10
    segundo, o tênis:
    a venda de tênis Air Jordan;
  • 5:10 - 5:13
    e por último é claro, o talento atlético,
  • 5:13 - 5:16
    que levou o Chicago Bulls
    ao sexto campeonato da NBA.
  • 5:16 - 5:21
    De qualquer modo, a história avança,
    houve quem sugerisse,
  • 5:21 - 5:24
    quando olhamos pra carreira
    de Michael Jordan,
  • 5:24 - 5:29
    que ele teve um grande impacto
    em fazer da calvície um charme.
  • 5:29 - 5:31
    (Risos)
  • 5:31 - 5:34
    Sim! ... E não foi só ele,
    Patrick Stewart também.
  • 5:34 - 5:36
    Mas, até então,
  • 5:37 - 5:42
    havia perucas na Inglaterra
    e topetes postiços nos anos 80,
  • 5:42 - 5:45
    era constrangedor ficar careca
  • 5:45 - 5:47
    e a gente fazia qualquer coisa pra evitar.
  • 5:47 - 5:49
    Depois de algumas décadas,
  • 5:49 - 5:52
    a universidade da Pennsylvania
    fez um estudo,
  • 5:53 - 5:55
    com mulheres,
  • 5:55 - 5:58
    onde foi considerado
    que homens carecas são mais másculos.
  • 5:59 - 6:01
    Assim, nós mudamos nossa percepção.
  • 6:01 - 6:04
    Metade das mulheres mudaram
    a percepção sobre a calvície
  • 6:04 - 6:07
    em questão de duas décadas,
    e isso é ótimo.
  • 6:07 - 6:09
    Nós mudamos a nossa mente.
  • 6:11 - 6:15
    Agora, precisamos mudar de ideia
    sobre o desperdício de alimento.
  • 6:16 - 6:22
    Quase um bilhão de pessoas
    no mundo são desnutridas,
  • 6:23 - 6:25
    desperdício de alimento é problema.
  • 6:25 - 6:27
    Lembro quando eu era criança,
  • 6:27 - 6:31
    e, comentava-se sobre a fome na África,
    quando minha mãe servia a comida,
  • 6:31 - 6:34
    eu dizia que não gostava,
    que não queria, algo assim,
  • 6:34 - 6:36
    mas ela me passava o prato,
  • 6:36 - 6:39
    eu dava umas garfadas, empurrava
    o prato e dizia: "Já acabei".
  • 6:39 - 6:41
    Ela dizia: 'Você vai comer tudo".
    Eu dizia que não.
  • 6:41 - 6:45
    "Tem milhões de crianças morrendo
    de fome na África, coma tudo", ela dizia.
  • 6:45 - 6:48
    Eu dizia: "Tudo bem, você pode
    dar a comida pra eles".
  • 6:49 - 6:53
    Uma vez que já esteja no prato,
    já houve o desperdício,
  • 6:53 - 6:56
    e quero focar no problema
    do cultivo agrícola até chegar à mesa,
  • 6:56 - 7:00
    pois quando já está no prato,
    o problema já é maior.
  • 7:00 - 7:04
    O departamento agrícola,
    na ala conservadora,
  • 7:04 - 7:10
    verificou que perdemos 33% de alimento,
    da fazenda até chegar às mesas,
  • 7:10 - 7:13
    e outros estimam que seja perto de 50%.
  • 7:13 - 7:17
    Provavelmente, o correto é algo entre
    estes índices, depende do alimento.
  • 7:18 - 7:20
    Existem várias soluções,
  • 7:21 - 7:25
    mas a que eu quero focar
    tem a ver com a seção dos vegetais.
  • 7:26 - 7:29
    Nós subestimamos,
    mas uma das coisas maravilhosas
  • 7:29 - 7:32
    de crescer na Europa
    ou na América do Norte
  • 7:32 - 7:35
    é poder ir andando até o mercado,
  • 7:35 - 7:38
    olhar os vegetais e existem dezenas
    de vegetais diferentes.
  • 7:38 - 7:42
    É barato, seguro, maduro,
  • 7:42 - 7:44
    cheira gostoso, e tem uma variedade.
  • 7:45 - 7:47
    Está lá quase todos os dias do ano.
  • 7:47 - 7:50
    Não pensamos sobre isso,
    nós esperamos isso.
  • 7:50 - 7:53
    Não tem sido desse jeito há muito tempo,
  • 7:53 - 7:56
    e a maioria das pessoas no mundo
    não se alimenta como a gente.
  • 7:56 - 8:00
    Mas o problema de desperdício
    é extremamente sério com vegetais.
  • 8:01 - 8:04
    Locais onde podemos plantá-los,
    são relativamente poucos,
  • 8:04 - 8:06
    e resolvendo o problema
    de desperdício dos vegetais
  • 8:06 - 8:10
    faria com que tivesse mais alimento
    disponível para o mundo todo.
  • 8:11 - 8:15
    Como começa esse problema
    e o que podemos fazer a respeito?
  • 8:16 - 8:19
    Vamos usar o morango como exemplo,
  • 8:19 - 8:22
    compramos os morangos embalados,
  • 8:22 - 8:24
    geralmente 500 g ou 1 kg.
  • 8:24 - 8:27
    Podemos compra-los na bandeja
    se estiverem baratos.
  • 8:28 - 8:30
    Levamos pra casa e comemos os morangos,
  • 8:30 - 8:34
    mas os morangos vieram
    da Califórnia ou Flórida,
  • 8:34 - 8:36
    ou Baixa Califórnia no México.
  • 8:36 - 8:39
    Esses são os lugares onde
    os morangos são cultivados.
  • 8:40 - 8:42
    Inicia nas fazendas de lá,
    e os morangos são específicos
  • 8:42 - 8:45
    porque eles tem um prazo
    de validade de sete a oito dias.
  • 8:45 - 8:47
    Do momento em que são colhidos
  • 8:47 - 8:50
    até estragarem na sua
    geladeira, são oito dias.
  • 8:51 - 8:54
    O desperdício ocorre nessa hora.
  • 8:54 - 8:59
    Na lavoura, tem essas bermas
    dessa altura e nessa largura,
  • 8:59 - 9:03
    e os morangos são colhidos manualmente,
    você vai andando e colhendo-os.
  • 9:04 - 9:07
    O desperdício dos morangos
    na colheita, não é tão grande,
  • 9:07 - 9:11
    geralmente de 5% a 10%
    são deixados no campo,
  • 9:11 - 9:15
    e esses, quase sempre,
    estão passados ou deformados.
  • 9:15 - 9:19
    Comparado a outros itens vegetais,
    pode ser bem maior,
  • 9:19 - 9:22
    mas chega ao desperdício de 5% a 10%.
  • 9:23 - 9:26
    Depois eles são carregados,
    rapidamente refrigerados por 12-18 horas;
  • 9:26 - 9:29
    são carregados em caminhões
    para depois irem
  • 9:29 - 9:33
    para os centros de distribuição,
    supermercados e outros lugares.
  • 9:34 - 9:39
    Um dos problemas do morango
    é que, no centro de distribuição.
  • 9:39 - 9:43
    se houver qualquer ineficiência,
    o prazo de validade se torna um problema.
  • 9:43 - 9:48
    No último verão, sentei com um comprador
    experiente, de uma rede de supermercados.
  • 9:48 - 9:54
    Ele admitiu que 30% das frutas vermelhas
    que compram são jogados fora
  • 9:54 - 9:56
    antes de chegar nas prateleiras.
  • 9:56 - 9:58
    Muitas vezes ficam
    muito maduras no depósito,
  • 9:58 - 10:00
    antes mesmo de termos acesso à elas.
  • 10:00 - 10:03
    Então, você perde 10% na colheita
    e mais 30% nesse processo,
  • 10:03 - 10:06
    e depois compramos e levamos pra casa.
  • 10:07 - 10:09
    Minha experiência em casa
    em comprar essa frutinha
  • 10:09 - 10:13
    é assim: nós compramos,
    elas estão assim, levamos pra casa,
  • 10:13 - 10:16
    se elas estão apetitosas, acaba rapidinho.
  • 10:16 - 10:19
    As crianças vão direto comer.
  • 10:19 - 10:22
    No entanto, se não estiverem
    tão apetitosas,
  • 10:22 - 10:26
    ou estiverem estranhas, ou caso esteja
    guardando para um evento,
  • 10:26 - 10:29
    talvez eu use metade, ou uma porção,
  • 10:29 - 10:31
    e depois volta pra geladeira,
    e vocês sabem,
  • 10:31 - 10:35
    temos um dia, um dia e meio,
    antes delas ficarem assim.
  • 10:36 - 10:38
    Isso é o que nós vivenciamos nos EUA.
  • 10:38 - 10:41
    Agora, se você vive na Califórnia,
    não é tão ruim assim,
  • 10:41 - 10:43
    já que lá é o lugar onde
    elas são cultivadas.
  • 10:43 - 10:46
    Então pra eles, não é um grande problema
    como é pra gente aqui.
  • 10:46 - 10:51
    De um modo geral, estamos perdendo
    outro terço a nível de consumidor.
  • 10:51 - 10:57
    Coletivamente, estamos comprando
    US$ 6 bilhões de morangos nos EUA,
  • 10:57 - 11:01
    e estamos consumindo de 35% a 40%,
  • 11:01 - 11:03
    isso é um problema de desperdício.
  • 11:04 - 11:07
    O que podemos fazer a respeito?
  • 11:09 - 11:11
    Existem algumas soluções,
  • 11:11 - 11:14
    mas exige que mudemos
    nosso modo de pensar.
  • 11:14 - 11:17
    Todos aqui já foram ao supermercado,
  • 11:17 - 11:20
    e provavelmente já viram cenouras tortas
  • 11:20 - 11:25
    ou tomates que não estão
    na sua forma perfeita,
  • 11:25 - 11:27
    maçãs que estão desiguais,
  • 11:27 - 11:29
    peras que estão com umas estrias fundas
  • 11:29 - 11:34
    onde elas racharam ou foram
    esfoladas ainda no campo.
  • 11:35 - 11:41
    Esse tipo de fruta deformada, muitas vezes
    nem chegamos a ver como consumidores,
  • 11:42 - 11:46
    porque somos treinados a comprar
    somente o que é bonito aos olhos.
  • 11:47 - 11:51
    A fruta "feia" como se diz, ou deformada,
  • 11:51 - 11:54
    geralmente é descartada
    antes mesmo de chegar a nós.
  • 11:54 - 11:57
    Mas se o abastecimento
    está escasso ou muito barato,
  • 11:57 - 12:00
    às vezes vemos essas frutas na prateleira.
  • 12:01 - 12:05
    A natureza nem sempre produz
    o morango ou o tomate perfeito.
  • 12:06 - 12:10
    Mas essas frutas imperfeitas
    e deformadas continuam nutritivas.
  • 12:10 - 12:12
    Elas continuam maduras e saborosas.
  • 12:12 - 12:16
    Há um movimento que começou na Europa
    e está chegando nos Estados Unidos.
  • 12:16 - 12:18
    Chama-se: Movimento dos Alimentos Feios.
  • 12:18 - 12:20
    (Risos)
  • 12:20 - 12:22
    Tudo bem.
  • 12:22 - 12:25
    Mesmo não sendo atraente aos olhos
  • 12:25 - 12:27
    é uma ótimo produto.
  • 12:27 - 12:31
    Não tem motivo para não comprar
    e não consumir esse tipo de alimento.
  • 12:32 - 12:35
    Isso ajudaria a resolver
    boa parte do desperdício.
  • 12:36 - 12:39
    Mas não resolveria o problema
    do prazo de validade.
  • 12:40 - 12:45
    Quanto a isso, temos algumas soluções
    que estamos trabalhando.
  • 12:45 - 12:50
    Um grupo de empreendedores
    está construindo estufas
  • 12:50 - 12:52
    nos telhados, perto de áreas
    urbanas, e eles dizem:
  • 12:52 - 12:56
    "Olhe, se a gente pudesse aumentar
    nossa produção perto das cidades,
  • 12:56 - 12:59
    teríamos um prazo de validade maior,
    sem transporte, seria mais fácil".
  • 12:59 - 13:02
    Alguns poderiam até entregar nas casas.
  • 13:02 - 13:04
    Tomates crescem bem nesses ambientes,
  • 13:04 - 13:06
    assim como alguns tipos de alface.
  • 13:06 - 13:08
    Mas não conseguimos cultivar frutas assim
  • 13:08 - 13:11
    e acredito que não consigamos
    com todos os legumes.
  • 13:12 - 13:14
    Até agora, eles são mais caros
    e não mais baratos
  • 13:14 - 13:16
    do que se fossem produzidos na fazenda.
  • 13:16 - 13:21
    Enquanto acho que produção em estufa
    perto da cidade é uma solução parcial,
  • 13:21 - 13:24
    mesmo assim, não será
    a solução definitiva.
  • 13:24 - 13:27
    A outra parte da solução do problema
  • 13:27 - 13:31
    é a biotecnologia ou engenharia genética.
  • 13:32 - 13:36
    Vinte e cinco anos atrás,
    foi lançado o tomate Flavr Savr.
  • 13:36 - 13:39
    Era um tomate que tinha
    um prazo de validade maior.
  • 13:39 - 13:42
    Não era perfeito mas a validade
    do tomate era real.
  • 13:43 - 13:46
    Foi no início de quando
    a biotecnologia entrou no mercado.
  • 13:46 - 13:49
    Grupos de pessoas ficaram
    preocupados e assustados
  • 13:49 - 13:52
    e formaram grupos se opondo a isso.
  • 13:53 - 13:56
    Pessoas que são contra os OGM
    ainda consideram
  • 13:56 - 13:59
    acabar com o tomate Flavr Savr
    como uma de suas grandes vitórias.
  • 14:00 - 14:05
    Sem julgar aqueles tempos,
    mas hoje em dia,
  • 14:05 - 14:08
    vemos que não existe outra solução
    para os problemas de validade.
  • 14:09 - 14:13
    Para que todo mundo se alimente como nós,
    precisamos de uma validade maior.
  • 14:13 - 14:16
    Algumas dessas soluções tecnológicas
    são seguras hoje em dia,
  • 14:16 - 14:20
    são recomendados pelo ganhadores do Nobel,
    a Academia Nacional de Ciências,
  • 14:20 - 14:22
    e vem melhorando cada vez mais.
  • 14:22 - 14:25
    Recentemente na Índia,
    foi publicado um artigo
  • 14:25 - 14:29
    mostrando tomates que tiveram
    prazo de validade de 45 dias.
  • 14:29 - 14:33
    Um mês, se durasse somente
    quatro semanas, ao invés de 45 dias,
  • 14:33 - 14:36
    iria melhorar consideravelmente
    o problema de desperdício.
  • 14:38 - 14:41
    Quando nos deparamos
    com a questão do prazo de validade,
  • 14:41 - 14:44
    às vezes conseguimos dar para alguém,
  • 14:44 - 14:47
    mas na maioria das vezes,
    eles vão para a lata de lixo.
  • 14:49 - 14:51
    Vamos às soluções:
  • 14:51 - 14:55
    mais produção em estufa, perto da cidade,
  • 14:55 - 14:57
    biotecnologia,
  • 14:57 - 14:58
    e comer os alimentos feios.
  • 14:59 - 15:00
    Mas tem um paradoxo.
  • 15:00 - 15:04
    Alguns desses tópicos
    são mais fáceis de conversar
  • 15:04 - 15:07
    enquanto que outros são mais difíceis.
  • 15:07 - 15:10
    Vamos analisar como vamos mudar de ideia.
  • 15:10 - 15:13
    Pensa quando você tem uma conversa,
  • 15:13 - 15:17
    uma simples conversa familiar,
    no bebedouro do trabalho,
  • 15:17 - 15:20
    ou na mesa de jantar em família,
    ou no bar com os amigos.
  • 15:20 - 15:24
    Coletivamente, imagino todos nós
    sentados, ou em um grupo pequeno,
  • 15:24 - 15:27
    e você diz: "Estamos a bordo.
    Precisamos acabar com o desperdício.
  • 15:27 - 15:30
    Precisamos resolver este problema.
    Vou comprar alimentos feios".
  • 15:30 - 15:35
    Podemos dizer: "Contanto que o gosto
    seja o mesmo, tudo bem, vamos comprar".
  • 15:35 - 15:41
    Entretanto, quando vamos ao supermercado,
    nossa mente e olhos não estão conectados.
  • 15:41 - 15:44
    Naturalmente compramos
    os alimentos com aparência bonita.
  • 15:44 - 15:47
    Tudo bem? Então precisamos mudar isso.
  • 15:47 - 15:53
    Precisamos desassociar, ser mais abertos
    e comprar o que achamos seguro,
  • 15:53 - 15:57
    cognitivamente, mentalmente,
    sem procurar o mais bonito.
  • 15:57 - 15:59
    O que vai nos levar ao alimento feio.
  • 15:59 - 16:01
    O prazo de validade é uma outra questão.
  • 16:01 - 16:03
    Estufas provavelmente são boas.
  • 16:03 - 16:07
    Provavelmente o preço vai ser mais alto,
    mas até aí tudo bem.
  • 16:08 - 16:11
    Se conversarmos sobre biotecnologia,
  • 16:11 - 16:13
    alguns de nós não vai estar
    tão seguro também.
  • 16:13 - 16:16
    Acredito que é seguro.
    Que é bom pra minha família.
  • 16:16 - 16:18
    Acredito que essa seja a solução,
  • 16:18 - 16:21
    especialmente para a validade
    das frutas e legumes.
  • 16:21 - 16:24
    Não espero que todo mundo
    esteja convencido disso.
  • 16:24 - 16:28
    No entanto, nós conversamos
    mas não sei se todos concordam.
  • 16:28 - 16:31
    Assim que vocês forem ao mercado,
    vão comprar refrigerante,
  • 16:31 - 16:35
    mamão, salgadinhos,
    e um monte de outras coisas
  • 16:35 - 16:38
    que contém ingredientes OGM,
    e não vão pensar duas vezes.
  • 16:39 - 16:43
    Precisamos mudar nosso modo
    de pensar sobre a tecnologia,
  • 16:43 - 16:45
    o que vai nos levar às frutas e legumes
  • 16:45 - 16:49
    e podemos todos tornar isso possível.
  • 16:51 - 16:56
    Coletivamente, esperamos que todos
    deem um passo atrás,
  • 16:56 - 16:59
    e pensem a respeito de mudar
    a mente com relação ao desperdício.
  • 16:59 - 17:04
    Eu sou otimista, acredito que nós
    como grupo, multidão, sociedade,
  • 17:04 - 17:07
    quando mudamos a nossa mente,
    mudamos para melhor.
  • 17:07 - 17:09
    Estamos tentando fazer melhorias
    para a sociedade.
  • 17:09 - 17:12
    Fazer com que tenhamos uma vida melhor
    pra todos à nossa volta.
  • 17:13 - 17:16
    Trabalhar no desperdício de alimento,
    mudando nossa mente a respeito,
  • 17:16 - 17:18
    fará deste planeta um lugar
    melhor para se viver.
  • 17:19 - 17:20
    Muito obrigado.
  • 17:20 - 17:22
    (Aplausos)
Title:
Mudando nosso modo de pensar com relação ao desperdício de alimentos | Haven Baker | TEDxBoise
Description:

Vá até o supermercado mais próximo de sua casa, pare na seção de frutas e legumes e aprecie a variedade estonteante das cores, formas, sabores e cheiros. A fartura, o preço acessível das frutas e legumes são um dos prazeres desconhecidos de países desenvolvidos. Nós nos esforçamos para atender a demanda cada vez maior de maneira sustentável, ao menos que resolva o problema epidêmico de desperdício de alimento. Resolvendo este problema, para uma produção mais fresca, necessitamos que nossa sociedade adote uma variedade de soluções pouco comuns.

Haven Baker é filho de fazendeiro, o que lhe deu uma visão única da ineficiência da agricultura moderna. Ele foi estudar em Yale e Harvard cursou mestrado e doutorado antes de se tornar gestor de fundo internacional para aprender economia de países desenvolvidos. Seu papel na Simplot é liderar a equipe pioneira responsável pela cultura biotecnológica com características de consumo, e tem o potencial de reduzir o desperdício de batatas nos Estados Unidos em 635 milhões de quilos anualmente.

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx

more » « less
Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
17:28

Portuguese, Brazilian subtitles

Revisions