A física do "movimento mais difícil" no bailado — Arleen Sugano
-
0:06 - 0:08[O Lago dos Cisnes, III ato
— Tchaikovsky] -
0:08 - 0:10No terceiro ato de "O Lago dos Cisnes",
-
0:10 - 0:14o cisne negro enceta uma série
aparentemente sem fim de voltas, -
0:14 - 0:17subido e descendo na ponta de um pé
-
0:17 - 0:23e girando, girando, girando... 32 vezes?
-
0:23 - 0:25É uma das sequências
mais difíceis dum bailado -
0:26 - 0:27e, durante esses 30 segundos,
-
0:28 - 0:31parece um pião humano
num movimento perpétuo. -
0:31 - 0:34Estes giros espetaculares
chamam-se "fouettés", -
0:34 - 0:36que, em francês, significa "chicoteado"
-
0:36 - 0:40que descreve esta incrível proeza
da bailarina que gira sem parar. -
0:40 - 0:42Ficamos maravilhados
perante estes "fouettés", -
0:42 - 0:45mas qual é a física
que se esconde por detrás? -
0:45 - 0:48A bailarina começa o "fouetté"
pressionando o pé para gerar a rotação. -
0:49 - 0:52Mas a parte mais difícil
é manter a rotação. -
0:52 - 0:53Em cada volta,
-
0:53 - 0:56a fricção entre a ponta
da sapatilha e o chão -
0:56 - 0:59e, de certa forma,
entre o corpo dela e o ar, -
0:59 - 1:00reduz o impulso.
-
1:00 - 1:02Então, como é que ela
continua a girar? -
1:02 - 1:07Entre cada volta, a bailarina pausa
uma fração de segundo e encara o público. -
1:07 - 1:09O pé de apoio baixa,
-
1:09 - 1:13e eleva-se de novo
na ponta da sapatilha, -
1:13 - 1:17dando um empurrão
para gerar mais rotação. -
1:17 - 1:22Ao mesmo tempo, tem os braços abertos
para ajudar a manter o equilíbrio. -
1:22 - 1:23As voltas são mais bem conseguidas
-
1:23 - 1:26se o centro de gravidade
se mantiver constante. -
1:26 - 1:30Uma bailarina com experiência
poderá manter o eixo vertical de rotação. -
1:30 - 1:33Os braços estendidos
e a rotação dos pés -
1:33 - 1:35ajudam-na a aumentar o "fouetté".
-
1:35 - 1:39Mas o segredo e a razão
por que mal reparamos nesta pausa -
1:39 - 1:42é que a outra perna nunca
deixa de se mover. -
1:42 - 1:44Durante aquela pausa momentânea,
-
1:44 - 1:48a bailarina endireita a perna no ar
e move-a da frente para o lado, -
1:48 - 1:51antes de voltar a dobrá-la
pelo joelho. -
1:51 - 1:53Mantendo-se em movimento,
-
1:53 - 1:56aquela perna armazena
parte do impulso da rotação. -
1:56 - 1:59Quando a perna volta
a ficar contra o corpo, -
1:59 - 2:02esse impulso armazenado
é transferido para o corpo da bailarina, -
2:02 - 2:06impelindo-a a girar
quando ela volta a elevar-se em pontas. -
2:06 - 2:10Quando a bailarina estende
e encolhe a perna, em cada volta, -
2:10 - 2:14o impulso passa de um lado
para o outro, entre a perna e o corpo, -
2:14 - 2:16mantendo-a em movimento.
-
2:16 - 2:19Uma bailarina muito boa consegue
dar mais do que uma volta -
2:19 - 2:21com cada extensão da perna
-
2:21 - 2:22de duas formas diferentes.
-
2:22 - 2:25Primeira, pode estender a perna mais cedo.
-
2:25 - 2:28Quanto mais tempo tiver a perna estendida,
maior impulso armazena -
2:28 - 2:32e maior impulso pode transmitir
ao corpo, quando a encolhe. -
2:33 - 2:35Um impulso mais angular
significa que pode dar mais voltas -
2:35 - 2:39antes de precisar de repor
o que se perde com a fricção. -
2:39 - 2:41A outra opção é que a bailarina
-
2:41 - 2:44mantenha os braços ou a perna
mais perto do corpo -
2:44 - 2:46depois de voltar a estar em pontas.
-
2:46 - 2:47Como é que isso funciona?
-
2:47 - 2:49Como em qualquer outra volta no bailado,
-
2:49 - 2:52o "fouetté" é governado
por um impulso angular, -
2:52 - 2:54que é igual à velocidade
angular da bailarina -
2:54 - 2:57multiplicada pela sua inércia de rotação.
-
2:57 - 2:59Com exceção do que se perde com o atrito,
-
2:59 - 3:02esse impulso angular
tem que se manter constante -
3:02 - 3:04enquanto a bailarina está em pontas.
-
3:04 - 3:07Chama-se a isto conservação
do impulso angular. -
3:07 - 3:10A inércia de rotação pode ser considerada
-
3:10 - 3:13como uma resistência do corpo
ao movimento de rotação. -
3:13 - 3:18Aumenta quando se distribui mais peso
mais longe do eixo de rotação -
3:18 - 3:22e diminui quando o peso se distribui
mais perto do eixo de rotação. -
3:22 - 3:25Portanto, quando ela mantém
os braços mais perto do corpo, -
3:25 - 3:28a inércia de rotação diminui.
-
3:28 - 3:30Para conservar o impulso angular,
-
3:30 - 3:33a velocidade angular,
a velocidade da rotação -
3:33 - 3:34tem que aumentar,
-
3:34 - 3:37permitindo que a mesma quantidade
de impulso armazenado -
3:37 - 3:39lhe permita múltiplas rotações.
-
3:39 - 3:42Provavelmente já viram patinadores
no gelo fazer a mesma coisa, -
3:42 - 3:46rodopiando cada vez mais depressa
encolhendo braços e pernas. -
3:46 - 3:50No bailado de Tchaikovsky,
o cisne negro é uma feiticeira -
3:50 - 3:55e os 32 "fouettés" cativantes
parecem quase sobrenaturais. -
3:55 - 3:58Mas não é a magia
que os torna possíveis, -
3:58 - 3:59é a física.
- Title:
- A física do "movimento mais difícil" no bailado — Arleen Sugano
- Speaker:
- Arleen Sugano
- Description:
-
Vejam a lição completa: http://ed.ted.com/lessons/the-physics-of-the-hardest-move-in-ballet-arleen-sugano
No terceiro ato de "O Lago dos Cisnes", o cisne negro enceta uma série aparentemente sem fim de voltas, balançando-se de cima para baixo em pontas e girando, girando, girando... 32 vezes. Como é possível este movimento, que se chama "fouetté"? Arleen Sugano desvenda a física deste famoso movimento do bailado.
Lição de Arlene Sugano, animação de Dancing Line Productions.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TED-Ed
- Duration:
- 04:17
Margarida Ferreira approved Portuguese subtitles for The physics of the "hardest move" in ballet - Arleen Sugano | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for The physics of the "hardest move" in ballet - Arleen Sugano | ||
Mafalda Ferreira accepted Portuguese subtitles for The physics of the "hardest move" in ballet - Arleen Sugano | ||
Mafalda Ferreira edited Portuguese subtitles for The physics of the "hardest move" in ballet - Arleen Sugano | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for The physics of the "hardest move" in ballet - Arleen Sugano | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for The physics of the "hardest move" in ballet - Arleen Sugano |