O que é o distúrbio bipolar? — Helen M. Farrell
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0:06 - 0:09O que é o distúrbio bipolar?
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0:09 - 0:13A palavra "bipolar" significa
"dois extremos". -
0:13 - 0:17Para os milhões que sofrem de
distúrbio bipolar no mundo inteiro, -
0:17 - 0:20a vida está dividida em duas
realidades diferentes -
0:20 - 0:23— euforia e depressão.
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0:23 - 0:26Apesar de existirem muitas variações
de distúrbios bipolares, -
0:26 - 0:28vamos analisar apenas algumas.
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0:28 - 0:32O Tipo 1 tem altos e baixos
muito acentuados, -
0:32 - 0:37enquanto que o Tipo 2 inclui momentos
mais curtos e de menos euforia -
0:37 - 0:40intercalados com momentos
prolongados de depressão. -
0:40 - 0:43Para alguém que muda
constantemente de humor, -
0:43 - 0:46pode parecer impossível encontrar o
equilíbrio necessário -
0:46 - 0:48para uma vida saudável.
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0:48 - 0:52Os momentos altos de um Tipo 1
são conhecidos como episódios de mania -
0:52 - 0:57nos quais a pessoa pode mudar facilmente
de sentir-se irritável a invencível. -
0:57 - 1:01Mas estes episódios de euforia
transcendem a alegria habitual, -
1:01 - 1:04causando sintomas perturbadores
como um pensamento frenético, -
1:04 - 1:05falta de sono,
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1:05 - 1:07um discurso acelerado,
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1:07 - 1:08comportamentos impulsivos,
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1:08 - 1:10e procedimentos perigosos.
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1:10 - 1:13Sem tratamento, estes episódios
tornam-se mais frequentes, -
1:13 - 1:14mais intensos,
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1:14 - 1:16e demoram mais
tempo a estabilizar. -
1:16 - 1:21A fase depressiva do distúrbio bipolar
manifesta-se de muitas formas: -
1:21 - 1:22negatividade,
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1:22 - 1:24diminuição de interesse nos passatempos,
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1:24 - 1:25mudanças no apetite,
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1:25 - 1:28sentimento de inutilidade
ou de extrema culpa, -
1:28 - 1:30dormir demais ou de menos,
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1:30 - 1:32impaciência ou morosidade,
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1:32 - 1:36ou constantes pensamentos suicidas.
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1:36 - 1:38Mundialmente, cerca de 1 a 3% dos adultos
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1:38 - 1:44experiencia uma grande variedade de
sintomas que indicia um distúrbio bipolar. -
1:44 - 1:47A maioria destas pessoas são indivíduos
funcionais que contribuem para a sociedade -
1:47 - 1:50e as suas vidas, escolhas e
relacionamentos -
1:50 - 1:52não são definidas por este distúrbio,
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1:52 - 1:56no entanto, para muitos,
existem sérias consequências. -
1:56 - 1:59A doença pode colocar obstáculos ao
desempenho escolar ou profissional, -
1:59 - 2:01aos relacionamentos,
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2:01 - 2:02à segurança financeira
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2:02 - 2:04e à segurança pessoal.
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2:05 - 2:08Então, o que provoca o distúrbio bipolar?
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2:08 - 2:10Os investigadores supõem
que o interveniente principal -
2:10 - 2:13esteja relacionado
com o nosso complexo sistema cerebral. -
2:13 - 2:16Cérebros saudáveis mantêm ligações fortes
entre neurónios -
2:16 - 2:20graças aos esforços contínuos que o
cérebro faz para se melhorar -
2:20 - 2:24e remover ligações cerebrais inutilizadas
ou defeituosas. -
2:25 - 2:29Este processo é importante porque os
nossos circuitos neuronais servem de guia -
2:29 - 2:31a tudo o que fazemos.
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2:31 - 2:34Através de imagens produzidas por
ressonância magnética funcional, -
2:34 - 2:38cientistas descobriram que a capacidade
de limpeza e melhoramento cerebral -
2:38 - 2:41não é viável em pessoas
com distúrbio bipolar. -
2:41 - 2:43Isso significa que os neurónios
ficam alterados -
2:43 - 2:46e criam um circuito impossível de navegar.
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2:46 - 2:49Tendo apenas como guia sinais confusos,
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2:49 - 2:54as pessoas com bipolaridade desenvolvem
pensamentos e comportamentos anómalos. -
2:54 - 2:56Para além disso, sintomas psicóticos,
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2:56 - 2:58como discurso e comportamento caótico,
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2:58 - 2:59pensamentos delirantes,
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2:59 - 3:00paranoia
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3:00 - 3:02e alucinações
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3:02 - 3:06podem surgir em fases mais agravadas
da bipolaridade. -
3:06 - 3:11Isto acontece por haver excesso de
um neurotransmissor, a dopamina. -
3:11 - 3:17Considerações à parte, não podemos
estabelecer só uma causa para o distúrbio. -
3:17 - 3:20Na verdade, é um problema complexo.
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3:20 - 3:23Por exemplo, a amígdala cerebelosa está
envolvida no racíocinio, -
3:23 - 3:25memória a longo prazo,
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3:25 - 3:27e em processos emocionais.
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3:27 - 3:31Nesta área cerebral, vários fatores como
os genes ou um trauma a nível social -
3:31 - 3:37podem criar anomalias e desencadear
sintomas de bipolaridade. -
3:37 - 3:39Esta condição tende a ser hereditária,
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3:39 - 3:42portanto, sabemos que a genética
está grandemente relacionada. -
3:42 - 3:45Porém, isso não quer dizer que exista
um único tipo de gene bipolar. -
3:45 - 3:49De facto, a probabilidade de vir
a desenvolver o distúrbio bipolar -
3:49 - 3:52está ligada às interações
entre vários genes -
3:52 - 3:56num sistema complexo que ainda
procuramos compreender. -
3:56 - 3:57As causas são complexas
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3:57 - 4:02e, consequentemente, diagnosticar e viver
com um distúrbio bipolar é um desafio. -
4:02 - 4:05Apesar disto, a doença é controlável.
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4:05 - 4:09Certos tratamentos, como o uso do lítio,
podem ajudar a controlar pensamentos -
4:09 - 4:12e comportamentos perigosos,
através da estabilização de humor. -
4:12 - 4:18Estes estabilizadores de humor
diminuem a atividade cerebral irregular -
4:18 - 4:21fortificando, portanto, as ligações
funcionais entre neurónios. -
4:21 - 4:24Outros usos medicinais frequentes
incluem antipsicóticos, -
4:24 - 4:27que alteram os efeitos da dopamina,
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4:27 - 4:29e terapia eletroconvulsiva,
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4:29 - 4:33que consiste numa descarga elétrica feita
ao cérebro, sob controlo profissional, -
4:33 - 4:36usada por vezes como
tratamento de emergência. -
4:36 - 4:38Alguns pacientes bipolares
recusam tratamento, -
4:38 - 4:40por recearem que atenue o humor em demasia
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4:40 - 4:42e que destrua a sua criatividade.
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4:43 - 4:46Mas a psiquiatria moderna está a tentar,
a todo o custo, evitar isso. -
4:46 - 4:50Hoje em dia, médicos avaliam os pacientes
caso a caso, -
4:50 - 4:53para administrarem a combinação
de tratamentos e terapias -
4:53 - 4:57que os possibilite viver ao máximo
das suas capacidades. -
4:57 - 5:00Para além de tratamentos,
pessoas com o distúrbio bipolar -
5:00 - 5:02podem beneficiar
com mudanças ainda mais simples. -
5:02 - 5:04Entre as quais: exercício físico regular
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5:04 - 5:05hábitos de sono saudáveis,
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5:05 - 5:08e manter-se afastado de vícios
como drogas e álcool, -
5:08 - 5:12já para não falar da aceitação e empatia
por parte de familiares e amigos. -
5:12 - 5:15Lembrem-se, o distúrbio bipolar
é uma doença, -
5:16 - 5:17não é culpa de ninguém,
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5:17 - 5:19nem a identidade de alguém,
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5:19 - 5:21mas sim algo que pode ser controlado
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5:21 - 5:24através de uma combinação de tratamentos
médicos que atuam internamente, -
5:24 - 5:29o acolhimento e compreensão
de amigos e familiares externamente, -
5:29 - 5:32e as próprias pessoas com esta doença
que perseveram -
5:32 - 5:35na tarefa de encontrar equilíbrio
nas suas vidas.
- Title:
- O que é o distúrbio bipolar? — Helen M. Farrell
- Speaker:
- Helen M. Farrell
- Description:
-
Veja mais sobre a lição: http://ed.ted.com/lessons/what-is-bipolar-disorder-helen-m-farrell
A palavra "bipolar" significa "dois extremos". Para os muitos milhões à volta do mundo que sofrem de distúrbios bipolares, a vida encontra-se dividida em duas realidades diferentes: o êxtase e a depressão. Então, qual é a causa deste distúrbio? E pode ser tratado? Helen M. Farrell descreve as causas principais e tratamentos para o distúrbio bipolar.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TED-Ed
- Duration:
- 05:58
Michelle Mehrtens edited Portuguese subtitles for What is bipolar disorder? | ||
Isabel Vaz Belchior edited Portuguese subtitles for What is bipolar disorder? | ||
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Ana Filipa Wong edited Portuguese subtitles for What is bipolar disorder? | ||
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