A arte das primeiras impressões — no "design" e na vida
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0:04 - 0:06Blá, blá, blá, blá, blá.
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0:06 - 0:08Blá, blá, blá, blá,
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0:08 - 0:11blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá.
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0:11 - 0:14Blá, blá, blá, blá.
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0:15 - 0:17O que diabo foi isso?
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0:17 - 0:21Bem, vocês não sabem
porque não o conseguiram compreender. -
0:21 - 0:24Não foi claro.
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0:24 - 0:28Mas, felizmente, foi dito
com suficiente convicção -
0:28 - 0:32para ser, pelo menos,
atraentemente misterioso. -
0:32 - 0:33["! Ou ?"]
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0:33 - 0:36Clareza ou mistério?
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0:36 - 0:40Equilibro estas duas coisas no meu
trabalho diário como "designer" gráfico, -
0:40 - 0:45assim como na minha vida diária
como novaiorquino, -
0:45 - 0:47todos os dias,
-
0:47 - 0:51e há dois elementos
que absolutamente me fascinam. -
0:51 - 0:53Eis um exemplo.
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0:53 - 0:57Quantas pessoas sabem
o que isto é? -
1:00 - 1:05Ok. Agora, quantas pessoas sabem
o que isto é? -
1:05 - 1:12Ok. Graças a mais dois hábeis traços
do genial Charles M. Schultz, -
1:12 - 1:15temos agora sete hábeis traços
que em si e fora de si -
1:15 - 1:19criam toda uma vida emocional,
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1:19 - 1:22uma vida que cativou
centenas de milhares de fãs -
1:22 - 1:24durante mais de 50 anos.
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1:24 - 1:26Isto é a capa de um livro
que concebi, -
1:26 - 1:30sobre a obra de Schultz
e sobre a sua arte, -
1:30 - 1:32que vai ser lançado no outono,
-
1:32 - 1:34e isto é a capa inteira.
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1:34 - 1:39Não há mais nenhuma informação tipográfica
ou visual na frente, -
1:39 - 1:43e o nome do livro é
"Only What's Necessary." -
1:43 - 1:49Isto de certa forma simboliza
as decisões que tenho de tomar diariamente -
1:49 - 1:53em relação ao "design" que vejo
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1:53 - 1:55e ao "design" que crio.
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1:56 - 1:57Portanto, clareza.
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1:57 - 1:59A clareza é objetiva.
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1:59 - 2:03É frontal. É honesta. É sincera.
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2:04 - 2:07Perguntamo-nos a nós próprios isto:
["Quando é que eu devo ser claro?"] -
2:07 - 2:13Qualquer coisa assim,
quer o consigamos ler ou não, -
2:13 - 2:16precisa de ser mesmo, mesmo clara.
-
2:16 - 2:18É clara?
-
2:21 - 2:27Este é um exemplo muito recente
da clareza urbana que adoro, -
2:27 - 2:32principalmente por estar sempre atrasado
e sempre com pressa. -
2:33 - 2:39Quando estes metros começaram a aparecer
há uns anos nas esquinas das ruas, -
2:39 - 2:43fiquei delirante, porque passei a saber,
finalmente, -
2:43 - 2:46quantos segundos me faltavam
para atravessar a rua -
2:46 - 2:49antes de ser atropelado por um carro.
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2:49 - 2:51Seis? Eu consigo.
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2:51 - 2:53(Risos)
-
2:53 - 2:57Vamos olhar para o "Yin"
e para a claridade do "Yang", -
2:57 - 3:00e isso é mistério.
-
3:01 - 3:06Por definição,
o mistério é bem mais complicado. -
3:06 - 3:10O mistério exige ser descodificado,
-
3:10 - 3:12e quando é bem feito,
queremos mesmo fazê-lo. -
3:12 - 3:14["Quando é que deves ser misterioso?"]
-
3:14 - 3:20Na II Guerra Mundial, os alemães
queriam mesmo, mesmo descodificar isto, -
3:20 - 3:23e não conseguiram.
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3:23 - 3:26Eis um exemplo de um projeto
que fiz recentemente -
3:26 - 3:28para um romance de Haruki Murakami,
-
3:28 - 3:31para o qual tenho feito projetos
de "design" há mais de 20 anos. -
3:31 - 3:37Este é um romance acerca de um jovem
que tem quatro grandes amigos -
3:37 - 3:41que, de repente, depois do primeiro ano
como caloiros na faculdade, -
3:41 - 3:44cortaram relações com ele
sem explicação, -
3:44 - 3:46e ele ficou devastado.
-
3:46 - 3:51Os nomes dos amigos têm todos
uma conotação em japonês com uma cor. -
3:51 - 3:56Há o Sr. Encarnado, o Sr. Azul,
O Sr. Branco e o Sr. Preto. -
3:57 - 4:00O nome de Tsukuru Tazaki
não corresponde a nenhuma cor, -
4:00 - 4:05por isso, a sua alcunha é "Descolorido"
e, quando recorda a amizade deles, -
4:05 - 4:08ele lembra-se de que eram como
os cinco dedos de uma mão. -
4:08 - 4:12Criei então a representação abstrata disso
-
4:12 - 4:16mas há muito mais coisas a acontecer
abaixo da superfície desta história, -
4:16 - 4:21e há muito mais coisas a acontecer
abaixo da superfície do casaco. -
4:21 - 4:26Os quatro dedos são agora
quatro linhas de comboio -
4:26 - 4:28no sistema de Metro de Tóquio,
-
4:28 - 4:30que tem significado no livro.
-
4:31 - 4:34E depois temos a linha de Metro
descolorida -
4:34 - 4:36a intersetar-se com cada uma
das outras cores, -
4:36 - 4:39o que ele faz mais adiante na história.
-
4:39 - 4:41Ele contactou cada uma destas pessoas
-
4:41 - 4:44para descobrir por que razão
foi tratado assim. -
4:44 - 4:49Este é o produto acabado em 3D
-
4:49 - 4:51em cima da secretária do meu gabinete,
-
4:51 - 4:56e tinha a esperança de que vocês
se sentissem simplesmente atraídos -
4:56 - 4:59pelo mistério que a capa suscita,
-
4:59 - 5:02e que o quisessem ler
-
5:02 - 5:07para descodificar e esclarecer
a razão de a capa ser como é. -
5:08 - 5:10["O Vernáculo Visual"]e
-
5:10 - 5:14Esta é uma maneira de usar
um tipo de mistério mais familiar. -
5:14 - 5:16O que é que isto significa?
-
5:16 - 5:19Significa isto:
["Faz com que se pareça com outra coisa."] -
5:19 - 5:23O vernáculo visual é a forma como
estamos habituados a ver uma certa coisa -
5:23 - 5:28aplicada a outra coisa de tal modo
que a vemos de forma diferente. -
5:28 - 5:32Esta é uma abordagem que quis fazer
num livro de ensaios de David Sedaris -
5:32 - 5:35que tinha este título na altura:
["All the Beauty You'll Ever Need"] -
5:35 - 5:39O desafio aqui foi este título
não significar realmente nada. -
5:39 - 5:43Não se relaciona com nenhum
dos ensaios do livro. -
5:43 - 5:48Apareceu em sonhos ao namorado do autor.
-
5:48 - 5:50Ora, obrigadinho.
-
5:50 - 5:52(Risos)
-
5:52 - 5:56Normalmente crio um "design" baseado,
de alguma maneira, no texto, -
5:56 - 5:58mas isto resume-se ao texto que existe.
-
5:58 - 6:03Então, com este título misterioso
que não significa realmente nada, -
6:03 - 6:04eu tentei raciocinar:
-
6:04 - 6:10"Onde poderei ler um excerto misterioso
que pareça significar algo -
6:10 - 6:12"sem significar nada?"
-
6:12 - 6:17Ora, pouco tempo depois,
uma noite, depois de uma refeição chinesa, -
6:17 - 6:21chegou isto, e pensei:
"Ah-ha, um ideiagasmo!" -
6:21 - 6:23(Risos)
-
6:23 - 6:29Sempre gostei das hilariantemente
misteriosas alegorias dos bolinhos da sorte -
6:29 - 6:32que parecem significar algo
de extremamente profundo -
6:32 - 6:36mas quando pensamos nisso — se pensarem —
não significam nada. -
6:36 - 6:42Esta diz: "Quase ninguém sabe o quanto
se ganha por ignorar o futuro." -
6:42 - 6:44Obrigado.
-
6:44 - 6:45(Risos)
-
6:45 - 6:51Mas podemos pegar neste vernáculo visual
e aplicá-lo ao Sr. Sedaris, -
6:51 - 6:57e estamos tão familiarizados com o que
se parecem as sortes dos bolinhos da sorte -
6:57 - 6:59que já nem precisamos dos pedaços
de bolinho. -
6:59 - 7:02Estamos apenas a ver esta coisa estranha
-
7:02 - 7:04e sabemos que adoramos o David Sedaris,
-
7:04 - 7:08e, portanto,
esperamos passar um bom bocado. -
7:08 - 7:12["Fraude: Ensaios", de David Rakoff]
David Rakoff foi um escritor maravilhoso -
7:12 - 7:16que chamou ao seu primeiro livro "Fraude"
-
7:16 - 7:18porque ele estava a ser enviado
pelas revistas -
7:18 - 7:21para fazer coisas
que não era capaz de fazer. -
7:21 - 7:23Ele era um sujeito citadino,
pequeno e magrinho, -
7:23 - 7:27e a revista GQ enviava-o
pelo rio Colorado abaixo -
7:27 - 7:30num barco insuflado
para ver se ele sobrevivia. -
7:31 - 7:35Depois ele escrevia sobre a experiência,
mas achava-se uma fraude -
7:35 - 7:37e uma deturpação de si próprio.
-
7:37 - 7:42E por isso, quis que a capa deste livro
fosse uma deturpação de si própria -
7:42 - 7:47e que de alguma forma mostrasse
a reação do leitor a isso. -
7:47 - 7:50Isso levou-me aos "graffiti".
-
7:50 - 7:52Sou fascinado pelos "graffiti".
-
7:52 - 7:55Penso que qualquer um que viva
num ambiente urbano -
7:55 - 7:59está sempre a encontrar "graffiti",
e há-os de todos os tipos. -
7:59 - 8:03Esta é uma imagem que tirei
no Lower East Side -
8:03 - 8:05de uma caixa de eletricidade
no passeio -
8:05 - 8:07que tem sido muito marcada.
-
8:07 - 8:13Quer vocês olhem para isto e pensem:
"Oh, mas que encantador artifício urbano" -
8:13 - 8:17quer olhem para isto e digam:
"Isto é um ato de vandalismo" -
8:17 - 8:20a única coisa em que todos vamos concordar
-
8:20 - 8:23é que é impossível de ler.
-
8:23 - 8:26Certo? Não há aqui uma mensagem clara.
-
8:26 - 8:32Há um outro tipo de "graffiti" que
considero serem bem mais interessantes, -
8:32 - 8:35aos quais chamo "graffiti" editoriais.
-
8:35 - 8:39Esta é uma imagem
que tirei recentemente no Metro, -
8:39 - 8:43e, por vezes, vemos montes de coisas
estúpidas e lascivas, -
8:43 - 8:45mas achei que isto era interessante.
-
8:45 - 8:50Isto é um póster que diz
"rah-rah Airbnb" -
8:50 - 8:53e alguém pegou num marcador
-
8:53 - 8:56e editorializou-o com aquilo
que pensava disso. -
8:56 - 8:59E atraiu a minha atenção.
-
8:59 - 9:03Então, pensei:
"Como vamos aplicar isto a este livro?" -
9:03 - 9:08Obtive o livro através de uma pessoa,
comecei a lê-lo e pensei: -
9:08 - 9:14"Este tipo não é quem diz que é:
ele é uma fraude." -
9:14 - 9:17Então, peguei num marcador vermelho,
-
9:17 - 9:21e completamente frustrado,
escrevi isto na frente. -
9:21 - 9:23Está feito o "design".
-
9:23 - 9:25(Risos)
-
9:26 - 9:28E eles aceitaram!
-
9:28 - 9:30(Risos)
-
9:30 - 9:32O autor gostou, o editor gostou,
-
9:32 - 9:35foi assim que o livro foi lançado
para o mundo, -
9:35 - 9:40e foi divertido ver as pessoas
a ler isto no Metro -
9:40 - 9:42e a andarem com ele
em todo o lado, -
9:42 - 9:45e todos pareciam um pouco malucos.
-
9:45 - 9:48(Risos)
-
9:48 - 9:50["'Perfidia', um romance de James Ellroy"]
-
9:50 - 9:53Ok, James Ellroy,
um escritor de policiais espantoso, -
9:53 - 9:55um bom amigo,
trabalhei com ele muitos anos. -
9:55 - 9:57Ele é provavelmente mais conhecido
como o autor -
9:57 - 10:00de "A Dália Negra" e "L.A. Confidential".
-
10:00 - 10:05O seu romance mais recente
chama-se assim, um nome muito misterioso -
10:05 - 10:09que, tenho a certeza, muitos saberão
o que significa, mas muitos outros não. -
10:09 - 10:16É uma história sobre um detetive
nipo-americano em Los Angeles, em 1941, -
10:16 - 10:18que investiga um assassínio.
-
10:18 - 10:20E depois acontece o Pearl Harbor.
-
10:20 - 10:23Como se a sua vida não fosse
suficientemente difícil, -
10:23 - 10:28agora as relações raciais
ficaram completamente destruídas. -
10:28 - 10:33Foram rapidamente criados
campos de concentração nipo-americanos, -
10:33 - 10:37há imensa tensão
e acontecem coisas horríveis -
10:37 - 10:40enquanto ele tenta resolver o caso.
-
10:40 - 10:45Ao princípio,
pensei nisto de forma muito literal: -
10:45 - 10:49"Muito bem, vamos pegar em Pearl Harbour
e juntamo-lo a Los Angeles -
10:49 - 10:56"e fazemos um céu do amanhecer
apocalíptico no horizonte da cidade". -
10:56 - 11:01E por isso, eis uma foto de Pearl Harbor
montada sobre uma de Los Angeles. -
11:01 - 11:05O meu editor principal disse:
"Sabe, é interessante -
11:05 - 11:11"mas acho que pode fazer melhor
e de forma mais simples." -
11:11 - 11:14Então voltei para o meu estirador,
como muitas vezes faço, -
11:14 - 11:19mas estando também atento
ao que me rodeia. -
11:19 - 11:23Trabalho num arranha-céus
em Midtown, -
11:23 - 11:26e todas as noites,
antes de deixar o escritório, -
11:26 - 11:29tenho de carregar neste botão para sair,
-
11:29 - 11:33e as pesadas portas de vidro abrem-se
e posso ir apanhar o elevador. -
11:33 - 11:36Uma noite, de repente,
-
11:36 - 11:41olhei para isto e vi-o de uma forma
que nunca tinha reparado antes. -
11:41 - 11:44Um grande círculo vermelho, perigo.
-
11:44 - 11:48E pensei que isto era tão óbvio
-
11:48 - 11:50que deve ter sido feito
vezes sem conta, -
11:50 - 11:55então fiz uma pesquisa de imagem no Google
e não consegui encontrar uma capa de livro -
11:55 - 11:56que se parecesse assim,
-
11:56 - 11:59por isso, foi isto, de facto,
o que resolveu o problema, -
11:59 - 12:02e graficamente é mais interessante
-
12:02 - 12:06e cria uma maior tensão entre a ideia
-
12:06 - 12:11de um certo tipo de nascer do sol
sobre Los Angeles e os EUA. -
12:12 - 12:15["'Gulp' A tour of the human
digestive system", de Mary Roach] -
12:15 - 12:17A Mary Roach é uma escritora maravilhosa
-
12:17 - 12:20que pega em temas científicos
potencialmente triviais -
12:20 - 12:23e torna-os tudo menos triviais;
ela faz com que sejam divertidos. -
12:23 - 12:27Este caso em particular,
é sobre o sistema digestivo humano. -
12:28 - 12:34Tentei imaginar como é que ia ser
a capa deste livro. -
12:34 - 12:36Isto é um autorretrato.
-
12:36 - 12:38(Risos)
-
12:38 - 12:44Todas as manhãs olho para mim
no espelho do armário dos medicamentos -
12:44 - 12:46para ver se a minha língua está preta.
-
12:46 - 12:49Se não estiver, posso ir-me embora.
-
12:50 - 12:52(Risos)
-
12:55 - 12:58Recomendo-vos a todos que façam isto.
-
12:58 - 13:00Mas também comecei a pensar:
-
13:00 - 13:03"Eis a nossa introdução...
-
13:03 - 13:05"...ao sistema digestivo humano."
-
13:05 - 13:08Mas penso que no que todos
estamos de acordo -
13:08 - 13:11é que as fotografias
de bocas humanas verdadeiras, -
13:11 - 13:15pelo menos, baseadas nesta, são de fugir.
-
13:15 - 13:16(Risos)
-
13:17 - 13:19Então, para a capa,
encomendei esta ilustração -
13:19 - 13:23que é literalmente mais agradável
ao palato -
13:23 - 13:27e que nos lembra que é melhor
abordarmos o sistema digestivo -
13:27 - 13:29a partir desta extremidade.
-
13:29 - 13:31(Risos)
-
13:32 - 13:34Eu nem preciso de completar esta frase.
Muito bem. -
13:35 - 13:38["Unuseful mystery"]
-
13:38 - 13:42O que é que acontece quando a clareza
e o mistério se misturam? -
13:42 - 13:43E estamos sempre a ver isso.
-
13:43 - 13:46Isto é o que chamo de "mistério inútil".
-
13:46 - 13:49Eu desço as escadas do Metro
— eu uso muito o Metro — -
13:49 - 13:54e este papel está colado
com fita-cola a uma viga. -
13:56 - 13:58Pus-me a pensar: "Olá..."
-
13:59 - 14:02O comboio está quase a vir
e eu estou para aqui a tentar perceber -
14:02 - 14:04o que significa isto, muito obrigadinho.
-
14:05 - 14:09Parte do problema é terem
compartimentado a informação -
14:09 - 14:13para facilitar a leitura, mas,
francamente, penso que não facilita nada. -
14:14 - 14:16Portanto, isto é um mistério
de que não precisamos. -
14:16 - 14:22Do que precisamos é de clareza útil,
por isso, só por graça, redesenhei isto. -
14:24 - 14:27Isto usa todos os mesmos elementos.
-
14:27 - 14:29(Aplausos)
-
14:29 - 14:33Obrigado. Ainda estou à espera
de uma chamada da direção do Metro. -
14:33 - 14:34(Risos)
-
14:34 - 14:38Sabem, eu nem estou a usar mais cores
do que as que eles usam. -
14:38 - 14:41Eles nem se deram ao trabalho
de fazer o 4 e o 5 verdes, -
14:41 - 14:42aqueles idiotas!
-
14:42 - 14:44(Risos)
-
14:44 - 14:48A primeira coisa que vemos
é que há uma mudança de serviço, -
14:48 - 14:51e depois, em duas frases completas
com princípio, meio e fim, -
14:51 - 14:56diz-nos qual é a mudança
e o que é que vai acontecer. -
14:56 - 14:58Chamem-me doido!
-
14:58 - 15:00(Risos)
-
15:03 - 15:04["Mistério Útil"]
Muito bem. -
15:04 - 15:09Aqui está um pouco de mistério que adoro:
-
15:09 - 15:11embalagem.
-
15:11 - 15:15Este novo "design" da lata de Coca-Cola
-
15:15 - 15:20da autoria de Turner Duckworth
é para mim uma verdadeira peça de arte. -
15:20 - 15:23É uma obra de arte. É linda.
-
15:23 - 15:27Mas parte do que a torna inspiradora
para mim, como "designer", -
15:27 - 15:32é ele ter pegado no vernáculo visual
da Coca-Cola Diet -
15:32 - 15:35— os tipos de letras, as cores,
o fundo prateado — -
15:35 - 15:40e ele reduziu-os às partes
mais essenciais, -
15:40 - 15:43portanto, é como voltar
à cara do Charlie Brown. -
15:43 - 15:46É tipo: como lhes dar informação
suficiente para saberem o que é -
15:46 - 15:52mas dando-lhes crédito pelo conhecimento
que eles já têm sobre esta coisa? -
15:52 - 15:56Tem uma aparência ótima, se entrassem
numa charcutaria -
15:56 - 16:00e de repente vissem aquilo na prateleira,
é maravilhoso. -
16:02 - 16:04O que faz a próxima coisa...
-
16:04 - 16:07["Clareza Inútil"]
...o mais desinspiradora possível, -
16:07 - 16:09pelo menos, para mim.
-
16:10 - 16:13Voltando ao Metro,
-
16:13 - 16:14depois disto aparecer,
-
16:14 - 16:16estas são as fotos que tirei.
-
16:16 - 16:19Estação de Metro da Times Square:
-
16:19 - 16:23A Coca-cola comprou todo o espaço
para a publicidade. Ok? -
16:24 - 16:27E talvez alguns de vocês saibam
no que é que isto vai dar. -
16:29 - 16:30Hum-hum.
-
16:30 - 16:33"Mudaste-te para Nova Iorque
só com a roupa que tinhas no corpo, -
16:33 - 16:36"os trocos no teu bolso,
e os olhos postos no prémio. -
16:36 - 16:38"Estás viciado na Coca."
-
16:38 - 16:39(Risos)
-
16:45 - 16:48"Mudaste-te para Nova Iorque
com um MBA, um fato limpo, -
16:48 - 16:51"e um aperto de mão extremamente firme.
-
16:51 - 16:52"Estás viciado na Coca."
-
16:52 - 16:53(Risos)
-
16:54 - 16:55Estes anúncios são verdadeiros!
-
16:55 - 16:57(Risos)
-
16:58 - 17:02Nem mesmo as vigas de suporte
foram poupadas, -
17:02 - 17:05embora tenham mudado para o modo Yoda.
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17:05 - 17:08(Risos)
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17:08 - 17:09"Coca, nela viciado estás."
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17:09 - 17:11(Risos)
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17:12 - 17:14["Desculpem, estou viciado no QUÊ??"]
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17:14 - 17:17Esta campanha foi uma enorme gafe.
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17:17 - 17:20Foi retirada quase instantaneamente
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17:20 - 17:23devido à reação negativa dos consumidores
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17:23 - 17:27e a todos os tipos de paródias
pouco lisonjeiras na Internet... -
17:27 - 17:28(Risos)
-
17:30 - 17:34...e o ponto em "nela viciado estás."
não é um ponto final, -
17:34 - 17:36é uma marca comercial.
-
17:36 - 17:37Por isso, muito obrigadinho.
-
17:38 - 17:41Para mim,
isto era simplesmente tão bizarro, -
17:41 - 17:46como puderam fazer a embalagem
tão misteriosamente linda e perfeita -
17:46 - 17:51e a mensagem tão insuportável e
claramente errada. -
17:51 - 17:53Para mim, era simplesmente inacreditável.
-
17:56 - 18:00Espero que tenha conseguido partilhar
com vocês algumas das minhas ideias -
18:00 - 18:04sobre o uso da clareza
e do mistério no meu trabalho, -
18:04 - 18:09e talvez como vocês poderão decidir
serem mais claros na vossa vida, -
18:09 - 18:15ou talvez a serem um pouco mais
misteriosos e não tão abertos. -
18:15 - 18:16(Risos)
-
18:19 - 18:24E se houver apenas uma coisa
com que vos deixe nesta palestra, -
18:24 - 18:26espero que seja esta:
-
18:26 - 18:29Bli, bli, bli, blá. Blá, blá, bli, bli.
-
18:29 - 18:31["'Judge this', Chip Kidd"]
-
18:31 - 18:33Bli, bli, blá, blá, blá.
Blá, blá, blá. -
18:33 - 18:33Blá, blá.
-
18:33 - 18:36(Aplausos)
- Title:
- A arte das primeiras impressões — no "design" e na vida
- Speaker:
- Chip Kidd
- Description:
-
O "designer" gráfico Chip Kidd sabe bem de mais o quão frequente é nós julgarmos "um livro pela sua capa". Nesta palestra hilariante e a alta velocidade, ele explica as duas técnicas que os "designers" utilizam para comunicarem de forma instantânea — clareza e mistério — e quando, porque e como é que eles trabalham. Ele celebra peças de "design" belas e úteis, faz uma leitura em diagonal dos trabalhos menos bem sucedidos e partilha as ideias por detrás de algumas das suas próprias capas de livros icónicas.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 18:57
Isabel Vaz Belchior edited Portuguese subtitles for The art of first impressions -- in design and life | ||
Isabel Vaz Belchior approved Portuguese subtitles for The art of first impressions -- in design and life | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for The art of first impressions -- in design and life | ||
Margarida Ferreira accepted Portuguese subtitles for The art of first impressions -- in design and life | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for The art of first impressions -- in design and life | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for The art of first impressions -- in design and life | ||
Isabel Vaz Belchior edited Portuguese subtitles for The art of first impressions -- in design and life | ||
Isabel Vaz Belchior edited Portuguese subtitles for The art of first impressions -- in design and life |