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A razão pela qual devem definir os vossos medos, em vez dos vossos objetivos

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    Esta minha fotografia feliz
    foi tirada em 1999.
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    Estava no último ano da faculdade,
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    e foi tirada logo após uma aula de dança.
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    Eu estava realmente muito feliz.
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    E lembro-me exatamente de onde eu estava
    cerca de uma semana e meia depois.
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    Estava sentado no porta-bagagem
    da minha velha mini van,
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    num estacionamento da faculdade,
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    quando decidi
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    cometer suicídio.
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    Eu fui muito rapidamente da decisão
    ao completo planeamento.
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    E cheguei mesmo à beira do precipício.
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    O mais perto a que eu alguma vez cheguei.
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    E a única razão
    pela qual tirei o dedo do gatilho,
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    foi graças a algumas
    coincidências felizes.
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    Depois desse momento,
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    era isso o que mais me assustava:
    a intervenção do acaso.
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    Então, tornei-me muito metódico
    no teste aos diferentes modos
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    de controlar os meus bons e maus momentos,
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    o que se provou ser um bom investimento.
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    (Risos)
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    Muitas pessoas normais
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    devem ter, digamos, de seis a dez
    grandes episódios de depressão
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    nas suas vidas.
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    Eu tenho distúrbio bipolar.
    É de família.
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    Já tive mais de 50 episódios até hoje,
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    e aprendi muito.
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    Já tive muitos episódios maníacos,
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    lutei várias vezes contra a escuridão,
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    tirando bons apontamentos.
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    Então, pensei que, em vez de criar
    uma receita qualquer de sucesso,
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    ou falar desses momentos,
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    eu iria partilhar a minha receita
    para evitar a auto-destruição,
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    e, certamente, as paralisias.
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    E a ferramenta que encontrei,
    que mostrou ser
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    a rede de segurança mais confiável
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    para a queda-livre emocional,
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    é, na verdade, a mesma ferramenta
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    que me tem ajudado a fazer
    as melhores decisões de negócio,
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    mas isso é secundário.
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    É o...
  • 1:40 - 1:42
    estoicismo.
  • 1:42 - 1:43
    Parece chato...
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    (Risos)
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    Talvez estejam a pensar no Spock,
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    ou talvez a evocar a imagem
    de algo parecido com isto...
  • 1:49 - 1:50
    (Risos)
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    Uma vaca à chuva.
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    Não está triste.
    Não está particularmente feliz.
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    É apenas uma criatura apática
    a receber o que a vida lhe der.
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    Podem não estar a pensar
    no derradeiro competidor, Bill Belichick,
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    treinador do New England Patriots,
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    com o seu indiscutível recorde
    de títulos da LNF na Super Bowl.
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    O estoicismo tem-se espalhado rapidamente
    na Liga Nacional de Futebol
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    como método de treino de firmeza mental
    nos últimos anos.
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    Provavelmente não vão pensar
    nos "Pais Fundadores"
  • 2:22 - 2:26
    — Thomas Jefferson, John Adams,
    George Washington —
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    para citar apenas três estudantes
    do estoicismo.
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    George Washington ordenou
    que uma peça de teatro sobre um estóico,
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    chamada "Catão: Uma tragédia",
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    fosse apresentada em Valley Forge
    para manter as suas tropas motivadas.
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    Então por que razão pessoas ativas
    se focam tanto nesta antiga filosofia?
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    Parece algo muito académico.
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    Eu incentivo-vos a pensar no estoicismo
    de um modo um pouco diferente,
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    como um sistema operacional
    para ambientes de elevado "stress",
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    para tomar melhores decisões.
  • 2:53 - 2:55
    E tudo começou...
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    Aqui,
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    mais ou menos,
  • 2:57 - 2:59
    numa varanda.
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    Por volta de 300 a.C, em Atenas,
  • 3:02 - 3:05
    alguém chamado Zenão de Cítio
    deu diversas palestras
  • 3:05 - 3:06
    a caminhar numa varanda pintada,
  • 3:07 - 3:08
    uma estoa,
  • 3:08 - 3:10
    que mais tarde originou
    a palavra "estoicismo".
  • 3:10 - 3:12
    No mundo greco-romano,
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    as pessoas usavam o estoicismo
    como um sistema abrangente
  • 3:16 - 3:17
    para fazerem muitas coisas.
  • 3:18 - 3:20
    Mas para nós, a mais importante
  • 3:20 - 3:23
    era treinar a distinção
    entre o que podemos controlar,
  • 3:23 - 3:25
    e o que não podemos.
  • 3:25 - 3:29
    E depois, fazer exercícios
    que se foquem exclusivamente no primeiro.
  • 3:29 - 3:32
    Isto diminui a reatividade emocional,
  • 3:32 - 3:34
    o que pode ser um superpoder.
  • 3:34 - 3:37
    Por outro lado, digamos
    que vocês são "quarterbacks".
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    Falham um passe e ficam furiosos convosco,
  • 3:39 - 3:41
    o que vos pode arruinar o jogo.
  • 3:41 - 3:45
    Se forem CEO e se se enfurecerem
    com um funcionário valorizado,
  • 3:45 - 3:47
    devido a uma infração mínima,
  • 3:47 - 3:49
    pode custar-vos o funcionário.
  • 3:50 - 3:51
    Se forem universitários
  • 3:51 - 3:55
    e estiverem numa fase, digamos, negativa,
  • 3:55 - 3:57
    sentirem-se continuamente
    incapazes e sem esperança,
  • 3:57 - 3:59
    pode custar-vos a vossa vida.
  • 3:59 - 4:01
    As probabilidades são muito altas
  • 4:02 - 4:04
    e há inúmeras ferramentas
    no "kit" de ferramentas
  • 4:04 - 4:05
    que ajudam a chegar lá.
  • 4:06 - 4:07
    Vou focar-me numa
  • 4:07 - 4:10
    que mudou completamente
    a minha vida em 2004.
  • 4:10 - 4:13
    Ela veio ao meu encontro
    graças a duas coisas:
  • 4:13 - 4:15
    um grande amigo, jovem, da minha idade,
  • 4:15 - 4:18
    morreu inesperadamente
    de cancro pancreático.
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    E depois a minha namorada,
    com quem eu achava que ia casar,
  • 4:21 - 4:22
    deixou-me.
  • 4:22 - 4:23
    Ela chegou ao limite,
  • 4:23 - 4:26
    não me enviou uma carta
    do tipo "Querido John",
  • 4:26 - 4:28
    mas deu-me isto...
  • 4:28 - 4:30
    uma placa do "Querido John"!
  • 4:30 - 4:31
    (Risos)
  • 4:31 - 4:33
    Não estou a inventar. Eu guardei isto.
  • 4:33 - 4:35
    "O horário de trabalho acaba às 17h00."
  • 4:35 - 4:36
    Ela deu-me isto
  • 4:36 - 4:38
    para pôr na minha secretária,
    para a minha saúde.
  • 4:38 - 4:41
    Nessa altura, eu trabalhava
    no meu primeiro verdadeiro negócio.
  • 4:41 - 4:43
    Não fazia ideia do que estava a fazer.
  • 4:43 - 4:46
    Trabalhava mais de 14 horas por dia,
    sete dias por semana,
  • 4:46 - 4:49
    usava estimulantes
    para me manter com energia,
  • 4:49 - 4:51
    usava sedativos
    para relaxar e ir dormir.
  • 4:51 - 4:52
    Era um desastre.
  • 4:52 - 4:54
    Sentia-me completamente preso.
  • 4:55 - 4:58
    Comprei um livro sobre a simplicidade
    para tentar encontrar respostas.
  • 4:58 - 5:02
    E encontrei uma citação que fez
    uma grande diferença na minha vida,
  • 5:02 - 5:03
    que era:
  • 5:03 - 5:08
    "Nós sofremos com mais frequência
    na nossa imaginação do que na realidade",
  • 5:08 - 5:09
    por Séneca, o Jovem,
  • 5:09 - 5:11
    que era um famoso escritor estoico.
  • 5:11 - 5:13
    Aquilo levou-me às suas cartas,
  • 5:13 - 5:15
    que me levaram ao exercício:
  • 5:15 - 5:18
    "Praemeditatio malorum",
  • 5:18 - 5:20
    que significa a pré-meditação
    sobre os males.
  • 5:20 - 5:23
    Basicamente, consiste em analisar,
    detalhadamente,
  • 5:23 - 5:26
    os piores cenários possíveis,
    aqueles que mais tememos,
  • 5:26 - 5:28
    impedindo-nos de agir precipitadamente,
  • 5:28 - 5:31
    para depois agirmos
    e superarmos esse bloqueio.
  • 5:31 - 5:33
    O meu problema era ter
    uma "mente de macaco",
  • 5:33 - 5:35
    sempre muito barulhenta,
  • 5:35 - 5:38
    a pensar que o meu modo
    de lidar com problemas não funciona.
  • 5:38 - 5:40
    Precisava de pôr
    os pensamentos no papel.
  • 5:40 - 5:42
    Então criei um exercício escrito:
  • 5:42 - 5:44
    "A Definição dos Medos",
  • 5:44 - 5:45
    para estabelecer metas para mim mesmo.
  • 5:46 - 5:48
    Consiste em três páginas.
  • 5:48 - 5:49
    Super simples.
  • 5:49 - 5:51
    A primeira página está aqui:
  • 5:51 - 5:54
    "E se eu (...)?"
  • 5:54 - 5:58
    Isto é qualquer coisa que temam,
    que vos cause ansiedade
  • 5:58 - 5:59
    que estejam a adiar.
  • 5:59 - 6:01
    Pode ser convidar alguém para sair,
  • 6:01 - 6:02
    terminar uma relação,
  • 6:02 - 6:05
    pedir uma promoção, demitir-se
    de um emprego, iniciar um negócio...
  • 6:05 - 6:06
    Qualquer coisa.
  • 6:06 - 6:10
    Para mim, era tirar as minhas primeiras
    férias em quatro anos
  • 6:10 - 6:13
    e afastar-me do meu trabalho
    durante um mês para ir a Londres,
  • 6:13 - 6:15
    onde eu poderia ficar de graça
    no quarto de um amigo
  • 6:15 - 6:18
    e decidir se eu deveria deixar ser
    um entrave no meu negócio,
  • 6:18 - 6:20
    ou fechá-lo.
  • 6:21 - 6:22
    Na primeira coluna, "Definir",
  • 6:23 - 6:26
    escrevem-se as piores coisas
    que imaginamos que podem acontecer
  • 6:26 - 6:28
    se dermos esse passo.
  • 6:28 - 6:29
    Escrevam entre dez e vinte.
  • 6:29 - 6:32
    Não vou dizer todas,
    mas dou-vos dois exemplos:
  • 6:32 - 6:36
    No primeiro, eu vou a Londres,
    vai estar a chover, eu fico deprimido
  • 6:36 - 6:38
    e será tudo uma enorme perda de tempo.
  • 6:38 - 6:41
    No segundo, vou perder uma carta do IRS,
  • 6:41 - 6:43
    e vou ser auditado,
  • 6:43 - 6:45
    inspecionado ou fechado,
    ou algo do género.
  • 6:45 - 6:47
    Depois, passamos à coluna "Prevenir".
  • 6:47 - 6:50
    Aí escrevemos a resposta à pergunta:
  • 6:50 - 6:53
    "O que posso eu fazer para evitar
    que estes cenários aconteçam
  • 6:53 - 6:54
    "ou para, pelo menos,
  • 6:54 - 6:57
    "diminuir a sua probabilidade,
    nem que seja ligeiramente?"
  • 6:57 - 6:59
    Então, para não ficar
    deprimido em Londres,
  • 6:59 - 7:01
    posso levar uma luz azul portátil comigo
  • 7:01 - 7:03
    e usá-la durante 15 minutos de manhã.
  • 7:03 - 7:05
    Eu sei que isso ajuda a prevenir
    episódios depressivos.
  • 7:06 - 7:10
    Para a carta do IRS, posso mudar
    o endereço em arquivo,
  • 7:10 - 7:12
    para que a papelada
    vá para o meu contabilista,
  • 7:12 - 7:14
    em vez de ir para a minha morada UPS.
  • 7:14 - 7:15
    Facílimo.
  • 7:15 - 7:17
    Depois passamos para "Reparar".
  • 7:18 - 7:20
    Se os piores cenários acontecerem,
  • 7:20 - 7:22
    o que podemos fazer
    para reparar os estragos,
  • 7:22 - 7:24
    nem que seja ligeiramente,
  • 7:24 - 7:26
    ou a quem é que podemos pedir ajuda?
  • 7:26 - 7:28
    No primeiro caso, Londres,
  • 7:28 - 7:32
    eu poderia arranjar algum dinheiro,
    viajar para Espanha, apanhar sol...
  • 7:32 - 7:34
    Fim dos estragos, caso ficasse deprimido.
  • 7:34 - 7:37
    No caso da carta do IRS perdida,
  • 7:37 - 7:39
    poderia ligar a um amigo que é advogado,
  • 7:39 - 7:42
    ou perguntar, digamos,
    a um Professor de Direito,
  • 7:42 - 7:44
    o que me recomendariam,
    com quem deveria falar,
  • 7:45 - 7:48
    como é que as pessoas lidaram
    com situações semelhantes no passado.
  • 7:48 - 7:51
    Uma coisa para ter em mente
    ao preencher esta primeira página é:
  • 7:51 - 7:54
    Já alguma vez alguém na História,
  • 7:54 - 7:56
    menos inteligente ou menos determinado,
  • 7:56 - 7:57
    resolveu isto?
  • 7:57 - 7:59
    É provável que a resposta seja "sim".
  • 8:00 - 8:01
    (Risos)
  • 8:01 - 8:04
    A segunda página é simples:
  • 8:04 - 8:07
    "Quais podem ser os benefícios
    de uma tentativa ou de sucesso parcial?"
  • 8:07 - 8:10
    Como vêem, estamos a enaltecer os medos
  • 8:10 - 8:12
    e a olhar cautelosamente para além deles.
  • 8:13 - 8:15
    Se tentarem o que seja
    que estão a considerar
  • 8:15 - 8:16
    não poderão aumentar a confiança,
  • 8:16 - 8:20
    desenvolver ferramentas
    emocionalmente, financeiramente?
  • 8:20 - 8:23
    Quais podem ser os benefícios
    se formos minimamente bem sucedidos?
  • 8:23 - 8:25
    Gastem entre 10 a 15 minutos nisto.
  • 8:25 - 8:26
    Página três.
  • 8:26 - 8:29
    Isto pode ser o mais importante,
    por isso, não passem à frente:
  • 8:29 - 8:31
    "O Custo da Inatividade".
  • 8:31 - 8:34
    Os humanos são muito bons
    a considerar o que pode correr mal
  • 8:34 - 8:36
    se tentarmos algo novo, por exemplo,
    pedirmos um aumento.
  • 8:37 - 8:39
    O que frequentemente não consideramos
  • 8:39 - 8:43
    é o custo atroz do "status quo"
  • 8:43 - 8:44
    — não mudar nada.
  • 8:45 - 8:47
    Então, devem questionar-se:
  • 8:47 - 8:50
    se eu evitar esta ação ou esta decisão
  • 8:51 - 8:53
    e ações e decisões semelhantes,
  • 8:53 - 8:58
    como é que será a minha vida daqui
    a 6 meses, 12 meses, 3 anos?
  • 8:58 - 9:01
    Se formos mais longe,
    começa a parecer inatingível.
  • 9:01 - 9:03
    E sejam detalhados
  • 9:03 - 9:06
    — mais uma vez, emocionalmente,
    financeiramente, fisicamente, o que seja.
  • 9:07 - 9:09
    E quando eu fiz isto,
    eu imaginei um cenário terrível.
  • 9:09 - 9:11
    Eu estava a automedicar-me.
  • 9:11 - 9:15
    O meu negócio podia colapsar
    a qualquer momento em qualquer altura,
  • 9:15 - 9:16
    se eu não me afastasse.
  • 9:16 - 9:19
    Os meus relacionamentos estavam
    conflituosos ou a fracassar
  • 9:19 - 9:23
    e eu percebi que ficar parado
    já não era uma opção para mim.
  • 9:24 - 9:25
    Estas são as três páginas.
  • 9:25 - 9:27
    É só isto. Isto é definir medos.
  • 9:27 - 9:30
    E depois disto, eu percebi que,
    numa escala de 1 a 10,
  • 9:30 - 9:34
    sendo 1, o mínimo impacto,
    e 10, o máximo impacto,
  • 9:34 - 9:36
    se desse esse passo,
    eu estaria a arriscar
  • 9:36 - 9:39
    entre 1 a 3 de sofrimento
    temporário e reversível,
  • 9:39 - 9:43
    face a um 8 a 10 do impacto
    das mudanças positivas na minha vida,
  • 9:43 - 9:45
    que poderiam ser semipermanentes.
  • 9:45 - 9:47
    Então enfrentei o medo.
  • 9:47 - 9:49
    Nenhum dos desastres aconteceu.
  • 9:49 - 9:50
    Houve alguns percalços, certamente.
  • 9:50 - 9:52
    Eu fui capaz de sair do negócio.
  • 9:53 - 9:57
    E acabei por prolongar essa viagem
    por um ano e meio pelo mundo fora
  • 9:57 - 9:59
    e isso tornou-se a base
    para o meu primeiro livro,
  • 9:59 - 10:01
    que me traz aqui hoje.
  • 10:01 - 10:04
    Consigo ver todas
    as minhas maiores vitórias
  • 10:04 - 10:07
    e todos os meus maiores desastres evitados
  • 10:07 - 10:09
    quando volto a fazer
    a "Definição de Medos",
  • 10:09 - 10:10
    pelo menos uma vez a cada trimestre.
  • 10:11 - 10:12
    Não é uma panaceia.
  • 10:12 - 10:16
    Vão perceber que alguns dos vossos medos
    estão muito bem fundamentados.
  • 10:16 - 10:16
    (Risos)
  • 10:16 - 10:18
    Mas devem não devem concluir isso
  • 10:18 - 10:21
    sem primeiro examiná-los ao microscópio.
  • 10:21 - 10:24
    Isto não transforma todos os momentos
    e escolhas difíceis em fáceis,
  • 10:24 - 10:26
    mas pode tornar muitos deles mais fáceis.
  • 10:27 - 10:29
    Gostava de acabar com a história
  • 10:29 - 10:32
    de um dos meus estoicos
    modernos preferidos.
  • 10:32 - 10:34
    Este é Jerzy Gregorek.
  • 10:35 - 10:38
    Ele foi quatro vezes campeão olímpico
    em levantamento de pesos,
  • 10:38 - 10:40
    um refugiado político,
  • 10:40 - 10:41
    um poeta publicado...
  • 10:42 - 10:43
    Com 62 anos,
  • 10:43 - 10:46
    ele ainda consegue dar-me uma sova
    e provavelmente à maioria de vós.
  • 10:47 - 10:49
    Ele é um tipo impressionante.
  • 10:49 - 10:51
    Passei imenso tempo
    na sua estoa, na sua varanda,
  • 10:51 - 10:53
    a pedir conselhos de vida e de treino.
  • 10:54 - 10:57
    Ele fez parte do Sindicato Autónomo
    "Solidariedade" na Polónia,
  • 10:57 - 11:00
    que foi um movimento não violento
    por mudanças sociais,
  • 11:00 - 11:03
    que foi violentamente
    suprimido pelo governo.
  • 11:03 - 11:05
    Ele perdeu a sua carreira como bombeiro.
  • 11:05 - 11:08
    Então o seu mentor, um padre,
    foi raptado, torturado, morto
  • 11:08 - 11:10
    e atirado para um rio.
  • 11:10 - 11:11
    Depois, ele foi ameaçado.
  • 11:11 - 11:14
    Ele e a sua mulher tiveram que fugir
    da Polónia, de país em país,
  • 11:14 - 11:17
    até chegarem aos EUA,
    praticamente sem nada,
  • 11:17 - 11:18
    a dormir no chão.
  • 11:19 - 11:22
    Ele agora vive em Woodside, Califórnia,
    num sítio muito simpático,
  • 11:22 - 11:25
    e das mais de 10 000 pessoas
    que conheci na minha vida,
  • 11:25 - 11:27
    eu colocá-lo-ia no top 10,
  • 11:27 - 11:30
    em termos de sucesso e felicidade.
  • 11:30 - 11:33
    E agora vem aí o remate final,
    por isso, prestem atenção.
  • 11:33 - 11:35
    Eu enviei-lhe uma mensagem
    há algumas semanas,
  • 11:35 - 11:38
    a perguntar-lhe se ele já
    tinha lido alguma filosofia estoica.
  • 11:38 - 11:40
    E ele respondeu
    duas páginas de texto.
  • 11:40 - 11:43
    Isso não é nada típico dele.
    Ele é um tipo conciso.
  • 11:43 - 11:44
    (Risos)
  • 11:44 - 11:46
    E ele, não só estava familiarizado
    com o estoicismo,
  • 11:46 - 11:50
    como me indicou, para todas
    as suas decisões mais importantes,
  • 11:50 - 11:52
    os seus pontos de inflexão,
  • 11:52 - 11:55
    quando se mantinha fiel
    aos seus princípios e à sua ética,
  • 11:56 - 11:57
    como usava o estoicismo
  • 11:57 - 11:59
    e algo como a "Definição de Medos",
  • 11:59 - 12:01
    o que eu achei impressionante.
  • 12:01 - 12:02
    E ele acabou com duas coisas:
  • 12:02 - 12:06
    Primeira: ele não conseguia imaginar
    nenhuma vida mais bonita
  • 12:06 - 12:08
    do que a de um estoico.
  • 12:09 - 12:12
    E a última, foi o seu lema de vida,
    que ele aplica a tudo,
  • 12:12 - 12:14
    e que vocês podem aplicar a tudo:
  • 12:15 - 12:18
    "Escolhas fáceis, vida difícil.
  • 12:18 - 12:21
    Escolhas difíceis, vida fácil."
  • 12:22 - 12:24
    As escolhas difíceis
  • 12:24 - 12:28
    — o que mais tememos fazer,
    perguntar, dizer —
  • 12:29 - 12:33
    estas são frequentemente aquelas
    que mais precisamos de fazer.
  • 12:34 - 12:36
    E os maiores desafios e problemas
    que enfrentamos
  • 12:36 - 12:39
    nunca se irão resolver
    com conversas agradáveis,
  • 12:39 - 12:42
    quer sejam nas vossas cabeças,
    ou com outras pessoas.
  • 12:43 - 12:45
    Por isso, encorajo-vos a perguntarem-se:
  • 12:45 - 12:47
    onde é que, atualmente, nas vossas vidas,
  • 12:47 - 12:49
    definirem os vossos medos
  • 12:49 - 12:52
    poderá ser mais importante
    do que definirem os vossos objetivos?
  • 12:53 - 12:56
    Mantenham sempre esta ideia presente,
    as palavras de Séneca:
  • 12:56 - 13:00
    "Nós sofremos mais na imaginação
    do que na realidade."
  • 13:00 - 13:01
    Muito obrigado.
  • 13:01 - 13:04
    (Aplausos)
Title:
A razão pela qual devem definir os vossos medos, em vez dos vossos objetivos
Speaker:
Tim Ferriss
Description:

As escolhas difíceis — aquilo que mais tememos fazer, dizer, perguntar — são muitas vezes aquelas que temos que fazer. Como é que podemos ultrapassar os nossos bloqueios e agir? Tim Ferriss encoraja-nos a conhecer e a escrever detalhadamente os nossos medos, através de um simples mas poderoso exercício a que ele chama "A Definição dos Medos". Aprenda mais sobre como esta estratégia o pode ajudar a ultrapassar ambientes de elevado "stress" e a separar o que consegue controlar do que não consegue.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
13:21

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