O novo sonho americano
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0:01 - 0:02Sou uma jornalista,
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0:02 - 0:05então gosto de procurar
por histórias não contadas, -
0:05 - 0:08vidas que passam alheias
às manchetes de jornais. -
0:09 - 0:12Eu também estou tentando criar raízes,
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0:12 - 0:15escolher um companheiro, fazer bebês.
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0:15 - 0:17Nos últimos anos,
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0:17 - 0:19estou tentando entender
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0:19 - 0:22o que constitui a boa vida do século 21.
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0:23 - 0:28Não só pelo fato de ser fascinada
pelas implicações morais e filosóficas, -
0:28 - 0:31mas também por estar desesperadamente
precisando de respostas. -
0:32 - 0:34Vivemos em um tempo de incertezas.
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0:34 - 0:38Na verdade, pela primeira vez
na história americana, -
0:38 - 0:42a maioria dos pais não acham
que seus filhos estarão melhores -
0:42 - 0:43do que eles estão.
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0:43 - 0:46Isso vale para ricos e pobres,
homens e mulheres. -
0:47 - 0:50Ouvindo isso, alguns de vocês
podem ficar tristes. -
0:50 - 0:53Afinal, a América investe profundamente
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0:53 - 0:55nessa ideia de transcendência econômica,
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0:56 - 0:59em que cada geração deve ser
melhor que a anterior, -
0:59 - 1:03ganhando mais, comprando mais, sendo mais.
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1:03 - 1:05Exportamos esse sonho
para o mundo inteiro, -
1:05 - 1:08então as crianças no Brasil,
na China e até no Quênia -
1:08 - 1:11herdam o nosso desejo insaciável
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1:11 - 1:13por mais e mais.
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1:13 - 1:16Mas quando eu li essa pesquisa
histórica pela primeira vez, -
1:16 - 1:18na verdade, não fiquei triste.
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1:19 - 1:20Parecia uma provocação.
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1:21 - 1:24"Estar melhor", baseado em quais padrões?
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1:25 - 1:27"Estar melhor" é encontrar
um emprego estável -
1:27 - 1:30com o qual você possa contar
pelo resto da vida? -
1:30 - 1:32Esses estão quase extintos.
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1:32 - 1:36As pessoas mudam de emprego,
em média, a cada 4,7 anos, -
1:36 - 1:38e estima-se que em 2020
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1:38 - 1:41quase metade dos americanos
serão free-lancers. -
1:42 - 1:44Certo, então "estar melhor"
é só um número? -
1:44 - 1:47Tem a ver com ganhar o máximo que puder?
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1:48 - 1:51Estamos falhando nesse quesito.
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1:51 - 1:56O rendimento médio mensal
mantém-se estável desde 2000, -
1:56 - 1:57ajustado pela inflação.
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1:58 - 2:02Tudo bem, então estar melhor é ter
uma casa grande com cerca branca? -
2:03 - 2:04Poucos estão realizando isso.
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2:05 - 2:08Quase 5 milhões de pessoas
perderam suas casas na grande recessão, -
2:08 - 2:13e cada vez mais temos consciência
dos passos que podemos dar, -
2:13 - 2:16ou seremos enganados em muitos
casos de preços abusivos, -
2:16 - 2:17para realizar essa façanha.
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2:18 - 2:21O índice de propriedade imobiliária
é o menor desde 1995. -
2:22 - 2:25Tudo bem, não encontramos
um emprego estável -
2:25 - 2:27não ganhamos muito dinheiro,
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2:27 - 2:30e não moramos em uma mansão.
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2:30 - 2:32Que toque a marcha fúnebre
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2:32 - 2:35para tudo que fez a América ser grande.
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2:36 - 2:37Mas,
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2:38 - 2:42são esses os melhores indicadores
da grandeza de uma nação, -
2:42 - 2:43de uma vida bem vivida?
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2:44 - 2:47O que eu acho que faz a América
grande é o espírito de reinvenção. -
2:48 - 2:50Na esteira da Grande Recessão,
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2:50 - 2:54muitos americanos estão redefinindo
o que significa "estar melhor". -
2:54 - 2:58No fim, tem mais a ver
com comunidade e criatividade -
2:58 - 3:00do que com dólares e centavos.
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3:01 - 3:03Agora, permitam-me que esclareça:
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3:03 - 3:0714,8% dos americanos que vivem na pobreza,
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3:07 - 3:10precisam de dinheiro, pura e simplesmente.
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3:10 - 3:14E todos nós precisamos de políticas
que nos protejam da exploração -
3:14 - 3:17de empregadores
e instituições financeiras. -
3:17 - 3:22Nada aqui pretende sugerir
que o abismo entre ricos e pobres -
3:22 - 3:25não seja algo profundamente imoral.
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3:26 - 3:28Mas,
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3:28 - 3:30frequentemente, deixamos
esse assunto de lado. -
3:31 - 3:35Falamos sobre a pobreza como se ela
fosse uma experiência monolítica; -
3:35 - 3:37falamos sobre os pobres
como se fossem as únicas vítimas. -
3:38 - 3:41Parte do que eu aprendi
na pesquisa e nos relatórios -
3:41 - 3:43é que a arte de viver bem
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3:43 - 3:46geralmente é praticada magistralmente
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3:46 - 3:49pelos mais necessitados.
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3:50 - 3:53Agora, se a necessidade
é a mãe da invenção, -
3:53 - 3:54eu começo a acreditar
-
3:54 - 3:58que a recessão pode ser
o pai da consciência. -
3:59 - 4:02Isso coloca-nos perante
questões profundas, -
4:02 - 4:05às quais somos indiferentes
ou negligentes demais para fazê-las, -
4:05 - 4:07em tempos de relativo conforto.
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4:07 - 4:09Como deveríamos trabalhar?
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4:09 - 4:10Como deveríamos viver?
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4:11 - 4:13Todos nós, querendo ou não,
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4:13 - 4:15procuramos essas respostas,
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4:15 - 4:18com os nossos antepassados
cochichando no ouvido. -
4:19 - 4:23Meu bisavô era um alcoólatra em Detroit
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4:23 - 4:26que às vezes conseguia manter
seu emprego na fábrica. -
4:27 - 4:30Por incrível que pareça,
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4:30 - 4:31ele tinha 21 filhos
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4:31 - 4:34com a mesma mulher, minha bisavó,
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4:34 - 4:37que morreu aos 47 anos,
com câncer de ovário. -
4:38 - 4:40Agora, estou em minha segunda gravidez
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4:40 - 4:44e não consigo nem imaginar
o que ela deve ter passado. -
4:45 - 4:48E se você tentar fazer as contas
foram seis pares de gêmeos. -
4:49 - 4:52Então meu avô, seu filho,
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4:52 - 4:53tornou-se um caixeiro-viajante
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4:53 - 4:55que vivia altos e baixos.
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4:55 - 4:58Então meu pai cresceu atendendo
a porta para credores -
4:59 - 5:01e mentindo que seus pais não estavam.
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5:01 - 5:05Ele tirou o próprio aparelho ortodôntico,
usando alicates na garagem, -
5:05 - 5:09quando o pai dele confessou
não ter dinheiro para o ortodontista. -
5:10 - 5:12Então meu pai, como era de se esperar,
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5:12 - 5:15tornou-se um advogado
especialista em falências. -
5:15 - 5:17Daria uma boa novela, não é?
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5:17 - 5:21Ele estava obstinado
em dar uma base segura -
5:21 - 5:22para o meu irmão e eu.
-
5:23 - 5:26Então eu faço essas perguntas
referindo-me às gerações de vida difícil. -
5:27 - 5:30Meus pais garantiram
que eu crescesse em um porto seguro -
5:30 - 5:33que me permitiu
questionar, arriscar e vencer. -
5:34 - 5:37Ironicamente, e provavelmente
às vezes para frustração deles, -
5:37 - 5:41é o empenho inabalável deles
com a estabilidade, -
5:41 - 5:43que me permite questionar seu valor,
-
5:43 - 5:46ou ao menos seu valor
como historicamente definimos -
5:46 - 5:48no século 21.
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5:49 - 5:51Vamos ao fundo desta questão:
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5:51 - 5:53como deveríamos trabalhar?
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5:54 - 5:57Deveríamos trabalhar como nossas mães.
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5:58 - 6:01Isso mesmo: passamos décadas
tentando inserir as mulheres -
6:01 - 6:04num mundo de trabalho construído
para homens de carreira. -
6:04 - 6:07Muitas fizeram malabarismos
para se encaixarem, -
6:07 - 6:09mas outras criaram caminhos
pouco convencionais, -
6:10 - 6:12criando uma mistura
de significado e dinheiro, -
6:12 - 6:15com flexibilidade suficiente
para fazer o que precisavam -
6:15 - 6:16para aqueles que amam.
-
6:17 - 6:19Minha mãe chama isso de "fazer funcionar."
-
6:20 - 6:23Hoje, vejo consultores
chamarem de "portfólio". -
6:24 - 6:26Seja o que for,
-
6:26 - 6:31mais e mais homens anseiam
por vidas plenas, mas não assoladas. -
6:31 - 6:36Eles dormem e acordam pensando
no dever de serem pais e filhos presentes. -
6:37 - 6:39A artista Ann Hamilton disse:
-
6:39 - 6:44"O trabalho é uma forma de conhecer".
-
6:44 - 6:46Em outras palavras,
nosso ramo de atividade -
6:46 - 6:48é o que entendemos sobre o mundo.
-
6:49 - 6:51Se isso é verdade, e eu acho que é,
-
6:51 - 6:55então as mulheres que têm se preocupado
desproporcionalmente com os pequenos, -
6:55 - 6:57os doentes e os idosos,
-
6:57 - 7:00beneficiaram-se desproporcionalmente
-
7:00 - 7:03do tipo mais profundo
de conhecimento que existe: -
7:03 - 7:06conhecer a condição humana.
-
7:06 - 7:09Ao priorizar o cuidado,
-
7:09 - 7:11os homens, de certo modo,
reivindicam seus direitos -
7:11 - 7:14a todo o espectro da existência humana.
-
7:15 - 7:18Isso significa que jornada
de trabalho não funciona mais. -
7:19 - 7:22Marcar o ponto está tão obsoleto
quanto fazer carreira. -
7:22 - 7:25Muitas indústrias nascem
e morrem todos os dias. -
7:25 - 7:27Tudo será não linear a partir de agora.
-
7:27 - 7:29Temos que parar de perguntar às crianças:
-
7:29 - 7:31"O que você quer ser quando crescer?"
-
7:31 - 7:35E começar a perguntar: "Como você
quer ser quando crescer?" -
7:35 - 7:37O trabalho deles mudará constantemente.
-
7:37 - 7:39O denominador comum serão eles.
-
7:40 - 7:41Quanto mais entenderem seus dons
-
7:41 - 7:44e criarem equipes ideais de colaboradores,
-
7:44 - 7:46melhor se sairão.
-
7:47 - 7:49O desafio é reinventar
a rede de segurança social -
7:49 - 7:52para atender essa crescente
economia fragmentada. -
7:52 - 7:54Precisamos de planos de saúde.
-
7:54 - 7:58Precisamos de políticas que permitam
que todos possam ficar debilitados, -
7:58 - 8:01ou cuidar de pessoas debilitadas,
sem serem demitidos. -
8:01 - 8:04Precisamos pensar
em uma renda básica universal. -
8:04 - 8:06Precisamos reinventar
a gestão do trabalho. -
8:07 - 8:11A promessa de um mundo profissional
estruturado para atender -
8:11 - 8:12nossos valores do século 21,
-
8:12 - 8:15e não ideias arcaicas do tipo
ganhar o pão de cada dia, -
8:15 - 8:18está mais do que atrasada;
-
8:18 - 8:19basta perguntar a sua mãe.
-
8:20 - 8:23Agora, que tal a segunda pergunta:
como deveríamos viver? -
8:24 - 8:25Deveríamos viver
-
8:26 - 8:28como nossos antepassados imigrantes.
-
8:29 - 8:31Quando chegaram na América,
-
8:31 - 8:35eles dividiam apartamentos, meios
de sobrevivência, o cuidado com os filhos; -
8:35 - 8:37sempre sabiam como alimentar mais um,
-
8:37 - 8:39mesmo com pouca comida disponível.
-
8:40 - 8:43Mas eles foram avisados que o sucesso
consistia em deixar a aldeia para trás -
8:43 - 8:46e perseguir o símbolo do sonho americano,
-
8:46 - 8:48a cerca branca.
-
8:48 - 8:53E ainda hoje, quando vemos a cerca branca,
pensamos em sucesso, posses. -
8:53 - 8:55Mas quando você retira o sentimentalismo,
-
8:55 - 8:58o que a cerca realmente faz é nos dividir.
-
8:58 - 9:01Muitos americanos estão
renunciando à cerca branca -
9:01 - 9:04e o tipo de vida altamente
privada que ocorre dentro dela, -
9:04 - 9:06e reivindicando a vida na aldeia,
-
9:06 - 9:08reivindicando interdependência.
-
9:09 - 9:14Por exemplo, somos 50 milhões de pessoas
vivendo em residências intergeracionais. -
9:14 - 9:17Esse número explodiu
com a Grande Recessão, -
9:17 - 9:19mas tornou-se a forma
que as pessoas gostam de viver. -
9:19 - 9:23Dois terços daqueles que vivem com várias
gerações debaixo do mesmo teto -
9:23 - 9:26dizem que isso melhora o relacionamento.
-
9:26 - 9:29Alguns estão optando em dividir
moradia não com familiares, -
9:29 - 9:32mas com outras pessoas que entendem
da saúde e dos benefícios econômicos -
9:32 - 9:34da convivência diária.
-
9:34 - 9:37A CoAbode, uma plataforma
on-line para mães solteiras -
9:37 - 9:39que querem dividir uma casa
com outras mães solteiras, -
9:39 - 9:41tem 50 mil usuárias.
-
9:42 - 9:44E pessoas acima de 65 anos
estão muito propensas -
9:44 - 9:48a procurar essas alternativas
de acomodação. -
9:48 - 9:51Elas entendem que sua qualidade de vida
-
9:51 - 9:55depende de uma mistura
de solidão e solidariedade. -
9:56 - 10:00Isso serve para todos,
pensando bem, jovens e idosos. -
10:00 - 10:04Por muito tempo, fingimos que a felicidade
é um rei em seu castelo. -
10:04 - 10:06Mas todas as pesquisas provam o contrário.
-
10:07 - 10:10Elas revelam que os mais saudáveis,
felizes e até mais seguros, -
10:10 - 10:16em termos de alterações climáticas,
em termos de crime, -
10:16 - 10:20são os americanos que vivem
integrados com seus vizinhos. -
10:21 - 10:23Eu experimentei isso em primeira mão.
-
10:23 - 10:26Nos últimos anos, vivi em uma comunidade
de moradia compartilhada. -
10:26 - 10:30Com mais de 6 mil m2 de caquizeiros,
-
10:30 - 10:34um arbusto de amoras
em torno de um jardim comunitário, -
10:34 - 10:37bem no meio, a propósito,
do centro urbano de Oakland. -
10:37 - 10:40As nove casas foram feitas
de modo diferente, -
10:40 - 10:41com tamanhos e formas diferentes,
-
10:41 - 10:43porém o mais ecológicas possível.
-
10:43 - 10:46Grandes painéis de energia no telhado
-
10:46 - 10:49permitem que a conta de luz
não passe de US$ 5 mensais. -
10:50 - 10:55As 25 pessoas que moram lá têm diferentes
idades, convicções políticas e profissões, -
10:55 - 10:58e vivem em casas que têm tudo
que uma casa normal teria. -
10:58 - 11:01Mas, complementarmente, dividimos
uma cozinha industrial e um refeitório, -
11:01 - 11:04onde comemos juntos duas vezes por semana.
-
11:04 - 11:08Quando conto às pessoas que vivo assim,
normalmente há duas reações extremas. -
11:08 - 11:10Ou dizem: "Por que não
vivemos todos assim?" -
11:10 - 11:15Ou dizem: "Isso parece totalmente
apavorante. Eu jamais faria isso". -
11:15 - 11:20Pois asseguro a vocês: há um respeito
sagrado pela privacidade entre nós, -
11:21 - 11:23mas também um compromisso
com o que chamamos: -
11:23 - 11:25"hospitalidade radical".
-
11:26 - 11:28Não do tipo anunciada
pelos hoteis "Four Seasons", -
11:29 - 11:34mas do tipo que diz que cada
pessoa é digna de gentileza, -
11:34 - 11:36e ponto final.
-
11:37 - 11:41A minha maior surpresa em morar
numa comunidade como essa? -
11:41 - 11:45Você divide todo o trabalho doméstico
os reparos, cozinhar, a horta; -
11:45 - 11:47mas você também divide
o trabalho emocional. -
11:48 - 11:51Ao invés de depender apenas
da unidade familiar idealizada -
11:51 - 11:52para resolver necessidades emocionais,
-
11:53 - 11:55você pode contar com dezenas de pessoas
-
11:55 - 11:57para falar de um dia duro no trabalho,
-
11:57 - 11:59ou sobre como lidar
com um professor abusivo. -
12:00 - 12:04Os adolescentes da nossa comunidade
geralmente pedem conselhos -
12:04 - 12:07a adultos que não são seus pais.
-
12:07 - 12:11Isso é o que se chama
de "criação revolucionária", -
12:11 - 12:13esse humilde reconhecimento
-
12:13 - 12:16de que as crianças são mais saudáveis
quando há uma gama maior de adultos -
12:16 - 12:18que elas podem imitar
ou com quem podem contar. -
12:18 - 12:21E é mais saudável para os adultos, também.
-
12:22 - 12:23É muita pressão,
-
12:23 - 12:27tentar ser a família perfeita
por trás daquela cerca branca. -
12:28 - 12:31O novo "estar melhor",
como eu vim a chamá-lo, -
12:31 - 12:34tem menos a ver
com investir na família perfeita -
12:34 - 12:37e mais em investir na aldeia imperfeita,
-
12:37 - 12:42seja morando com familiares, em comunidade
de moradia compartilhada, como a minha, -
12:42 - 12:44ou apenas alguns vizinhos
que se comprometem a conhecer -
12:44 - 12:46e cuidar uns dos outros.
-
12:46 - 12:48O senso comum é bom, certo?
-
12:48 - 12:51Porém, o dinheiro geralmente nos confunde
-
12:51 - 12:53sobre realizar coisas.
-
12:54 - 12:56A riqueza mais confiável
-
12:56 - 12:58é encontrada nos relacionamentos.
-
13:00 - 13:03O novo "estar melhor" não é
uma perspectiva individual. -
13:03 - 13:08Na verdade, se você é um fracassado,
ou se pensa que é, tenho boas notícias: -
13:08 - 13:12você pode ser um sucesso por padrões
ainda não considerados por você. -
13:12 - 13:16Você pode receber pouco,
mas ser um pai magnífico. -
13:16 - 13:19Talvez você não possa comprar
a casa dos sonhos, -
13:19 - 13:21mas promova festas lendárias no bairro.
-
13:22 - 13:24Se você é um exemplo de sucesso,
-
13:24 - 13:28as consequências do que estou
dizendo podem ser sombrias. -
13:28 - 13:32Você pode ser um fracasso
por padrões que importam a você, -
13:32 - 13:34mas que o mundo não valoriza.
-
13:35 - 13:36Só você pode saber.
-
13:37 - 13:41Eu sei que não serei um tributo
-
13:41 - 13:42à minha bisavó,
-
13:42 - 13:45que viveu uma vida tão curta e brutal,
-
13:45 - 13:48se eu ganhar dinheiro suficiente
para pagar todo tipo de conforto. -
13:49 - 13:52Não se pode fugir do sofrimento
nem encontrar o sentido. -
13:52 - 13:54Não há casa suficientemente grande
-
13:54 - 13:57para apagar a dor
que ela teve que suportar. -
13:57 - 14:03Serei um tributo a ela, se viver a vida
mais conectada e corajosa possível. -
14:04 - 14:07Em meio à incerteza generalizada,
-
14:07 - 14:09podemos, na verdade, ficar inseguros.
-
14:10 - 14:13Mas podemos deixar
que a insegurança nos faça frágeis -
14:13 - 14:14ou flexíveis.
-
14:15 - 14:20Podemos nos virar para dentro, perder a fé
no poder das instituições em mudar, -
14:20 - 14:22podemos até perder a fé em nós mesmos.
-
14:22 - 14:24Ou podemos olhar para fora,
-
14:24 - 14:29cultivar a fé na nossa habilidade
de aproximar, conectar, criar. -
14:31 - 14:33Acontece que o maior perigo
-
14:34 - 14:37não é falhar em alcançar
o sonho americano. -
14:38 - 14:40O maior perigo é alcançar um sonho
-
14:40 - 14:42no qual, na verdade, você não acredita.
-
14:43 - 14:45Não faça isso.
-
14:45 - 14:48Faça da coisa mais difícil,
a coisa mais interessante, -
14:48 - 14:52que é criar uma vida
na qual o que você faz todos os dias, -
14:52 - 14:55as pessoas a quem você doa
seu maior amor, criatividade e energia, -
14:55 - 14:58alinham-se o mais próximo possível
com o que você acredita. -
14:59 - 15:02Isso, e não algo tão mundano
quanto ganhar dinheiro, -
15:02 - 15:04é um tributo a seus antepassados.
-
15:04 - 15:08Essa é a bela luta.
-
15:09 - 15:10Obrigada.
-
15:10 - 15:13(Aplausos)
- Title:
- O novo sonho americano
- Speaker:
- Courtney Martin
- Description:
-
Pela primeira vez na história, a maioria dos pais americanos não acreditam que seus filhos serão melhores do que eles foram. Isso não deve ser visto como algo alarmante, diz a jornalista Courtney Martin, longe disso, é uma oportunidade para definir uma nova abordagem de trabalho e família que enfatiza a comunidade e criatividade. "O grande perigo é realizar um sonho no qual, na verdade, você não acredita."
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 15:32
Ruy Lopes Pereira approved Portuguese, Brazilian subtitles for The new American Dream | ||
Ruy Lopes Pereira edited Portuguese, Brazilian subtitles for The new American Dream | ||
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Claudia Sander accepted Portuguese, Brazilian subtitles for The new American Dream | ||
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