Sarah Kay: Se eu tiver uma filha ...
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0:00 - 0:03Se eu tiver uma filha,
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0:03 - 0:05em vez de Mãe,
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0:05 - 0:08ela vai me chamar de Ponto B,
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0:08 - 0:11porque assim ela saberá que aconteça o que acontecer,
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0:11 - 0:14ao menos, poderá sempre encontrar seu caminho até mim.
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0:14 - 0:17E eu pintarei o sistema solar em suas mãos,
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0:17 - 0:20assim ela terá que aprender o universo todo
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0:20 - 0:23antes de dizer, "Ah, sei isso como a palma da minha mão."
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0:23 - 0:25E ela vai aprender
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0:25 - 0:28que esta vida vai lhe acertar com força, na cara,
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0:28 - 0:31esperar que você se levante só para lhe dar um chute no estômago.
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0:31 - 0:33Mas, ficar sem folêgo
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0:33 - 0:35é o único meio de lembrar aos seus pulmões
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0:35 - 0:37do quanto gostam do sabor do ar.
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0:37 - 0:39Há dores aqui
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0:39 - 0:41que não podem ser curadas com Band-Aids ou poesia.
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0:41 - 0:43Então, na 1ª vez que ela perceber
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0:43 - 0:45que a Mulher Maravilha não vem,
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0:45 - 0:47me assegurarei que ela saiba
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0:47 - 0:49que ela não terá que usar a capa sozinha.
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0:49 - 0:51Porque não importa o quanto você estique os dedos,
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0:51 - 0:53suas mãos serão sempre muito pequenas
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0:53 - 0:55para colher toda a dor que você quer curar.
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0:55 - 0:57Acredite, eu já tentei.
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0:57 - 0:59"E, querida," eu lhe direi,
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0:59 - 1:01não empine seu nariz assim.
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1:01 - 1:03Conheço esse truque: já usei um milhão de vezes.
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1:03 - 1:05Você só está procurando a fumaça
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1:05 - 1:08para poder seguir o caminho de volta a uma casa em chamas,
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1:08 - 1:10para achar o garoto que perdeu tudo no fogo
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1:10 - 1:12e ver se pode salvá-lo.
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1:12 - 1:16Ou então achar o garoto que acendeu o fogo,
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1:16 - 1:18e ver se pode mudá-lo."
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1:18 - 1:20Mas sei que ela irá de todo jeito,
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1:20 - 1:22por isso terei sempre um estoque extra
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1:22 - 1:24de chocolate e botas de chuva por perto,
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1:24 - 1:27porque não existe sofrimento que chocolate não conserte.
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1:28 - 1:30OK, existem alguns sofrimentos que chocolate não conserta.
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1:30 - 1:32Mas é para isso que servem as botas.
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1:32 - 1:36Porque a chuva lavará tudo, se você deixar.
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1:36 - 1:38Quero que ela veja o mundo
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1:38 - 1:40através do fundo de vidro de um barco,
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1:40 - 1:42que através de um microscópio
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1:42 - 1:44veja as galáxias que existem
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1:44 - 1:46nesse pontinho que é uma mente humana,
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1:46 - 1:48porque foi assim que minha mãe me ensinou.
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1:48 - 1:50Que existirão dias assim.
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1:50 - 1:53♫ Existirão dias assim, minha mãe disse. ♫
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1:53 - 1:55Quando você abre as mãos para pegar algo
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1:55 - 1:57e acaba só com bolhas e hematomas;
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1:57 - 2:00quando você sai da cabine telefônica e tenta voar
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2:00 - 2:02e as pessoas que você mais quer salvar
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2:02 - 2:04são aquelas em cima da sua capa;
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2:04 - 2:06quando suas botas se encherem de chuva,
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2:06 - 2:08e você estiver de joelhos, desapontada.
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2:08 - 2:11E esses são os dias que você tem mais motivo para dizer obrigado.
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2:11 - 2:13Porque não há nada mais lindo
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2:13 - 2:16que o jeito como o oceano se recusa a parar de beijar a costa,
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2:16 - 2:19não importa quantas vezes ele é varrido.
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2:19 - 2:22Você colocará o vento a ganhar algo, perder algo.
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2:22 - 2:24Você colocará a estrela
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2:24 - 2:26começando de novo e de novo.
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2:26 - 2:29Não importa quantas minas terrestres explodam por minuto,
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2:29 - 2:31fique certa que sua mente aterrisse
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2:31 - 2:33na beleza desse curioso lugar chamado vida.
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2:33 - 2:36E sim, numa escala de um a super confiante,
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2:36 - 2:38Eu sou bem ingênua.
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2:38 - 2:41Mas eu quero que ela saiba que este mundo é feito de açucar.
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2:41 - 2:43Pode se esfarelar tão facilmente,
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2:43 - 2:46mas não tenha medo de esticar a língua e experimentá-lo.
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2:46 - 2:49"Querida", direi, "lembre-se, sua mãe é preocupada,
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2:49 - 2:51e seu pai é guerreiro,
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2:51 - 2:53e você é a garota com mãos pequenas e olhos grandes
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2:53 - 2:55que nunca para de querer mais."
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2:55 - 2:57Lembre-se que as boas coisas vêm em três
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2:57 - 2:59e assim vêm as ruins.
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2:59 - 3:01E sempre peça desculpas quando fizer algo errado.
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3:01 - 3:03Mas nunca se desculpe
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3:03 - 3:06pelo jeito como seus olhos se negam a parar de brilhar.
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3:06 - 3:09Sua voz é baixa, mas nunca pare de cantar.
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3:09 - 3:11E quando eles finalmente lhe fizerem sofrer,
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3:11 - 3:14quando lançarem guerra e ódio debaixo de sua porta
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3:14 - 3:16e oferecerem nas esquinas panfletos
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3:16 - 3:18de cinismo e derrota,
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3:18 - 3:23diga que realmente eles tem que conhecer a sua mãe.
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3:24 - 3:28Obrigada. Obrigada.
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3:28 - 3:30(Aplausos)
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3:30 - 3:32Obrigada.
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3:32 - 3:35(Aplausos)
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3:35 - 3:37Obrigada.
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3:37 - 3:39(Aplausos)
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3:39 - 3:41Obrigada.
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3:41 - 3:45(Aplausos)
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3:45 - 3:48Certo, então quero que vocês deem um tempo,
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3:48 - 3:50e que pensem em 3 coisas
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3:50 - 3:52que sejam verdade para vocês.
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3:52 - 3:54Elas podem ser o que vocês quiserem --
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3:54 - 3:56tecnologia, entretenimento, design,
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3:56 - 3:58sua família, o que comeram no café da manhã.
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3:58 - 4:01A única regra é não pensar muito.
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4:01 - 4:03OK, pronto? Comecem.
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4:09 - 4:11OK.
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4:11 - 4:13Aqui estão 3 coisas que são verdade para mim.
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4:13 - 4:15Sei que Jean-Luc Godard estava certo
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4:15 - 4:17quando disse que, "uma boa história
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4:17 - 4:19tem começo, meio e fim,
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4:19 - 4:22não necessariamente nessa ordem."
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4:22 - 4:25Sei que estou super nervosa e entusiasmada por estar aqui,
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4:25 - 4:27o que inibe muito minha capacidade de ficar calma.
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4:27 - 4:29(Risos)
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4:29 - 4:31E eu sei
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4:31 - 4:33que esperei a semana toda para contar essa piada.
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4:33 - 4:35(Risos)
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4:35 - 4:38Por que o espantalho foi convidado ao TED?
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4:38 - 4:41Porque ele se destaca em seu campo.
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4:41 - 4:44(Risos)
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4:44 - 4:47Desculpem-me.
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4:47 - 4:50OK, então há três coisas que são verdade para mim.
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4:50 - 4:53Mas há muitas coisas que tenho dificuldade em compreender.
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4:53 - 4:57Então escrevo poemas para entendê-las.
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4:57 - 4:59Às vezes, o único caminho que conheço para resolver algo
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4:59 - 5:01é escrevendo um poema.
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5:01 - 5:03E às vezes, eu chego ao fim de um poema
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5:03 - 5:05e olho para trás e falo, "Ah, então é isso".
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5:05 - 5:07E às vezes chego ao fim de um poema
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5:07 - 5:09e não resolvi nada.
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5:09 - 5:11mas ao menos tenho um novo poema.
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5:11 - 5:14Poesia falada é a arte da poesia de performance.
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5:14 - 5:16Digo às pessoas que isso envolve criar poesia
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5:16 - 5:18que não quer ficar só no papel,
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5:18 - 5:21que algo nela exige que seja escutada em voz alta
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5:21 - 5:23ou presenciada ao vivo.
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5:23 - 5:25Quando estava no 1ª série do ensino médio,
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5:25 - 5:29eu era uma explosão de hormônios.
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5:29 - 5:31E era subdesenvolvida
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5:31 - 5:33e super agitada.
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5:33 - 5:35E a despeito de meu temor
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5:35 - 5:37de ser observada por muito tempo,
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5:37 - 5:40eu era fascinada pela poesia falada.
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5:40 - 5:43Sentia que meus dois amores secretos, poesia e teatro,
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5:43 - 5:46tinham ficado juntos, tido um bebê,
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5:46 - 5:48um bebê que eu precisava conhecer.
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5:48 - 5:50Então decidi tentar.
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5:50 - 5:52Meu primeiro poema falado,
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5:52 - 5:56envolto na sabedoria dos 14 anos,
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5:56 - 5:58era sobre a injustiça
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5:58 - 6:00de ser vista como pouco feminina.
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6:00 - 6:02O poema era de muita indignação,
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6:02 - 6:04e bastante exagerado,
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6:04 - 6:07mas a única poesia falada que já tinha visto até então
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6:07 - 6:09era principalmente de indignação,
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6:09 - 6:11então eu pensei que era o que se esperava de mim.
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6:11 - 6:13Em minha primeira apresentação
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6:13 - 6:16a plateia de adolescentes clamava e gritava em solidariedade,
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6:16 - 6:19e quando deixei o palco estava tremendo.
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6:19 - 6:21Senti um toque no ombro,
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6:21 - 6:23e me virei para ver
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6:23 - 6:25essa garota gigante num moleton de capuz surgir da multidão.
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6:25 - 6:27Ela talvez tivesse uns 2,40m de altura
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6:27 - 6:29e parecia que poderia me bater com uma mão,
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6:29 - 6:31mas ao contrário, ela balançou a cabeça
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6:31 - 6:34e disse, "Ei, eu realmente senti isso. Obrigada".
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6:34 - 6:36E como se um raio me atingisse.
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6:36 - 6:38Eu me encantei.
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6:38 - 6:41Descobri esse bar em Manhattan, no Lower East Side,
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6:41 - 6:44que mantinha um sarau semanal aberto de poesia,
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6:44 - 6:47e meus desconcertados, mas encorajadores pais me levaram
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6:47 - 6:50para eu absorver cada grama de poesia falada que eu pudesse.
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6:50 - 6:53Fui a mais nova por ao menos uma década,
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6:53 - 6:56mas os poetas do Clube de Poesia de Bowery
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6:56 - 6:59não pareciam se incomodar com os meus 14 anos --
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6:59 - 7:01de fato, eles me receberam bem.
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7:01 - 7:03E foi lá, ouvindo esses poetas compartilharem suas histórias
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7:03 - 7:06que aprendi que poesia falada não precisava ser de protesto,
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7:06 - 7:09poderia ser divertida ou sofrida
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7:09 - 7:11ou séria ou boba.
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7:11 - 7:14O Clube de Poesia de Bowery tornou-se minha sala de aula e lar.
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7:14 - 7:16E os poetas que se apresentavam
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7:16 - 7:18me encorajavam a dividir minhas histórias.
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7:18 - 7:20Não importava o fato de eu ter 14 anos--
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7:20 - 7:23eles me diziam, "Escreva sobre ter 14 anos".
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7:23 - 7:25E assim eu fiz e ficava impressionada toda semana
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7:25 - 7:28quando esses brilhantes, poetas adultos
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7:28 - 7:30riam comigo e sofriam em solidariedade
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7:30 - 7:33e me aplaudiam e diziam, "Ei, eu realmente senti isso também."
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7:34 - 7:37Agora posso dividir meu caminho de poesia falada
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7:37 - 7:39em três etapas.
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7:39 - 7:41Etapa um foi o momento que eu disse,
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7:41 - 7:43"Eu consigo. Eu consigo fazer isso."
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7:43 - 7:45E foi graças a uma garota de capuz.
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7:45 - 7:47Etapa dois foi o momento que eu disse,
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7:47 - 7:49"Eu irei. Eu irei continuar.
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7:49 - 7:52Amo poesia falada. Continuarei voltando semana após semana."
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7:52 - 7:54E a etapa três começou
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7:54 - 7:56quando entendi que não precisava escrever poemas de protesto,
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7:56 - 7:58se eu não era assim.
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7:58 - 8:00Havia coisas que eram específicas para mim,
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8:00 - 8:03e quanto mais eu focava naquelas coisas,
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8:03 - 8:05mais estranha ficava minha poesia,
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8:05 - 8:07mas cada vez mais se parecia comigo.
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8:07 - 8:10Não é só o adágio "escreva o que você sabe,"
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8:10 - 8:13é sobre juntar todo o conhecimento e experiência
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8:13 - 8:15que tenha acumulado até o momento
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8:15 - 8:18para ajudá-lo a mergulhar nas coisas que desconhece.
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8:18 - 8:20Uso poesia para me ajudar a lidar com o que não compreendo,
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8:20 - 8:22mas eu chego para cada novo poema
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8:22 - 8:24com uma mochila cheia
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8:24 - 8:26dos lugares onde já estive.
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8:26 - 8:29Na universidade, conheci um colega poeta
-
8:29 - 8:32que partilhou da minha crença na magia da poesia falada.
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8:32 - 8:34E realmente, Phil Kaye e eu
-
8:34 - 8:37coincidentemente partilhamos o mesmo sobrenome.
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8:37 - 8:40Quando estava no ensino médio criei o Projeto V.O.I.C.E.
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8:40 - 8:43como um meio de encorajar amigos a fazer poesia falada comigo.
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8:43 - 8:46Mas Phil e eu decidimos reinventar o Projeto V.O.I.C.E. --
-
8:46 - 8:48dessa vez mudando a missão
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8:48 - 8:51usando poesia falada como meio de entreter,
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8:51 - 8:53educar e inspirar.
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8:53 - 8:55Éramos alunos em tempo integral, mas nos intervalos viajávamos,
-
8:55 - 8:57nos apresentando e ensinando
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8:57 - 9:00de crianças de 9 anos a mestrandos em Artes,
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9:00 - 9:03da Califórnia, à Indiana, à Índia
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9:03 - 9:06à escola pública perto do campus.
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9:06 - 9:08E víamos toda vez
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9:08 - 9:10como a poesia falada
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9:10 - 9:12entreabria fechaduras.
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9:12 - 9:14Mas, às vezes,
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9:14 - 9:16poesia pode ser assustadora.
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9:16 - 9:18Às vezes,
-
9:18 - 9:21é preciso jeito para que adolescentes escrevam poesia.
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9:21 - 9:24Então eu pensei em listas. Todos conseguem escrever listas.
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9:24 - 9:26E a primeira lista que passei
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9:26 - 9:29foi "10 coisas que conheço como verdade."
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9:29 - 9:32E é isso que acontece, e é isso que você descobriria também
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9:32 - 9:34se todos nós começássemos a compartilhar as listas.
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9:34 - 9:36Num certo momento, você perceberia
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9:36 - 9:39que alguém tem exatamente a mesma coisa,
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9:39 - 9:41ou uma coisa bem similar,
-
9:41 - 9:43a algo em sua lista.
-
9:43 - 9:45E então mais alguém
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9:45 - 9:48tem algo completamente oposto ao seu.
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9:48 - 9:51Terceiro, alguém tem algo que você nunca ouviu falar antes.
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9:51 - 9:54E quarto, alguém tem algo que você pensava saber tudo a respeito,
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9:54 - 9:57mas eles apresentam sob uma nova perspectiva.
-
9:57 - 10:00E eu digo as pessoas que é de onde grandes histórias começam --
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10:00 - 10:02Essas quatro interseções
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10:02 - 10:04sobre o que você é apaixonado
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10:04 - 10:06e sobre o que os outros podem estar se dedicando.
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10:06 - 10:09E a maioria das pessoas respondem bem a esse exercício.
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10:09 - 10:12Mas uma de minhas alunas, da 1ª série, chamada Charlotte,
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10:12 - 10:14não estava convencida.
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10:14 - 10:17Charlotte era muito boa em escrever listas, mas se recusava a escrever poemas.
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10:17 - 10:20"Senhorita", ela dizia, "Não sou interessante.
-
10:20 - 10:23Não tenho nada interessante a dizer."
-
10:23 - 10:25Então eu passava uma lista depois da outra,
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10:25 - 10:27e um dia eu passei uma lista
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10:27 - 10:29"10 Coisas que eu deveria ter aprendido até agora."
-
10:29 - 10:31Número três na lista de Charlotte era,
-
10:31 - 10:33"Eu deveria ter aprendido a não me apaixonar por caras
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10:33 - 10:35três vezes mais velho."
-
10:35 - 10:37Eu perguntei a ela o significado daquilo,
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10:37 - 10:39e ela disse, "Senhorita, é uma história meio longa."
-
10:39 - 10:42E eu disse, "Charlotte, isso me parece bem interessante."
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10:42 - 10:44Então ela escreveu seu primeiro poema,
-
10:44 - 10:47um poema de amor diferente de qualquer um que eu tenha ouvido.
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10:47 - 10:50E o poema era assim,
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10:50 - 10:52"Anderson Cooper é um homem deslumbrante."
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10:52 - 10:54(Risos)
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10:54 - 10:56"Você o viu em 60 Minutos,
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10:56 - 10:58competindo com Michael Phelps na piscina --
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10:58 - 11:00só de sunga de praia --
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11:00 - 11:02nadando, decidido a ganhar do campeão de natação?
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11:02 - 11:05Depois da competição, sacudiu os cabelos platinados, molhados
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11:05 - 11:07e disse, "Você é um deus."
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11:07 - 11:09Não, Anderson, você é o deus."
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11:09 - 11:11(Risos)
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11:11 - 11:15(Aplausos)
-
11:15 - 11:18Agora eu sei que a regra número 1 para ser interessante
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11:18 - 11:20é parecer inabalável,
-
11:20 - 11:23nunca admitir que algo o amedronta
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11:23 - 11:25ou o impressiona ou o entusiasma.
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11:25 - 11:27Alguém uma vez me disse
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11:27 - 11:29que é como caminhar pela vida assim.
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11:29 - 11:31Você se protege
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11:31 - 11:34de todos os sofrimentos inesperados ou mágoas que possam surgir.
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11:34 - 11:36Mas eu tento caminhar pela vida assim.
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11:36 - 11:39E sim, isso significa ir pegando todas os sofrimentos e mágoas,
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11:39 - 11:42mas também significa que quando lindas, maravilhosas coisas
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11:42 - 11:44simplesmente caem do céu,
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11:44 - 11:46eu estou pronta para pegá-las.
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11:46 - 11:48Uso poesia falada para ajudar meus alunos
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11:48 - 11:50redescobrir o encantamento,
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11:50 - 11:53combater seus instintos de ser o interessante e inabalável
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11:53 - 11:56e, ao contrário, ativamente se envolver com o que está ao seu redor,
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11:56 - 11:59para que possam reinterpretar e criar algo disso.
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11:59 - 12:01Não penso que poesia falada
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12:01 - 12:03é a forma ideal de arte.
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12:03 - 12:06Estou sempre tentando encontrar o melhor meio de contar cada história.
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12:06 - 12:09Escrevo musicais, faço curtas-metragens, além dos meus poemas.
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12:09 - 12:11Mas eu ensino poesia falada
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12:11 - 12:13porque é acessível.
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12:13 - 12:15Não é todo mundo que sabe ler música
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12:15 - 12:17ou tem uma câmera,
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12:17 - 12:19mas todo mundo consegue se comunicar de algum jeito,
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12:19 - 12:21e todos têm histórias
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12:21 - 12:23com as quais podemos aprender.
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12:23 - 12:26Além disso, poesia falada permite conexões imediatas.
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12:26 - 12:28Não é incomum as pessoas sentirem que são sós
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12:28 - 12:30ou que ninguém as compreende,
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12:30 - 12:32mas professores de poesia falada
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12:32 - 12:35se vocês têm a habilidade de se expressarem
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12:35 - 12:37e a coragem de apresentarem essas histórias e opiniões,
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12:37 - 12:39vocês poderiam ser recompensados
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12:39 - 12:41com uma sala cheia de colegas,
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12:41 - 12:43ou de sua comunidade, que lhes ouvirão.
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12:43 - 12:45E talvez até uma garota gigante de capuz
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12:45 - 12:47se conectará com o que você partilhou.
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12:47 - 12:50E isso é uma descoberta maravilhosa,
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12:50 - 12:52especialmente quando se tem 14 anos.
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12:52 - 12:54E mais, agora com YouTube,
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12:54 - 12:56essa conexão não se limita mais a sala em que você está
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12:56 - 12:59Tenho tanta sorte que há esse arquivo das apresentações
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12:59 - 13:01que posso compartilhar com meus alunos.
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13:01 - 13:03Isso permite até mais oportunidades
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13:03 - 13:06para que eles encontrem um poeta ou poema
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13:06 - 13:08com os quais se identifiquem.
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13:08 - 13:10É tentador -- uma vez que você entende isso --
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13:10 - 13:12É tentador continuar escrevendo o mesmo poema,
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13:12 - 13:15ou continuar contando a mesma história, toda vez,
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13:15 - 13:17já que sabe que será aplaudido.
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13:17 - 13:20Não é suficiente apenas ensinar que você pode se expressar,
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13:20 - 13:22você tem que crescer e explorar
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13:22 - 13:24e se arriscar e desafiar a si mesmo.
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13:24 - 13:27E isso é etapa três
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13:27 - 13:29infusionando seu trabalho
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13:29 - 13:31com as coisas específicas que fazem você ser você,
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13:31 - 13:33mesmo quando essas coisas estão sempre mudando.
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13:33 - 13:36Porque etapa três nunca acaba.
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13:36 - 13:38Mas você não tem que começar na etapa três,
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13:38 - 13:41até que comece na etapa um antes: eu consigo.
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13:41 - 13:43Viajo muito quando estou ensinando,
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13:43 - 13:46e nem sempre consigo ver meus alunos chegarem na etapa três,
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13:46 - 13:48mas tive muita sorte com Charlotte,
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13:48 - 13:51pois vi sua jornada se desvelar desse jeito.
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13:51 - 13:53Eu a vi perceber
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13:53 - 13:56que, colocando as coisas que ela conhece como verdade no que ela está fazendo,
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13:56 - 13:59ela consegue criar poemas que só Charlotte consegue escrever --
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13:59 - 14:02sobre globos oculares, elevadores e a exploradora Dora.
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14:02 - 14:04E estou tentando contar histórias que só eu posso contar --
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14:04 - 14:06como essa história.
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14:06 - 14:09Gastei tempo pensando sobre o melhor jeito de contar essa história,
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14:09 - 14:11e pensei se o melhor jeito
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14:11 - 14:13seria através de PowerPoint ou curta metragem --
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14:13 - 14:15e onde exatamente seria o começo ou meio ou o fim?
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14:15 - 14:18E eu pensei se chegaria ao fim dessa palestra
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14:18 - 14:21e finalmente entenderia tudo ou não.
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14:21 - 14:23E eu sempre pensei que meu começo fora no Club de Poesia de Bowery,
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14:23 - 14:26mas é possível que tenha sido bem antes.
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14:26 - 14:28Me preparando para o TED,
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14:28 - 14:30descobri essa página num antigo diário.
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14:30 - 14:34Penso que 54 de dezembro era provavelmente dia 24.
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14:34 - 14:36É claro que quando era criança,
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14:36 - 14:38eu definitivamente andava pela vida assim.
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14:38 - 14:40Penso que nós todos andávamos.
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14:40 - 14:43Gostaria de ajudar os outros a redescobrir esse encanto --
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14:43 - 14:45de se comprometer com isso, de querer aprender,
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14:45 - 14:47querer compartilhar o que aprenderam,
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14:47 - 14:49o que eles compreenderam como verdade
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14:49 - 14:51e o que ainda estão tentando compreender.
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14:51 - 14:54Então gostaria de terminar, com esse poema
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14:54 - 14:57Quando bombardearam Hiroshima,
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14:57 - 15:00a explosão formou uma mini-supernova,
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15:00 - 15:03então cada ser vivo, humano ou planta
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15:03 - 15:05que teve contato direto
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15:05 - 15:07com os raios daquele sol
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15:07 - 15:09virou instantaneamente cinzas.
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15:09 - 15:11E o que restou da cidade também virou cinzas.
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15:11 - 15:13O duradouro estrago da radiação nuclear
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15:13 - 15:16fez com que uma cidade inteira e sua população
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15:16 - 15:19virassem pó.
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15:19 - 15:22Quando nasci, minha mãe diz que eu olhava ao redor do quarto de hospital
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15:22 - 15:26com a expressão que dizia, "Isso? já fiz isso antes."
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15:26 - 15:28Ela diz que tenho velhos olhos.
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15:28 - 15:31Quando me avó Genji morreu, eu tinha apenas 5 anos,
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15:31 - 15:33mas peguei minha mãe pela mão e disse a ela,
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15:33 - 15:36"Não se preocupe, ele voltará como um bebê."
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15:36 - 15:39E ainda, para alguém que aparentemente já havia feito isso antes,
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15:39 - 15:42eu ainda não compreendi nada.
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15:42 - 15:45Meus joelhos ainda vacilam toda vez que subo num palco.
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15:45 - 15:47Minha autoconfiança pode ser medida
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15:47 - 15:49em colheres de chá misturadas a minha poesia,
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15:49 - 15:52e isso ainda dá um gosto estranho em minha boca.
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15:52 - 15:55Mas em Hiroshima, pessoas foram exterminadas,
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15:55 - 15:58deixando apenas um relógio ou página de diário.
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15:58 - 16:01Então não importa se tenho inibições de encher meus bolsos,
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16:01 - 16:03continuo tentando,
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16:03 - 16:05esperando que um dia escreva um poema
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16:05 - 16:07que me dê orgulho ver exposto em um museu
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16:07 - 16:09como prova única de que existi.
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16:09 - 16:11Meus pais me deram o nome Sarah,
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16:11 - 16:13que é um nome biblíco.
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16:13 - 16:16Na história original, Deus disse a Sarah que ela poderia fazer algo impossível
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16:16 - 16:19e ela riu,
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16:19 - 16:21porque a primeira Sarah,
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16:21 - 16:23não sabia o que fazer com o impossível.
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16:23 - 16:26E eu? Bem, nem eu,
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16:26 - 16:28mas eu vejo o impossível todo dia.
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16:28 - 16:31Impossível é tentar se relacionar neste mundo,
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16:31 - 16:33tentar se apoiar nos outros quando as coisas estão explodindo ao seu redor,
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16:33 - 16:35sabendo que enquanto você fala,
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16:35 - 16:38eles não estão apenas esperando a vez de falar -- eles ouvem você.
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16:38 - 16:40Eles sentem exatamente o que você sente
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16:40 - 16:42ao mesmo tempo que você sente.
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16:42 - 16:44É para o que me esforço toda vez que abro a boca --
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16:44 - 16:46essa impossível conexão.
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16:46 - 16:49Tem esse pedaço de parede em Hiroshima
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16:49 - 16:52que foi completamente carbonizado pela radiação
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16:52 - 16:54Mas no primeiro degrau, uma pessoa lá sentada
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16:54 - 16:56bloqueou os raios para não atingir a pedra.
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16:56 - 16:58A única coisa que sobrou
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16:58 - 17:00é uma sombra permanente de luz positiva.
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17:00 - 17:02Depois da bomba atômica,
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17:02 - 17:04especialistas disseram que levaria 75 anos
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17:04 - 17:07para que o solo danificado pela radiação em Hiroshima
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17:07 - 17:09voltasse a produzir algo.
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17:09 - 17:12Mas, naquela primavera, novos brotos germinaram da terra.
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17:12 - 17:14Quando encontro vocês, nesse momento,
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17:14 - 17:16Não sou mais parte do seu futuro.
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17:16 - 17:18Começo rapidamente a ser parte do seu passado.
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17:18 - 17:21Mas nesse momento, faço parte do seu presente.
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17:21 - 17:23E vocês, do meu.
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17:23 - 17:25E isso é o maior presente de todos.
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17:25 - 17:27Então se vocês me disserem que posso fazer o impossível,
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17:27 - 17:29Provavelmente vou rir de vocês.
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17:29 - 17:31Não sei se posso mudar o mundo já,
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17:31 - 17:33porque eu não sei muita coisa sobre ele --
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17:33 - 17:35e não sei muito sobre reincarnação também,
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17:35 - 17:37mas se vocês me fizerem rir bastante,
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17:37 - 17:40às vezes, esqueço em que século estou.
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17:40 - 17:43Esta não é minha primeira vez aqui. Não é minha última vez.
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17:43 - 17:45Estas não são as últimas palavras que compartilharei.
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17:45 - 17:48Mas só por garantia, estou me esforçando ao máximo
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17:48 - 17:51acertar desta vez.
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17:51 - 17:53Obrigada.
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17:53 - 17:57(Aplausos)
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17:57 - 17:59Obrigada.
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17:59 - 18:01(Aplausos)
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18:01 - 18:03Obrigada.
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18:03 - 18:07(Aplausos)
- Title:
- Sarah Kay: Se eu tiver uma filha ...
- Speaker:
- Sarah Kay
- Description:
-
"Se eu tiver uma filha, em vez de Mãe, ela vai me chamar de Ponto B..." assim começou a poetisa de palavras faladas, Sarah Kay, em uma palestra que levou a duas ovações de pé no TED2011. Ela conta a história de sua metamorfose -- de uma adolescente imersa em versos no Clube Browery de Poesia em Nova York a uma professora unindo crianças ao poder da auto-expressão através do Projeto V.O.I.C.E. -- e faz duas emocionantes apresentações de "B" e "Hiroshima".
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 18:08