Return to Video

O que é a leucemia? — Danilo Allegra e Dania Puggioni

  • 0:07 - 0:09
    Apesar dos avanços na medicina,
  • 0:09 - 0:12
    o cancro continua a ser
    um dos diagnósticos mais assustadores
  • 0:12 - 0:14
    que um doente pode receber.
  • 0:14 - 0:18
    O que o torna tão difícil de curar
    é que não é uma doença
  • 0:18 - 0:23
    mas uma entre mais de 100 doenças
    que ocorrem em diferentes tipos de células.
  • 0:24 - 0:26
    Há um tipo de cancro que, infelizmente,
  • 0:26 - 0:29
    atinge mais as crianças
    do que qualquer outro.
  • 0:30 - 0:32
    É a leucemia,
  • 0:32 - 0:36
    um cancro que começa nas células estaminais
    que se encontram na medula óssea.
  • 0:36 - 0:38
    Uma célula estaminal
    é um pouco como uma criança,
  • 0:38 - 0:42
    ainda não está desenvolvida
    mas possui grande potencial.
  • 0:42 - 0:45
    Muitas células estaminais especializam-se
    e tornam-se células de órgãos,
  • 0:45 - 0:48
    como o fígado, o cérebro e o coração.
  • 0:48 - 0:49
    Mas, nalguns tecidos,
  • 0:49 - 0:52
    podem continuar a dividir-se,
    em novas células estaminais
  • 0:52 - 0:54
    durante o desenvolvimento
    e na fase adulta,
  • 0:54 - 0:57
    a fim de gerar novas células
    com frequência
  • 0:57 - 0:59
    e responder às necessidades do corpo.
  • 0:59 - 1:02
    Um exemplo é a medula óssea
  • 1:02 - 1:06
    onde as células estaminais se diferenciam
    em muitos tipos de células sanguíneas.
  • 1:06 - 1:08
    Isso inclui os glóbulos vermelhos,
  • 1:08 - 1:11
    que transportam o oxigénio
    dos pulmões para todos os tecidos,
  • 1:11 - 1:13
    as plaquetas, que ajudam
    a parar as hemorragias,
  • 1:13 - 1:15
    selando os vasos sanguíneos danificados
  • 1:15 - 1:16
    e os glóbulos brancos,
  • 1:16 - 1:20
    que patrulham o corpo, destruindo
    invasores potencialmente prejudiciais.
  • 1:20 - 1:22
    De vez em quando,
    qualquer coisa corre mal
  • 1:22 - 1:25
    durante um processo de especialização
    de células estaminais
  • 1:25 - 1:29
    e ocorrem mutações prejudiciais
    no ADN das células.
  • 1:29 - 1:32
    As células que comprometem o ADN
    deviam autodestruir-se.
  • 1:32 - 1:35
    mas algumas destas células prejudiciais
    ignoram esta ordem,
  • 1:35 - 1:40
    replicando-se descontroladamente,
    apesar de perderem a sua função inicial.
  • 1:40 - 1:42
    São estas as células
    a que chamamos células cancerosas.
  • 1:42 - 1:45
    Ainda não se sabe bem
    porque é que a leucemia
  • 1:45 - 1:47
    é o cancro mais comum nas crianças
  • 1:47 - 1:49
    mas um fator contributivo pode ser
  • 1:49 - 1:51
    que as leucemias
    são causadas com frequência
  • 1:51 - 1:54
    apenas por uma ou duas
    modificações do ADN,
  • 1:54 - 1:56
    enquanto a maior parte dos cancros
    exigem muitas mais,
  • 1:56 - 1:58
    o que faz com que a leucemia
  • 1:58 - 2:01
    apareça mais depressa
    do que outros tipos de cancro.
  • 2:01 - 2:05
    Além disso, podem ocorrer nos glóbulos
    brancos algumas alterações do ADN
  • 2:05 - 2:07
    durante o desenvolvimento fetal,
  • 2:07 - 2:09
    aumentando ainda mais
    o risco de leucemia precoce.
  • 2:09 - 2:13
    Embora afete mais as crianças
    do que qualquer outro tipo de cancro,
  • 2:13 - 2:16
    a maioria dos doentes
    de leucemia são adultos.
  • 2:17 - 2:19
    Quando a leucemia ataca,
    as células danificadas
  • 2:19 - 2:22
    reproduzem-se no sangue
    e na medula óssea
  • 2:22 - 2:24
    até que ocupam todo o espaço
    e recursos disponíveis.
  • 2:24 - 2:27
    Quando a medula óssea
    já não consegue produzir
  • 2:27 - 2:29
    a quantidade necessária
    de células funcionais,
  • 2:29 - 2:31
    o sangue fica esgotado.
  • 2:31 - 2:32
    A falta de glóbulos vermelhos
  • 2:32 - 2:35
    significa que os músculos
    não recebem oxigénio suficiente,
  • 2:35 - 2:39
    o reduzido número de plaquetas
    não é suficiente para reparar as feridas,
  • 2:39 - 2:43
    e a morte dos glóbulos brancos
    enfraquece o sistema imunitário,
  • 2:43 - 2:45
    aumentando o risco de infeções.
  • 2:45 - 2:47
    Para repor a função normal do sangue,
  • 2:47 - 2:50
    têm que se eliminar as células leucémicas.
  • 2:50 - 2:52
    Mas, como as leucemias
    não são tumores sólidos,
  • 2:52 - 2:54
    não podem ser removidas cirurgicamente.
  • 2:54 - 2:59
    As célula são mortas dentro do corpo,
    usando diversos tratamentos
  • 2:59 - 3:00
    que incluem a quimioterapia,
  • 3:00 - 3:05
    uma mistura de drogas que destroem
    rapidamente as células multiplicadoras.
  • 3:05 - 3:08
    Infelizmente, isto tem efeitos colaterais
    de matar as células saudáveis,
  • 3:08 - 3:11
    como as que se encontram
    nos folículos pilosos ou nos intestinos.
  • 3:11 - 3:15
    Nalguns casos, a dosagem
    necessária é tão forte
  • 3:15 - 3:17
    que mata todas as células
    na medula óssea,
  • 3:17 - 3:19
    incluindo as células estaminais.
  • 3:19 - 3:20
    Quando isto acontece,
  • 3:20 - 3:24
    o corpo já não consegue criar
    novas células sanguíneas, só por si.
  • 3:25 - 3:28
    Felizmente, pode aparecer ajuda exterior
    sob a forma de células estaminais
  • 3:28 - 3:30
    da medula óssea de um doador.
  • 3:30 - 3:33
    Uma vez transplantadas para o doente,
  • 3:33 - 3:36
    voltam a povoar rapidamente
    a medula óssea e o sangue.
  • 3:36 - 3:39
    No entanto, o transplante de medula óssea
    é um processo complicado
  • 3:39 - 3:43
    que exige uma compatibilidade de antigenes
    entre o doador e o doente
  • 3:43 - 3:46
    para impedir que as células transplantadas
    ataquem as células do doente
  • 3:46 - 3:48
    como corpos estranhos.
  • 3:48 - 3:50
    Ao contrário dos tipos de sangues,
  • 3:50 - 3:52
    há milhares de tipos de antigenes
  • 3:52 - 3:57
    e até os familiares e parentes próximos
    podem não ter medulas ósseas compatíveis
  • 3:57 - 4:01
    Se assim for, a procura
    alarga-se a uma base de dados
  • 4:01 - 4:05
    que contém a composição genética de milhões
    de doadores voluntários de medula óssea.
  • 4:06 - 4:08
    Quantos mais doadores houver
  • 4:08 - 4:11
    mais doentes podem ser salvos,
    através de transplantes sucessivos.
  • 4:12 - 4:14
    A leucemia pode ser uma doença terrível,
  • 4:14 - 4:17
    mas a estatística
    dá-nos força e esperança.
Title:
O que é a leucemia? — Danilo Allegra e Dania Puggioni
Description:

Vejam a lição completa: http://ed.ted.com/lessons/what-is-leukemia-danilo-allegra-and-dania-puggioni

As células estaminais que se encontram na espinal medula são fundamentais para a nossa saúde porque são necessárias para produzirem novas células sanguíneas que sustentam e protegem o nosso corpo. Mas quando a transformação corre mal, mutações prejudiciais podem fazer com que as células comecem a reproduzir-se sem controlo — um tipo de cancro conhecido por leucemia. Danilo Allegra e Dania Puggiono explicam como isto acontece e como certos tratamentos dão esperança aos que sofrem desta doença.

more » « less
Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
04:33

Portuguese subtitles

Revisions