Return to Video

Pixar: a matemática por detrás dos filmes — Tony DeRose

  • 0:07 - 0:09
    Na Pixar, dedicamo-nos a contar histórias,
  • 0:09 - 0:12
    mas uma história que ainda
    não foi contada muitas vezes
  • 0:12 - 0:14
    é o alto grau em que usamos a matemática
  • 0:14 - 0:15
    na produção dos nossos filmes.
  • 0:16 - 0:18
    A matemática que vocês
    andam a aprender no liceu,
  • 0:18 - 0:20
    está sempre a ser usada na Pixar.
  • 0:20 - 0:23
    Vamos começar
    com um exemplo muito simples.
  • 0:23 - 0:25
    Alguém conhece este tipo?
  • 0:25 - 0:26
    (Vivas)
  • 0:26 - 0:29
    Sim, é o Woody, do Toy Story.
  • 0:29 - 0:32
    Vamos pedir ao Woody
    que atravesse o palco
  • 0:32 - 0:34
    da esquerda para a direita, assim.
  • 0:35 - 0:38
    Acreditem, acabaram de ver
    uma tonelada de matemática.
  • 0:39 - 0:40
    Onde é que ela está?
  • 0:40 - 0:43
    Para explicar isso,
    é importante perceber
  • 0:43 - 0:47
    que os artistas e os "designers" pensam
    em termos de formas e imagens
  • 0:47 - 0:49
    mas os computadores pensam
    em termos de números e equações.
  • 0:50 - 0:51
    Para interligar esses dois mundos,
  • 0:51 - 0:54
    usamos um conceito matemático
    chamado geometria coordenada.
  • 0:54 - 0:56
    Ou seja, traçamos
    um sistema de coordenadas
  • 0:57 - 1:00
    em que x descreve a distância
    a que uma coisa está à direita
  • 1:00 - 1:03
    e y descreve a que altura está uma coisa.
  • 1:03 - 1:05
    Com estas coordenadas,
    podemos descrever
  • 1:05 - 1:08
    onde o Woody está em cada momento.
  • 1:08 - 1:10
    Por exemplo, se conhecemos as coordenadas
  • 1:10 - 1:12
    do canto inferior esquerdo daquela imagem,
  • 1:12 - 1:14
    sabemos onde está o resto da imagem.
  • 1:14 - 1:16
    E naquela pequena animação
    que vimos há segundos
  • 1:16 - 1:18
    — esse movimento
    a que chamamos translação —
  • 1:18 - 1:21
    a coordenada x começou com o valor de 1
  • 1:21 - 1:24
    e acabou com um valor de cerca de 5.
  • 1:24 - 1:27
    Se quisermos escrever isso em matemática,
  • 1:27 - 1:29
    vemos que o x no fim
  • 1:29 - 1:32
    é quatro vezes maior
    do que o x no início.
  • 1:32 - 1:35
    Por outras palavras,
    a matemática da translação
  • 1:35 - 1:36
    é adição.
  • 1:37 - 1:38
    Certo?
  • 1:38 - 1:39
    E quanto à escala?
  • 1:39 - 1:41
    Isso é tornar uma coisa
    maior ou mais pequena.
  • 1:41 - 1:44
    Têm ideia do que pode ser
    a matemática da escala?
  • 1:45 - 1:48
    Expansão, multiplicação, é isso mesmo.
  • 1:48 - 1:50
    Se queremos fazer uma coisa
    com o dobro do tamanho,
  • 1:50 - 1:54
    precisamos de multiplicar por dois
    as coordenadas de x e de y.
  • 1:54 - 1:56
    Isto mostra que a matemática da escala
  • 1:56 - 1:58
    é a multiplicação, ok?
  • 1:58 - 2:00
    E quanto a isto?
  • 2:00 - 2:02
    Quanto à rotação?
    Certo, é andar à roda.
  • 2:03 - 2:06
    A matemática da rotação
    é trigonometria.
  • 2:06 - 2:08
    Esta é uma equação que exprime isso.
  • 2:08 - 2:10
    A princípio, parece um pouco assustadora.
  • 2:10 - 2:13
    Provavelmente dão isto
    no 8.º ou 9.º ano.
  • 2:13 - 2:16
    Se estiverem numa aula de trigonometria
  • 2:16 - 2:19
    a pensar quando é que vão
    ter necessidade desta coisa,
  • 2:19 - 2:23
    lembrem-se que, sempre que virem
    uma coisa a girar, num dos nossos filmes,
  • 2:23 - 2:25
    é a trigonometria
    que está por detrás disso.
  • 2:25 - 2:27
    Eu apaixonei-me pela trigonometria
    no 7.º ano.
  • 2:27 - 2:30
    Há aqui alguém do 7.º ano? Uns poucos.
  • 2:30 - 2:32
    O meu professor de ciências
    do 7.º ano mostrou-me
  • 2:32 - 2:33
    como usar a trigonometria
  • 2:33 - 2:37
    para calcular até que ponto subiam
    os foguetões que eu estava a construir.
  • 2:37 - 2:39
    Eu achei aquilo fantástico
  • 2:39 - 2:41
    e apaixonei-me pela matemática
    a partir daí.
  • 2:41 - 2:43
    Isto é matemática clássica,
  • 2:43 - 2:44
    a matemática que já era conhecida
  • 2:44 - 2:47
    e foi desenvolvida pelos gregos
    da Antiguidade.
  • 2:47 - 2:51
    Há o mito de que toda a matemática
    interessante já foi inventada.
  • 2:52 - 2:54
    Na verdade, a velha matemática
    já foi toda inventada.
  • 2:54 - 2:58
    Mas, na verdade, cria-se
    uma nova matemática todos os dias.
  • 2:58 - 3:00
    Alguma dessa matemática
    está a ser criada na Pixar.
  • 3:00 - 3:03
    Vou dar-vos um exemplo.
  • 3:03 - 3:04
    Temos aqui algumas figuras
  • 3:04 - 3:06
    de alguns dos nossos primeiros filmes:
  • 3:06 - 3:10
    "À Procura de Nemo",
    Monstros & Ca.", e "Toy Story 2".
  • 3:11 - 3:14
    Alguém sabe quem é a figura azul
    no canto superior esquerdo?
  • 3:14 - 3:15
    É Dory. Ok, esta era fácil.
  • 3:16 - 3:17
    Agora, uma mais difícil.
  • 3:17 - 3:19
    Alguém sabe quem é a figura
    no canto inferior direito?
  • 3:20 - 3:22
    Al McWhiggin do Al's Toy Barn, certo.
  • 3:22 - 3:26
    O que é de notar nestas figuras
    é que são muito complicadas.
  • 3:26 - 3:28
    Estas formas são muito complicadas.
  • 3:28 - 3:31
    Na verdade, tenho aqui um exemplo,
  • 3:31 - 3:33
    o limpador de brinquedos, ali no meio,
  • 3:34 - 3:36
    esta é a mão dele.
  • 3:36 - 3:38
    Podem imaginar como foi divertido
  • 3:38 - 3:40
    fazer passar isto
    pela segurança do aeroporto.
  • 3:41 - 3:43
    A mão dele é uma forma muito complicada.
  • 3:43 - 3:46
    Não é apenas um monte de esferas
    e de cilindros todos ligados.
  • 3:46 - 3:48
    Não só é complicada
  • 3:48 - 3:50
    como se tem de mover
    de formas complicadas.
  • 3:50 - 3:51
    Vou explicar como fazemos isso.
  • 3:51 - 3:54
    Para isso, tenho de vos falar
    dos pontos médios.
  • 3:54 - 3:57
    Temos aqui dois pontos, A e B,
    e o segmento de reta entre eles.
  • 3:57 - 3:59
    Vamos começar primeiro
    a duas dimensões.
  • 3:59 - 4:01
    O ponto médio M, é o ponto que divide
  • 4:01 - 4:03
    esse segmento ao meio, certo?
  • 4:03 - 4:05
    Isto é geometria.
  • 4:05 - 4:06
    Para fazer equações e números,
  • 4:06 - 4:08
    voltamos a um sistema de coordenadas.
  • 4:08 - 4:11
    Se conhecermos as coordenadas de A e de B,
  • 4:11 - 4:14
    calculamos as coordenadas
    de M, calculando as médias.
  • 4:14 - 4:16
    Vocês agora já sabem o suficiente
    para trabalhar na Pixar.
  • 4:16 - 4:19
    Agora vou mostrar-vos
    uma coisa um pouco assustadora,
  • 4:20 - 4:22
    que é passar para
    uma demonstração ao vivo.
  • 4:22 - 4:26
    Tenho aqui um polígono de quatro lados
  • 4:26 - 4:29
    e a minha tarefa vai ser fazer
    uma curva suave a partir disto.
  • 4:29 - 4:32
    Vou fazer isso, usando
    a ideia dos pontos médios.
  • 4:32 - 4:33
    A primeira coisa a fazer,
  • 4:33 - 4:35
    é uma operação chamada divisão
  • 4:35 - 4:37
    que acrescenta pontos médios
    em todos os lados.
  • 4:37 - 4:39
    Passei de quatro pontos para oito pontos
  • 4:39 - 4:42
    mas não está mais suave,
    tenho de fazê-la mais suave,
  • 4:42 - 4:45
    movendo estes pontos todos
    do sítio onde estão agora
  • 4:45 - 4:48
    para o ponto médio do seu vizinho,
    na direção dos ponteiros do relógio.
  • 4:48 - 4:49
    Vão ver a animação.
  • 4:49 - 4:51
    Vou-lhe chamar a etapa da média.
  • 4:51 - 4:54
    Agora tenho oito pontos,
    está um pouco mais suave.
  • 4:54 - 4:56
    A minha tarefa é fazer uma curva suave.
  • 4:56 - 4:57
    portanto, o que é que eu faço?
  • 4:57 - 4:59
    Recomeço, divisão e média.
  • 4:59 - 5:01
    Agora tenho 16 pontos.
  • 5:01 - 5:03
    Vou pôr estas duas etapas
    — divisão e média —
  • 5:03 - 5:05
    numa só palavra: subdividir,
  • 5:05 - 5:07
    o que significa divisão mais média.
  • 5:07 - 5:09
    Agora, tenho 32 pontos.
  • 5:09 - 5:11
    Ainda não está bastante suave,
    vou repetir.
  • 5:11 - 5:12
    Obtenho 64 pontos.
  • 5:12 - 5:15
    Veem uma curva suave a aparecer
    a partir dos pontos iniciais?
  • 5:16 - 5:19
    É assim que criamos as formas
    das nossas figuras.
  • 5:19 - 5:21
    Mas lembrem-se, eu disse há pouco
  • 5:21 - 5:24
    que não basta ter
    a forma estática, a forma fixa.
  • 5:24 - 5:26
    Temos de a animar.
  • 5:26 - 5:27
    Para animar estas curvas,
  • 5:27 - 5:29
    o que é giro na subdivisão...
  • 5:29 - 5:31
    Viram extraterrestres em Toy Story?
  • 5:31 - 5:33
    Sabem aquele som que eles fazem?
  • 5:33 - 5:34
    Uuuuuu...
  • 5:34 - 5:35
    Preparados?
  • 5:35 - 5:37
    A maneira como animamos estas curvas
  • 5:37 - 5:40
    é animando os quatro pontos iniciais,
  • 5:41 - 5:42
    Uuuuuuuu...
  • 5:45 - 5:47
    Eu acho que é muito fixe.
  • 5:47 - 5:49
    e, se vocês não acham, a porta é ali,
  • 5:49 - 5:51
    não há nada melhor do que isso.
  • 5:51 - 5:53
    (Risos)
  • 5:53 - 5:55
    Esta ideia de dividir e médias,
  • 5:55 - 5:57
    também serve para superfícies.
  • 5:57 - 5:59
    Divido, e traço as médias.
  • 6:00 - 6:02
    Divido, e traço as médias.
  • 6:02 - 6:04
    Passo a dizer: subdivido.
  • 6:04 - 6:07
    É assim que criamos as formas
    de todas as superfícies das figuras
  • 6:07 - 6:09
    em três dimensões.
  • 6:09 - 6:11
    Esta ideia de subdivisão
  • 6:11 - 6:13
    foi usada pela primeira vez
    num pequeno filme, em 1997.
  • 6:13 - 6:15
    chamado "O Jogo de Geri"
  • 6:15 - 6:17
    Geri apareceu brevemente
  • 6:17 - 6:19
    em Toy Story 2,
    como limpador de brinquedos.
  • 6:19 - 6:21
    Cada uma das suas mãos
  • 6:21 - 6:23
    — foi a primeira vez
    que usámos a subdivisão —
  • 6:23 - 6:25
    cada mão foi uma superfície de subdivisão
  • 6:25 - 6:27
    a cara foi uma superfície de subdivisão
  • 6:27 - 6:28
    assim como o casaco.
  • 6:28 - 6:31
    Esta é a mão de Geri antes da subdivisão.
  • 6:31 - 6:33
    e esta é a mão de Geri
    depois da subdivisão.
  • 6:33 - 6:36
    A subdivisão entra em ação,
    suaviza todas as arestas
  • 6:36 - 6:38
    e cria as bonitas superfícies
  • 6:38 - 6:40
    que veem no ecrã e no cinema.
  • 6:40 - 6:43
    A partir daí, temos feito deste modo
    todas as nossas figuras.
  • 6:43 - 6:46
    Esta é Mérida,
    a figura principal de "Brave".
  • 6:46 - 6:49
    O vestido, as mãos, a cara
    são superfícies de subdivisão.
  • 6:49 - 6:51
    As caras e as mãos
    de todos os homens do clã
  • 6:51 - 6:53
    são superfícies de subdivisão.
  • 6:53 - 6:55
    Já vimos como a adição, a multiplicação
  • 6:55 - 6:59
    a trigonometria e a geometria
    desempenham o seu papel nos nossos filmes.
  • 6:59 - 7:02
    Se tivesse mais tempo, podia mostrar
    como a álgebra linear,
  • 7:02 - 7:04
    o cálculo diferencial,
    o cálculo integral,
  • 7:04 - 7:06
    também desempenham um papel.
  • 7:06 - 7:09
    O principal que vos quero
    transmitir hoje é:
  • 7:09 - 7:12
    lembrem-se que toda a matemática
    que estão a aprender no liceu
  • 7:12 - 7:15
    e também nos primeiros anos da faculdade
  • 7:15 - 7:18
    está sempre a ser usada,
    todos os dias, na Pixar.
  • 7:18 - 7:20
    Obrigado.
  • 7:20 - 7:22
    (Aplausos)
Title:
Pixar: a matemática por detrás dos filmes — Tony DeRose
Description:

Vejam a lição completa em: http://ed.ted.com/lessons/pixar-the-math-behind-the-movies-tony-derose

As pessoas na Pixar são conhecidas como algumas das melhores contadoras de histórias do mundo. São talvez menos conhecidas como algumas das cabeças matemáticas mais inovadoras por detrás das animações, explicando como a aritmética, a trigonometria e a geometria ajudam a dar vida ao Woody e ao resto dos nossos heróis preferidos.

Palestra de Tonu DeRose.

more » « less
Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
07:34

Portuguese subtitles

Revisions