Como o medo de energia nuclear agride o meio ambiente
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0:01 - 0:02Já ouviram as notícias?
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0:03 - 0:05Estamos numa revolução de energia limpa.
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0:05 - 0:07Onde moro, em Berkeley, na Califórnia,
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0:07 - 0:12parece que todos os dias surge
mais um telhado com painéis solares, -
0:12 - 0:14carros elétricos nas garagens.
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0:14 - 0:17A Alemanha, às vezes, obtém
metade da sua energia do sol, -
0:17 - 0:22e a Índia se comprometeu a construir
dez vezes mais parques solares -
0:22 - 0:25do que os que temos
na Califórnia, até o ano 2022. -
0:25 - 0:28Até a energia nuclear
parece estar voltando. -
0:28 - 0:31Bill Gates está na China,
trabalhando com engenheiros. -
0:31 - 0:34Há 40 empresas trabalhando juntas
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0:34 - 0:36numa corrida para construir
o primeiro reator -
0:36 - 0:38à base de resíduos, que não derreta
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0:38 - 0:40e seja mai barato do que o carvão.
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0:41 - 0:43Aí vocês vão começar a perguntar:
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0:43 - 0:46"Será que o problema do aquecimento global
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0:46 - 0:48vai ser muito mais fácil de resolver
do que se imaginava?" -
0:49 - 0:50Era isso que queríamos investigar,
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0:50 - 0:54por isso eu e meus colegas decidimos
mergulhar mais profundamente nos dados. -
0:54 - 0:58Estávamos céticos sobre algumas partes
da história da revolução da energia limpa, -
0:58 - 1:01mas o que descobrimos
realmente nos surpreendeu. -
1:01 - 1:05A primeira coisa é que a energia
limpa tem aumentado. -
1:05 - 1:09Essa é a eletricidade vinda de fontes
de energia limpa nos últimos 20 anos. -
1:09 - 1:12Mas, quando olhamos a porcentagem
da eletricidade global -
1:12 - 1:14produzida a partir
de fontes de energia limpa, -
1:14 - 1:19a verdade é que diminuiu de 36% para 31%.
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1:19 - 1:21Se nos preocupamos
com a mudança climática, -
1:21 - 1:23temos de ir na direção oposta:
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1:23 - 1:27obter 100% da nossa eletricidade
de fontes de energia limpa -
1:27 - 1:28o mais rápido possível.
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1:28 - 1:30Vocês podem estar pensando:
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1:30 - 1:33"O que representam cinco pontos
percentuais da eletricidade global?" -
1:33 - 1:35Acontece que pode ser muito.
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1:35 - 1:38É o equivalente a 60 centrais nucleares,
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1:38 - 1:42do tamanho de Diablo Canyon,
a última central nuclear da Califórnia, -
1:42 - 1:46ou 900 parques solares
do tamanho de Topaz, -
1:46 - 1:48que é um dos maiores
parques solares do mundo, -
1:48 - 1:51e certamente o maior da Califórnia.
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1:52 - 1:54Isso acontece sobretudo
porque os combustíveis fósseis -
1:54 - 1:56está aumentando mais
do que a energia limpa. -
1:56 - 1:58E isso é compreensível.
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1:58 - 2:02Ainda há muitos países pobres
que usam lenha, esterco e carvão -
2:02 - 2:05como fonte principal de energia,
e precisam de combustíveis modernos. -
2:05 - 2:07Mas há outro detalhe.
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2:07 - 2:11Uma dessas fontes
de energia limpa em especial -
2:11 - 2:16tem diminuído em termos absolutos,
não apenas em termos relativos. -
2:16 - 2:17Trata-se da energia nuclear.
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2:17 - 2:21Podemos ver que a produção
de energia nuclear diminuiu 7% -
2:21 - 2:23nos últimos dez anos.
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2:23 - 2:25Mas ouvimos dizer não tem importância,
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2:25 - 2:28pois a energia solar e a eólica
têm dado passos enormes, -
2:28 - 2:31e elas vão compensar a diferença.
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2:31 - 2:33Mas os dados nos dizem algo diferente.
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2:33 - 2:36Quando somamos toda a eletricidade
da energia solar e eólica, -
2:36 - 2:41vemos que mal chega à metade
do declínio da energia nuclear. -
2:42 - 2:44Olhemos mais de perto o caso dos EUA.
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2:44 - 2:48Nos últimos anos, 2013, 2014,
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2:48 - 2:51aposentamos prematuramente
quatro usinas nucleares. -
2:51 - 2:54Foram quase totalmente substituídas
por combustíveis fósseis. -
2:54 - 2:59Como consequência, eliminamos
quase tanta energia nuclear limpa -
2:59 - 3:03quanto a eletricidade
que obtemos da energia solar. -
3:03 - 3:06Isso não acontece só conosco.
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3:06 - 3:09A Califórnia é considerada líder
em energia limpa e cuidado com o clima, -
3:09 - 3:13mas, quando vemos os dados, descobrimos
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3:13 - 3:16que a redução das emissões da Califórnia
foi mais lenta do que a média nacional -
3:16 - 3:18entre 2000 e 2015.
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3:18 - 3:20E a Alemanha?
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3:20 - 3:22Lá, estão produzindo muita energia limpa.
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3:22 - 3:24Mas, quando vemos os dados,
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3:24 - 3:27as emissões alemãs
têm aumentado desde 2009, -
3:27 - 3:29e não há ninguém que possa nos dizer
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3:29 - 3:33que vão cumprir seus compromissos
climáticos em 2020. -
3:33 - 3:35A razão não é difícil de entender.
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3:35 - 3:38A solar e a eólica fornecem energia
apenas 10 a 20% do tempo, -
3:38 - 3:42o que significa que, quando o sol
não brilha, quando o vento não sopra, -
3:42 - 3:44ainda precisamos de energia
para os hospitais, -
3:44 - 3:47para as casas, as cidades, as fábricas.
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3:47 - 3:51Embora as baterias tenham
evoluído muito ultimamente, -
3:51 - 3:54a verdade é que nunca chegarão a ser
tão eficazes quanto a rede elétrica. -
3:54 - 3:58Sempre que carregamos uma bateria
com eletricidade e a usamos, -
3:58 - 4:01perdemos cerca de 20 a 40% da energia.
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4:01 - 4:04É por isso que, quando, na Califórnia,
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4:04 - 4:07tentamos utilizar a energia solar
que colocamos na rede -
4:07 - 4:10-- e recebemos hoje cerca
de 10% de eletricidade solar --, -
4:10 - 4:12quando o sol se põe,
e as pessoas voltam para casa -
4:12 - 4:15e ligam o ar-condicionado,
os aparelhos de TV, -
4:15 - 4:17e seus eletrodomésticos,
-
4:17 - 4:19precisamos de um grande
reforço de gás natural. -
4:19 - 4:21Para isso, utilizamos
uma grande quantidade -
4:21 - 4:24de gás natural existente numa montanha.
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4:24 - 4:26Isso funcionou muito bem
durante uns tempos, -
4:26 - 4:29mas, no ano passado, houve um vazamento.
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4:29 - 4:31Isto é Aliso Canyon.
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4:31 - 4:34Foi liberado tanto gás metano
-
4:34 - 4:37que foi o equivalente a pôr
meio milhão de carros na estrada. -
4:37 - 4:41Isso nos impediu de cumprir
os compromissos climáticos do ano. -
4:42 - 4:43E quanto à Índia?
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4:43 - 4:46Às vezes, temos que ir aos locais
para obtermos os dados corretos, -
4:46 - 4:48por isso fomos à Índia há uns meses.
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4:48 - 4:52Nos reunimos com o alto escalão
da energia solar, eólica, etc., -
4:52 - 4:53e eles nos disseram:
-
4:53 - 4:57"Estamos tendo problemas mais graves
do que a Alemanha e a Califórnia. -
4:57 - 5:00Não temos reforços,
não temos gás natural suficiente. -
5:00 - 5:03E isto é só o começo.
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5:03 - 5:06Digamos que queiramos chegar
aos 100 gigawatts em 2022. -
5:06 - 5:08Mas, ano passado, só produzimos cinco
-
5:08 - 5:10e, no ano anterior, produzimos cinco."
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5:10 - 5:13Vamos então olhar
mais de perto a energia nuclear. -
5:13 - 5:16O Painel Intergovernamental
sobre Mudanças Climáticas da ONU -
5:16 - 5:19observou o conteúdo de carbono
de todos estes combustíveis, -
5:19 - 5:23e o da energia nuclear é muito baixo,
mais baixo ainda do que o da solar. -
5:23 - 5:27E a nuclear, claro, fornece muita energia,
-
5:27 - 5:2924 horas por dia, 7 dias por semana.
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5:29 - 5:33Durante um ano, uma central
pode fornecer energia 92% do tempo. -
5:33 - 5:36O que é interessante é que,
entre os países -
5:36 - 5:38que têm usado diversos tipos
de energias limpas, -
5:38 - 5:41apenas uns poucos o fazem
num ritmo consistente -
5:41 - 5:43com a questão da crise climática.
-
5:43 - 5:46Assim, a energia nuclear
parece ser uma opção muito boa, -
5:46 - 5:50mas constitui um grande problema
que, seguramente, todos conhecem: -
5:50 - 5:52as pessoas não gostam dela.
-
5:53 - 5:56Foi feita uma pesquisa
com pessoas do mundo inteiro, -
5:56 - 5:58não apenas nos EUA ou na Europa,
-
5:58 - 6:01há cerca de ano e meio,
e chegou-se à conclusão -
6:01 - 6:05de que a nuclear é uma das formas
de energia menos populares. -
6:05 - 6:08Até o petróleo é mais popular
do que a energia nuclear. -
6:08 - 6:11Embora a energia nuclear
supere aqui o carvão por pouco, -
6:11 - 6:14as pessoas não têm medo do carvão
como têm da energia nuclear, -
6:14 - 6:17é algo que está no nível do inconsciente.
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6:17 - 6:19E do que é que temos medo?
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6:19 - 6:20São três coisas.
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6:20 - 6:23A segurança das centrais
propriamente dita, -
6:23 - 6:25o medo de que derretam e provoquem danos.
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6:25 - 6:27Há a questão dos seus resíduos.
-
6:27 - 6:29E há a associação com as armas.
-
6:30 - 6:31Penso que, compreensivelmente,
-
6:31 - 6:35os engenheiros percebem essas preocupações
e procuram soluções tecnológicas. -
6:35 - 6:38É por isso que Bill Gates está na China
desenvolvendo reatores avançados, -
6:38 - 6:41e há 40 empresários
trabalhando neste problema. -
6:41 - 6:43Eu mesmo fiquei bem entusiasmado.
-
6:43 - 6:45Fizemos um relatório:
"Como baratear a energia nuclear". -
6:45 - 6:49O reator a tório, em especial,
parece muito promissor. -
6:49 - 6:51Quando James Hansen, cientista do clima,
-
6:51 - 6:53perguntou se eu queria ir à China com ele
-
6:53 - 6:55para conhecer o programa nuclear
avançado chinês, -
6:55 - 6:57eu aproveitei a oportunidade.
-
6:57 - 7:00Estivemos lá com engenheiros
do MIT e da Universidade Berkeley. -
7:00 - 7:03Eu tinha essa ideia de que os chineses
poderiam fazer com a energia nuclear -
7:03 - 7:05o que fizeram com muitas outras coisas:
-
7:05 - 7:10começar a montar pequenos
reatores nucleares em série -
7:10 - 7:14e despachá-los como iPhones
ou MacBooks para o mundo inteiro. -
7:14 - 7:16Eu receberia um em Berkeley.
-
7:17 - 7:19Mas vi que era um pouco diferente.
-
7:19 - 7:22As apresentações foram muito
interessantes e promissoras. -
7:22 - 7:25Eles estão trabalhando
em múltiplos reatores. -
7:25 - 7:28A hora do reator a tório tinha chegado,
e estávamos entusiasmados. -
7:28 - 7:33Fizeram a apresentação toda,
chegaram ao cronograma e disseram: -
7:33 - 7:36"Vamos ter um reator
a sais fundidos de tório -
7:36 - 7:40pronto para ser vendido ao mundo em 2040".
-
7:41 - 7:42E eu disse: "O quê?"
-
7:42 - 7:44(Risos)
-
7:44 - 7:46Olhei para os meus colegas e disse:
-
7:46 - 7:47"Com licença...
-
7:47 - 7:49não dá pra acelerar um pouco essa coisa?
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7:49 - 7:53Pois já estamos no meio
de uma crise climática. -
7:53 - 7:55E, a propósito, suas cidades
estão muito poluídas". -
7:55 - 7:58Eles responderam assim:
-
7:58 - 8:00"Não sabemos se ouviram falar
do nosso programa de tório. -
8:00 - 8:03mas não temos um terço do nosso orçamento,
-
8:03 - 8:06e o seu Ministério da Energia
não se mostrou disposto a colaborar -
8:06 - 8:10com todos os dados que vocês têm
sobre testes de reatores". -
8:09 - 8:12Eu disse: "Tenho uma ideia.
-
8:12 - 8:15Sabem aqueles dez anos
que precisam para testar o reator? -
8:15 - 8:17Vamos pular essa parte
-
8:17 - 8:19e começar a comercializá-lo imediatamente.
-
8:19 - 8:21Isso poupará dinheiro e tempo".
-
8:21 - 8:24O engenheiro olhou para mim e disse:
-
8:24 - 8:26"Vou lhe fazer uma pergunta:
-
8:26 - 8:29você compraria um carro
que nunca tivesse sido testado?" -
8:30 - 8:32E quanto aos outros reatores?
-
8:32 - 8:35Há um reator que será lançado,
e que começarão a vendê-lo. -
8:35 - 8:37É um reator a gás de alta temperatura.
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8:37 - 8:38Não derrete.
-
8:39 - 8:42Mas é muito grande e volumoso,
faz parte da segurança, -
8:42 - 8:46e ninguém pensa que vai ficar mais barato
do que os reatores que temos. -
8:46 - 8:49É uma ideia ótima usar
os resíduos como combustível, -
8:49 - 8:52mas ainda não sabemos como fazer isso.
-
8:52 - 8:55Há o risco de que ainda
produzamos mais resíduos. -
8:55 - 8:57A maior parte das pessoas acha que,
-
8:57 - 9:00se incluirmos essa parte
dos resíduos no processo, -
9:00 - 9:02a máquina vai sair muito mais cara,
-
9:02 - 9:05porque se trata de acrescentar
mais um passo complicado. -
9:06 - 9:07A verdade é esta:
-
9:08 - 9:11há dúvidas sobre quantas vamos fazer.
-
9:11 - 9:14Fomos à Índia e perguntamos
sobre o programa nuclear, -
9:14 - 9:17e o governo disse, antes
da conferência de Paris sobre o clima, -
9:17 - 9:19que eles iam fazer cerca
de 30 novas centrais nucleares. -
9:19 - 9:22Mas, quando chegamos lá,
e entrevistamos pessoas -
9:22 - 9:25e vimos a documentação, dizem
agora que vão fazer umas cinco. -
9:26 - 9:29Na maior parte do mundo,
em especial nos países ricos, -
9:29 - 9:31não se fala em construir reatores novos.
-
9:31 - 9:35Fala-se é de fechar reatores
antes do fim de sua vida útil. -
9:35 - 9:38A Alemanha está pressionando
os vizinhos a fazerem isso. -
9:38 - 9:40Eu falei dos Estados Unidos.
-
9:40 - 9:44Podemos perder metade dos reatores
nos próximos 15 anos, -
9:44 - 9:47o que eliminará 40%
das reduções de emissões -
9:47 - 9:49que devíamos fazer
segundo o Plano de Energia Limpa. -
9:49 - 9:52E no Japão, claro, desativaram
todas as centrais nucleares -
9:52 - 9:55e as substituíram por carvão,
gás natural, queima de petróleo, -
9:55 - 9:58e esperam ativar apenas um a dois terços.
-
9:58 - 10:02Por isso, quando analisamos
os números e somamos tudo, -
10:02 - 10:07as centrais nucleares que a China
e a Índia vão criar nos próximos 15 anos, -
10:07 - 10:11aquelas que correm
o risco de serem desativadas, -
10:11 - 10:13essa foi a descoberta mais alarmante:
-
10:13 - 10:17chegamos à conclusão
de que o mundo corre o risco -
10:17 - 10:22de perder quatro vezes mais energia limpa
do que perdemos nos últimos dez anos. -
10:22 - 10:25Em outras palavras, não estamos
numa revolução de energia limpa, -
10:25 - 10:28estamos numa crise de energia limpa.
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10:29 - 10:33Assim, é compreensível que os engenheiros
procurem uma solução técnica -
10:33 - 10:35para os receios da energia nuclear.
-
10:35 - 10:38Mas, quando consideramos
os desafios que isso implica, -
10:38 - 10:42que vão demorar muito para serem
resolvidos, ainda há um outro problema: -
10:42 - 10:46essas soluções técnicas vão
resolver o medo das pessoas? -
10:46 - 10:47Vejamos a segurança.
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10:47 - 10:50Apesar do que as pessoas pensam,
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10:50 - 10:53é difícil imaginar como tornar
a energia nuclear muito mais segura. -
10:53 - 10:56Todas as revistas médicas que a analisam,
-
10:56 - 10:58e este é o estudo mais recente
da revista britânica "Lancet", -
10:58 - 11:01uma das revistas
mais respeitadas do mundo, -
11:01 - 11:04a nuclear é a forma mais segura
de produzir uma energia confiável. -
11:04 - 11:05Todos têm medo dos acidentes.
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11:05 - 11:08Por isso checamos os dados dos acidentes:
-
11:08 - 11:09Fukushima, Chernobyl,
-
11:09 - 11:12e a Organização Mundial da Saúde
chegou à mesma conclusão: -
11:12 - 11:16a maior parte dos prejuízos
é provocada pelo pânico das pessoas, -
11:16 - 11:18e elas entram em pânico porque têm medo.
-
11:18 - 11:20Em outras palavras,
-
11:20 - 11:23os danos não são causados pelas máquinas
-
11:23 - 11:24nem pelas radiações.
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11:24 - 11:26São causados pelo nosso medo.
-
11:27 - 11:28E quanto aos resíduos?
-
11:28 - 11:30Todos se preocupam com os resíduos.
-
11:30 - 11:33O interessante quanto aos resíduos
é que são mínimos. -
11:33 - 11:35O que resulta de uma central é só isto.
-
11:35 - 11:38Se juntarmos todos os resíduos
nucleares dos EUA, -
11:38 - 11:40se os empilhássemos num campo de futebol,
-
11:40 - 11:43teríamos apenas 6 metros de altura.
-
11:43 - 11:46Dizem que eles envenenam
as pessoas ou fazem coisas... -
11:46 - 11:49mas não, eles ficam ali,
e são monitorados. -
11:49 - 11:50Não é muita coisa.
-
11:50 - 11:54Por outro lado, os resíduos que não
controlamos da produção de energia, -
11:54 - 11:57a chamada "poluição",
matam 7 milhões de pessoas por ano -
11:57 - 12:00e ameaçam, seriamente,
o aquecimento global. -
12:00 - 12:04A verdade é que, mesmo que consigamos
usar esses resíduos como combustível, -
12:04 - 12:06vai sempre restar algum combustível.
-
12:06 - 12:10Isso significa que vai haver sempre gente
que pensa que é um grande problema, -
12:10 - 12:14por razões que talvez não tenham
muito a ver com os resíduos em si, -
12:14 - 12:15como pensamos.
-
12:15 - 12:17E quanto às armas?
-
12:17 - 12:21Talvez a coisa mais surpreendente seja
não termos encontramos nenhum exemplo -
12:21 - 12:22de países que tenham energia nuclear
-
12:22 - 12:25e depois, "Opa!", decidem
construir uma arma. -
12:25 - 12:27Na verdade, ocorre o oposto.
-
12:27 - 12:29Descobrimos que a única
forma que conhecemos -
12:29 - 12:32de nos desfazer de grande quantidade
de armas nucleares -
12:32 - 12:34é usando o plutônio das ogivas nucleares
-
12:34 - 12:36como combustível nas centrais nucleares.
-
12:37 - 12:40Por isso, se queremos livrar
o mundo das armas nucleares, -
12:40 - 12:44vamos precisar de muito
mais energia nuclear. -
12:44 - 12:47(Aplausos)
-
12:50 - 12:51Quando estava deixando a China,
-
12:51 - 12:55o engenheiro que levou Bill Gates
para lá me puxou de lado e disse: -
12:55 - 13:00"Sabe, Michael, admiro seu interesse
por todas as tecnologias nucleares, -
13:00 - 13:03mas há um problema mais básico,
-
13:03 - 13:05que é não haver suficiente
demanda no mundo. -
13:05 - 13:08Ou seja, podemos fazer essas máquinas
em linhas de montagem, -
13:08 - 13:10sabemos como barateá-las,
-
13:10 - 13:13mas não há gente suficiente
que as queira." -
13:13 - 13:17Assim, continuemos com a solar e eólica,
com a eficácia e a conservação. -
13:17 - 13:20Vamos acelerar os programas
nucleares avançados. -
13:20 - 13:24Penso que devíamos triplicar
o dinheiro que gastamos nisso. -
13:23 - 13:25Mas penso que a coisa mais importante,
-
13:25 - 13:28se quisermos vencer a crise climática,
-
13:28 - 13:32é ter em mente que a causa
da crise da energia limpa -
13:33 - 13:37não está dentro das máquinas,
mas dentro de nós mesmos. -
13:38 - 13:39Muito obrigado.
-
13:39 - 13:42(Aplausos)
- Title:
- Como o medo de energia nuclear agride o meio ambiente
- Speaker:
- Michael Shellenberger
- Description:
-
"Não estamos vivendo uma revolução da energia limpa; estamos vivendo uma crise da energia limpa", diz o especialista em políticas climáticas Michael Shellenberger. Sua surpreendente solução: a energia nuclear. De uma forma apaixonada, ele explica nesta palestra o porquê de precisarmos superar medos, de longa data, da tecnologia, e a razão de ele e outros ambientalistas acreditarem que já passamos da hora de aceitar a energia nuclear como uma fonte de energia limpa viável e desejável.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 13:58
Raissa Mendes approved Portuguese, Brazilian subtitles for How fear of nuclear power is hurting the environment | ||
Raissa Mendes edited Portuguese, Brazilian subtitles for How fear of nuclear power is hurting the environment | ||
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