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Earworms: Aquelas músicas que ficam presas em nossas cabeças - Elizabeth Hellmuth Margulis

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    Você já ficou em uma fila de supermercado
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    procurando distraidamente uma revista,
    quando uma música vem à sua cabeça?
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    Não a música inteira, mas um fragmento
    que se repete e se repete
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    até que você começa a descarregar
    as compras no ritmo da música.
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    Você foi infectado por um earworm,
    e você não está sozinho.
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    Mais de 90% das pessoas são atormentadas
    por earworms, ao menos uma vez por semana,
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    e cerca de um quarto delas
    os experimentam várias vezes por dia.
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    Eles tendem a aparecer durante tarefas
    que não requerem muita atenção,
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    por exemplo, quando
    esperamos a água ferver
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    ou um semáforo mudar.
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    Este fenômeno é um
    dos grandes mistérios da mente.
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    Os cientistas não sabem
    exatamente porque é tão fácil
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    uma música ficar presa em nossas cabeças.
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    Do ponto de vista psicológico,
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    earworms são um exemplo
    de imagens mentais.
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    Essa imagem pode ser visual,
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    como quando você fecha os olhos
    e imagina uma carruagem vermelha,
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    ou ela pode ser auditiva,
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    como quando você imagina
    o som de um bebê chorando,
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    ou óleo fritando em uma panela.
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    Earworms são uma forma especial
    de imagem auditiva
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    porque eles são involuntários.
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    Você não tapa os ouvidos
    e tenta imaginar "Não se Reprima",
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    bem, provavelmente não.
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    Ela simplesmente se intromete
    em sua paisagem sonora mental
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    e fica lá como um hóspede indesejado.
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    Earworms tendem a ser bastante vívidos
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    e são normalmente feitos de uma melodia,
    em vez de, digamos, harmonias.
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    Uma característica notável dos earworms
    é a tendência a se manterem em um ciclo,
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    repetindo constantemente
    durante minutos ou horas.
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    Também é notável o papel
    da repetição na ativação de earworms.
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    Músicas tendem a se fixar quando ouvimos
    recentemente e de modo repetido.
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    Se a repetição é o gatilho,
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    então talvez possamos atribuir
    nossos earworms à tecnologia moderna.
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    Nos últimos cem anos houve
    uma proliferação incrível
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    de dispositivos que ajudam você a ouvir
    a mesma coisa de novo e de novo.
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    Discos, cassetes, CDs,
    ou streaming de arquivos de áudio.
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    Será que essas tecnologias criaram um tipo
    de experiência única, contemporânea,
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    e os earworms são apenas um produto
    do final do século 20?
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    A resposta vem de uma fonte improvável:
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    Mark Twain.
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    Em 1876, apenas um ano
    antes que o fonógrafo fosse inventado,
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    ele escreveu uma pequena história
    imaginando uma dominação sinistra
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    de uma cidade inteira
    por um jingle de rimas.
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    Esta referência, e outras,
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    mostram-nos que earworms parecem
    ser um fenômeno psicológico básico,
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    talvez exacerbado
    pela tecnologia de gravação,
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    mas não são novidade desse século.
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    Então, sim, toda grande figura histórica,
    de Shakespeare a Sacajawea,
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    podem muito bem ter vagado
    com uma canção presa em sua cabeça.
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    Além da música, é difícil pensar
    em outro caso de imagens intrusivas
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    que seja tão difundido.
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    Por que a música?
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    Por que aquarelas
    não ficam presas em nossas mentes?
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    Ou o gosto de panquecas de queijo?
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    Uma teoria tem a ver com a maneira
    como a música é representada na memória.
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    Quando ouvimos uma música que conhecemos,
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    a ouvimos adiantada no tempo,
    antecipando a próxima nota.
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    É difícil para nós pensarmos em um certo
    momento musical isoladamente.
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    Se queremos pensar na nota
    da palavra "você" em "Parabéns a você",
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    temos que voltar a "Parabéns",
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    e cantar até chegarmos ao "você".
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    Desta forma, uma melodia
    é como uma espécie de hábito.
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    Assim como quando você começa
    a amarrar o sapato,
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    fica no automático até apertar o laço,
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    uma vez que uma música é sugerida,
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    como por exemplo, quando alguém diz:
    "my umbrella",
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    temos de tocar até que
    se chegue a um ponto de parada natural,
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    "ella, ella, ella".
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    Mas isso é em grande parte especulação.
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    Permanece o fato básico
    de que não sabemos exatamente
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    porque somos suscetíveis a earworms.
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    Mas compreendê-los melhor
    poderia dar-nos pistas importantes
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    sobre o funcionamento do cérebro humano.
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    Talvez da próxima vez
    que sejamos atormentados
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    por uma música da Taylor Swift
    que não quer nos deixar,
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    possamos usá-la como ponto de partida
    para uma odisséia científica
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    que vai desbloquear mistérios importantes
    sobre a cognição básica.
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    E se isto não acontecer, bem,
    poderemos simplesmente nos livrar dela.
Title:
Earworms: Aquelas músicas que ficam presas em nossas cabeças - Elizabeth Hellmuth Margulis
Description:

Veja a lição completa: http://ed.ted.com/lessons/earworms-those-songs-that-get-stuck-in-your-head-elizabeth-hellmuth-margulis

Você já ficou em uma fila de supermercado, procurando distraidamente uma revista, quando uma canção aparece repentinamente em sua cabeça? Não a música inteira, mas apenas um fragmento que fica se repetindo até que você começa a descarregar as compras no ritmo da música? Elizabeth Hellmuth Margulis explora os earworms — um fenômeno cognitivo que afeta 90% das pessoas pelo menos uma vez por semana.

Aula de Elizabeth Margulis, animação de Artrake Studio.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
04:46

Portuguese, Brazilian subtitles

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