Return to Video

Como serão os empregos do futuro?

  • 0:01 - 0:04
    A escritora George Eliot
    advertiu-nos de que,
  • 0:04 - 0:06
    de entre todas as formas de erro,
  • 0:06 - 0:08
    a profecia é a mais gratuita.
  • 0:08 - 0:11
    A pessoa que todos reconheceríamos
  • 0:11 - 0:15
    como o seu homólogo do séc. XX,
    Yogui Berra, concordou com ela e disse:
  • 0:15 - 0:16
    "É difícil fazer previsões,
  • 0:16 - 0:19
    "especialmente em relação ao futuro."
  • 0:19 - 0:20
    Eu vou ignorar esses avisos
  • 0:20 - 0:23
    e vou fazer uma previsão muito específica.
  • 0:23 - 0:25
    No mundo que estamos a criar
    muito rapidamente,
  • 0:25 - 0:27
    vamos ver cada vez mais coisas
  • 0:27 - 0:29
    que se parecem com ficção científica
  • 0:29 - 0:32
    e cada vez menos coisas
    que se parecem com empregos.
  • 0:32 - 0:34
    Os nossos carros, em breve,
    começarão a guiar-se a si mesmos,
  • 0:34 - 0:38
    o que significa que precisaremos
    de menos camionistas.
  • 0:38 - 0:39
    Vamos ligar o Siri ao Watson
  • 0:39 - 0:41
    e usá-los para automatizar
    muito do trabalho
  • 0:41 - 0:45
    que atualmente é feito por representantes
    de atendimento ao cliente,
  • 0:45 - 0:48
    especialistas em resolução
    de problemas e analistas.
  • 0:48 - 0:50
    Já estamos a pegar no R2D2,
  • 0:50 - 0:53
    a pintá-lo de cor de laranja
    e a pô-lo a trabalhar,
  • 0:53 - 0:55
    transportando prateleiras pelos armazéns,
  • 0:55 - 0:57
    o que significa que precisamos
    de muito menos pessoas
  • 0:57 - 1:00
    a andar para cima e para baixo
    nos corredores.
  • 1:00 - 1:02
    Há cerca de 200 anos
  • 1:02 - 1:05
    que as pessoas vêm dizendo
    exatamente o que vos estou a contar
  • 1:05 - 1:08
    — a era do desemprego
    tecnológico está a chegar —
  • 1:08 - 1:11
    a começar pelos luditas a destruir
    teares na Grã-Bretanha
  • 1:11 - 1:12
    há cerca de dois séculos.
  • 1:12 - 1:14
    Mas eles têm estado errados.
  • 1:14 - 1:17
    As nossas economias no mundo desenvolvido
    têm logrado alcançar
  • 1:17 - 1:19
    algo muito próximo do pleno emprego.
  • 1:19 - 1:21
    O que levanta uma questão crítica:
  • 1:21 - 1:24
    porque é que desta vez é diferente,
    se realmente for?
  • 1:24 - 1:27
    A razão da diferença está em que,
    só nos últimos anos
  • 1:27 - 1:29
    as nossas máquinas começaram
    a mostrar capacidades
  • 1:29 - 1:32
    que nunca antes haviam mostrado
  • 1:32 - 1:36
    — compreensão, fala, audição, visão,
    resposta, escrita —
  • 1:36 - 1:39
    e ainda estão a adquirir
    novas capacidades.
  • 1:39 - 1:42
    Por exemplo, os robôs humanoides móveis
  • 1:42 - 1:43
    são ainda incrivelmente primitivos,
  • 1:43 - 1:46
    mas o sector de pesquisa do
    Departamento de Defesa
  • 1:46 - 1:47
    acabou de lançar um concurso
  • 1:47 - 1:49
    para fazer coisas como esta
  • 1:49 - 1:51
    e, se nos guiarmos pelos anteriores,
  • 1:51 - 1:53
    este concurso dará resultados.
  • 1:53 - 1:57
    Portanto, quando olho à volta,
    penso que não está nada longe
  • 1:57 - 1:59
    o dia em que vamos ter androides
  • 1:59 - 2:02
    a fazer muito do trabalho
    que fazemos neste momento.
  • 2:02 - 2:06
    Estamos a criar um mundo em que vai haver
  • 2:06 - 2:09
    cada vez mais tecnologia
    e cada vez menos empregos.
  • 2:09 - 2:11
    É um mundo a que Erik Brynjolfsson
    e eu chamamos
  • 2:11 - 2:13
    "a era da nova máquina".
  • 2:13 - 2:15
    O que devemos ter em mente
  • 2:15 - 2:18
    é que isto são ótimas notícias,
  • 2:18 - 2:21
    as melhores notícias económicas
    do planeta na atualidade.
  • 2:21 - 2:24
    Não que haja muita competição, certo?
  • 2:24 - 2:25
    (Risos)
  • 2:25 - 2:27
    São as melhores notícias económicas
    da atualidade
  • 2:27 - 2:28
    por duas razões principais.
  • 2:28 - 2:31
    A primeira é que o progresso tecnológico
    é o que nos permite
  • 2:31 - 2:36
    continuar nesta espantosa
    e recente corrida
  • 2:36 - 2:38
    em que a produção aumenta com o tempo,
  • 2:38 - 2:41
    enquanto, em simultâneo, os preços descem
  • 2:41 - 2:45
    e o volume e a qualidade
    continuam a explodir.
  • 2:45 - 2:48
    Algumas pessoas olham para isto
    e falam de materialismo fútil,
  • 2:48 - 2:51
    mas essa é uma maneira
    totalmente errada de ver isto.
  • 2:51 - 2:53
    Isto é a abundância, que é precisamente
  • 2:53 - 2:56
    aquilo que queremos que
    o nosso sistema económico proporcione.
  • 2:57 - 3:00
    A segunda razão por que
    a nova idade da máquina
  • 3:00 - 3:03
    constitui uma tão boa notícia
    é que, quando os androides
  • 3:03 - 3:06
    começarem a fazer o trabalho,
    nós não teremos mais de o fazer
  • 3:06 - 3:09
    e libertamo-nos de trabalhos e fadigas.
  • 3:09 - 3:11
    Quando falo disto com os meus amigos
  • 3:11 - 3:14
    em Cambridge e em Silicon Valley,
    eles dizem:
  • 3:14 - 3:16
    "Fantástico. Acabam-se
    os trabalhos e as fadigas.
  • 3:16 - 3:18
    "Isso permite-nos imaginar
  • 3:18 - 3:21
    "um tipo de sociedade
    inteiramente diferente,
  • 3:21 - 3:23
    "uma sociedade em que os criadores,
    os descobridores,
  • 3:23 - 3:26
    "os intérpretes e os inovadores
  • 3:26 - 3:29
    "se juntem com os seus patronos
    e financiadores
  • 3:29 - 3:32
    "para falar de problemas,
    entreter, esclarecer
  • 3:32 - 3:33
    "e provocar-se mutuamente."
  • 3:33 - 3:37
    Na verdade, uma sociedade
    muito parecida com a Conferência TED.
  • 3:39 - 3:41
    E realmente há muito de verdade nisto.
  • 3:41 - 3:43
    Estamos a assistir
    a um desenvolvimento espantoso.
  • 3:43 - 3:47
    Num mundo em que é tão fácil
    produzir um objeto
  • 3:47 - 3:49
    como imprimir um documento,
  • 3:49 - 3:51
    temos espantosas novas possibilidades.
  • 3:51 - 3:55
    As pessoas que costumavam
    ser artesãos e amadores
  • 3:55 - 3:57
    são agora criadores e são responsáveis
  • 3:57 - 3:59
    por quantidades maciças de inovação.
  • 3:59 - 4:02
    Os artistas, que dantes estavam limitados,
  • 4:02 - 4:04
    podem agora fazer coisas
    que nunca anteriormente
  • 4:04 - 4:06
    lhes haviam sido possíveis.
  • 4:06 - 4:09
    Portanto, esta é uma época
    de grande desenvolvimento.
  • 4:09 - 4:11
    Quanto mais olho em redor,
    mais me convenço
  • 4:11 - 4:16
    de que esta citação, do físico
    Freeman Dyson, não é nada exagerada.
  • 4:16 - 4:19
    É uma simples constatação dos factos.
  • 4:19 - 4:22
    Estamos no meio de um período espantoso.
  • 4:22 - 4:25
    O que levanta outra grande questão:
  • 4:25 - 4:28
    O que poderá correr mal nesta
    idade da nova máquina?
  • 4:28 - 4:31
    Ótimo, desliguem, floresçam,
    vão para casa.
  • 4:31 - 4:34
    Vamos enfrentar duas ordens de desafios
    realmente espinhosos
  • 4:34 - 4:37
    à medida que formos mergulhando
    no futuro que estamos a criar.
  • 4:37 - 4:40
    Os primeiros são económicos,
    e estão bem sintetizados
  • 4:40 - 4:43
    numa história apócrifa sobre um diálogo
  • 4:43 - 4:45
    entre Henry Ford II e Walter Reuther,
  • 4:45 - 4:49
    que era o dirigente do sindicato
    dos trabalhadores do setor automóvel.
  • 4:49 - 4:51
    Estavam a percorrer uma das novas
    fábricas modernas,
  • 4:51 - 4:54
    e Ford, a brincar,
    volta-se para Reuther e diz:
  • 4:54 - 4:56
    "Ei, Walter, como é que vai conseguir
  • 4:56 - 4:58
    "que estes robôs paguem
    a quota ao sindicato?"
  • 4:58 - 4:59
    E Reuther riposta:
  • 4:59 - 5:03
    "Ei, Henry, como é que vai conseguir
    que eles comprem automóveis?"
  • 5:03 - 5:04
    (Risos)
  • 5:04 - 5:08
    O problema de Reuther naquela anedota
  • 5:08 - 5:11
    é que é difícil oferecer trabalho
  • 5:11 - 5:13
    a uma economia cheia de máquinas.
  • 5:13 - 5:15
    Vemos isso muito claramente
    nas estatísticas.
  • 5:15 - 5:17
    Se examinarem as últimas décadas,
  • 5:17 - 5:21
    os rendimentos do capital — por outras
    palavras, os lucros das empresas —
  • 5:21 - 5:23
    vemo-los a crescer,
  • 5:23 - 5:25
    e vemo-los agora num máximo histórico.
  • 5:25 - 5:27
    Se observarmos os rendimentos do trabalho
  • 5:27 - 5:30
    — ou seja, o total de salários
    pagos na economia —
  • 5:30 - 5:32
    vemo-los em mínimos históricos
  • 5:32 - 5:35
    e encaminhando-se rapidamente
    na direção contrária.
  • 5:35 - 5:37
    Portanto, isto são más notícias
    para Reuther.
  • 5:37 - 5:40
    Parece que deviam ser
    ótimas notícias para Ford
  • 5:40 - 5:42
    mas, na verdade, não são.
  • 5:42 - 5:46
    Se queremos vender às pessoas
    grandes quantidades de bens dispendiosos,
  • 5:46 - 5:50
    queremos uma classe média ampla,
    estável e próspera.
  • 5:50 - 5:52
    Tivemos uma assim na América
  • 5:52 - 5:55
    durante praticamente
    todo o período do pós-guerra.
  • 5:55 - 5:58
    Mas a classe média está claramente
    sob grande ameaça, neste momento.
  • 5:58 - 6:01
    Todos nós conhecemos muitas estatísticas
  • 6:01 - 6:03
    mas, para repetir apenas uma delas,
  • 6:03 - 6:05
    o rendimento médio nos EUA
    desceu efetivamente
  • 6:05 - 6:07
    durante os últimos 15 anos,
  • 6:07 - 6:10
    e corremos o risco de ficar presos
  • 6:10 - 6:13
    num círculo vicioso em que
    a desigualdade e a polarização
  • 6:13 - 6:16
    continuem a crescer com o tempo.
  • 6:16 - 6:19
    Os desafios da sociedade que acompanham
  • 6:19 - 6:21
    esse tipo de desigualdade
    merecem alguma atenção.
  • 6:21 - 6:23
    Há um conjunto de desafios sociais
  • 6:23 - 6:25
    que não me preocupam muito,
  • 6:25 - 6:27
    e que são captados em imagens como esta.
  • 6:27 - 6:31
    Este não é o tipo de problema social
    que me preocupa.
  • 6:31 - 6:34
    Não faltam visões distópicas
    sobre o que acontecerá
  • 6:34 - 6:37
    quando as nossas máquinas
    se tornarem autoconscientes
  • 6:37 - 6:40
    e decidirem levantar-se e coordenar
    ataques contra nós.
  • 6:40 - 6:42
    Começarei a preocupar-me com eles
  • 6:42 - 6:45
    no dia em que o meu computador
    tomar consciência da minha impressora.
  • 6:45 - 6:49
    (Risos)
    (Aplausos)
  • 6:49 - 6:52
    Este não é o conjunto de desafios
    que nos deva preocupar.
  • 6:52 - 6:54
    Para vos dizer quais
    os tipos de desafios sociais
  • 6:54 - 6:56
    que vão surgir na nova idade da máquina,
  • 6:56 - 6:58
    vou contar uma história
  • 6:58 - 7:00
    sobre dois trabalhadores
    americanos estereotipados.
  • 7:00 - 7:02
    E para que sejam realmente estereótipos,
  • 7:02 - 7:04
    serão ambos brancos.
  • 7:04 - 7:09
    O primeiro é um profissional
    com formação universitária,
  • 7:09 - 7:11
    do tipo criativo, dirigente,
  • 7:11 - 7:14
    engenheiro, médico, advogado,
    esse tipo de trabalhador.
  • 7:14 - 7:16
    Vamos chamar-lhe "Ted".
  • 7:16 - 7:19
    Está no topo da classe média
    norte-americana.
  • 7:19 - 7:22
    O seu homólogo não tem
    formação universitária
  • 7:22 - 7:25
    e trabalha por conta de outrem,
    trabalha como rececionista,
  • 7:25 - 7:28
    trabalha como administrativo ou operário.
  • 7:28 - 7:30
    Vamos chamar a esse sujeito "Bill".
  • 7:30 - 7:32
    Se recuarmos cerca de 50 anos
  • 7:32 - 7:36
    Bill e Ted viviam vidas
    notavelmente parecidas.
  • 7:36 - 7:39
    Por exemplo, em 1960, muito provavelmente,
  • 7:39 - 7:42
    ambos trabalhavam a tempo inteiro,
    pelo menos 40 horas por semana.
  • 7:42 - 7:45
    Mas, como o investigador social
    Charles Murray documentou,
  • 7:45 - 7:48
    quando começámos a automatizar a economia
  • 7:48 - 7:52
    — foi por volta de 1960 que as empresas
    começaram a usar computadores —
  • 7:52 - 7:56
    quando começámos progressivamente
    a injetar tecnologia, automatização
  • 7:56 - 7:58
    e equipamentos digitais na economia,
  • 7:58 - 8:01
    a sorte de Bill e Ted divergiram muito.
  • 8:01 - 8:05
    Neste gráfico temporal, Ted continuou
    a ter um emprego a tempo inteiro.
  • 8:05 - 8:06
    Bill não.
  • 8:06 - 8:10
    Em muitos casos, Bill saiu
    completamente da economia,
  • 8:10 - 8:12
    e Ted raramente o fez.
  • 8:12 - 8:16
    Com o tempo, o casamento de Ted
    manteve-se bastante feliz.
  • 8:16 - 8:17
    O de Bill não.
  • 8:17 - 8:21
    Os filhos de Ted cresceram
    num lar com dois progenitores,
  • 8:21 - 8:23
    o que não aconteceu com os filhos de Bill.
  • 8:23 - 8:26
    Outras formas que levaram Bill
    a marginalizar-se da sociedade?
  • 8:26 - 8:30
    Passou a votar menos
    nas eleições presidenciais,
  • 8:30 - 8:34
    começou a ir para a prisão
    muito mais frequentemente.
  • 8:34 - 8:38
    Não posso contar-vos uma história feliz
    em relação a estas tendências sociais
  • 8:38 - 8:41
    e elas não mostram sinais de inversão.
  • 8:41 - 8:43
    Também são verdadeiras,
    seja qual for o grupo étnico
  • 8:43 - 8:45
    ou grupo demográfico que analisemos.
  • 8:45 - 8:48
    Estão, na verdade, a tornar-se tão graves
  • 8:48 - 8:49
    que até estão em perigo de esmagar
  • 8:49 - 8:53
    o espantoso progresso que fizemos
    com o Movimento dos Direitos Civis.
  • 8:53 - 8:55
    Do que os meus amigos de Silicon Valley
  • 8:55 - 9:01
    e de Cambridge se estão a esquecer
    é que eles são o Ted.
  • 9:01 - 9:04
    Vivem vidas espantosamente
    ocupadas e produtivas
  • 9:04 - 9:06
    e retiram daí todos os benefícios,
  • 9:06 - 9:09
    enquanto Bill vive uma vida
    completamente diferente.
  • 9:09 - 9:11
    Ambos são a prova
    de quanto Voltaire estava certo
  • 9:11 - 9:13
    quando falava dos benefícios do trabalho
  • 9:13 - 9:17
    e do facto de ele nos salvar, não de um,
    mas de três grandes males.
  • 9:17 - 9:19
    [... o tédio, o vício e a necessidade]
  • 9:19 - 9:21
    Portanto, o que faremos
    em relação a estes desafios?
  • 9:21 - 9:24
    A cartilha económica
    é surpreendentemente clara,
  • 9:24 - 9:27
    surpreendentemente simples,
    especialmente a curto prazo.
  • 9:27 - 9:29
    Os robôs não vão tirar-nos
    todos os empregos
  • 9:29 - 9:31
    dentro de um ou dois anos,
  • 9:31 - 9:34
    portanto, o clássico manual Econ 101
    vai servir perfeitamente:
  • 9:35 - 9:37
    Encorajar o empreendedorismo,
  • 9:37 - 9:39
    dobrar a aposta nas infraestruturas,
  • 9:39 - 9:41
    e garantir que,
    no nosso sistema educativo,
  • 9:41 - 9:44
    estamos a formar pessoas com
    as capacidades apropriadas.
  • 9:44 - 9:47
    Mas, a longo prazo, se estamos
    a transitar para uma economia
  • 9:47 - 9:50
    carregada de tecnologia
    e com poucos empregos,
  • 9:50 - 9:52
    como de facto estamos,
    então temos de considerar
  • 9:52 - 9:54
    algumas intervenções mais radicais,
  • 9:54 - 9:57
    por exemplo, algo como um rendimento
    mínimo garantido.
  • 9:57 - 10:01
    Provavelmente, isso soa mal
    para algumas pessoas aqui
  • 10:01 - 10:05
    porque esta ideia está associada
    à extrema esquerda
  • 10:05 - 10:08
    e a esquemas bastante radicais de
    redistribuição de riqueza.
  • 10:08 - 10:10
    Fiz um pouco de pesquisa sobre esta noção
  • 10:10 - 10:12
    e as pessoas podem ficar
    mais tranquilas ao saberem
  • 10:12 - 10:15
    que a ideia de um rendimento
    líquido mínimo garantido
  • 10:15 - 10:18
    tem sido defendida
    por estes socialistas raivosos:
  • 10:18 - 10:22
    Friedrich Hayek, Richard Nixon
    e Milton Friedman.
  • 10:24 - 10:26
    E se vos preocupa que
  • 10:26 - 10:29
    uma coisa como um rendimento garantido
  • 10:29 - 10:31
    vá inibir o nosso entusiasmo pelo sucesso
  • 10:31 - 10:33
    e tornar-nos complacentes,
  • 10:33 - 10:36
    pode interessar-vos saber
    que a mobilidade social,
  • 10:36 - 10:39
    uma das coisas de que muito
    nos orgulhamos nos EUA,
  • 10:39 - 10:42
    é agora mais baixa do que
    nos países do norte da Europa
  • 10:42 - 10:45
    que têm redes de segurança social
    muito generosas.
  • 10:45 - 10:48
    Portanto, a cartilha económica
    é realmente muito clara.
  • 10:48 - 10:51
    A cartilha social constitui
    um desafio muito maior.
  • 10:51 - 10:53
    Eu não conheço o manual
  • 10:53 - 10:57
    que consiga levar o Bill a integrar-se e
    a manter-se integrado ao longo da vida.
  • 10:57 - 10:59
    Eu sei que a educação
    tem aí uma parte importante.
  • 10:59 - 11:01
    Eu próprio o testemunhei.
  • 11:01 - 11:05
    Fui uma criança Montessori durante
    os meus primeiros anos de educação,
  • 11:05 - 11:07
    e o que essa educação me ensinou
  • 11:07 - 11:09
    foi que o mundo é um sítio interessante
  • 11:09 - 11:11
    e o meu trabalho é ir explorá-lo.
  • 11:11 - 11:13
    A escola acabou no 3.º ano.
  • 11:13 - 11:15
    Depois entrei
    para o sistema de ensino público
  • 11:15 - 11:18
    e senti-me como se tivesse sido
    enviado para o Gulag.
  • 11:18 - 11:19
    (Risos)
  • 11:19 - 11:22
    Com a vantagem duma visão retrospetiva,
    sei agora que a finalidade
  • 11:22 - 11:25
    era preparar-me para ser
    administrativo ou trabalhador
  • 11:25 - 11:28
    mas, na altura, senti-me
    como se a ideia fosse aborrecer-me
  • 11:28 - 11:31
    para me submeter
    ao que se passava à minha volta.
  • 11:31 - 11:33
    Temos que fazer melhor do que isto.
  • 11:33 - 11:35
    Não podemos continuar
    a transformar-nos em Bills.
  • 11:35 - 11:38
    Vemos, pelos rebentos da Primavera,
    que as coisas estão a melhorar.
  • 11:38 - 11:41
    Vemos a tecnologia a causar
    um impacto profundo na educação,
  • 11:41 - 11:44
    e a integrar as pessoas,
    desde os alunos mais jovens
  • 11:44 - 11:45
    até aos mais velhos.
  • 11:45 - 11:48
    Vozes importantes do mundo
    dos negócios dizem-nos
  • 11:48 - 11:51
    que precisamos de repensar coisas
    a que nos vimos agarrando há muito.
  • 11:51 - 11:53
    Vemos esforços muito sérios,
  • 11:53 - 11:56
    sustentados e baseados em dados,
    no sentido de compreender
  • 11:56 - 12:00
    como intervir em algumas das nossas
    comunidades mais problemáticas.
  • 12:00 - 12:02
    Portanto, os rebentos estão por aí.
  • 12:02 - 12:05
    Não quero fingir, nem por um minuto,
    que o que temos será suficiente.
  • 12:05 - 12:08
    Enfrentamos desafios muito difíceis.
  • 12:08 - 12:11
    Para dar apenas um exemplo,
    há cerca de cinco milhões de americanos
  • 12:11 - 12:13
    que estão desempregados
    há pelo menos seis meses.
  • 12:13 - 12:15
    Não vamos resolver-lhes o problema
  • 12:15 - 12:17
    reenviando-os para Montessori.
  • 12:17 - 12:20
    A minha maior preocupação
    é que estamos a criar um mundo
  • 12:20 - 12:23
    em que vamos ter tecnologias brilhantes
  • 12:23 - 12:25
    inseridas numa sociedade
    um bocado miserável
  • 12:25 - 12:27
    e apoiadas por uma economia
    que gera desigualdade
  • 12:27 - 12:29
    em vez de oportunidade.
  • 12:29 - 12:32
    Mas, na realidade,
    penso que não vamos fazer isso.
  • 12:32 - 12:34
    Penso que vamos fazer
    uma coisa muito melhor
  • 12:34 - 12:35
    por uma razão muito simples:
  • 12:35 - 12:37
    os factos estão a surgir.
  • 12:37 - 12:39
    As realidades desta idade da nova máquina
  • 12:39 - 12:43
    e a mudança na economia estão
    a tornar-se mais amplamente conhecidas.
  • 12:43 - 12:46
    Se quiséssemos acelerar esse processo,
    podíamos fazer coisas
  • 12:46 - 12:49
    como pôr os nossos melhores economistas
    e decisores políticos
  • 12:49 - 12:51
    a jogar "Jeopardy" contra o Watson.
  • 12:51 - 12:54
    Podíamos enviar o Congresso numa
    viagem de carro autónomo.
  • 12:54 - 12:57
    Se fizermos este tipo de coisas
    em número suficiente
  • 12:57 - 12:59
    surgirá a consciência de que
    as coisas vão ser diferentes.
  • 12:59 - 13:01
    E então estaremos lançados,
  • 13:01 - 13:04
    porque não acredito minimamente
  • 13:04 - 13:07
    que nos tenhamos esquecido de
    como solucionar desafios difíceis,
  • 13:07 - 13:11
    ou que nos tenhamos tornado tão apáticos
    ou insensíveis ao ponto de nem tentar.
  • 13:11 - 13:14
    Comecei a minha palestra com citações
    de mestres da palavra
  • 13:14 - 13:16
    separados por um oceano e um século.
  • 13:16 - 13:20
    Permitam-me que termine com palavras
    de poíiticos igualmente distantes.
  • 13:20 - 13:24
    Winston Churchill veio a minha casa,
    no MIT, em 1949, e disse:
  • 13:24 - 13:26
    "Se queremos trazer as grandes massas
  • 13:26 - 13:29
    "da população de todas as terras
    para a mesa da abundância,
  • 13:29 - 13:32
    "isso só pode acontecer
    pela melhoria incansável
  • 13:32 - 13:35
    "de todos os nossos meios
    de produção técnica."
  • 13:35 - 13:38
    Abraham Lincoln compreendeu
    que havia um outro ingrediente. Disse:
  • 13:38 - 13:41
    " Acredito firmemente nas pessoas.
  • 13:41 - 13:43
    "Se lhes for dada a verdade,
    podemos confiar nelas
  • 13:43 - 13:45
    "para enfrentar qualquer crise nacional.
  • 13:45 - 13:48
    "O ponto fundamental está em dar-lhes
    os factos concretos."
  • 13:48 - 13:51
    Portanto, a nota otimista,
    o ponto fundamental que vos quero deixar
  • 13:51 - 13:55
    é que os factos concretos da idade
    da máquina estão a tornar-se claros
  • 13:55 - 13:57
    e tenho toda a confiança
    de que vamos usá-los
  • 13:57 - 13:59
    para traçar um bom rumo
    em direção à economia
  • 13:59 - 14:02
    abundante e cheia de desafios
    que estamos a criar.
  • 14:02 - 14:04
    Muito obrigado.
  • 14:04 - 14:08
    (Aplausos)
Title:
Como serão os empregos do futuro?
Speaker:
Andrew McAfee
Description:

O economista Andrew McAfee sugere que, provavelmente os droides vão-nos tirar os empregos — ou, pelo menos, o tipo de empregos que atualmente conhecemos. Nesta palestra clarividente, ele reflete sobre como serão os empregos do futuro e como educar as gerações vindouras para os exercerem.

more » « less
Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
14:15

Portuguese subtitles

Revisions Compare revisions