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Confie em suas dificuldades | Zain Asher | TEDxEuston

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    Olá a todos.
  • 0:16 - 0:20
    Meu nome é Zain Asher
    e sou âncora na CNN Internacional.
  • 0:20 - 0:23
    Tenho muito orgulho em dizer
    que tenho o emprego dos meus sonhos.
  • 0:23 - 0:27
    Todos os dias, eu acordo
    superempolgada para ir trabalhar.
  • 0:27 - 0:29
    Mas minha vida nem sempre foi assim
  • 0:29 - 0:32
    e quero muito compartilhar
    um pouquinho sobre minha vida
  • 0:32 - 0:35
    e, quem sabe, ajudar a motivar
    e a inspirar alguns de vocês.
  • 0:35 - 0:38
    Atualmente sou âncora
    da CNN Internacional,
  • 0:38 - 0:41
    mas há uns 4 ou 4,5 anos,
  • 0:41 - 0:43
    eu trabalhava como recepcionista.
  • 0:43 - 0:46
    E estou contando isso
    porque quero que vocês saibam
  • 0:46 - 0:48
    que nunca encontramos
    o sucesso numa linha reta,
  • 0:48 - 0:51
    sempre haverá percalços no caminho.
  • 0:51 - 0:53
    Por muito tempo em minha vida,
  • 0:53 - 0:56
    acreditei que o trabalho árduo
    era a chave para o sucesso.
  • 0:56 - 1:00
    E achava: "Se você trabalhar muito,
    claro que será bem-sucedida".
  • 1:00 - 1:03
    Mas hoje sei que há muito mais coisa
    envolvida nisso.
  • 1:03 - 1:05
    Há muitas pessoas que trabalham muito
  • 1:05 - 1:08
    e que nem sempre conseguem
    sucesso em suas carreiras.
  • 1:08 - 1:12
    Há muitas pessoas
    extraordinariamente talentosas,
  • 1:12 - 1:14
    que conhecem as pessoas certas,
    têm boa formação,
  • 1:14 - 1:16
    mas que nem sempre conseguem.
  • 1:16 - 1:19
    Se trabalhar muito nem sempre basta,
    o que determina, então,
  • 1:19 - 1:21
    se você será ou não bem-sucedido?
  • 1:21 - 1:23
    Já que pretendo responder isso,
  • 1:23 - 1:26
    vou contar um pouquinho sobre minha vida.
  • 1:26 - 1:29
    Eu nasci e fui criada aqui em Londres.
  • 1:29 - 1:32
    Eu e minha família somos da Nigéria.
  • 1:32 - 1:34
    O pior e, provavelmente,
    o dia mais difícil da minha vida
  • 1:34 - 1:37
    foi o dia 3 de setembro de 1988.
  • 1:37 - 1:39
    Eu tinha uns cinco anos.
  • 1:39 - 1:42
    Eu e minha mãe estávamos na cozinha,
    na nossa casa, em Londres.
  • 1:42 - 1:45
    Tínhamos acabado de chegar
    de um casamento na Nigéria.
  • 1:45 - 1:48
    Meu irmão e meu pai
    permaneceram na Nigéria
  • 1:48 - 1:52
    após o casamento,
    para viajarem juntos de carro.
  • 1:52 - 1:55
    Eles deviam voltar para casa
    no dia 3 de setembro de 1988.
  • 1:55 - 1:58
    Nós os pegaríamos no aeroporto.
  • 1:58 - 1:59
    Ficamos esperando e esperando.
  • 1:59 - 2:01
    Achamos que eles tinham perdido o voo,
  • 2:01 - 2:04
    continuamos esperando sem nenhuma notícia.
  • 2:04 - 2:05
    Mais tarde naquele dia,
  • 2:05 - 2:09
    minha mãe recebeu uma ligação da Nigéria,
    de um amigo da família,
  • 2:09 - 2:12
    e a voz do outro lado da linha
    só disse o seguinte:
  • 2:12 - 2:16
    "Seu marido e seu filho
    sofreram um acidente de carro.
  • 2:16 - 2:19
    Um deles morreu e não sabemos qual".
  • 2:19 - 2:22
    O acidente aconteceu na Nigéria
  • 2:22 - 2:24
    e havia umas cinco pessoas no carro.
  • 2:24 - 2:28
    Todos no carro morreram na hora,
    exceto uma pessoa no banco de trás,
  • 2:28 - 2:30
    onde meu pai e meu irmão estavam sentados.
  • 2:30 - 2:32
    Quem acabou morrendo foi meu pai.
  • 2:32 - 2:34
    Minha mãe estava grávida na época.
  • 2:34 - 2:36
    Claro que ela ficou arrasada,
    porque meus pais
  • 2:36 - 2:39
    se amavam demais.
  • 2:39 - 2:41
    Então, fui criada apenas por minha mãe.
  • 2:41 - 2:45
    Por um tempo, minha mãe me mandou
    morar com minha avó, na Nigéria.
  • 2:45 - 2:48
    Quando voltei, ela decidiu,
  • 2:48 - 2:52
    que, se você quer ter sucesso na vida,
    tem de saber se relacionar com pessoas
  • 2:52 - 2:53
    de todas as classes sociais.
  • 2:53 - 2:57
    De propósito, ela me matriculou
    em várias escolas diferentes.
  • 2:57 - 2:58
    Estudei numa escola na Nigéria,
  • 2:58 - 3:01
    estudei numa escola pública
    num bairro pobre ao sul de Londres,
  • 3:01 - 3:04
    estudei numa escola particular
    e depois num internato.
  • 3:04 - 3:10
    Foi intencional, pois minha mãe achava
    que, para se dar bem na vida,
  • 3:10 - 3:12
    você tinha que ser capaz
    de se relacionar com todos.
  • 3:12 - 3:16
    Então, aos 16 anos
    -- tenho uma mãe nigeriana rígida --
  • 3:16 - 3:21
    mas, aos 16 anos, ela decidiu
    que eu deveria estudar em Oxford.
  • 3:21 - 3:24
    Ela pensou: "Como posso assegurar
  • 3:24 - 3:27
    que minha filha estudará em Oxford?
    Como posso fazer isso acontecer?"
  • 3:27 - 3:31
    Ela pensou durante alguns dias
    e me fez uma proposta.
  • 3:31 - 3:35
    Ela disse que me proibiria
    de ver televisão por 18 meses.
  • 3:35 - 3:37
    (Risos)
  • 3:37 - 3:42
    Eu só podia assistir à BBC
    e à CNN Internacional;
  • 3:42 - 3:46
    se quisesse ver outra coisa,
    tinha que ter permissão especial.
  • 3:46 - 3:50
    Depois a proibição se estendeu
    ao telefone, TV a cabo, música --
  • 3:50 - 3:52
    Eu literalmente não fazia
    mais nada além de estudar.
  • 3:52 - 3:55
    Minha mãe dizia:
    "Enquanto você morar comigo,
  • 3:55 - 3:58
    só vai voltar a ver televisão
  • 3:58 - 4:00
    se passar para Oxford".
  • 4:00 - 4:01
    (Risos)
  • 4:01 - 4:03
    Hoje eu acho graça, e é mesmo engraçado,
  • 4:03 - 4:06
    mas o plano dela funcionou.
  • 4:06 - 4:10
    Esforcei-me muito, tirei as melhores notas
    e entrei para Oxford.
  • 4:10 - 4:13
    No geral,
    minha infância não foi muito fácil.
  • 4:13 - 4:16
    Fui criada só por minha mãe;
    não tínhamos muito dinheiro;
  • 4:16 - 4:18
    sempre trocava de escola
  • 4:18 - 4:20
    e, por isso, era difícil fazer amizades.
  • 4:20 - 4:23
    Não tive uma infância muito fácil,
    mas adorei cada momento,
  • 4:23 - 4:26
    pois ela me preparou para a vida real.
  • 4:26 - 4:29
    Como já disse, principalmente
    depois de ter ido para Oxford --
  • 4:29 - 4:32
    e ter feito pós-graduação
    em Columbia, Nova Iorque --
  • 4:32 - 4:34
    eu realmente acreditava, até então,
  • 4:34 - 4:36
    que trabalhar muito
    era a chave para o sucesso.
  • 4:36 - 4:38
    Hoje sei que há muito mais além disso.
  • 4:38 - 4:41
    Vou dizer a vocês o que penso.
  • 4:41 - 4:45
    A primeira coisa em que acredito é:
    confiar em suas dificuldades.
  • 4:45 - 4:48
    Já ouvi muito isso:
    "Confie em suas dificuldades".
  • 4:48 - 4:50
    Significa que, apesar das circunstâncias
  • 4:50 - 4:53
    pelas quais você passa na vida,
  • 4:53 - 4:57
    tenha fé de que tudo acabará sendo
    por um bem maior.
  • 4:57 - 4:59
    Mencionei que há 4 anos, 4,5 anos,
  • 4:59 - 5:04
    eu trabalhava como recepcionista
    numa produtora, na Califórnia,
  • 5:04 - 5:08
    e queria crescer dentro da empresa.
  • 5:08 - 5:11
    Mesmo trabalhando muito,
    eu não conseguia ser promovida.
  • 5:11 - 5:15
    Mesmo trabalhando diversas vezes
    até tarde e nos fins de semana,
  • 5:15 - 5:18
    esperando que meu chefe
    percebesse e me promovesse,
  • 5:18 - 5:20
    isso nunca acontecia.
  • 5:20 - 5:25
    Na verdade, houve um processo seletivo
    externo para o posto que eu queria.
  • 5:25 - 5:28
    Quem já passou por isso sabe como é.
  • 5:28 - 5:32
    Por ser a recepcionista,
    era minha função servir água
  • 5:32 - 5:36
    aos candidatos que seriam entrevistados
    para o posto que eu desejava.
  • 5:36 - 5:38
    (Risos)
    Eu sei. Não foi fácil.
  • 5:38 - 5:42
    Eu não me sentia bem com aquilo.
  • 5:42 - 5:46
    Parei para refletir e me perguntei:
    "O que você realmente quer da vida?
  • 5:46 - 5:49
    Dá pra ver que isso aqui não é pra você.
    O que você quer?"
  • 5:49 - 5:52
    Sempre fui apaixonada
    por jornalismo televisivo.
  • 5:52 - 5:56
    Então, liguei para um canal
    local de televisão em Nova Iorque,
  • 5:56 - 6:01
    e perguntei: "O que preciso fazer
    para trabalhar com vocês?"
  • 6:01 - 6:04
    Infelizmente, eu não tinha experiência.
  • 6:04 - 6:07
    Eles precisavam de um repórter
    com dois ou três anos de experiência
  • 6:07 - 6:09
    e a única experiência que eu tinha
  • 6:09 - 6:13
    era em atender telefones e enviar faxes;
    eu só sabia fazer isso.
  • 6:13 - 6:15
    Então, eles me recusaram diversas vezes.
  • 6:15 - 6:18
    Além disso, eu tinha sotaque britânico
  • 6:18 - 6:21
    e, nos EUA, se você quer trabalhar
    em noticiários locais,
  • 6:21 - 6:24
    é muito difícil se você tiver
    um sotaque estrangeiro.
  • 6:24 - 6:26
    É mais fácil em noticiários nacionais,
  • 6:26 - 6:29
    mas com certeza é bem mais difícil
    em noticiários locais.
  • 6:30 - 6:31
    Então, eles recusaram
  • 6:31 - 6:34
    e eu decidi que não
    me contentaria com um não.
  • 6:34 - 6:37
    Pedi licença médica do trabalho
  • 6:37 - 6:42
    e paguei algumas centenas de dólares
    a uma colega que morava comigo
  • 6:44 - 6:48
    e eles me ajudaram me filmando
    nas ruas de Los Angeles,
  • 6:48 - 6:52
    agindo como se fosse uma repórter.
    Estudei repórteres minuciosamente.
  • 6:52 - 6:54
    Estudei tudo o que faziam, minuciosamente,
  • 6:54 - 6:59
    e fiz vários kits, tipo documentários,
  • 6:59 - 7:02
    que basicamente aprendi ao estudar
    diversos repórteres.
  • 7:02 - 7:06
    Eu os enviei a um canal de notícias
    esperando que me dessem uma chance.
  • 7:06 - 7:08
    Infelizmente, vários canais de notícias
  • 7:08 - 7:11
    recebem milhares de fitas,
    de milhares de interessados,
  • 7:11 - 7:14
    então passaram-se vários meses
    até que me retornassem.
  • 7:14 - 7:17
    Durante esse tempo, a recessão
    chegou e perdi meu emprego.
  • 7:17 - 7:20
    Lá estava eu, sem dinheiro e sem emprego,
  • 7:20 - 7:23
    então decidi ir para Nova Iorque
    de qualquer jeito,
  • 7:23 - 7:27
    torcendo que esse único canal
    me respondesse.
  • 7:27 - 7:30
    Após enviar muitos e-mails
    e insistir muito,
  • 7:30 - 7:33
    finalmente me responderam
    marcando uma entrevista.
  • 7:33 - 7:36
    Eles ficaram tão impressionados por eu,
    mesmo sem experiência alguma,
  • 7:36 - 7:40
    ter criado aquele material sozinha,
    mostrando o que eu podia fazer,
  • 7:40 - 7:43
    que me contrataram na hora.
  • 7:43 - 7:44
    (Aplausos)
    Obrigada.
  • 7:44 - 7:48
    Então, é o que eu digo:
    "Confie em suas dificuldades".
  • 7:48 - 7:52
    A segunda coisa em que acredito
    -- e isso não estava previsto --
  • 7:52 - 7:55
    é que, francamente,
    não acredito em competição.
  • 7:55 - 7:58
    O mundo corporativo vai dizer
    que, se quiser progredir na vida,
  • 7:58 - 8:02
    você precisa ser competitivo,
    precisa ter esse desejo pelo sucesso
  • 8:02 - 8:04
    e por competir com os outros.
  • 8:04 - 8:07
    Mas eu não acredito
    em competir por aquilo que quero,
  • 8:07 - 8:10
    acredito em criar o que quero.
  • 8:10 - 8:14
    Abraham Lincoln disse uma vez
    que a melhor forma de prever o futuro
  • 8:14 - 8:15
    é criar o futuro.
  • 8:15 - 8:17
    Para que eu seja bem-sucedida,
  • 8:17 - 8:20
    não acredito que eu tenha
    que tirar nada de ninguém.
  • 8:20 - 8:23
    Mas, é claro, há algumas vantagens
  • 8:23 - 8:27
    em observar seus colegas
    para ter inspiração, obviamente.
  • 8:27 - 8:29
    Mas acho que ter um espírito competitivo,
  • 8:29 - 8:31
    a necessidade de ser superior
  • 8:31 - 8:34
    e de se comparar aos outros continuamente
  • 8:34 - 8:36
    pode, na verdade,
    gerar medos e inseguranças
  • 8:36 - 8:38
    que acabam detendo você.
  • 8:38 - 8:43
    Quando fiz uma entrevista
    para outro cargo, na CNN,
  • 8:43 - 8:45
    o de âncora,
  • 8:45 - 8:50
    sentei-me ao lado de uma moça com
    a qual eu "competiria" pelo mesmo cargo
  • 8:50 - 8:53
    e, em vez de não lhe desejar boa sorte,
  • 8:53 - 8:56
    sentei-me com ela por horas e a ajudei,
  • 8:56 - 8:58
    mostrei-lhe em que poderia melhorar,
  • 8:58 - 9:01
    para que ela tivesse
    tanta chance quanto eu de conseguir.
  • 9:01 - 9:04
    Fiz o teste de tela primeiro,
  • 9:04 - 9:08
    e ao sair, disse-lhe o que me perguntaram
    e como ela devia se preparar.
  • 9:08 - 9:11
    Então, não acredito em competição.
    Acredito em criar o que quero.
  • 9:11 - 9:15
    Não acredito em competição
    por algo que já foi criado.
  • 9:15 - 9:18
    A terceira coisa
    em que acredito piamente é doar,
  • 9:18 - 9:22
    porque ficou bem claro
    para mim em minha vida
  • 9:22 - 9:26
    que quanto mais você doa,
    mais você recebe.
  • 9:26 - 9:29
    Aprendi isso com uma mulher
    chamada Kat Cole,
  • 9:29 - 9:31
    que entrevistei numa reportagem da CNN.
  • 9:31 - 9:34
    Ela é CEO de uma empresa
  • 9:34 - 9:37
    e começou sua carreira
    como garçonete na Hooters.
  • 9:37 - 9:38
    Bem, eu não sei...
  • 9:38 - 9:42
    (Risos) Você riem, mas não sei
    se vocês conhecem a Hooters --
  • 9:42 - 9:44
    não sei se existe Hooters na Inglaterra --
  • 9:44 - 9:46
    mas é uma rede de restaurantes nos EUA,
  • 9:46 - 9:48
    onde as garçonetes vestem pouca roupa.
  • 9:48 - 9:50
    Foi assim que ela começou
  • 9:50 - 9:52
    e fiquei curiosa quanto à transição
  • 9:52 - 9:56
    daquele tipo de ambiente -- principalmente
    porque ela era pobre quando criança,
  • 9:56 - 9:59
    e a mãe dela guardava dez dólares
    por semana para elas comerem --
  • 9:59 - 10:01
    para o que ela é agora, uma CEO.
  • 10:01 - 10:05
    Queria saber como foi para ela,
    principalmente financeiramente.
  • 10:05 - 10:08
    Ela disse que não sabia muito bem
    como era ter dinheiro,
  • 10:08 - 10:10
    embora ganhasse muito bem,
  • 10:10 - 10:13
    porque ela ainda doa
    boa parte de seu dinheiro, até hoje,
  • 10:13 - 10:17
    pois era claro para ela
    que quanto mais se doa, mais se recebe.
  • 10:17 - 10:19
    Aquilo me impactou muito,
  • 10:19 - 10:21
    porque já entrevistei
    diversos CEOs para a CNN
  • 10:21 - 10:24
    e diversos fundadores
    de novas empresas de tecnologia,
  • 10:24 - 10:28
    alguns dos quais ganharam
    centenas de milhões de dólares.
  • 10:28 - 10:29
    Geralmente eles dizem:
  • 10:29 - 10:32
    "Se quiser ter sucesso,
    precisa se relacionar, ter uma marca,
  • 10:32 - 10:34
    estudar sua concorrência".
  • 10:34 - 10:36
    Ela também tinha conselhos práticos,
  • 10:36 - 10:40
    mas, de repente, a moral da história dela
    era: quanto mais se doa, mais se recebe.
  • 10:40 - 10:43
    E posso dizer que já tentei e testei isso
  • 10:43 - 10:47
    e não acredito necessariamente
    em dar apenas para receber,
  • 10:47 - 10:52
    mas ela tem razão: quanto mais se doa,
    mais se recebe.
  • 10:52 - 10:53
    A última coisa que vou dizer
  • 10:53 - 10:56
    não tem muito a ver com trabalho árduo.
  • 10:56 - 10:59
    Quando ouvi essa frase pela primeira vez,
    achei que era um baita clichê,
  • 10:59 - 11:02
    ouvi isso muitas vezes na infância:
  • 11:02 - 11:05
    "O sucesso vem quando oportunidade
    e preparo se encontram".
  • 11:05 - 11:08
    Ouvi isso tantas vezes
    que achava um clichê,
  • 11:08 - 11:10
    e nunca dei muita atenção a isso.
  • 11:10 - 11:14
    Só agora sei como é verdade.
    Vou dar um exemplo:
  • 11:14 - 11:17
    quando trabalhava
    em noticiários locais de Nova Iorque,
  • 11:17 - 11:20
    eu queria muito chegar
    aos noticiários internacionais,
  • 11:20 - 11:23
    sempre quis trabalhar na CNN, desde jovem.
  • 11:23 - 11:27
    Mas, após estudar diversos
    repórteres e como eles conseguiram,
  • 11:27 - 11:30
    percebi que era crucial
    que eu tivesse uma especialidade,
  • 11:30 - 11:31
    algo que eu dominasse bem,
  • 11:31 - 11:36
    que eu fizesse melhor
    do que os outros, eu acho.
  • 11:36 - 11:39
    Podia ser qualquer coisa,
    desde ser repórter esportiva
  • 11:39 - 11:42
    a repórter de política ou de negócios.
  • 11:42 - 11:45
    Eu era apaixonada
    por noticiários sobre negócios.
  • 11:45 - 11:47
    Enquanto trabalhava em noticiários locais,
  • 11:47 - 11:51
    decidi estudar e aprender
    a fazer noticiário de negócios,
  • 11:51 - 11:54
    não necessariamente por haver
    uma oportunidade em vista
  • 11:54 - 11:57
    ou uma entrevista
    para a qual quisesse me preparar,
  • 11:57 - 12:00
    mas porque confiava que
    uma oportunidade surgiria um dia
  • 12:00 - 12:02
    e eu precisava estar preparada.
  • 12:02 - 12:04
    Nos fins de semana,
    eu ia para a biblioteca:
  • 12:04 - 12:06
    num fim de semana, estudava ações;
  • 12:06 - 12:09
    no outro estudava títulos,
    no outro, derivativos,
  • 12:09 - 12:12
    depois fusões e aquisições; aprendendo.
  • 12:12 - 12:16
    Na verdade, os bibliotecários da Madison
    com a 33, em Nova Iorque,
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    passaram a me conhecer muito bem,
    porque geralmente
  • 12:18 - 12:21
    eu era a última pessoa a sair.
  • 12:21 - 12:23
    Depois de fazer isso durante alguns anos,
  • 12:23 - 12:27
    por fim, e por mero acaso,
    conheci um executivo da CNN,
  • 12:27 - 12:30
    e perguntei em que departamento
    ele trabalhava.
  • 12:30 - 12:34
    Era chefe do setor de notícias de negócios
    e estava precisando de um repórter.
  • 12:34 - 12:37
    Quando o conheci,
    ele me deu umas duas semanas
  • 12:37 - 12:43
    para fazer um teste de tela
    e de noticiário financeiro, também.
  • 12:43 - 12:45
    Ele ficou se sentindo culpado
  • 12:45 - 12:47
    por ter me dado apenas
    duas semanas para me preparar,
  • 12:47 - 12:53
    mas eu sabia, em meu coração,
    que vinha me preparando por anos.
  • 12:53 - 12:57
    Essa também foi uma lição
    que aprendi com meu irmão mais velho.
  • 12:57 - 12:59
    Alguns aqui já falaram comigo sobre ele.
  • 12:59 - 13:01
    Meu irmão mais velho é ator
  • 13:01 - 13:04
    e estrelou em um filme lançado há um ano,
  • 13:04 - 13:06
    chamado "Doze Anos de Escravidão".
  • 13:06 - 13:10
    Ele foi indicado ao Oscar de melhor ator
    e aprendi isso com ele.
  • 13:10 - 13:12
    Ele é mestre em se preparar.
  • 13:12 - 13:16
    Aos treze anos, ele se trancava no quarto,
  • 13:16 - 13:18
    escrevia Shakespeare nas paredes
  • 13:18 - 13:22
    e estudava e memorizava diversas peças
  • 13:22 - 13:26
    -- "Medida por Medida",
    "Noite de Reis", "Richard III" --
  • 13:26 - 13:29
    não porque tivesse um teste em vista,
  • 13:29 - 13:33
    mas, se por acaso, alguns anos depois,
    surgisse a oportunidade de um teste,
  • 13:33 - 13:34
    ele estaria preparado.
  • 13:34 - 13:37
    Não importava quantas vezes
    tivesse que fazer aquilo,
  • 13:37 - 13:42
    ele fazia de novo e de novo,
    até fazer direito.
  • 13:42 - 13:46
    A maioria das pessoas espera até ser
    chamada para uma entrevista de emprego,
  • 13:46 - 13:48
    antes de começar a se preparar;
  • 13:48 - 13:51
    ou espera até ser chamada para um teste,
  • 13:51 - 13:53
    antes de começar a ensaiar.
  • 13:53 - 13:57
    Mas meu irmão me ensinou a me preparar
    bem antes de ser chamada.
  • 13:57 - 14:02
    Para resumir, eu realmente acredito
    em confiar em suas dificuldades,
  • 14:02 - 14:05
    sabendo que as circunstâncias
    pelas quais você passa
  • 14:05 - 14:08
    acabarão sendo, de alguma forma,
    para o seu próprio benefício.
  • 14:08 - 14:13
    Também acredito em ignorar a competição,
  • 14:13 - 14:18
    acredito em doar
    e acredito em confiar e saber
  • 14:18 - 14:20
    que a sua oportunidade um dia chegará.
  • 14:20 - 14:22
    Você só precisa estar preparado.
  • 14:22 - 14:23
    Obrigada.
  • 14:23 - 14:25
    (Aplausos)
Title:
Confie em suas dificuldades | Zain Asher | TEDxEuston
Description:

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, produzido independentemente das conferências TED.

Zain Asher nasceu e foi criada em Londres. Formou-se pela Universidade de Oxford. Ela é correspondente nacional de negócios e de finanças pessoais na CNN, onde ela aparece em várias plataformas cobrindo as últimas notícias sobre finanças e economia. Nesta palestra inspiradora, ela explica por que ela acredita que, na vida, quanto mais você doa, mais você recebe, e por que ela acredita em criar aquilo que você quer, em vez de competir com outras pessoas por isso.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
14:39

Portuguese, Brazilian subtitles

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