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Como é que um Smartphone sabe a nossa localização? — Wilton L. Virgo

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    Como é que o nosso Smartphone
    sabe exatamente onde estamos?
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    A resposta está a 19 000 km de altura
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    num satélite que regula as
    horas por um relógio atómico
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    impulsionado pela mecânica quântica
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    Ufa!
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    Vejamos por partes.
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    Primeiro, porque é tão importante
    saber que horas são num satélite,
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    quando aquilo que nos preocupa
    é a localização?
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    A primeira coisa que o nosso telefone
    precisa de determinar
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    é a que distância
    ele se encontra de um satélite.
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    Cada satélite emite
    permanentemente sinais de rádio
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    que viajam do espaço
    para o nosso telefone, à velocidade da luz.
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    O nosso telefone regista
    o tempo de chegada do sinal
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    e usa-o para calcular
    a distância até ao satélite
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    usando uma fórmula simples:
    distância = c x tempo
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    em que c é a velocidade da luz
    e o tempo a duração da viagem do sinal.
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    Mas há um problema.
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    A luz é incrivelmente rápida.
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    Se só pudéssemos calcular
    a hora até ao segundo,
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    todos os locais na Terra,
    e para além dela,
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    pareceriam estar
    à mesma distância do satélite.
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    Portanto, para calcular essa distância
    num raio de poucos metros,
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    precisamos do melhor relógio
    jamais inventado.
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    Entram aqui os relógios atómicos,
    alguns dos quais são tão precisos
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    que não se adiantam nem atrasam um segundo
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    mesmo que estejam a trabalhar
    durante os próximos 300 milhões de anos.
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    Os relógios atómicos funcionam
    com base na física quântica.
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    Todos os relógios têm que ter
    uma frequência constante.
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    Por outras palavras, um relógio
    tem que ter uma ação repetitiva
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    para distinguir incrementos
    equivalentes de tempo.
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    Tal como o relógio de caixa alta
    depende do balançar constante
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    de um lado para o outro,
    de um pêndulo sob a força da gravidade,
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    o tique-taque de um relógio atómico
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    é mantido pela transição
    entre dois níveis de energia de um átomo.
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    É aqui que entra em ação
    a física quântica.
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    A mecânica quântica
    diz que os átomos contêm energia,
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    mas não podem conter
    qualquer quantidade arbitrária.
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    A energia atómica está forçada
    a um conjunto preciso de níveis.
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    Chamamos-lhe "quanta".
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    Numa analogia simples, pensem em guiar
    um carro numa autoestrada.
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    Quando aumentamos a velocidade
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    passamos gradualmente, por exemplo,
    de 30km/hora para 100 km/hora.
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    Mas, se tivermos um carro atómico quantum,
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    não aceleraremos de modo linear.
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    Saltamos instantaneamente
    de uma velocidade para a outra.
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    A mecânica quântica diz que,
    num átomo,
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    quando ocorre uma transição
    de um nível de energia para outro,
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    a diferença de energia
    é igual a uma frequência característica,
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    multiplicada por uma constante,
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    em que a mudança de energia é igual
    a um número, chamado constante de Planck,
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    o tempo vezes a frequência.
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    É desta frequência característica
    que precisamos para fazer o nosso relógio.
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    Os satélites GPS dependem dos átomos
    de césio e rubídio
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    como padrões de frequência.
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    No caso do césio 133,
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    a frequência característica do relógio
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    é de nove mil milhões,
    cento e noventa e dois milhões,
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    seiscentos e trinta e um mil,
    setecentos e setenta Hz.
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    Ou seja 9000 milhões
    de ciclos por segundo.
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    É um relógio realmente rápido.
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    Por mais habilidoso
    que seja um relojoeiro,
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    cada mecanismo de pêndulo, de corda,
    de cristal de quartzo
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    funciona a uma frequência
    ligeiramente diferente.
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    Mas todos os átomos de césio 133
    do universo
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    oscilam à mesma frequência,
    exatamente.
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    Portanto, graças ao relógio atómico,
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    temos uma leitura rigorosa do tempo
    até a um mil-milionésimo de segundo
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    e uma medição muito precisa
    da distância a esse satélite.
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    Ignoremos o facto de que estamos,
    com certeza, na Terra.
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    Sabemos agora que estamos
    a uma distância fixa do satélite.
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    Por outras palavras, estamos algures
    na superfície duma esfera
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    centrada em volta do satélite.
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    Medimos a nossa distância
    em relação a um segundo satélite
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    e obtemos outra esfera sobreposta.
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    Continuemos a fazer isso,
    e apenas com quatro medições
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    e uma pequena correção, usando
    a teoria da relatividade de Einstein,
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    podemos assinalar a nossa localização
    exatamente num ponto no espaço.
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    Portanto, basta termos:
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    uma rede de satélites de muitos
    milhares de milhões de dólares,
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    átomos de césio a oscilar,
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    mecânica quântica,
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    relatividade,
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    um Smartphone
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    e nós.
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    É simples.
Title:
Como é que um Smartphone sabe a nossa localização? — Wilton L. Virgo
Speaker:
Wilton L. Virgo
Description:

Vejam a lição completa: http://ed.ted.com/lessons/how-does-your-smartphone-know-your-location-wilton-l-virgo

A aplicação de localização GPS num Smartphone pode dar muito jeito quando fazemos uma viagem pela estrada ou queremos encontrar eventos próximos. Mas como é que o nosso Smartphone sabe onde é que nós estamos? Wilton L. Virgo explica como a resposta se situa a 19 000 km de altura, num satélite em órbita que regista o tempo segundo um relógio atómico alimentado pela mecânica quântica.

Lição de Wilton L. Virgo, animação de Nick Hilditch

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
05:04

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