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A ironia fatal da pólvora — Eric Rosado

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    Toda a gente gosta de fogo-de-artifício
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    — as luzes, as cores,
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    e, claro, o grande estouro.
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    Mas a história do fogo-de-artifício
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    não é só abraços e festejos.
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    Muito antes das exibições
    de fogos-de-artifício épicos
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    os químicos na China inventaram
    o ingrediente essencial
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    que impulsiona aquelas luzes
    brilhantes para o céu.
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    Essa invenção foi aquilo
    a que chamamos hoje a pólvora.
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    A nossa história começa na antiga China
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    em meados do século IX,
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    onde os primeiros alquimistas chineses
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    tentavam criar a poção
    da imortalidade.
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    Em vez disso, criaram um pó inflamável
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    que incendiou muitas das suas casas.
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    Depressa perceberam
    que aquele pó preto,
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    a que chamaram "medicina de fogo",
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    era precisamente o oposto
    daquela coisa
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    que os faria viver eternamente.
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    Naqueles tempos antigos,
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    os chineses ainda não tinham percebido
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    como fazer explodir a pólvora.
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    Era simplesmente muito inflamável
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    e os exércitos usavam-na
    para fazerem setas incendiárias
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    e até um lança-chamas.
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    Mas quando conseguiram
    as proporções corretas
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    dos ingredientes
    para criarem uma explosão,
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    começaram a usar a pólovora cada vez mais,
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    criando o fogo-de-artifício
    para afastar os maus espíritos
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    e bombas para se defenderem
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    contra os invasores mongóis.
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    Foram os mongóis, muito provavelmente,
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    que difundiram a invenção da pólvora
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    por todo o mundo.
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    Depois de sofrerem
    os ataques dos chineses,
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    aprenderam a produzir a pólvora
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    e transportavam-na com eles
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    nas suas conquistas na Pérsia e na Índia.
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    Guilherme de Rubruck,
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    um embaixador europeu
    junto dos mongóis,
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    foi talvez o responsável
    por trazer a pólvora
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    para a Europa, por volta de 1254.
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    A partir daí, inventores
    engenheiros e militares
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    criaram todo o tipo de armas destrutivas.
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    Das bombas aos canhões,
    passando pelas espingardas,
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    a pólvora deixou a sua marca no mundo
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    de formas terríveis,
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    em contraste com as belas marcas
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    que deixava no ar.
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    Como é que este pó preto impulsiona
    o fogo-de-artifício para o céu?
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    Devem ter visto antigos filmes
    do Faroeste, ou desenhos animados
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    em que se acende um rastilho de pólvora
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    ligado a um grande barril,
    obviamente explosivo.
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    Quando o fogo chega ao barril,
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    ocorre uma grande explosão.
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    Então, porque é
    que o rastilho não explode?
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    A razão é que a combustão da pólvora
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    liberta energia e gases.
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    Quando o rastilho arde,
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    estes libertam-se facilmente
    no ar ambiente.
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    Mas, quando a pólvora
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    está fechada dentro do barril,
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    a energia e os gases não podem
    escapar-se facilmente
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    e acumulam-se até que...
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    BUM!
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    Os invólucros do fogo-de-artifício
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    proporcionam um escape único,
    dirigido para o alto,
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    para canalizar essa energia explosiva.
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    A mecha inflama a pólvora
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    e a energia escapa-se pela saída
    mais fácil do invólucro,
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    impulsionando o fogo-de-artifício
    bem alto para o céu.
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    Depois a chama passa
    para a câmara do fogo-de-artifício
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    e produz-se a mesma reação
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    bem por cima das nossas cabeças.
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    Os alquimistas chineses
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    nunca encontraram
    o composto para a vida eterna,
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    mas descobriram uma coisa
    que iria modelar toda a civilização,
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    e que tem causado
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    muitos momentos trágicos
    na História da Humanidade,
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    mas que, apesar disso,
    dá-nos esperança
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    quando, em festejos,
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    olhamos para um céu noturno colorido.
Title:
A ironia fatal da pólvora — Eric Rosado
Description:

Vejam a lição completa: http://ed.ted.com/lessons/the-deadly-irony-of-gunpowder-eric-rosado

Em meados do século IX, os químicos chineses, quando trabalhavam esforçadamente numa poção da imortalidade, inventaram a pólvora. Em breve descobriram que aquele pó altamente inflamável estava muito longe de ser um elixir da vida — e utilizaram-no em bombas contra os invasores mongóis. O resto passou à História. Eric Rosado explica como a pólvora tem causado a devastação em todo o mundo, apesar da beleza incandescente do fogo-de-artifício.

Lição de Eric Rosado, animação de Zedem Media.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
03:25

Portuguese subtitles

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