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Megadados são dados melhores

  • 0:01 - 0:05
    A torta preferida dos americanos é?
  • 0:05 - 0:08
    Plateia: Maçã
    Kenneth Cukier: Maçã. Claro que sim.
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    Como sabemos isso?
  • 0:09 - 0:12
    Por causa dos dados.
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    Vejam as vendas dos supermercados.
  • 0:14 - 0:18
    Vejam as vendas
    das tortas congeladas de 30 cm,
  • 0:18 - 0:21
    a de maçã vence, sem dúvida.
  • 0:21 - 0:24
    A maioria das vendas são de maçã.
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    Mas então os supermercados
    começaram a vender
  • 0:29 - 0:32
    tortas menores, de 11 cm,
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    e, de repente, a de maçã caiu
    para o quarto ou quinto lugar.
  • 0:36 - 0:38
    Por quê? O que aconteceu?
  • 0:39 - 0:41
    Certo, pensem bem.
  • 0:42 - 0:46
    Quando você compra uma torta de 30 cm,
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    a família toda tem que aceitar,
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    e a de maçã é a segunda
    mais favorita de todos.
  • 0:52 - 0:54
    (Risos)
  • 0:54 - 0:57
    Mas quando você compra
    uma torta individual de 11 cm,
  • 0:57 - 1:01
    você pode comprar a que quiser.
  • 1:01 - 1:05
    Você pode comprar a sua primeira opção.
  • 1:05 - 1:07
    Você tem mais dados.
  • 1:07 - 1:09
    Pode ver algo que você não via,
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    quando tinha menos informação.
  • 1:13 - 1:16
    A questão aqui é que mais dados
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    não nos permite apenas ver mais
  • 1:18 - 1:20
    daquilo que já tínhamos antes.
  • 1:20 - 1:23
    Mais dados nos permitem ver coisas novas.
  • 1:23 - 1:27
    Permitem-nos ver melhor.
  • 1:27 - 1:30
    Permitem-nos ver de forma diferente.
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    Neste caso, permitem-nos ver
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    qual é a torta favorita dos EUA:
  • 1:36 - 1:38
    não é a de maçã.
  • 1:39 - 1:42
    Vocês já devem ter ouvido
    o termo "megadados".
  • 1:42 - 1:46
    Na verdade, já devem estar fartos
    de ouvir o termo "megadados".
  • 1:46 - 1:49
    É verdade, há muitos exageros
    associados ao termo,
  • 1:49 - 1:51
    e isso é lamentável,
  • 1:51 - 1:55
    porque os megadados são uma ferramenta
    extremamente importante
  • 1:55 - 1:58
    pela a qual a sociedade vai avançar.
  • 1:59 - 2:02
    No passado, olhávamos para
    os dados pequenos
  • 2:02 - 2:04
    e pensávamos no que significaria
  • 2:04 - 2:05
    tentar entender o mundo,
  • 2:05 - 2:07
    e agora nós temos muito mais dados,
  • 2:07 - 2:10
    como jamais tivemos antes.
  • 2:10 - 2:12
    O que vemos é que quando temos
  • 2:12 - 2:15
    um grande volume de dados,
    podemos fazer coisas
  • 2:15 - 2:18
    que não podíamos fazer quando
    só havia quantidades pequenas.
  • 2:18 - 2:21
    Megadados são importantes,
    e megadados são novidade,
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    e quando se pensa nisso,
  • 2:22 - 2:25
    o único jeito deste planeta lidar
  • 2:25 - 2:26
    com os desafios globais–
  • 2:26 - 2:30
    alimentar as pessoas,
    provê-las com cuidados médicos,
  • 2:30 - 2:32
    provê-las com energia, eletricidade,
  • 2:32 - 2:34
    e assegurar que não ficaremos "tostados"
  • 2:34 - 2:36
    com o aquecimento global –
  • 2:36 - 2:40
    será com a utilização de dados
    de forma eficaz.
  • 2:40 - 2:44
    Então, o que há de novo sobre megadados?
  • 2:44 - 2:46
    Bom, para responder isso, vamos pensar
  • 2:46 - 2:48
    em como informação era,
  • 2:48 - 2:51
    fisicamente, no passado.
  • 2:51 - 2:55
    Em 1908, na ilha de Creta,
  • 2:55 - 2:59
    arqueólogos descobriram
    um disco de argila,
  • 3:00 - 3:04
    que foi datado de 2000 A.C.,
    então são 4 mil anos de idade.
  • 3:04 - 3:07
    Há inscrições no disco,
    mas não sabemos o que significam.
  • 3:07 - 3:09
    É um completo mistério,
    mas o detalhe é que
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    era assim que a informação parecia
  • 3:11 - 3:13
    4 mil anos atrás.
  • 3:13 - 3:16
    Era assim que a sociedade armazenava
  • 3:16 - 3:19
    e transmitia informação.
  • 3:19 - 3:23
    Hoje, sociedades não avançaram
    tanto assim.
  • 3:23 - 3:27
    Ainda armazenamos informação em discos,
  • 3:27 - 3:30
    mas hoje podemos guardar
    muito mais informação,
  • 3:30 - 3:31
    mais do que podíamos antes.
  • 3:31 - 3:34
    Buscar é mais fácil. Copiar é mais fácil.
  • 3:34 - 3:38
    Compartilhar é mais fácil.
    Processar é mais fácil.
  • 3:38 - 3:41
    E podemos reutilizar essa informação
  • 3:41 - 3:42
    para usos que não imaginávamos
  • 3:42 - 3:46
    quando coletamos os dados
    pela primeira vez
  • 3:46 - 3:47
    Neste contexto, os dados
  • 3:47 - 3:51
    mudaram de um estoque para um fluxo,
  • 3:51 - 3:55
    de algo estacionário e estático
  • 3:55 - 3:59
    para algo que é fluido e dinâmico.
  • 3:59 - 4:03
    Existe um tipo de "liquidez"
    na informação.
  • 4:03 - 4:06
    O disco descoberto em Creta,
  • 4:06 - 4:10
    de 4 mil anos de idade, é pesado,
  • 4:10 - 4:12
    ele não armazena muita informação,
  • 4:12 - 4:15
    e a informação não é modificável.
  • 4:15 - 4:19
    Em contraste, todos os arquivos
  • 4:19 - 4:21
    que Edward Snowden levou
  • 4:21 - 4:24
    da Agência de Segurança Nacional
    dos Estados Unidos
  • 4:24 - 4:26
    cabem em um pen drive
  • 4:26 - 4:29
    do tamanho de uma unha,
  • 4:29 - 4:33
    e podem ser compartilhado
    à velocidade da luz.
  • 4:34 - 4:37
    Mais dados. Mais.
  • 4:39 - 4:41
    Agora, uma explicação de termos
    tantos dados hoje
  • 4:41 - 4:43
    é que estamos coletando coisas
  • 4:43 - 4:46
    sobre as quais sempre
    coletamos informação.
  • 4:46 - 4:49
    Mas uma outra razão é que
    estamos pegando coisas,
  • 4:49 - 4:51
    que sempre foram informacionais
  • 4:51 - 4:54
    mas não estavam em formato de dados,
  • 4:54 - 4:56
    e agora estão sendo
    transformados em dados.
  • 4:56 - 5:00
    Vejam, por exemplo,
    a questão da localização.
  • 5:00 - 5:02
    Vejam, por exemplo, Martinho Lutero.
  • 5:02 - 5:04
    Se quiséssemos saber, nos anos 1500,
  • 5:04 - 5:06
    onde Martinho Lutero estava,
  • 5:06 - 5:08
    teríamos que segui-lo o tempo todo,
  • 5:08 - 5:10
    talvez com uma pena e um tinteiro,
  • 5:10 - 5:12
    e fazer registros,
  • 5:12 - 5:14
    e agora veja como isso é hoje.
  • 5:14 - 5:16
    Sabemos que em algum lugar,
  • 5:16 - 5:19
    talvez num banco de dados
    de operadora de telefonia,
  • 5:19 - 5:22
    há uma planilha, ou ao menos
    um registro em banco de dados
  • 5:22 - 5:24
    gravando sua informação
  • 5:24 - 5:26
    de onde você esteve, a todo momento.
  • 5:26 - 5:27
    Se você tem um celular,
  • 5:27 - 5:30
    com um GPS, mas mesmo
    que não tenha um GPS,
  • 5:30 - 5:33
    ele pode registrar sua informação.
  • 5:33 - 5:37
    Neste contexto, a localização
    foi transformada em dados.
  • 5:37 - 5:40
    Vejam, por exemplo, a questão da postura,
  • 5:40 - 5:43
    como vocês estão se sentando agora,
  • 5:43 - 5:45
    o modo como você se senta,
  • 5:45 - 5:46
    o modo como você se senta.
  • 5:46 - 5:50
    São todos diferentes, e é uma função
    dos comprimentos das pernas
  • 5:50 - 5:51
    e do contorno das suas costas,
  • 5:51 - 5:54
    e seu eu colocasse censores,
    talvez 100 censores
  • 5:54 - 5:56
    nas cadeiras de todos aqui agora,
  • 5:56 - 5:59
    eu poderia criar um índice
    único para cada um de vocês,
  • 5:59 - 6:04
    como uma impressão digital,
    mas não é do seu dedo.
  • 6:04 - 6:07
    Então, o que poderíamos fazer com isso?
  • 6:07 - 6:09
    Pesquisadores em Tóquio estão usando isso
  • 6:09 - 6:13
    como um potencial dispositivo
    anti-roubo para carros.
  • 6:13 - 6:16
    A ideia é que o ladrão senta ao volante,
  • 6:16 - 6:19
    tenta ligar, mas o carro reconhece
  • 6:19 - 6:21
    que um motorista não autorizado
    está ao volante,
  • 6:21 - 6:23
    e talvez o motor pare, a não ser
  • 6:23 - 6:26
    que você digite uma senha no painel
  • 6:26 - 6:31
    para dizer: "Ei, eu tenho autorização
    para dirigir". Ótimo.
  • 6:31 - 6:33
    E se todos os carros na Europa
  • 6:33 - 6:35
    usassem esta tecnologia?
  • 6:35 - 6:37
    O que poderíamos fazer?
  • 6:38 - 6:40
    Talvez, se agregássemos os dados,
  • 6:40 - 6:44
    talvez pudéssemos identificar sinais
  • 6:44 - 6:47
    que indicassem se um acidente de carro
  • 6:47 - 6:52
    irá acontecer nos próximos 5 segundos.
  • 6:52 - 6:55
    E então, o que teremos
    transformados em dados,
  • 6:55 - 6:57
    é fatiga do motorista,
  • 6:57 - 7:00
    e o serviço seria, quando o carro sente
  • 7:00 - 7:03
    que a pessoa assume aquela posição,
  • 7:03 - 7:07
    automaticamente ativar um alarme interno
  • 7:07 - 7:09
    que faria o volante vibrar, emitir um som,
  • 7:09 - 7:11
    como se dissesse: "Ei, acorda,
  • 7:11 - 7:12
    presta mais atenção na estrada."
  • 7:12 - 7:14
    Essas são as coisas que podemos fazer
  • 7:14 - 7:18
    quando convertemos em dados
    mais aspectos das nossas vidas.
  • 7:18 - 7:21
    Então, qual o valor dos megadados?
  • 7:22 - 7:23
    Pensem bem.
  • 7:23 - 7:25
    Temos mais informação.
  • 7:25 - 7:29
    Podemos fazer coisas que não
    podíamos antes.
  • 7:29 - 7:30
    Uma das áreas mais impressionantes
  • 7:30 - 7:32
    em que este conceito está ocorrendo
  • 7:32 - 7:35
    é na área do aprendizado de máquina.
  • 7:35 - 7:39
    O aprendizado de máquina é um ramo
    da inteligência artificial,
  • 7:39 - 7:42
    que, por sua vez, é um ramo
    da ciência da computação.
  • 7:42 - 7:43
    A idéia geral é que em vez de
  • 7:43 - 7:46
    instruir um computador sobre o que fazer,
  • 7:46 - 7:48
    nós simplesmente jogamos dados no problema
  • 7:48 - 7:51
    e dizemos ao computador
    que resolva sozinho.
  • 7:51 - 7:56
    Conhecer as origens disso
    ajudará vocês a entenderem.
  • 7:56 - 7:59
    Por volta de 1950,
    um cientista da computação
  • 7:59 - 8:03
    da IBM, Arthur Samuel, gostava
    de jogar damas,
  • 8:03 - 8:04
    ele então criou um programa
  • 8:04 - 8:07
    para que pudesse jogar
    contra o computador.
  • 8:07 - 8:10
    Ele jogou. Ele ganhou.
  • 8:10 - 8:12
    Ele jogou. Ele ganhou.
  • 8:12 - 8:15
    Ele jogou. Ele ganhou,
  • 8:15 - 8:17
    porque o computador só sabia
  • 8:17 - 8:19
    o que era uma jogada legal.
  • 8:19 - 8:21
    Arthur Samuel sabia algo mais.
  • 8:21 - 8:25
    Arthur Samuel sabia sobre estratégia.
  • 8:25 - 8:28
    Ele então criou um pequeno sub-programa,
  • 8:28 - 8:30
    operando em segundo plano,
    e tudo que ele fazia
  • 8:30 - 8:32
    era calcular a probabilidade
  • 8:32 - 8:34
    que uma dada configuração do tabuleiro
    pudesse levar
  • 8:34 - 8:37
    a um jogo vencedor contra um perdedor,
  • 8:37 - 8:40
    após cada movimento.
  • 8:40 - 8:43
    Ele joga contra o computador. Ele ganha.
  • 8:43 - 8:45
    Ele joga contra o computador. Ele ganha.
  • 8:45 - 8:48
    Ele joga contra o computador. Ele ganha.
  • 8:49 - 8:51
    Então Arthur Samuel deixou o computador
  • 8:51 - 8:54
    jogar contra ele mesmo.
  • 8:54 - 8:57
    Ele joga com ele mesmo. Coleta mais dados.
  • 8:57 - 9:01
    Coleta mais dados. A precisão
    de sua predição aumenta.
  • 9:01 - 9:03
    Arthur Samuel volta ao computador
  • 9:03 - 9:06
    ele joga, e ele perde,
  • 9:06 - 9:08
    ele joga, e ele perde,
  • 9:08 - 9:10
    ele joga, e ele perde,
  • 9:10 - 9:13
    e Arthur Samuel criou uma máquina
  • 9:13 - 9:18
    que supera sua habilidade em uma tarefa
    que ele mesmo ensinou.
  • 9:19 - 9:21
    Essa ideia de aprendizagem de máquina
  • 9:21 - 9:24
    estará em todas as partes.
  • 9:25 - 9:28
    Como vocês acham que funcionam
    os carros auto-dirigidos?
  • 9:28 - 9:31
    Será que estamos melhores
    como uma sociedade,
  • 9:31 - 9:34
    colocando todas as regras de trânsito
    em um software?
  • 9:34 - 9:36
    Não. A memória está mais barata. Não.
  • 9:36 - 9:40
    Os algoritmos são mais rápidos. Não.
    Os processadores são melhores. Não.
  • 9:40 - 9:43
    Tudo isso é importante, mas
    não é o principal.
  • 9:43 - 9:46
    O essencial é que modificamos
    a natureza do problema.
  • 9:46 - 9:50
    Mudamos o problema de um em que
    tentávamos aberta e explicitamente,
  • 9:50 - 9:53
    explicar ao computador como dirigir,
  • 9:53 - 9:54
    para um em que dizemos:
  • 9:54 - 9:57
    "Aqui temos um monte de dados
    sobre o veículo. Resolva.
  • 9:57 - 9:59
    Descubra se aquilo é um semáforo,
  • 9:59 - 10:01
    se a luz é vermelha e não verde,
  • 10:01 - 10:03
    que isso significa que você tem que parar
  • 10:03 - 10:05
    e não ir adiante."
  • 10:06 - 10:08
    A aprendizagem de máquina é a base
  • 10:08 - 10:10
    de muita coisa que fazemos online:
  • 10:10 - 10:12
    Motores de busca,
  • 10:12 - 10:16
    algoritmos de personalização da Amazon,
  • 10:16 - 10:18
    tradução automática,
  • 10:18 - 10:20
    sistemas de reconhecimento de voz.
  • 10:22 - 10:25
    Pesquisadores recentemente examinaram
  • 10:25 - 10:28
    a questão das biópsias,
  • 10:28 - 10:30
    biópsias de câncer,
  • 10:31 - 10:33
    e pediram para o computador
    para identificar,
  • 10:33 - 10:36
    olhando os dados e taxas de sobrevivência
  • 10:36 - 10:40
    para determinar se as células
  • 10:40 - 10:43
    são cancerosas ou não,
  • 10:43 - 10:45
    e, certamente, alimentando os dados
  • 10:45 - 10:47
    em um algoritmo de
    aprendizagem de máquina,
  • 10:47 - 10:49
    a máquina foi capaz de identificar
  • 10:49 - 10:51
    os 12 sinais que melhor predizem
  • 10:51 - 10:54
    que nesta biópsia, as células da mama
  • 10:54 - 10:57
    são realmente cancerosas.
  • 10:57 - 11:00
    O problema: a literatura médica
  • 11:00 - 11:03
    só conhecia nove deles.
  • 11:03 - 11:04
    Três das características eram traços
  • 11:04 - 11:07
    que as pessoas não tinham
    necessidade de procurar,
  • 11:07 - 11:11
    mas o computador detectou.
  • 11:14 - 11:18
    Mas também há o lado sombrio
    dos megadados.
  • 11:18 - 11:21
    Eles vão melhorar nossas vidas,
    mas há problemas
  • 11:21 - 11:24
    dos quais devemos estar cientes.
  • 11:24 - 11:26
    O primeiro é que
  • 11:26 - 11:29
    possamos ser punidos
    por causa das previsões;
  • 11:29 - 11:33
    que a polícia poderá usar
    megadados para seus propósitos,
  • 11:33 - 11:35
    um pouco como "Minority Report".
  • 11:35 - 11:38
    Atualmente, é um termo chamado
    "policiamento preditivo",
  • 11:38 - 11:40
    ou criminologia algorítmica.
  • 11:40 - 11:42
    A ideia é que, se tivermos muitos dados,
  • 11:42 - 11:44
    digamos, onde um crime ocorreu no passado,
  • 11:44 - 11:47
    sabemos para onde enviar as patrulhas.
  • 11:47 - 11:49
    Isso faz sentido, mas o problema, claro,
  • 11:49 - 11:53
    é que isso não vai parar
    só nos dados de localização,
  • 11:53 - 11:56
    vai chegar ao nível do indivíduo.
  • 11:56 - 11:58
    Por que não usar os dados
  • 11:58 - 12:00
    do histórico escolar das pessoas?
  • 12:00 - 12:03
    Talvez usar o fato
    de estarem desempregadas, ou não,
  • 12:03 - 12:05
    usar sua pontuação de crédito,
  • 12:05 - 12:08
    sua conduta na Internet,
    se ficam acordadas de noite.
  • 12:08 - 12:11
    Seus Fitbits, quando puderem
    identificar dados bioquímicos,
  • 12:11 - 12:14
    mostrarão se têm pensamentos agressivos.
  • 12:15 - 12:17
    Poderemos ter algoritmos
    que poderão prever
  • 12:17 - 12:19
    o que estamos prestes a fazer.
  • 12:19 - 12:20
    e poderemos ser incriminados
  • 12:20 - 12:23
    mesmo antes de agirmos.
  • 12:23 - 12:25
    A privacidade era o desafio principal
  • 12:25 - 12:27
    na era dos pequenos dados.
  • 12:28 - 12:30
    Na fase dos megadados,
  • 12:30 - 12:34
    o desafio será salvaguardar
    nosso livre arbítrio,
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    escolha moral, volição humana,
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    e atuação humana.
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    Há um outro problema:
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    Os megadados vão roubar nossos empregos.
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    Megadados e algoritmos desafiarão
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    o conhecimento profissional
    dos funcionários
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    do século 21,
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    da mesma forma que
    a automação das fábricas
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    e as linhas de produção
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    desafiaram o trabalho dos operários
    no século 20.
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    Imagine um técnico de laboratório
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    examinando ao microscópio
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    uma biópsia do câncer,
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    decidindo se é maligno ou não.
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    Esta pessoa frequentou faculdade.
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    Ela compra um imóvel.
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    Vota.
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    É parte interessada da sociedade.
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    E o seu emprego,
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    assim como o de toda uma frota
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    de profissionais,
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    vão ver que seus empregos
    mudarão radicalmente
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    ou, de fato, serão completamente extintos.
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    Agora, gostamos de pensar
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    que a tecnologia cria empregos
    durante um período tempo
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    após um período de transição
    curto, temporário.
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    Isso é verdade para o quadro de referência
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    com o qual vivemos,
    a Revolução Industrial,
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    porque foi exatamente o que ocorreu.
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    Mas esquecemos algo nessa análise:
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    Há certas categorias de empregos
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    que simplesmente são eliminados
    e não voltam nunca.
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    A Revolução Industrial não foi muito boa
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    para os cavalos.
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    Portanto precisamos ser cautelosos,
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    e pegar os megadados e ajustá-los
    às nossas necessidades,
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    às nossas necessidades humanas.
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    Temos que ser os mestres desta tecnologia,
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    e não seus criados.
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    Estamos apenas no início
    da era dos megadados,
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    e, honestamente, não somos muito bons
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    em manejar todos dados
    que agora podemos coletar.
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    O problema não é só para a
    Agência Segurança Nacional dos EUA.
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    Empresas coletam muitos dados
    e também fazem mal uso deles,
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    e precisamos melhorar nisso,
    o que levará tempo
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    É um pouco como o desafio
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    que os homens primitivos
    enfrentaram com o fogo.
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    É uma ferramenta, mas é uma ferramenta
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    que, se não tivermos cuidado,
    vai nos queimar.
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    Megadados vão transformar
    o modo como vivemos,
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    como trabalhamos e como pensamos.
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    Vão ajudar no gerenciamento
    de nossas carreiras,
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    e viver satisfeitos, com esperança,
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    felizes e saudáveis,
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    mas no passado muitas vezes olhávamos
    para a Tecnologia da Informação
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    mas nossos olhos só viam o 'T',
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    a tecnologia, o hardware,
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    porque era a parte física.
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    Agora precisamos colocar
    nossa atenção no 'I',
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    de informação,
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    que é menos tangível.
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    mas em certos aspectos
    muito mais importante.
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    A humanidade pode finalmente
    aprender a partir da informação
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    que ela pode coletar,
  • 15:24 - 15:26
    como parte da nossa eterna busca
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    pelo entendimento do mundo
    e do nosso lugar nele,
  • 15:29 - 15:33
    e é por isso que os megadados
    são importantes.
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    (Aplausos)
Title:
Megadados são dados melhores
Speaker:
Kenneth Cukier
Description:

Os carros auto-dirigidos foram apenas o começo. Qual é o futuro da tecnologia e design orientados por megadados? Nesta palestra científica eletrizante, Kenneth Cukier fala sobre o futuro da aprendizagem de máquina... E conhecimento humano.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
15:51

Portuguese, Brazilian subtitles

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