Como as pessoas racionalizam a fraude — Kelly Richmond Pope
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0:07 - 0:10Se perguntarem às pessoas
se acham que é errado roubar -
0:10 - 0:12a maioria responderá: "Acho que sim".
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0:12 - 0:17No entanto, em 2013,
organizações pelo mundo inteiro -
0:17 - 0:22perderam em fraudes um total calculado
em 3,7 biliões de dólares, -
0:22 - 0:24que incluem crimes como burlas,
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0:25 - 0:26esquemas de pirâmides,
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0:26 - 0:29e reclamações falsas aos seguros.
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0:29 - 0:32Isto não é apenas obra
de algumas maçãs podres. -
0:32 - 0:34A verdade é que há muita gente suscetível
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0:34 - 0:37à tentação de praticar fraudes
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0:37 - 0:40e a convencerem-se de que não estão
a fazer nada de mal. -
0:41 - 0:43Afinal, porque é que há fraudes?
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0:43 - 0:46Embora as motivações individuais
possam variar de caso para caso, -
0:46 - 0:48o triângulo da fraude,
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0:48 - 0:51um modelo desenvolvido
pelo criminólogo Donald Cressey, -
0:51 - 0:54mostra três condições
que tornam provável a fraude: -
0:54 - 0:58a pressão, a oportunidade
e a racionalização. -
0:58 - 1:02A pressão é sobretudo o que motiva
uma pessoa a envolver-se na fraude. -
1:03 - 1:04Pode ser uma dívida pessoal,
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1:04 - 1:06um vício,
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1:06 - 1:07uma receita extra
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1:07 - 1:09uma inesperada perda de emprego,
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1:09 - 1:10ou uma doença na família.
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1:11 - 1:15Quanto à oportunidade, muita gente,
tanto no setor público como no privado, -
1:15 - 1:19tem acesso a instrumentos que lhe permitem
praticar uma fraude e escondê-la: -
1:19 - 1:21cartões de crédito da empresa,
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1:21 - 1:23dados internos da empresa.
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1:23 - 1:25ou controlo sobre o orçamento.
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1:25 - 1:27A combinação da pressão
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1:27 - 1:30e de estar exposto diariamente
a tais oportunidades -
1:30 - 1:32pode criar uma forte tentação.
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1:32 - 1:35Mas, mesmo com estes dois elementos,
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1:35 - 1:38a maior parte das fraudes
exige a racionalização. -
1:38 - 1:41Muitas pessoas fraudulentas
são criminosos de primeira instância, -
1:41 - 1:44portanto, para praticar um ato
que a maioria considera errado, -
1:44 - 1:47precisam de justificá-lo a si mesmas.
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1:47 - 1:51Uns sentem-se com direito ao dinheiro
porque estão mal pagos e trabalham demais, -
1:51 - 1:54outros acham que as suas fraudes
não farão vítimas, -
1:54 - 1:58até talvez planeiem devolver o dinheiro
depois de solucionada a crise. -
1:59 - 2:01Um dos tipos mais comuns de fraude
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2:01 - 2:04nem sequer aparece como tal ao criminoso.
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2:04 - 2:06Os exemplos incluem empregados
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2:06 - 2:09que empolam as horas de trabalho
ou as notas de despesas. -
2:09 - 2:11os contribuintes
que não declaram receitas, -
2:11 - 2:15ou prestadores de serviços
que enganam as companhias de seguros. -
2:15 - 2:17Embora estas fraudes pareçam pequenas
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2:17 - 2:20e por vezes só envolvam
centenas de dólares, -
2:20 - 2:23todas elas contribuem para o quadro final.
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2:23 - 2:26Depois, há a fraude numa escala maciça.
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2:26 - 2:32Em 2003, a Parmalat, a gigantesca empresa
italiana de lacticínios, foi à falência, -
2:32 - 2:34depois de se ter descoberto
que tinha forjado -
2:34 - 2:37uma conta bancária
de 4 mil milhões de dólares -
2:37 - 2:39e falsificado as declarações financeiras,
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2:39 - 2:43para esconder que as suas subsidiárias
estavam a perder dinheiro. -
2:43 - 2:45Como era controlada familiarmente,
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2:45 - 2:48o governo das empresas
e a supervisão reguladora eram difíceis. -
2:48 - 2:52E, segundo parece, a empresa
esperava recuperar os prejuízos -
2:52 - 2:54antes que alguém descobrisse.
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2:54 - 2:56Mas não é só a ganância empresarial.
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2:56 - 2:58Os governos e as organizações
não lucrativas -
2:58 - 3:00também são suscetíveis à fraude.
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3:00 - 3:04Enquanto foi controladora
da cidade de Dixon, no Illinois, -
3:04 - 3:09Rita Crundwell fez uma fraude
de mais de 53 milhões de dólares. -
3:09 - 3:12Rita era uma das principais criadoras
de cavalos Quarto de Milha da região -
3:12 - 3:15e vencedora de 52 campeonatos mundiais.
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3:16 - 3:20Mas o custo de manter a manada
elevava-se a 200 000 dólares mensais. -
3:21 - 3:25Como a sua posição lhe dava total controlo
sobre as finanças da cidade, -
3:25 - 3:28foi-lhe fácil desviar dinheiro
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3:28 - 3:30para uma conta que tinha
para despesas privadas. -
3:30 - 3:34O esquema continuou,
sem ser detetado, durante 20 anos. -
3:34 - 3:37Crê-se que Crundwell se sentia no direito
de levar uma vida luxuosa -
3:37 - 3:39com base na sua posição
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3:39 - 3:43e pelo relevo dado à cidade
com as suas vitórias. -
3:43 - 3:46É tentador pensar na fraude
como um crime sem vítimas -
3:46 - 3:50porque as empresas e as instituições
cívicas não são pessoas. -
3:50 - 3:53Mas a fraude prejudica pessoas reais
em praticamente todos os casos: -
3:53 - 3:56os empregados da Parmalat,
que perderam o emprego, -
3:56 - 4:00os cidadãos de Dixon cujos impostos
subsidiaram a criação de cavalos, -
4:00 - 4:04os clientes das empresas que aumentaram
os preços para compensarem os prejuízos. -
4:04 - 4:07Por vezes, os efeitos
são óbvios e devastadores, -
4:07 - 4:09como quando Bernie Madoff fez
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4:09 - 4:12com que milhares de pessoas
perdessem as poupanças duma vida. -
4:12 - 4:15Mas, muitas vezes,
são subtis e difíceis de deslindar. -
4:16 - 4:19Mas há sempre alguém, algures,
que vai pagar a fatura.
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- Como as pessoas racionalizam a fraude — Kelly Richmond Pope
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Vejam a lição completa: http://ed.ted.com/lessons/how-people-rationalize-fraud-kelly-richmond-pope
Se perguntarmos às pessoas se acham que roubar é errado, a maioria responderá que sim. Contudo, em 2013, organizações pelo mundo inteiro perderam um total calculado em 3,7 biliões de dólares em fraudes. Kelly Richmond Pope explica como o triângulo da fraude (desenvolvido pelo criminólogo Donald Cressey) pode ajudar-nos a perceber como pessoas, aparentemente corretas, podem tomar decisões pouco éticas na sua vida diária.
Lição de Kelly Richmond Pope, animação de TED-Ed.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TED-Ed
- Duration:
- 04:35
Margarida Ferreira approved Portuguese subtitles for How people rationalize fraud - Kelly Richmond Pope | ||
António Ribeiro edited Portuguese subtitles for How people rationalize fraud - Kelly Richmond Pope | ||
António Ribeiro accepted Portuguese subtitles for How people rationalize fraud - Kelly Richmond Pope | ||
António Ribeiro edited Portuguese subtitles for How people rationalize fraud - Kelly Richmond Pope | ||
António Ribeiro edited Portuguese subtitles for How people rationalize fraud - Kelly Richmond Pope | ||
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Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for How people rationalize fraud - Kelly Richmond Pope | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for How people rationalize fraud - Kelly Richmond Pope |