Return to Video

As máquinas podem ler as nossas emoções? — Kostas Karpouzis

  • 0:07 - 0:11
    Todos os anos as máquinas ultrapassam
    cada vez mais o desempenho dos humanos
  • 0:11 - 0:15
    em tarefas que dantes considerávamos
    exclusivas do Homem.
  • 0:15 - 0:18
    Os computadores atuais conseguem
    vencer-nos em jogos difíceis de tabuleiro,
  • 0:18 - 0:21
    transcrever um discurso
    para dezenas de línguas
  • 0:21 - 0:25
    e identificar praticamente qualquer objeto
    de forma instantânea.
  • 0:25 - 0:27
    Mas os robôs do futuro
    poderão ir mais longe,
  • 0:27 - 0:30
    aprendendo a interpretar
    o que estamos a sentir.
  • 0:31 - 0:32
    Porque é isto importante?
  • 0:32 - 0:35
    Porque, se as máquinas
    e as pessoas que as controlam
  • 0:35 - 0:37
    conseguirem identificar com precisão
    as nossas emoções,
  • 0:37 - 0:40
    poderão ser capazes de nos ajudar
    ou de nos manipular
  • 0:40 - 0:43
    a uma escala sem precedentes.
  • 0:43 - 0:44
    Mas, antes de mais,
  • 0:44 - 0:49
    como é que algo complexo como as emoções
    pode ser convertido em meros números,
  • 0:49 - 0:52
    a única linguagem
    que as máquinas compreendem?
  • 0:53 - 0:57
    Basicamente, fazendo o mesmo que
    o nosso cérebro para interpretar emoções:
  • 0:57 - 0:59
    Aprender a identificá-las.
  • 0:59 - 1:04
    O psicólogo americano Paul Ekman
    identificou algumas emoções universais,
  • 1:04 - 1:09
    cujas pistas visuais são interpretadas
    da mesma forma em várias culturas.
  • 1:09 - 1:14
    Por exemplo, um sorriso sinaliza alegria
    tanto para a população urbana moderna
  • 1:14 - 1:17
    como para a população indígena.
  • 1:17 - 1:18
    E, de acordo com Ekman,
  • 1:18 - 1:20
    a raiva, a repulsa,
  • 1:20 - 1:21
    o medo, a alegria,
  • 1:21 - 1:23
    a tristeza e a surpresa
  • 1:23 - 1:25
    são igualmente identificáveis.
  • 1:25 - 1:30
    Os computadores estão mesmo a melhorar
    rapidamente no reconhecimento de imagem,
  • 1:30 - 1:32
    graças a algoritmos
    de aprendizagem de máquina,
  • 1:32 - 1:34
    como as redes neuronais.
  • 1:34 - 1:38
    Estas redes consistem em nodos artificiais
    que imitam os nossos neurónios biológicos,
  • 1:38 - 1:41
    através da formação de ligações
    e troca de informações.
  • 1:42 - 1:44
    Para treinar a rede
    são alimentadas ao sistema
  • 1:44 - 1:47
    amostras pré-classificadas
    em várias categorias,
  • 1:47 - 1:51
    como, por exemplo, fotografias
    classificadas como "feliz" ou "triste".
  • 1:51 - 1:54
    De seguida, a rede aprende
    a classificar essas amostras,
  • 1:54 - 1:58
    ajustando os pesos relativos
    atribuídos a características específicas.
  • 1:58 - 2:00
    Quanto mais amostras forem dadas,
  • 2:00 - 2:04
    melhor será o desempenho do algoritmo
    na identificação de novas imagens.
  • 2:05 - 2:06
    É como nos nossos cérebros,
  • 2:06 - 2:11
    em que as experiências são usadas
    para aprender a processar novos estímulos.
  • 2:12 - 2:15
    Os algoritmos de reconhecimento
    não se limitam às expressões faciais.
  • 2:15 - 2:18
    As nossas emoções manifestam-se
    de muitas formas.
  • 2:18 - 2:20
    Temos a linguagem corporal e o tom da voz,
  • 2:20 - 2:23
    alterações do ritmo cardíaco,
    cor e temperatura da pele,
  • 2:23 - 2:27
    ou mesmo a frequência de certas palavras
    e a estrutura das frases na nossa escrita.
  • 2:28 - 2:31
    Poderão pensar que treinar redes neuronais
    para reconhecer tais coisas
  • 2:31 - 2:34
    é uma tarefa longa e complexa,
  • 2:34 - 2:37
    mas a verdade é que temos
    uma quantidade enorme de dados
  • 2:37 - 2:40
    e os computadores modernos
    conseguem processá-los rapidamente.
  • 2:40 - 2:42
    Temos mensagens nas redes sociais,
  • 2:42 - 2:44
    fotografias e vídeos transferidos,
  • 2:44 - 2:45
    gravações de chamadas,
  • 2:45 - 2:47
    câmaras de vigilância térmicas
  • 2:47 - 2:50
    e aparelhos para medir sinais fisiológicos
  • 2:50 - 2:53
    — a questão não é
    arranjar dados suficientes,
  • 2:53 - 2:55
    mas sim o que fazer com eles.
  • 2:55 - 2:59
    Há imensas utilizações benéficas para
    a deteção de emoções por computadores.
  • 3:00 - 3:03
    Os robôs que usam algoritmos
    para identificar expressões faciais
  • 3:03 - 3:04
    podem ajudar crianças a aprender
  • 3:04 - 3:07
    ou fazer companhia a pessoas
    que estejam sozinhas.
  • 3:08 - 3:11
    As empresas de redes sociais
    estão a ponderar usar algoritmos
  • 3:11 - 3:13
    para ajudar na prevenção de suicídios,
  • 3:13 - 3:17
    sinalizando mensagens
    com palavras ou frases específicas.
  • 3:17 - 3:21
    O "software" de reconhecimento de emoções
    pode ajudar a tratar doenças mentais
  • 3:21 - 3:25
    ou mesmo facilitar o acesso a psicoterapia
    automatizada e de baixo custo.
  • 3:25 - 3:27
    Apesar das potenciais vantagens,
  • 3:27 - 3:31
    a ideia de uma rede gigante
    que digitaliza as nossas fotografias,
  • 3:31 - 3:34
    comunicações e sinais fisiológicos,
  • 3:34 - 3:36
    é também bastante perturbadora.
  • 3:37 - 3:39
    O que acontecerá à nossa privacidade,
  • 3:39 - 3:42
    se as empresas usarem
    estes sistemas impessoais
  • 3:42 - 3:45
    para explorar as nossas emoções
    através da publicidade?
  • 3:45 - 3:47
    E o que será dos nossos direitos,
  • 3:47 - 3:51
    se as autoridades acharem que podem
    detetar pessoas com potencial criminoso
  • 3:51 - 3:54
    antes de estas sequer decidirem
    cometer de facto um crime?
  • 3:55 - 3:57
    Os robôs têm um longo
    caminho por percorrer
  • 3:57 - 4:00
    no que toca a emoções mais subtis,
    como a ironia,
  • 4:00 - 4:04
    ou a escalas de emoções, por exemplo
    quão feliz ou triste alguém está.
  • 4:05 - 4:09
    Seja como for, poderão tornar-se capazes
    de ler fielmente as nossas emoções
  • 4:09 - 4:11
    e agir em resposta às mesmas.
  • 4:11 - 4:15
    Agora, se eles são capazes de empatizar
    com o nosso medo de intrusões indesejadas
  • 4:15 - 4:17
    isso é outra história.
Title:
As máquinas podem ler as nossas emoções? — Kostas Karpouzis
Speaker:
Kostas Karpouzis
Description:

Vejam a lição completa: http://ed.ted.com/lessons/can-machines-read-your-emotions-kostas-karpouzis

Os computadores conseguem ganhar-nos em jogos de tabuleiro, transcrever voz para texto e identificar praticamente qualquer objeto em instantes. Mas será que os robôs do futuro irão mais longe, aprendendo a ler o que estamos a sentir? Kostas Karpouzis leva-nos a um futuro em que as máquinas e as pessoas que as controlam conseguem ler com exatidão as nossas emoções — e explica como essa capacidade lhes permitirá quer ajudar-nos quer manipular-nos, a uma escala sem precedentes.

Lição de Kostas Karpouzis, animação de Lasse Rützou Bruntse.

more » « less
Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
04:39
Margarida Ferreira approved Portuguese subtitles for Can machines read your emotions?
Margarida Ferreira accepted Portuguese subtitles for Can machines read your emotions?
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Can machines read your emotions?
Juliana Rodrigues edited Portuguese subtitles for Can machines read your emotions?
Juliana Rodrigues edited Portuguese subtitles for Can machines read your emotions?
Juliana Rodrigues edited Portuguese subtitles for Can machines read your emotions?

Portuguese subtitles

Revisions