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Como obter eletricidade de cristais - Ashwini Bharathula

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    Este é um cristal de açúcar.
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    Sob pressão, ele vai gerar eletricidade.
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    Como pode este simples cristal
    ser uma fonte minúscula fonte de energia?
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    Porque o açúcar é piezoelétrico.
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    Materiais piezoelétricos
    transformam estímulos mecânicos,
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    como pressão, ondas sonoras
    e outras vibrações em eletricidade,
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    e vice-versa.
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    Esse estranho fenômeno foi descoberto
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    pelo físico Pierre Curie
    e seu irmão Jacques, em 1880.
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    Eles descobriram que, se comprimissem
    finas fatias de determinados cristais,
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    cargas positivas e negativas
    apareceriam em lados opostos.
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    Essa diferença de cargas, ou voltagem,
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    significava que o cristal comprimido
    conduzia corrente por um circuito,
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    como uma bateria.
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    E funcionava ao contrário também.
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    Conduzir eletricidade por esses cristais
    modificava o formato deles.
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    Ambos os resultados,
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    transformar energia mecânica em elétrica
    e energia elétrica em mecânica,
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    foram extraordinários,
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    mas essa descoberta ficou
    décadas sem ser apreciada.
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    A primeira aplicação prática
    foi em instrumentos de sonar
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    usados para detectar submarinos alemães
    durante a Primeira Gerra Mundial.
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    Cristais de quartzo piezoelétricos
    no transmissor do sonar
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    vibravam quando submetidos
    a voltagem alternante.
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    Isso enviava ondas
    de ultrassom através da água.
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    Medindo quanto tempo essas ondas levavam
    pra recochetear no objeto e voltar,
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    descobria-se a que distância
    o objeto estava.
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    Para a transformação inversa,
    converter energia mecânica em elétrica,
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    imagine lâmpadas que se acendem
    ao batermos palmas.
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    As palmas emitem vibrações pelo ar
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    e fazem com que
    o elemento piezo estremeça.
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    Isso gera uma voltagem capaz de conduzir
    corrente suficiente para acender as LEDs,
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    embora sejam as fontes convencionais
    de energia que as mantêm ligadas.
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    Mas o que torna um elemento piezoelétrico?
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    A resposta depende de dois fatores:
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    a estrutura atômica do material
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    e a forma como a carga elétrica
    se distribui nessa estrutura.
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    Muitos materiais são cristalinos,
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    ou seja, feitos de átomos e íons
    agrupados em um padrão tridimensional.
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    Esse padrão tem um elemento fundamental
    chamado de célula unitária
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    que se repete continuamente.
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    Na maioria dos materiais
    cristalinos não piezoelétricos,
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    os átomos em suas células unitárias
    se distribuem simetricamente
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    em torno de um ponto central,
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    mas alguns materiais cristalinos
    não possuem um centro de simetria,
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    o que os torna candidatos
    à piezoeletricidade.
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    Vejamos o quartzo,
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    um material piezoelétrico
    composto de silício e oxigênio.
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    O oxigênio tem carga levemente negativa
    e o silício tem carga levemente positiva,
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    o que gera uma separação de cargas,
    ou dipolo, ao longo de cada ligação.
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    Geralmente, esses dipolos
    cancelam-se mutuamente,
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    assim não há separação líquida
    de carga na célula unitária.
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    Porém, se um cristal de quartzo
    for espremido em determinada direção,
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    os átomos mudam.
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    Devido à assimetria resultante
    na distribuição de cargas,
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    os dipolos não se cancelam mais.
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    A célula esticada acaba com uma carga
    líquida negativa em um dos lados
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    e uma carga líquida positiva no outro.
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    Esse desequilíbrio de cargas
    se repete em todo o material
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    e as cargas opostas se acumulam
    nos lados opostos do cristal.
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    Isso gera uma voltagem capaz de conduzir
    eletricidade através de um circuito.
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    Materiais piezoelétricos
    podem ter estruturas diferentes,
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    mas o que todos têm em comum são células
    unitárias sem um centro de simetria.
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    Quanto mais forte a pressão
    sobre o material piezoelétrico,
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    maior será a voltagem gerada.
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    Já esticando o cristal, a voltagem mudará,
    fazendo a corrente fluir ao contrário.
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    Há mais materiais piezoelétricos
    do que você imagina.
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    DNA, ossos e seda
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    possuem a capacidade de transformar
    energia mecânica em energia elétrica.
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    Cientistas criaram uma variedade
    de materiais piezoelétricos sintéticos
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    e descobriram aplicações para eles,
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    desde em exames diagnósticos de imagem
    a impressoras a jato de tinta.
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    A piezoeletricidade é responsável
    pelas oscilações rítmicas
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    dos cristais de quartzo que fazem
    os relógios marcarem a hora certa,
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    pelos alto-falantes de cartões musicais
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    e pela centelha que acende
    algumas churrasqueiras,
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    ao clicarmos o acendedor.
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    Os dispositivos piezoelétricos
    talvez se tornem ainda mais comuns,
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    já que a demanda por eletricidade é alta
    e a energia mecânica é abundante.
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    Já existem estações de trem que usam
    a energia dos passos dos passageiros
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    para fazer funcionar catracas e telões,
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    e uma boate em que a piezoeletricidade
    ajuda a acender as luzes.
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    Passos de jogadores de basquete poderiam
    fornecer energia para acender o placar?
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    Ou caminhar pela rua poderia ajudar
    a carregar aparelhos eletrônicos?
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    Qual será o futuro da piezoeletricidade?
Title:
Como obter eletricidade de cristais - Ashwini Bharathula
Description:

Veja a lição completa: http://ed.ted.com/lessons/how-to-squeeze-electricity-out-of-crystals-ashwini-bharathula

Pode parecer ficção científica, mas se você pressionar um cristal de açúcar, ele vai gerar eletricidade. Esse cristal simples pode funcionar como uma fonte minúscula de energia porque o açúcar é piezoelétrico. Ashwini Bharathula explica como materiais piezoelétricos transformam estímulos mecânicos, como pressão, ondas sonoras e outras vibrações em eletricidade, e vice-versa.

Lição de Ashwini Bharathula, animação de Karrot Animation.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
04:56

Portuguese, Brazilian subtitles

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