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Porque é que o "ketchup" é tão difícil de escorrer? — George Zaidan

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    As batatas fritas são uma delícia.
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    Batatas fritas com "ketchup"
    são um pedacinho do céu!
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    O problema é que é
    praticamente impossível
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    deitar a quantidade exata.
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    Estamos tão habituados a deitar "ketchup"
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    que nem reparamos no comportamento
    estranho que ele tem.
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    Imaginem uma garrafa de "ketchup"
    cheia de aço sólido.
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    Por mais que a sacudirmos,
    nunca sairá nenhum bocadinho de aço.
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    Agora imaginem a mesma garrafa
    cheia de um líquido como a água.
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    O líquido escorrerá como num sonho.
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    Mas o "ketchup" não se decide.
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    É um sólido?
    Ou é um líquido?
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    A resposta é: depende.
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    Os fluidos mais vulgares do mundo,
    como a água, os óleos e os álcoois,
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    reagem à força, de forma linear.
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    Se os pressionarmos com o dobro da força,
    movem-se duas vezes mais depressa.
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    Sir Isaac Newton, o da maçã,
    foi o primeiro a afirmar esta relação,
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    por isso, estes fluidos chamam-se
    "fluidos newtonianos".
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    Mas o "ketchup" faz parte de um grupo
    de alegres infratores a esta regra,
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    chamados "fluidos não newtonianos".
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    A maionese, a pasta de dentes, o sangue,
    as tintas, a manteiga de amendoim
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    e muitos outros fluidos reagem
    à força de modo não linear.
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    Ou seja, a sua espessura aparente muda
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    consoante a força, a duração
    e a velocidade com que os esprememos,
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    O "ketchup" é não newtoniano
    de duas formas diferentes:
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    Primeira: quanto maior a força aplicada,
    mais fino parece ficar.
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    Abaixo de uma determinada força,
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    o "ketchup" porta-se
    praticamente como um sólido.
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    Mas se passarmos esse ponto de rotura,
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    ele muda e torna-se mil vezes
    menos viscoso do que antes.
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    Parece familiar, não é?
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    Segunda: Se espremermos
    com uma força abaixo desse limiar,
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    o "ketchup" acaba por começar a fluir.
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    Neste caso, é o tempo e não a força
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    o segredo para fazer sair o "ketchup"
    da sua prisão de vidro.
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    Porque é que o "ketchup"
    se porta de modo tão bizarro?
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    É feito à base de tomate pulverizado,
    esmagado, esmigalhado,
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    de tomates esmagados até mais não.
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    Veem estas partículas minúsculas?
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    É o que resta das células dos tomates,
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    depois do tratamento
    que as transforma em "ketchup".
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    E o líquido à volta destas partículas?
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    É sobretudo água, um pouco
    de vinagre, açúcar e especiarias.
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    Quando o "ketchup" está em repouso,
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    as partículas de tomate estão
    distribuídas ao acaso, uniformemente.
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    Se aplicarmos uma força fraca
    mas muito rápida,
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    as partículas chocam entre si
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    mas não saem do caminho,
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    por isso, o "ketchup" não escorre.
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    Mas se aplicarmos uma força
    forte, muito depressa,
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    essa força extra basta para esmagar
    as partículas de tomate.
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    Assim, em vez de pequenas esferas,
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    elas transformam-se
    em pequenas elipses e bum!
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    Já há espaço suficiente
    para que algumas partículas
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    passem sobre outras
    e o "ketchup" escorre.
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    Mas, se aplicarmos uma força muito fraca
    durante muito tempo,
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    acontece que não sabemos bem
    o que acontece neste cenário.
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    Uma possibilidade é que as partículas
    de tomate junto das paredes do frasco
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    sejam atiradas lentamente para o meio,
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    deixando o caldo
    em que estão dissolvidas,
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    — que é praticamente água —
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    junto das paredes.
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    Essa água serve como lubrificante
    entre o vidro do frasco
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    e o conteúdo do "ketchup" no centro.
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    Assim, o "ketchup" escorre.
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    Outra possibilidade é que as partículas
    se rearranjam lentamente
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    em pequenos grupos,
    que escorrem uns atrás dos outros.
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    Os cientistas que estudam os fluidos
    investigam ativamente
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    a dinâmica do "ketchup"
    e dos seus alegres compinchas.
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    O "ketchup" fica menos denso
    quando o esprememos
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    mas outras substâncias — o "oobleck"
    ou certas manteigas de amendoim,
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    ficam mais espessas,
    quando as esprememos com mais força.
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    Outras podem subir
    por hastes rotativas
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    ou continuarem a escorrer de um jarro
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    depois de começarem a fazê-lo.
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    Porém, numa perspetiva da Física,
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    o "ketchup" é uma das misturas
    mais complicadas.
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    Como se isso não bastasse,
    o equilíbrio dos ingredientes
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    e a presença de espessantes naturais,
    como a goma xantana,
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    que também se encontra
    em muitos sumos e batidos,
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    pode fazer com que "ketchups" diferentes
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    tenham comportamentos diferentes.
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    Mas a maioria mostra as duas
    propriedades distintas:
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    diluição súbita, perante uma força limiar
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    e diluição mais gradual
    depois de aplicada uma pequena força
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    durante muito tempo.
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    Assim, podemos tirar o "ketchup"
    do frasco de duas maneiras:
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    com uma série de leves sacudidelas
    durante bastante tempo,
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    desde que não deixemos
    de aplicar essa força,
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    ou podemos sacudir o frasco
    uma só vez, com muita força.
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    Os especialistas mantêm a tampa fechada,
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    dão umas sacudidelas curtas e fortes
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    para acordar todas as partículas de tomate
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    e depois tiram a tampa
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    e deitam uma dose controlada
    por cima das celestiais batatas fritas.
Title:
Porque é que o "ketchup" é tão difícil de escorrer? — George Zaidan
Speaker:
George Zaidan
Description:

Vejam a lição completa em: http://ed.ted.com/lessons/why-is-ketchup-so-hard-to-pour-george-zaidan

Nada de mais difícil que obter a quantidade exata de "ketchup" que pretendemos. Esta lição examina — ao microscópio — as razões do comportamento estranho do "ketchup", ora sólido, ora líquido, para vos ajudar a controlar o que sai da garrafa.

Lição deGeorge Zaidan, animação de TOGETHER.

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English
Team:
closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
04:29
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Why is ketchup so hard to pour?
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