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A revolução da empatia | Tati Fukamati | TEDxPedradoPenedo

  • 0:05 - 0:10
    Qual problema do mundo atual mais
    te incomoda e mais te indigna hoje em dia,
  • 0:10 - 0:12
    aquele problema que toca o seu coração
  • 0:12 - 0:15
    e que você gostaria de ver
    resolvido no mundo? Qual é?
  • 0:15 - 0:19
    Vai pensando nele aí um pouquinho
    que daqui a pouco te conto qual é o meu.
  • 0:20 - 0:23
    Desde muito cedo, eu fui uma criança
    que queria fazer as coisas diferente,
  • 0:23 - 0:25
    de um jeito diferente,
  • 0:25 - 0:28
    e isso fez de mim uma adolescente
    superquestionadora,
  • 0:28 - 0:32
    superdefensora das próprias ideias
    e superdefensora daquilo em que acredita.
  • 0:33 - 0:35
    Eu sempre fui muito
    apaixonada por natureza,
  • 0:35 - 0:39
    e isso fez eu decidir muito cedo,
    com 13 anos, que eu queria ser bióloga.
  • 0:39 - 0:42
    Eu achava que a minha
    contribuição pro mundo
  • 0:42 - 0:44
    ia vir por meio do cuidado com a natureza.
  • 0:44 - 0:45
    Eu era uma dessas pessoas
  • 0:45 - 0:49
    que falam que gostam mais dos animais
    do que das pessoas, sabe?
  • 0:49 - 0:53
    Mas, ao longo do tempo, eu fui mudando,
    e acho que eu fui evoluindo,
  • 0:53 - 0:55
    e, quando terminei
    a faculdade seis anos atrás,
  • 0:55 - 0:58
    eu sabia que não era
    esse caminho que eu ia seguir,
  • 0:58 - 1:00
    porque a verdade é que não dá
    pra mudar o planeta
  • 1:00 - 1:03
    sem mudar as pessoas.
  • 1:03 - 1:05
    E eu comecei a entender
  • 1:05 - 1:10
    que a forma como a gente se relaciona
    com a gente mesmo e com os outros
  • 1:10 - 1:13
    tem tudo a ver com alguns dos padrões
    que a gente observa na nossa sociedade
  • 1:13 - 1:16
    e com muitos dos problemas
    que a gente está enfrentando.
  • 1:16 - 1:20
    A forma como a gente enxerga o outro,
    como a gente escuta o outro
  • 1:20 - 1:23
    e como a gente se conecta
    com ele tem que mudar,
  • 1:23 - 1:27
    se a gente quiser construir um mundo
    mais pacífico, mais sustentável
  • 1:27 - 1:29
    e mais colaborativo pra todo mundo.
  • 1:29 - 1:34
    E daí, então, compreendendo que toda
    transformação passa pela gente
  • 1:34 - 1:36
    e que a nossa mente tem muito poder,
  • 1:36 - 1:40
    eu resolvi que eu queria estudar
    como o nosso cérebro funciona.
  • 1:40 - 1:44
    Aí, eu fui estudar neurociência
    e, dentro da pós em neurociência,
  • 1:44 - 1:48
    o tema da empatia veio pra mim,
    como meu tema de estudo,
  • 1:48 - 1:53
    quase como uma intuição,
    eu não sei muito bem explicar por quê,
  • 1:53 - 1:58
    e, naquele momento, eu ainda não tinha
    noção de todo o potencial da empatia
  • 1:58 - 2:01
    e não tinha noção de que esse tema
    ia virar a minha causa
  • 2:01 - 2:04
    e ia mudar todo o rumo da minha carreira.
  • 2:04 - 2:08
    Na verdade, eu nem tinha noção do quanto
    esse tema ia ser importante pra mim,
  • 2:08 - 2:10
    aquela adolescente superquestionadora,
  • 2:10 - 2:15
    superdefensora das próprias ideias
    como se fossem verdades absolutas.
  • 2:15 - 2:17
    E lá fui eu estudar sobre a empatia,
  • 2:17 - 2:21
    essa nossa capacidade
    de se colocar no lugar do outro,
  • 2:21 - 2:24
    de adotar a sua perspectiva, ou seja,
    enxergar o mundo pelos seus olhos,
  • 2:24 - 2:27
    e compartilhar dos seus sentimentos.
  • 2:27 - 2:29
    Aí, eu fui descobrir que a empatia real
  • 2:29 - 2:33
    na verdade quebra vários
    dos nossos paradigmas.
  • 2:33 - 2:36
    Sabe aquela regra de ouro que a gente
    aprende desde que a gente é criança,
  • 2:36 - 2:40
    "faça aos outros o que você gostaria
    que fizessem a você"?
  • 2:40 - 2:42
    Esquece. A partir de agora,
    ela não vale mais.
  • 2:42 - 2:46
    Não faça aos outros o que você gostaria
    que fizessem a você.
  • 2:46 - 2:50
    Eles simplesmente podem ter gostos
    completamente diferentes dos seus.
  • 2:50 - 2:52
    A empatia tem a ver com entender isso.
  • 2:52 - 2:58
    Sabe a empatia, aquele sentimento
    fofinho, amoroso, materno,
  • 2:58 - 3:00
    que tudo aceita?
  • 3:00 - 3:02
    Vamos muito além desse conceito.
  • 3:02 - 3:05
    A empatia é uma força poderosa.
  • 3:05 - 3:09
    A empatia é o elo que une
    todos nós como sociedade.
  • 3:09 - 3:13
    A gente pode até achar que a sociedade,
    do jeito que está gora,
  • 3:13 - 3:15
    não é a sociedade
    em que a gente queria viver,
  • 3:15 - 3:18
    mas eu posso garantir pra vocês
    que, sem empatia,
  • 3:18 - 3:20
    a gente não ia estar vivendo
    em sociedade nenhuma.
  • 3:20 - 3:23
    A empatia é uma força revolucionária,
  • 3:23 - 3:27
    que pode ajudar a gente a transformar
    este mundo em que a gente vive
  • 3:27 - 3:29
    no mundo que a gente quer viver.
  • 3:29 - 3:33
    E, realmente, são tempos difíceis
    pros sonhadores
  • 3:33 - 3:38
    e, nesses tempos difíceis,
    às vezes não é fácil falar sobre empatia.
  • 3:38 - 3:40
    Às vezes, a gente é levado a acreditar
  • 3:40 - 3:43
    que o ser humano
    não é empático por natureza.
  • 3:43 - 3:46
    Muitos historiadores,
    escritores, filósofos
  • 3:46 - 3:49
    escreveram sobre o lado ruim
    do ser humano,
  • 3:49 - 3:51
    o lado maquiavélico, egoísta,
  • 3:51 - 3:54
    e a gente pode estar sendo
    levado a acreditar,
  • 3:54 - 3:56
    a nossa sociedade está levando
    a gente a acreditar,
  • 3:56 - 4:01
    que esse lado pode ser maior e mais forte
    do que o lado bom do ser humano,
  • 4:01 - 4:04
    do que o lado colaborativo, o generoso.
  • 4:05 - 4:09
    Eu não vou negar que os acontecimentos
    que a gente vê por aí todos os dias,
  • 4:09 - 4:11
    tanto na TV, nos noticiários,
  • 4:11 - 4:15
    ou até mesmo coisas que acontecem no nosso
    dia a dia podem confirmar essa crença,
  • 4:15 - 4:19
    podem fazer a gente achar
    que o ser humano é um ser egoísta,
  • 4:19 - 4:24
    mas é aí que entra a ciência pra trazer
    um pouco mais de esperança pra gente
  • 4:24 - 4:27
    porque a neurociência
    tem feito muitas descobertas
  • 4:27 - 4:30
    sobre como o ser humano funciona
    e sobre como a gente se relaciona,
  • 4:30 - 4:34
    e essas descobertas têm oferecido
    pra gente uma nova visão do ser humano.
  • 4:35 - 4:36
    Então, pra começar,
  • 4:36 - 4:41
    a neurociência já comprovou que nós somos
    seres empáticos por natureza.
  • 4:41 - 4:43
    Nós somos seres sociais
  • 4:43 - 4:49
    e somos feitos pra viver e nos beneficiar
    em sociedades equilibradas.
  • 4:49 - 4:53
    A gente nasce com estruturas,
    processos, conexões cerebrais
  • 4:53 - 4:58
    que existem pra que a gente possa
    se conectar e expressar empatia.
  • 4:59 - 5:02
    E a gente começa a manifestar isso
    desde que a gente é bebê.
  • 5:02 - 5:06
    Sabe quando você pega um bebê
    e fica fazendo uma careta pra ele
  • 5:06 - 5:09
    e, de repente, ele começa
    a imitar sua careta,
  • 5:09 - 5:12
    ou você fica fazendo um som e, de repente,
    ele começa a imitar seu som?
  • 5:12 - 5:14
    Esse bebê está te imitando,
  • 5:14 - 5:18
    e a imitação é uma das bases
    neuronais da empatia.
  • 5:18 - 5:22
    É porque a gente pode imitar
    que a gente pode empatizar.
  • 5:22 - 5:26
    Isso é possível porque a gente tem
    um sistema de neurônios especiais,
  • 5:26 - 5:28
    que se chama sistema de neurônios-espelho,
  • 5:28 - 5:33
    que tem a função de reproduzir
    e espelhar, no nosso próprio cérebro,
  • 5:33 - 5:34
    qualquer coisa que a gente vê no outro.
  • 5:34 - 5:37
    Pode ser uma ação, pode ser
    um movimento ou pode ser uma emoção.
  • 5:37 - 5:42
    A gente observa-se no outro e é como
    se estivesse acontecendo na gente.
  • 5:42 - 5:45
    É por isso que, se eu pedir
    pra todos vocês agora
  • 5:45 - 5:48
    imaginarem um cortinho
    no meio do dedo, aqui assim,
  • 5:48 - 5:50
    feito com uma folha de sulfite,
  • 5:50 - 5:54
    e uma gotinha de limão
    caindo em cima dele...
  • 5:54 - 5:56
    Eu fiquei observando
    algumas caras e a reação é essa:
  • 5:56 - 6:00
    você se encolhe, você faz...
    um barulhinho esquisito,
  • 6:00 - 6:04
    porque, nesse momento, o seu sistema
    de neurônios-espelho está funcionando
  • 6:04 - 6:06
    e é como se isso estivesse
    acontecendo no seu próprio corpo.
  • 6:06 - 6:09
    É por isso também
    que a gente chora em filmes tristes
  • 6:09 - 6:11
    e é por isso que a gente pode,
    de alguma forma,
  • 6:11 - 6:13
    sentir o que o outro sente,
  • 6:13 - 6:17
    porque a todo momento
    a gente se espelha no outro.
  • 6:17 - 6:20
    Em segundo lugar,
    a neurociência mostrou pra gente
  • 6:20 - 6:23
    que, apesar da empatia ser inata,
    ela pode ser treinada,
  • 6:23 - 6:28
    e isso é possível por conta
    da característica mais maravilhosa
  • 6:28 - 6:30
    do nosso cérebro, na minha opinião:
  • 6:30 - 6:32
    nosso cérebro é plástico.
  • 6:32 - 6:36
    Isso significa dizer que ele
    se molda e ele se adapta
  • 6:36 - 6:39
    a todo e qualquer estímulo
    que a gente dê pra ele.
  • 6:39 - 6:42
    É por isso que, a qualquer
    momento da sua vida,
  • 6:42 - 6:44
    você pode aprender qualquer coisa nova.
  • 6:44 - 6:48
    Você pode aprender a falar um novo idioma,
    a tocar um novo instrumento musical
  • 6:48 - 6:51
    ou desenvolver qualquer competência
    que você queira desenvolver.
  • 6:51 - 6:53
    Com a empatia, é exatamente a mesma coisa:
  • 6:53 - 6:55
    se você resolver, a partir de agora,
  • 6:55 - 6:58
    exercitar a sua emparia
    de forma consciente,
  • 6:58 - 7:02
    o seu cérebro vai começar
    a desenvolver estruturas específicas,
  • 7:02 - 7:06
    vai começar a criar novas rotas neurais
    e vai fazer com que, ao longo do tempo,
  • 7:06 - 7:10
    a empatia pra você seja um processo
    cada vez mais automático e natural.
  • 7:11 - 7:14
    Então, legal, a ciência mostra pra gente
    que a gente nasce empático
  • 7:14 - 7:18
    e que a gente pode exercitar
    a nossa empatia.
  • 7:18 - 7:19
    Mas pra quê, né?
  • 7:19 - 7:22
    Por que a gente vai gastar nosso tempo
    exercitando a nossa empatia?
  • 7:22 - 7:26
    Em primeiro lugar, acho que porque
    ninguém vive sozinho nesse mundo,
  • 7:26 - 7:30
    e a empatia pode sim ajudar a gente
    a ter relações mais profundas
  • 7:30 - 7:34
    e mais significativas
    com as pessoas ao nosso redor.
  • 7:34 - 7:37
    Em segundo lugar, porque hoje
    a empatia já tem sido considerada
  • 7:37 - 7:39
    uma das principais competências do futuro,
  • 7:39 - 7:42
    uma das principais competências
    da liderança do futuro,
  • 7:42 - 7:46
    porque ela nos ajuda a desenvolver
    outras competências muito importantes.
  • 7:46 - 7:50
    A empatia ajuda a gente a ser
    mais criativo, mais inovador
  • 7:50 - 7:52
    e a ter um pensamento sistêmico
    muito mais apurado.
  • 7:52 - 7:56
    Quando a gente consegue olhar para um
    problema não só sob nosso ponto de vista,
  • 7:56 - 7:59
    mas sob vários pontos de vista diferentes,
  • 7:59 - 8:03
    a chance de a gente achar uma solução
    pra ele realmente efetiva é muito maior,
  • 8:03 - 8:06
    e, no mundo que está vindo aí,
    cada vez mais em rede,
  • 8:06 - 8:09
    cada vez mais conectado,
    cada vez mais colaborativo,
  • 8:09 - 8:12
    eu acho que essas competências
    são fundamentais.
  • 8:12 - 8:16
    Mas vou falar de novo:
    a empatia vai além disso.
  • 8:16 - 8:18
    Eu perguntei pra vocês no começo
  • 8:18 - 8:21
    qual problema do mundo
    que te incomoda mais.
  • 8:21 - 8:24
    Aqui, a gente tem um mapa
    de alguns dos problemas do mundo.
  • 8:24 - 8:27
    Provavelmente, o problema
    que você pensou está aqui.
  • 8:27 - 8:30
    Se não estiver, depois você me fala
    que eu vou inserir.
  • 8:30 - 8:33
    Então, guerras, desigualdade, pobreza,
  • 8:33 - 8:36
    intolerância, machismo,
    questões ambientais.
  • 8:36 - 8:38
    A gente tem muitas questões no mundo.
  • 8:38 - 8:40
    Se a gente começa a analisar,
  • 8:40 - 8:44
    a gente vai perceber que esses problemas
    não são isolados uns dos outros.
  • 8:44 - 8:47
    Eles são todos sistêmicos,
    interconectados,
  • 8:47 - 8:49
    e se retroalimentam o tempo todo,
  • 8:50 - 8:53
    e eles, apesar de diferentes,
    têm algumas coisas em comum,
  • 8:53 - 8:56
    eles têm algumas causas em comum,
  • 8:56 - 9:00
    e eu não tenho dúvida que a falta
    de empatia é uma causa comum
  • 9:00 - 9:02
    a todos esses problemas.
  • 9:02 - 9:05
    A gente pode olhar pra esse mapa
    por dois pontos de vista.
  • 9:05 - 9:09
    Pelo ponto de vista negativo,
    a gente pode até ficar paralisado com ele,
  • 9:09 - 9:11
    e falar: "Puts, que negócio complexo.
  • 9:11 - 9:14
    O que eu vou fazer pra resolver
    um mapa desse tamanho?
  • 9:14 - 9:17
    Como é que eu vou tudo isso?"
  • 9:17 - 9:20
    Ou a gente pode olhar
    pelo lado positivo, o lado da solução,
  • 9:20 - 9:21
    e pensar assim:
  • 9:21 - 9:26
    se a falta de empatia está na raiz
    de todos esses problemas,
  • 9:26 - 9:27
    então dá pra gente imaginar
  • 9:27 - 9:31
    que o desenvolvimento da empatia
    pode ajudar a gente
  • 9:31 - 9:33
    a resolver todos esses problemas.
  • 9:33 - 9:36
    E aí, eu queria trazer
    um conceito diferente,
  • 9:37 - 9:40
    que é o conceito de pontos de acupuntura.
  • 9:40 - 9:44
    Na medicina chinesa, os pontos
    de acupuntura são pontos do nosso corpo
  • 9:44 - 9:46
    que concentram grande fluxo de energia
  • 9:46 - 9:51
    e, ao ativar aquele ponto, você não está
    resolvendo um problema específico,
  • 9:51 - 9:53
    você está aliviando o sistema inteiro.
  • 9:53 - 9:56
    Quando a gente tem sistemas
    muito complexos como esse,
  • 9:56 - 9:58
    em que a gente não consegue
    atuar em todos os nós,
  • 9:58 - 10:00
    a gente precisa buscar
    pontos de acupuntura.
  • 10:00 - 10:04
    Se você mexer naquilo, você mexe em tudo.
  • 10:04 - 10:09
    E eu acredito muito que a empatia é um
    dos principais, se não o principal,
  • 10:09 - 10:13
    ponto de acupuntura da nossa sociedade,
    que precisa ser desenvolvido.
  • 10:13 - 10:16
    Olhando pra isso, eu descobri
    que esse é o meu problema,
  • 10:16 - 10:18
    esse é o problema que tira o meu sono.
  • 10:18 - 10:22
    A nossa crise de relações
    é a nossa falta de coletividade.
  • 10:22 - 10:25
    Como é que a nossa conexão
    ou não conexão com algumas pessoas
  • 10:25 - 10:28
    chegou ao ponto de causar esses problemas?
  • 10:28 - 10:31
    Como é que pode que algumas
    relações estejam tão frágeis
  • 10:31 - 10:33
    que chegam ao ponto de gerar guerras,
  • 10:33 - 10:36
    ou conflitos violentos,
    causados pela intolerância?
  • 10:36 - 10:37
    Isso não pode acontecer,
  • 10:37 - 10:42
    e essa virou a minha causa,
    esse virou o tema do meu trabalho
  • 10:42 - 10:45
    e, desde então, eu tenho
    tentado levar esse tema,
  • 10:45 - 10:49
    essa visão mais ampla da empatia,
    pro maior número de pessoas
  • 10:49 - 10:52
    e tentado plantar uma sementinha
    de empatia em todas elas.
  • 10:52 - 10:55
    Assim como eu, tem um monte
    de gente por aí fazendo isso,
  • 10:55 - 10:59
    usando a empatia como inspiração
    pra transformação social.
  • 10:59 - 11:02
    Queria mostrar três
    exemplos muito rápidos.
  • 11:02 - 11:03
    Existe um "app"...
  • 11:03 - 11:06
    tipo um Tinder, só que não é só
    pra relacionamentos amorosos;
  • 11:06 - 11:08
    você pode achar amigos aqui também...
  • 11:08 - 11:13
    que conecta pessoas que estão
    em lados opostos de conflitos políticos.
  • 11:13 - 11:14
    O que esse app faz,
  • 11:14 - 11:18
    além de conectar israelenses e palestinos,
    republicanos e democratas,
  • 11:18 - 11:22
    é aproximar pessoas
    pelo que realmente importa,
  • 11:22 - 11:25
    o que elas têm em comum
    e não o que elas têm de diferente.
  • 11:25 - 11:30
    Às vezes, a empatia pode inspirar também
    experiências realmente transformadoras.
  • 11:30 - 11:32
    O TETO é uma ONG
  • 11:32 - 11:36
    que promove o desenvolvimento
    de comunidades muito carentes.
  • 11:36 - 11:39
    Por meio do TETO, jovens,
    normalmente de classes mais altas,
  • 11:39 - 11:43
    passam alguns dias imersos
    numa comunidade carente
  • 11:43 - 11:45
    construindo uma casa pra uma família.
  • 11:45 - 11:47
    Eu fui voluntária do TETO um tempo,
  • 11:47 - 11:51
    e eu posso garantir que,
    muito mais do que a entrega da casa,
  • 11:51 - 11:53
    a conexão que existe entre essas pessoas,
  • 11:53 - 11:57
    essa experiência e essa vivência
    tão profunda de empatia
  • 11:57 - 12:01
    transformam você de um jeito
    que nunca mais você vai ser o mesmo.
  • 12:01 - 12:03
    Depois de uma experiência como essa,
  • 12:03 - 12:06
    não tem mais como olhar pra pobreza
    e desigualdade da mesma forma.
  • 12:06 - 12:11
    E às vezes a empatia pode até inspirar
    revoluções na tecnologia.
  • 12:12 - 12:15
    Esse é um projeto da ONU,
    de realidade virtual.
  • 12:15 - 12:17
    A ONU tem criado esses filmes
    em realidade virtual,
  • 12:17 - 12:21
    aqueles em que você coloca um óculos
    e você se sente como se estivesse lá.
  • 12:21 - 12:25
    Por meio desses filmes, você pode viver
    a experiência de uma criança
  • 12:25 - 12:27
    em um campo de refugiados sírios,
  • 12:27 - 12:30
    ou pode conhecer um centro
    de tratamento de ebola na África
  • 12:30 - 12:34
    pelos olhos de uma enfermeira voluntária.
  • 12:34 - 12:37
    Apesar dessa experiência
    ser uma experiência virtual,
  • 12:37 - 12:40
    ela é extremamente visceral
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    e ela também fica com você
    como se você tivesse estado lá.
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    Eu fico imaginando
    o potencial disso em escala.
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    Imagina se todas as pessoas do mundo
    pudessem se conectar dessa forma
  • 12:51 - 12:54
    com gente que elas nunca
    vão encontrar na vida.
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    E, mais do que isso, imagina
    se todos os governantes do mundo
  • 12:58 - 13:01
    pudessem, antes de tomar
    decisões importantes,
  • 13:01 - 13:05
    passar por experiências como essas,
    viver a realidade dessas pessoas.
  • 13:05 - 13:08
    Eu tenho certeza de que
    as decisões seriam diferentes.
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    Esses são só alguns exemplos
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    de gente que está usando a empatia
    como fonte de inspiração.
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    Existem muitos, muitos outros.
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    Tenho certeza de que
    vão passar vários por aqui.
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    Todos esses exemplos
    são, na verdade, revoluções,
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    revoluções pacíficas e sistêmicas,
  • 13:23 - 13:25
    que estão mudando
    primeiro as nossas relações,
  • 13:25 - 13:28
    pra mudar aquele sistema todo depois.
  • 13:28 - 13:32
    Nesse processo todo, desde que comecei
    a estudar a empatia alguns anos atrás,
  • 13:32 - 13:33
    eu tenho aprendido algumas coisas,
  • 13:33 - 13:37
    com os workshops que eu tenho feito,
    com conversas que eu tenho tido
  • 13:37 - 13:40
    com pessoas que enxergam
    a empatia de forma diferente
  • 13:40 - 13:42
    e com processos de transformação
    que tenho acompanhado.
  • 13:42 - 13:45
    Eu queria compartilhar três dessas lições.
  • 13:45 - 13:48
    A primeira delas é que a empatia
    já mora em cada um de nós
  • 13:48 - 13:50
    e ela já faz parte da nossa vida.
  • 13:50 - 13:54
    A gente não estaria aqui, vivendo
    em sociedade, se não fosse ela.
  • 13:54 - 13:55
    Aí, eu fico pensando:
  • 13:55 - 13:59
    se ela já mora em cada um de nós
    e se ela já faz parte da nossa vida,
  • 13:59 - 14:02
    por que a gente não está
    exercitando ela mais?
  • 14:02 - 14:06
    A gente se preocupa tanto em desenvolver
    tantas competências profissionais,
  • 14:06 - 14:09
    coisas que a gente acha que vão ser
    importantes pra nossa carreira,
  • 14:09 - 14:12
    e talvez a gente esteja esquecendo
    de uma das competências pessoais
  • 14:12 - 14:15
    mais importantes pro mundo hoje em dia.
  • 14:15 - 14:20
    Em segundo lugar, eu aprendi que, sim,
    a mudança começa dentro de cada um,
  • 14:20 - 14:23
    mas isso não é o suficiente,
    isso não basta.
  • 14:23 - 14:28
    A gente precisa que cada pessoa
    transformada saia da toca e vá pro mundo.
  • 14:28 - 14:33
    Levanta do sofá e vai pro mundo
    criar novos projetos, novos movimentos,
  • 14:33 - 14:37
    ou pelo menos inspirar novas pessoas,
    porque a gente não muda o mundo sozinho,
  • 14:37 - 14:41
    mas a gente, principalmente,
    não muda o mundo só olhando pra dentro.
  • 14:41 - 14:43
    A gente precisa olhar pra fora também.
  • 14:43 - 14:46
    E, por fim, e mais importante:
  • 14:46 - 14:49
    é muito simples começar.
  • 14:49 - 14:52
    O primeiro passo é muito fácil.
  • 14:52 - 14:54
    Cada pessoa nessa sala,
    nesse exato momento,
  • 14:54 - 14:55
    pode começar essa revolução.
  • 14:55 - 15:01
    Cada pessoa pode assumir o compromisso
    de adotar um novo hábito
  • 15:01 - 15:04
    por uma sociedade mais empática
    e por relações mais empáticas.
  • 15:04 - 15:07
    Não depende de ninguém.
    Só depende de cada um de nós.
  • 15:07 - 15:10
    E, se a gente está o tempo inteiro
    espelhando o que a gente vê no outro,
  • 15:10 - 15:14
    se os nossos neurônios-espelho
    permitem que a gente faça isso,
  • 15:14 - 15:18
    será que, ao fazer isso, a gente não vai
    estar inspirando outras pessoas
  • 15:18 - 15:22
    a também assumirem compromissos
    por novos hábitos mais sustentáveis?
  • 15:22 - 15:23
    Eu acho que sim
  • 15:23 - 15:29
    e, se mais gente estiver caminhando
    e adotando novos hábitos mais empáticos,
  • 15:29 - 15:32
    será que a gente, juntos,
    não vai estar indo em direção
  • 15:32 - 15:36
    a uma sociedade mais pacífica,
    mais sustentável e mais colaborativa?
  • 15:36 - 15:38
    Eu acho que sim.
  • 15:38 - 15:41
    Eu acredito muito
    nessa revolução da empatia,
  • 15:41 - 15:44
    e eu sei que o caminho
    é muito, muito longo,
  • 15:44 - 15:48
    mas eu acho que quanto mais gente
    acreditar nela junto
  • 15:48 - 15:50
    mais rápido a gente chega lá.
  • 15:50 - 15:51
    Obrigada.
  • 15:51 - 15:53
    (Aplausos)
Title:
A revolução da empatia | Tati Fukamati | TEDxPedradoPenedo
Description:

Tati Fukamati é bióloga, especialista em empatia, sustentabilidade e inovação social, e pós-graduada em neurociência e psicologia aplicada. Tati é a idealizadora do projeto "A Revolução da Empatia" e, por meio dele, promove palestras, workshops e eventos sobre o tema, como competência do futuro e ferramenta de transformação. Ela acredita que a empatia é capaz de tornar o mundo mais conectado, colaborativo, sustentável, justo e pacífico, e não tem medido esforços para espalhar essa ideia para cada vez mais gente.

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx

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Video Language:
Portuguese, Brazilian
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
15:59

Portuguese, Brazilian subtitles

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